Num canto da vida, repetida
Repousa meu corpo, indolente
À espera de sonhos, qual demente
Algo de sorte, imerecida
As delícias da carne, que desejo
A quem eu posso pedir ou ordenar?
Se não tenho altivez para mandar
Nem a quem pedir eu nunca vejo?
Talvez agora eu possa aceitar
Receber da vida meu castigo
De não ter ninguém como amigo
Porém, agora com força vou lutar
Para este corpo enfim se levantar
E com a morte merecida se encontrar.