O título original do texto reproduzido no dia anterior neste diário, “A caminho de um Brasil sem povo” abre a perspectiva para se avaliar: que povo é esse que o autor se refere? Acredito que sejam as pessoas que tem a capacidade de discernir e a oportunidade de discordar ou implementar o contrário. Nesta perspectiva o autor tem razão.
Mas tem outra perspectiva que também é coerente, como pratos da mesma balança. O Brasil caminha para criar um povo sem poder de discernimento, de argumentação e que luta exclusivamente pela sobrevivência, onde as decisões partem do estômago e não do cérebro. Não importa que existam instituições imponentes cheias de pessoas com títulos acadêmicos ou jurídicos de alto valor social, mas todos cooptados pelos instintos de sobrevivência.
Os brasileiros ainda estão na grande maioria sintonizados nas mídias recreativas, como as televisões, principalmente a TV Globo, apesar dos movimentos de protestos que fazem os patriotas conscientizados. Essa grande massa de brasileiros acostumou a assistir ritualmente as novelas e demais programas da máquina hipnótica da TV Globo. Não conseguem fazer um discernimento lógico nem um movimento organizado contra ações tão deletérias quanto fechar as torneiras para impedir de a água chegar em povos sedentos do Nordeste.
Certamente esse apelo do jornalista J.R. Guzzo, da Revista Oeste, irá cair no vazio. Como pensar que essa massa hipnotizada, que não consegue compreender o conteúdo real de um parágrafo, vai desligar sua televisão por 10 minutos para ler com atenção esse texto? Mas concordo plenamente com a opinião do Guzzo: estamos navegando à plenas velas, num mar caótico, com suas ondas canceladas por falta de ventos contrários. Navegam em direção ao paraíso totalitário onde todos seremos as tetas do ditador do momento, para alimentar sua corte de vassalos e cúmplices.
A nossa nau brasileira está agora se juntando à outras naus sem bandeiras de cores diferentes, de diversas partes do mundo, para construir outro mundo de comando único, cujas ações trevosas não possam ser iluminadas pela verdade.
Mas o competente jornalista deixou de discernir sobre outro aspecto de nossa realidade. Lembremos que o nosso país foi colonizado por naus vindas de Portugal, um país católico, trazendo em suas velas a Cruz de Malta e comandadas por um grão-mestre da Ordem de Cristo, Pedro Álvares Cabral.
Foi feito um esforço de catequese para nossos índios e de construção de instituições e cidades, todas com a influência cristã, como podemos observar pelo nome batismal de cada uma delas.
Fomos consagrados a Nossa Senhora, mãe do Verbo encarnado, como Rainha do Brasil, por mais de uma ocasião, por nossos dirigentes oficiais. Num primeiro momento pela Princesa Isabel, filha de Dom Pedro II, e mais recentemente pelo Presidente Jair Bolsonaro.
Recebemos também a comunicação vinda do mundo transcendental, que o nosso governador espiritual sinalizou que nós seremos a “pátria do Evangelho e o coração do mundo”.
Dessa forma, o contexto espiritual deve ser colocado na avaliação. Mesmo que a Igreja Católica tenha sido tomada de assalto por agentes infiltrados, existe um forte contingente dentro e fora da Igreja consciente da guerra espiritual que acontece com reflexos no mundo material como influências dos poderes dos principados e potestades que se opõem ao Criador.
Portanto, as ovelhas que estão sem pastor, tosquiadas com perversidade pelos lobos que conseguiram anular os cães cuidadores com ossos apetitosos, dependem exclusivamente da ação divina. E não esqueçamos que isso já está acontecendo. Apesar de todas as iniquidades das quais somos vítimas, hoje possuímos um nível de conscientização política e espiritual bem maior da que existia antes, mesmo que seja através de poucas pessoas, comparado à população em geral. Mas essas poucas pessoas já estão bem conscientes do dever cívico e divino, de fazer a vontade do Pai, conforme o Cristo ensinou. Somos pessoas incorruptíveis, e mesmo que sejamos apenas 12, estamos prontos para seguir o mesmo caminho de antes, vencer a barbárie e construir novamente a civilização cristã, desta vez mais próxima do Reino de Deus. Mesmo que voltemos as catacumbas e arenas de Nero, às centenas, sem nenhum poder organizado a nos defender.
Aguardemos com nossas consciências sem culpas, pelas orientações e caminhos que nosso Pai oferece a cada momento a cada um de nós, para fazermos parte dessa reconstrução.