Este é um dilema colocado pelo Cristo, conforme escreveu o apóstolo João em seu Evangelho 11:25-26 - “Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá”.
Estou vivo e creio no Mestre, então isto significa que nunca morrerei. Mas sei que o meu corpo biológico, assim como o de todos os meus antepassados e de pessoas que passaram por esta terra, também se deterioraram e estão se deteriorando e um dia esse corpo morre e volta a se decompor dentro da terra.
Certamente o Cristo não se referia com essa frase ao corpo biológico. Certamente se referia ao corpo espiritual. O corpo biológico certamente morre e se decompõe, independe de qualquer fé que tenhamos. O corpo espiritual, formado de energia vibracional, que tinha a função de gerenciar o corpo biológico, não experimenta morte similar a que acontece com o corpo material.
O Cristo ensinou que existe um mundo espiritual no qual reside o Pai espiritual, Criador de tudo que existe. Como nós somos suas criaturas, filhos do mesmo Pai, por isso todos nós somos irmãos. Na qualidade de irmãos, é interesse do Pai que todos vivamos em harmonia, fraternidade, nos amando uns aos outros como se fosse a nós mesmos.
Se não cremos nessas lições, após a morte do corpo físico a consciência não reconhece o mundo espiritual onde foi conduzido pela lei natural. Permanece conscientemente na morte do corpo físico.
Se cremos nas lições de Jesus, após a morte do corpo físico compreenderemos que o nosso espírito entra na dimensão espiritual, que não estamos mortos. E que por mais que venhamos a administrar novos corpos em outras vivências, isso servirá apenas de aprendizagem para que possamos evoluir seguindo o Caminho da Verdade proposto pelo Cristo, em direção à Vida eterna incorporados ao Criador.
Este dilema que se transforma em dúvida, também acometeu a mãe de Jesus. Tinha dúvidas de que a trajetória da vida que seu filho levava lhe conduziria inexoravelmente à morte precoce e dolorosa, e que ele dizia tudo ser da vontade do Pai.
Quando Jesus demonstrava à mãe a necessidade do seu sacrifício, a pobre mãe recorria à oração a Deus, submetendo-se a vontade dEle, mas solicitava o favor da resignação, que Ele lhe proporcionasse provas evidentes de que seu filho se encontrava na Luz. Pedia o apoio que faltava à sua fé, a esperança... uma luz que possa clarear o entendimento, que a tornasse segura que seu filho não enlouquecera, então o seu amor de mãe sucumbiria sob o poder do amor divino.
Um dia o Mestre estava sozinho com a mãe, e percebendo o seu dilema, pegou uma varinha e escreveu na areia: “Tenho que morrer para glorificar a Deus, ou viver para ser desonrado diante de Deus”.
Em poucas palavras o mestre demonstrou para mãe e para todos nós a decisão que devemos tomar: morrer para glorificar a Deus ou viver desonrado perante Deus.
Qual será a minha ou a sua, caro leitor. Se eu tenho a compreensão da minha missão, de cumprir a vontade de Deus, então a minha resposta é que preciso morrer biologicamente para glorificar a Deus espiritualmente.