Pai, mais uma vez venho conversar com o Senhor por aqui, e com o sentido de fragilidade. Este é o mês seguinte do meu aniversário, onde completei 71 anos que me permitiste viver administrando este corpo que me tem servido tão bem, apesar das exigências que ele faz em busca do prazer. Mas consegui me desvencilhar pelo menos da força desses instintos. Sei que ainda faço a eles concessões que não devia, mas tenho a consciência que isso acontece e que devo fazer um controle melhor. Porém, Pai, o que me traz maior inquietação é a minha falta de empenho com mais rigor enquanto combatente sob o comando do Mestre nesta batalha ferrenha que o mal assume com força neste atual momento da guerra espiritual. Sei que tenho uma boa capacitação para criar uma frente de combate, com os recursos acadêmicos que adquiri e com os conhecimentos espirituais que o Mestre facilitou na minha compreensão. Sei que procurei seguir pelos caminhos que o Senhor colocou à minha disposição da melhor forma possível, mas essa melhor forma que consigo atingir está muito aquém daquilo que tenho capacitação. Enquanto a preguiça é muita, a coragem é pouca; a inteligência é lenta na tomada de decisões e sinto que me falta sabedoria para entender o contexto em que estou inserido e descobrir caminhos que estão à minha disposição e que fazem bem melhor a Tua vontade. Sei que esta condição na qual estou colocado aqui neste espaço, a cada mês parece uma mesma repetição dos meus fracassos, da minha incompetência. Sei que eu posso ser indagado sobre a minha disposição de fazer o que é necessário, de dar o primeiro passo no caminho das realizações do que deve ser feito. Por que isso não acontece? É o predomínio da preguiça? É a falta de coragem, de sabedoria, de inteligência? Como consertar tamanhas avarias na essência da alma, da vida que o Senhor me deu?
Filho, tu pareces com a pessoa daquela parábola que Jesus te ensinou, do filho que disse que iria fazer o pedido do pai e não fez. O outro filho disse que não iria fazer, mas depois a consciência pesou e ele resolveu fazer. Jesus concluiu acertadamente que aquele filho que disse não ao pai e depois foi e fez o que era pedido, foi este que fez a vontade do pai e não aquele que tinha dito sim e que não fez nada. Assim é como te vejo, tu dizes sim para mim e o trabalho para o qual estás capacitado não é realizado. Isso é o que você está confessando agora, aqui, neste momento comigo. Mas, apesar de tu parecer com aquele filho desobediente, tens ainda muita diferença dele. Eu sei que você tem realmente a motivação de fazer a minha vontade como te foi ensinado corretamente por Jesus. O que acontece é que não encontras forças para realizar o que você pretende fazer, o corpo que te dei para administrar continua ainda com muita força contra os interesses que o teu espirito já reconhece como prioridade. É nisto que está o problema, na queda de braço entre teu corpo e o espírito. O instrumento que te dei para servir de ferramenta para a aquisição de conhecimentos teóricos e práticos para a tua purificação, continua com necessidade de maior firmeza nos limites daquilo que ele exige de você em busca do prazer. Tens que fazer essa distinção e operar voluntariamente com firmeza para o cumprimento dos interesses do espírito, pois é isto que tu vais trazer logo mais quando voltares ao mundo espiritual. Mas eu tenho esperança que você consegue o que já entende como necessário. Continue ao lado do Cristo, que Ele também entende as fraquezas do ser humano