Farei aqui, para a nossa reflexão, a transcrição do vídeo publicado pelo Frei Tiago de São José, em 09-12-23, com o título “Confusão e Divisão na Igreja: Prof. Roberto de Mattei e o Anarco-vacantismo. Farei algumas retiradas a meu critério, mas que não prejudique o conteúdo, inclusive colocando entre aspas algumas considerações dentro do texto que eu considere importante no papel que vou desempenhar como acadêmico universitário, em busca da Verdade e evitando e/ou denunciando as falsas narrativas. 01 Vício de Consentimento.
Hoje vamos falar especificamente desse artigo que foi estrito pelo professor Roberto de Mattei, que é um membro da TFP, vive na Itália, é uma pessoa bastante respeitada nos ambientes católicos tradicionais, conservadores, etc.
Ele escreveu um artigo recentemente contra o Arcebispo Carlo Maria Viganò, no qual refere-se ao Papa Francisco, chamando de inquilino de Santa Marta, frase que Monsenhor Viganò usa frequentemente contra Francisco, e que segundo Roberto de Mattei, mostra que ele não tem o respeito obrigatório para a pessoa de um Papa.
Roberto de Mattei começa seu artigo criticando Monsenhor Viganò. Nós já fizemos também uma outra conferencia recentemente sobre a manifestação de Atanásio Schneider que é outro Bispo bastante conhecido que colocou também sua opinião sobre aquilo que Monsenhor Viganò vem apresentando, dizendo que os argumentos são fracos e que ele não concorda.
Cada vez mais o Arcebispo Viganò está ficando sozinho no seu debate entre essa malha de ambientes, de grupos e de personalidades importantes no ambiente católico que se apresentam como opositores a Francisco.
Agora veio Roberto de Mattei se manifestar com esse artigo contra o Monsenhor Viganò.
“Nos últimos meses de 2023 é que ele (Viganò) explicou a sua posição com clareza suficiente. Especificamente em uma Conferência na Identidade Católica de 01 de outubro de 2023, que os organizadores não transmitiram, mas que o Arcebispo publicou. Monsenhor Viganò falou da existência de “um vício de consentimento” que invalidaria o governo do Papa Francisco. O vício de consentimento consistiria nisso: o Papa teria aceitado externamente sua eleição, sem a intenção de promover o bem da Igreja. Isso seria provado pelo comportamento de Bergoglio, ostensivamente anticatólico e heterogêneo em relação à própria essência do Papado. Não há ação de Bergoglio que não soe claramente de ruptura com a prática e o Magistério da Igreja. Quem não tem a intenção de promover o bem da Igreja não pode ser verdadeiro Papa, mesmo que ocupe materialmente o trono papal. Jorge Mário Bergoglio nunca declarou suas intenções, mas, como um conspirador que, maliciosamente para ascender a um cargo, seria assim tão ingênuo para explicar àqueles que deveriam elege-lo que pretendia se tornar Papa para executar as ordens dos inimigos de Deus e da Igreja? (...) A intenção reside precisamente em recorrer ao engano, à dissimulação, à mentira, à ilegitimação de adversários irritantes e à eliminação dos perigosos”
Isso é o que estamos observando, mas diz Roberto de Mattei que Monsenhor Viganò se distancia daqueles que acreditam que a Sé Papal está atualmente vacante, devido à invalidade da renúncia de Bento XVI ou na invalidade na eleição do Papa Francisco. A sede para ele é ocupada por um usurpador que não é Papa, por causa da sua manifesta intenção de fazer mal à Igreja.
Já explicamos em outras ocasiões que é possível falar de duas formas: você pode dizer que a Sé de Pedro está vacante, uma vez que não há um Papa verdadeiro que está ocupando o trono de São Pedro; a outra maneira de dizer é que, essa sede, que normalmente é ocupada por um Papa ali no Vaticano, esse cargo, essa estrutura agora está ocupada por um usurpador.
Essas são duas maneiras diferentes de dizer a mesma coisa. De forma alguma Monsenhor Viganò está tendo uma opinião diferente daqueles que diz que a Sé está vacante.
É muito interessante esse conceito de “vício de consentimento”, pois se aplica a muitos outros setores diferentes do clero. Aqui mesmo no Brasil observamos isso acontecer em diversas eleições para direção de instituições importantes, incluindo a presidência da nação. A pessoa declara um comportamento que está disposto a realizar, mas suas acoes ao ser eleito mostra que suas intenções eram outras, completamente diferentes, como patriotismo x comunismo. Podemos dizer que esses cargos estão vacantes? No critério de ter uma pessoa para executar o que é proposto pela instituição, sim, o cargo está vacante. Mas no critério burocrático de ter um uma pessoa eleita pelos trâmites legais e ter assumido o cargo, não, o cargo está preenchido.