Taça de fel para mim, tu se tornou
O que era tão gostoso, puro mel
O tempo sem clemência transformou
Neste inferno que antes era o céu
Quando penso tão grande nosso amor
Que causou entre os deuses tal ciúme
E num feitiço nos encheu de amargor
Do brilho estelar, um mero vagalume
Mas a lembrança, doce-mel, não se apaga
E por mais que peça a Deus que traga
Não é o doce que sinto, é amargura
Quem me dera mudar minha desdita
Mas ninguém a minha vida facilita
Quem se importa minha sina, noite escura?