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06/05/2024 00h01
FÉ, ORAÇÃO E CÉREBRO

            Este texto escrito por Emerson de Oliveira em 03-05-2024 e publicado no site Logos Apologética, merece ser disponibilizado aqui para a nossa reflexão.



 



Como a fé e a oração beneficiam o cérebro










 



Evágrio, um grande santo do século IV, aspirava honrar a Deus e dedicar sua vida a grandes propósitos. Na última edição, falei sobre os oito pensamentos mortais que ele identificou e que limitam a nossa vida com Deus. Acho fascinante que descobertas recentes sobre o cérebro humano tenham confirmado algumas de suas intuições sobre o efeito destrutivo da raiva e de outras emoções negativas.



“Como Deus muda nosso cérebro: descobertas inovadoras de um neurocientista líder” não é um livro explicitamente cristão. Um dos autores, Dr. Andrew Newberg, diz: “Muitos de vocês estão se perguntando: eu acredito em Deus? Nem tenho certeza se Deus existe. Meu sócio, Mark [Mark Robert Waldman], não acredita que Deus exista. Eu não tenho certeza. Mas o que podemos provar é que acreditar que Deus existe é fundamentalmente bom para você como ser humano.”



Newberg identificou várias coisas que descobriu sobre o efeito da contemplação religiosa no cérebro humano. Primeiro, dedicar 12 minutos de reflexão pessoal e oração todos os dias causa um impacto profundo em nosso cérebro. Fortalece um circuito neural único que aumenta especificamente a nossa consciência social e empatia e ajuda-nos a amar o próximo, desenvolvendo um elevado sentido de compaixão e subjugando emoções negativas. Qual é um dos sentimentos mais destrutivos? Raiva. O que a raiva faz? Isso nos isola das outras pessoas. Isso nos isola. Destrói a comunidade à medida que nos retraímos dentro de nós mesmos.



A segunda é a neuroplasticidade: nosso cérebro não é fixo como um molde de plástico, é ágil. Antigamente, os cientistas pensavam que o nosso cérebro crescia e se desenvolvia durante vários anos e depois chegava a um ponto em que começava a decair e a sofrer erosão lentamente. Mas agora sabemos que os cérebros continuam a desenvolver-se como resultado das experiências e comportamentos que praticamos todos os dias. Por exemplo, Newberg diz que podemos ter memórias que continuam a assumir novas formas simplesmente pela forma como as repetimos para nós mesmos. Na verdade, eles se tornam independentes das coisas que lembramos.



Terceiro, como nosso cérebro muda constantemente, precisamos estar atentos se estamos nos desenvolvendo de maneira boa ou destrutiva. As disciplinas que praticamos todos os dias, todas as semanas, todos os anos moldam fundamentalmente o destino da nossa vida, e precisamos de estar conscientes da medida em que o nosso comportamento afeta o nosso cérebro.



A quarta é que a oração e a reflexão pessoal nos ajudam a manter um equilíbrio saudável na vida. Acredito que cada um de nós precisa passar uma pequena parte de cada dia em oração e reflexão pessoal. Eu preciso disso. Você precisa disso. Não importa os quão ocupados estejamos, temos que abrir espaço para conhecermos as nossas prioridades e os nossos valores e podermos avaliar até que ponto os estamos cumprindo. Precisamos nos perguntar diariamente: “Que ajustes preciso fazer para desenvolver minha vida com Deus?”



Newberg descreve oito coisas que podemos fazer para moldar positivamente o nosso cérebro. Ele começa com o valor de manter a fé religiosa pessoal e acrescenta passar tempo todos os dias em oração e reflexão pessoal. Também é importante conversar com outras pessoas e fazer parte de uma comunidade. O exercício aeróbico também ajuda nosso cérebro a se desenvolver. O mesmo acontece com o bocejo, que, segundo Newberg, concentra nossa atenção. Outra atividade é ouvir 12 minutos de música relaxante todos os dias. Manter-se intelectualmente ativo e tornar-se um aprendiz ao longo da vida também beneficia o cérebro. Finalmente, ele diz que sorrir constrói comunidade. Pessoas que sorriem atraem outras; aqueles que franzem a testa ou demonstram raiva afastam as pessoas.



É interessante reunir o livro de Newberg com Evagrius e seu tratamento da raiva. Observando que a raiva separa as comunidades, Evagrius chamou-a de a paixão mais temida, uma ira fervente contra aqueles que pensamos que nos prejudicaram.



Todos nós lutamos uma vez ou outra com esta emoção, que Newberg descreve como a mais primitiva e difícil de controlar. A raiva interrompe o funcionamento dos nossos lobos frontais e faz com que percamos a capacidade de compaixão e empatia. Também libera uma cascata de substâncias neuroquímicas que destroem as partes do cérebro que controlam as reações emocionais. Em outras palavras, a raiva faz com que percamos a capacidade de autorregulação, de dar uma resposta ponderada, independentemente do estímulo. Curiosamente, Evágrio identificou a brandura, ou a capacidade de autocontrole, como a virtude divina que corresponde ao pensamento mortal de raiva.



Quando nos concentramos de forma intensa e consistente em nossos valores espirituais, aumentamos o fluxo sanguíneo para os lobos frontais e para o cíngulo anterior, o que faz com que a atividade nos centros emocionais do nosso cérebro diminua. Isso ajuda-nos a desenvolver a capacidade de dar respostas que mantenham e até restaurem a comunidade. Mas a intenção consciente é a chave. Quanto mais nos concentramos em nossos valores internos, mais podemos assumir o controle de nossa vida.



Portanto, convido você a se juntar a mim na reflexão sobre as Escrituras e a passar tempo em oração todos os dias, enquanto continuamos a desenvolver nossa vida com Deus e a moldar nosso futuro de maneiras profundas.



Muito interessante as informações e que têm utilidade em nossa prática cotidiana no sentido de mantermos o nosso cérebro e comportamento ajustados para uma boa evolução no tempo que dispomos aqui na dimensão espiritual.



 



Publicado por Sióstio de Lapa
em 06/05/2024 às 00h01