Para defender a Santa Igreja Católica é preciso saber como está se procedendo os ataques, quem são os atores e quais são as instâncias deliberativas no campo administrativo para que a demolição da Igreja como foi construída no passado, venha acontecer. Vejamos o que nos diz o Capítulo III do livro “O Processo Sinodal, uma caixa de Pandora – 100 perguntas e 100 respostas”, na sua 18a. pergunta.
18. Então, como se pode saber se as crenças dos fiéis são infalíveis?
O único método seguro é aplicar a regra de São Vicente de Lerins: Infalível é o que sempre e en todos los lugares foi acreditado por todos (quod semper, quod ubique, quod ab omnibus). Esta é a doutrina tradicional da Igreja. Afirma o ex-padre anglicano Nazir-Ali, agora padre católico: “O sensus fidelium não é o que os leigos e os padres pensem em determinado momento, mas o consenso dos bispos até o mais simples dos fiéis em todo o mundo durante os séculos”.
Portanto, há muito risco em presumir como infalível a opinião dos fiéis sobre alguma novidade num momento determinado. E ainda mais temerário, para saber o que o Espírito Santo está dizendo à Igreja, consultar não só as pessoas de virtude ou de profunda fé, mas todos os batizados, e até pessoas pratiquem outras religiões ou são ateias.
Essa regra de São Vicente de Lerins é outra forma de mostrar que a minha crença enquanto fiel pode não ser infalível. A minha forma de pensar que o amor incondicional é a lei mais importante e que em função dela devemos reformar todas a leis humanas as quais somos submetidos devem ser reformadas pode ser um equivoco. A minha forma de pensar que no relacionamento entre homem e mulher deva ser feita com base no amor incondicional e que o amor romântico deva fluir com inclusividade e não com exclusividade, pode ser um erro. Isso porque a minha forma de pensar não estar sempre presente, em todos os lugares e acreditados por todos. Pelo contrário, até agora não encontrei ninguém que pense e se comporte da mesma forma. Alguns podem achar que é uma forma justa de se comportar dentro dos relacionamentos românticos, mas ninguém a pratica nem tinha imaginado. As mulheres que se aproximam de mim dentro da aura de romantismo, de desejos libidinosos, sexuais, logo se deparam com essa barreira da não exclusividade. Todas elas preferem ser exclusivas dentro do relacionamento, mesmo que saibam que têm a mesma liberdade de me comportar como eu faço. Então, é muito arriscado e até incoerente, temerário, considerar que seja o Espírito Santo falando através de mim, como de qualquer outro fiel de pensamento semelhante, indo de encontro ao comportamento defendido e praticado pela Igreja durante tantos séculos. Eu continuo pensando e agindo dessa forma, pois a minha consciência até o momento não acusa que eu esteja errado, mas sei da forte crítica que recebo de tantos irmãos mais virtuosos que eu. Portanto, não posso dizer que eu esteja falando pelo Espírito Santo, pois sei que estou bem mais próximo dos meus desejos instintivos, da cabeça da luxuria presente no Behemoth.