Eu sou a dor de quem tanto lamenta
Eu sou a lágrima daquele que padece
Eu sou a mágoa de quem nunca esquece
Eu sou o medo de quem por nada tenta
Na Terra eu não tenho nenhum laço
Não tenho de ninguém um só sorriso
A promessa de um dia, o paraíso
Nunca tive a doçura de um abraço
Sou como tu, xique-xique desprezado
Que perfura quem de ti se aproxima
Sou como tu, um reles desgraçado
Mas eu tenho para mim atenuante
Para trazer de alguém alguma estima
Sou um poeta, transformo espinho/amante