A primeira frase do texto do dia anterior, “Credo do pensador pós-moderno”, coloca em cheque o meu próprio pensamento e comportamento. Vejamos:
Acreditamos em Marx, Freud e Darwin. Acreditamos que tudo é correto desde que você não faça mal a ninguém, de acordo com sua definição de “fazer mal”, e de acordo com sua definição de “conhecimento”.
Mudei radicalmente a minha forma de pensar e agir quando passei a interpretar as lições de Jesus com o meu próprio tirocínio, que certamente estava impregnado pelo instinto, pela força dos hormônios, a força do Behemoth. Mas até hoje continuo pensando e agindo assim, sem encontrar objeções suficientes para apontar algum erro.
Primeiro, no texto em consideração é colocado o nome de alguns autores cujo pensamento de cada um deles motiva a nossa compreensão para construir novos paradigmas sobre a ideologia que eles desenvolveram. Essas novas ideologias reforçam a importância do materialismo, da biologia, do cérebro e mente como se tudo girasse em torno dos interesses materiais para o sucesso do corpo material, sem nenhuma consideração a possibilidade de uma dimensão espiritual. A minha definição de conhecimento reconhece a existência do mundo espiritual e que este tem prevalência sobre o mundo material. O que importa mais, para mim, é a minha evolução no mundo espiritual, a evolução do “eu” espírito. O corpo material, considero como uma ferramenta para alcançar essa evolução espiritual, mesmo sabendo que ele sofre também os efeitos da evolução material e que nesse aspecto o pensamento das pessoas citadas tem a sua importância.
Considerando a duas dimensões, material e espiritual, e que esta última tem a primazia sobre a primeira, devo ter mais respeito pelos autores espirituais que consideram as duas dimensões do que pelos autores materiais que desconsideram a dimensão espiritual. Neste sentido, considerando os diversos pensadores que surgem de ambas dimensões, vejo a personalidade de Jesus como a mais perfeita no sentido de ensinar aquilo que é importante para a minha evolução, principalmente a espiritual.
Nesse sentido, vou seguir a principal lei que o Mestre Jesus ensinou, de amar a Deus com todo o meu coração, toda a minha alma e todo o meu entendimento, e amar ao próximo como a mim mesmo.
Foi com o esse entendimento que observei que seguindo a lei do amor exclusivo presente nos votos do casamento, que leva a fidelidade, de não ter afeto sensual/sexual por nenhuma outra pessoa, eu não iria cumprir a lei de fazer ao próximo aquilo que eu desejo ser feito a mim. Se outra pessoa deseja trocar afetos comigo até o nível sexual, se conveniente, e se eu tivesse no lugar dela queria que isso acontecesse, então não posso ficar paralisado dentro dos votos materialistas de um casamento. Depois de muita reflexão, para ajustar esse encontro afetivo com outra pessoa, desde que não fizesse mal a ninguém, segundo a minha compreensão de “fazer mal”, mas tudo ancorado na lei de Deus ensinada por Jesus. Passei a me comportar com liberalidade dentro das relações com minha esposa, onde ela tinha os mesmos direitos de agir como eu passei a agir, inclusive trocando afetos com outras pessoas e chegando até o ato sexual, se conveniente.
Dessa forma, o meu atual comportamento atende muito bem aos conceitos materialistas dos autores citados, mas tem um freio importantíssimo de não fazer o mal a ninguém em busca de prazeres carnais, obedecendo a lei de Deus.
Então, tudo é correto, desde que não façamos o mal a ninguém. Mas devemos ter o cuidado para que esse limite do qual não podemos ultrapassar, de não fazer o mal a ninguém, não esteja sendo praticado apenas por nosso raciocínio material, pois assim sendo, o mal pode ser feito a milhares de pessoas, como acontece com políticos corruptos quando imaginam não fazer o mal, desde que façam o bem a si próprio, numa perspectiva totalmente material.