A segunda parte do ensinamento que o Cristo nos trouxe, sendo a primeira sobre o Pai universal, disse que devemos ser fraternos uns com os outros, pois esta é a vontade de qualquer pai biológico, quanto mais do nosso Pai espiritual.
Por outro lado, a tendência humana de natureza animal, aquela animada pelo Behemoth criado pelo próprio Deus dentro de nós, nos leva a formar grupos antagônicos, em busca de poder para criar benesses pessoais e familiares. Tudo isso em detrimento do irmão que se torna mais fragilizado e, portanto, vítima de exploração, verdadeira escravidão, mesmo que surja com as tintas civilizatórias da modernidade.
Surge dessa maneira um forte contrassenso entre os interesses humanos e a doutrina do Cristianismo. Esse contrassenso humano corrompe o divino edifício do Cristianismo, até mesmo dentro de suas paredes, causando enormes tormentos dentro da sociedade que termina se digladiando uns contra os outros, classes contra classes.
Para esse contrassenso ser evitado, necessário será mais reflexão, mais discernimento de onde se encontra a Verdade para que sigamos no Caminho em direção a Vida eterna na comunhão com o Pai. Assim, as batalhas sangrentas ou insidiosas, injustificáveis, que observamos ao redor do mundo seriam para sempre evitadas.
Ainda hoje recebemos lições e exemplos importantes de pessoas encarnadas e desencarnadas. Estas do plano espiritual colaboram para a renovação do mundo, mostrando a dinâmica do que acontece na integração das duas dimensões, material e espiritual, onde a nossa alma pode aprender, discernir e caminhar dentro da justiça e da Verdade, com a fraternidade pura construindo o Reino de Deus a partir dos nossos corações.
Quanto mais conhecemos e adquirimos à luz da Verdade, mais responsabilidade iremos assumir, para sermos efetivamente irmãos uns dos outros.
Devemos prestar atenção para que a solidariedade não falte nos ambientes que frequentamos, que não seja reduzido o espírito de serviço, que não predomine a preocupação em criticar os irmãos, que a mentira não seja usada como arma para prejudicar os interesses justos do próximo.
Observamos, principalmente no Brasil, que instituições notáveis, como o STF, Parlamento, e até Templos e Igrejas, são conduzidas pelas trevas da ignorância da paternidade divina e desejam a perpetuação no poder usando a mentira e as falsas narrativas. Caminham pelas estradas da morte, mesmo que usem símbolos e palavras cristãs, mas nunca seus atos estão sintonizados com a Vontade de Deus. Não há auxilio mútuo e o que mais se observa são as delações premiadas, trazendo à lume as iniquidades praticadas “por baixo do pano”. Não existe a compreensão fraterna, o auxílio mútuo para caminhar pela trilha estreita da verdade, o trabalho produtivo para a evolução coletiva e o estímulo para ser ampliado o número de pessoas de boa vontade.
Mesmo que pareça ser difícil ou mesmo impossível agir com sentimento fraterno dentro de circunstancias tão adversas, onde prevalece o mal, é bom sabermos que toda obra honesta e generosa repercute nos planos mais altos, conquistando cooperadores abnegados que se aliam à nossa causa.
Também é importante ficarmos atentos à invasão da desarmonia nos institutos do Bem, que nós possamos fazer a autocrítica quando nos tornamos indiferentes à ousadia do mal, como a que observamos no dia 8 de janeiro, onde centenas de pessoas inocentes foram presas de forma arbitrária, por agentes públicos que seguiam as ordens das Trevas, sem que houvesse uma resistência proporcional dentro da comunidade.
Essa condição de indiferença pesa contra nós, pois não podemos pedir ao Pai para nos livrar do mal que nos escraviza, se não conseguimos aplicar a fórmula necessária, sagrada e imutável, de nos amar uns aos outros.