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11/05/2024 00h01
PROGRESSISMO ATUAL – 2 EXPLICAÇÕES PSICOLÓGICAS  

Reproduzirei aqui a 2ª. Parte do texto, fragmentado em itens devido o tamanho, que circula nas redes sociais e que é de importância para a nossa reflexão.



Explicações psicológicas



Duas explicações dizem que o progressismo atual ganhou tração em resposta a mudanças específicas na psicologia dos norte-americanos. Uma estabelece que essa ideologia se assemelha a uma religião, preenchendo um vácuo espiritual na vida norte-americana. O escritor John McWhorter defende que "o antirracismo de terceira onda [. . .] na verdade se tornou uma religião", com um clero completo, na forma de escritores como Ibram X. Kendi e Ta-Nehisi Coates, um credo segundo o qual "o racismo é intrínseco à estrutura da sociedade" e um mito de criação que envolve o comércio de escravos africanos. [No Brasil, a referência muda. Os mais famosos são Djamila Ribeiro e Sílvio Almeida. (N. t.)] Outra a vê como subproduto da infantilização dos jovens norte-americanos pelos seus pais bem intencionados, porém super-protetores. No best-seller The Coddling of the American Mind, Greg Lukianoff e Jonathan Haidt culpam o "segurismo" [safetyism] — que premia a proteção dos sentimentos e pune severamente as palavras e gestos que infligem dano emocional — como causa direta do conflito político nos campi. Lukianoff e Haidt não estavam oferecendo uma teoria compreensiva da wokeness, mas a história deles — de que o estilo super-protetor de criação que se estabeleceu no fim do século XX produziu uma geração de crianças hipersensíveis que depois entraram num sistema de ensino superior burocratizado, disposto a atender à sua demanda de "safe spaces" [espaços seguros] — é uma substituta razoável para aqueles que veem a lacração [wokeness] como uma forma de ativismo político comum aos millenials e zoomers [i. e., os nascidos após 1980 e 1995, respectivamente].



 



Ainda assim, nenhuma das teorias parece decisiva. Em primeiro lugar, patologizar ideias ou crenças particulares como produto de uma constituição mental é uma jogada reducionista e não-falseável (do mesmo jeito que a noção, que remonta a Adorno nos anos 1950, de que as visões políticas dos norte-americanos conservadores são meros sintomas de um tipo de personalidade "autoritária"). Nem o argumento religioso, nem o do vitimismo, têm exito em seus próprios termos: o progressismo atual [wokeness] tende a se errar não por fazer alegações sobrenaturais não-verificáveis, senão por fazer alegações empíricas falsas; e mudanças psicológicas parecem insuficientes para explicar por que estudantes lacradores [woke] vieram a adotar uma obsessão identitária por disparidades estatísticas como opostas, digamos, à militância socialista. E as crenças progressistas não são defendidas só por fanáticos e universitários. Desde a publicação do livro de Haidt e Lukianoff, em 2015, a lacração [wokeness] expandiu seu domínio: executivos de editoras mais velhas recusam histórias de escritores da raça errada; executivos de importantes escritórios de advocacia criam programas de treinamento em "Diversidade, Equidade e Inclusão", e as principais marcas corporativas do país criam grupos de afinidade e endossam alegações relativas a raça e gênero que a vasta maioria dos seus clientes rejeitaria.



            Tudo isso acontece e a grande maioria dos interessados, que somos todos nós, permanecemos ser ter a consciencia da mudança social que está acontecendo, e punindo aqueles que conseguem despertar, com a lacração: essa verdade que serve de estímulo para outros serem despertados, não pode ser divulgado.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 11/05/2024 às 00h01