O que irá formar uma Religião é um ato de fé, uma crença em algo que não posso perceber com meus sentidos naturais, mas que a inteligência ancorada na cognição lógica, coerente com determinada cosmovisão, aceita como Verdade.
Dessa forma, a minha cosmovisão de mundo, alimentada pelos diversos conceitos, fatos e narrativas que chegaram à minha consciência, posso criar uma Religião concentrada em dois elementos de fundação e com eles abranger todo o universo, inclusive a minha existência e todos os aspectos de relação com o ambiente físico, social e moral.
Pensando dessa forma, na tentativa de chegar a fonte primária de todas as coisas, vou chegar necessariamente ao Criador, entendendo que tudo que está formado no universo um dia foi criado por alguém, por algo. Esse Criador, por imposição lógica, não pode ter sido criado por nada. É o ponto de início para a saga da Religião mais concentrada possível.
Esse Criador de todas as coisas pode receber o nome mais diversificado possível, desde que inclua sua característica final: ser a fonte da criação. Observamos uma infinidade de nomes para esse Criador, como Deus, Javé, Jeová, Krishna, Tupã, etc. São entidades com certas características antropológicas ou mesmo associadas com aspectos da Natureza, como sol, animais, objetos, etc., que são vista em comunidades mais primitivas. Também existe a possibilidade da mente investigativa não conseguir nomear o Criador por um ato criativo de sua imaginação e daí surge outra denominação: o “nada” e Sua forma de agir, o acaso.
Observo dessa forma uma variedade de nomes para o Criador, basta escolher um nome que melhor se adeque a minha forma de pensar, que no caso é Deus.
Entendendo Deus, o Criador, como inteligência e sabedoria infinita, que a minha inteligência e sabedoria criada não pode com Ele se igualar, mas consigo entender que Ele, como meu Pai em definitivo, deve querer de mim, seu filho ainda simples na forma e ignorante na sabedoria, que eu obedeça à Sua vontade.
Esta passa a ser minha Religião, obedecer a vontade do meu Pai Criador, entendendo que a energia criadora que Ele usou e com a qual se identifica é o Amor. Todos que adquirem essa compreensão e procuram fazer a vontade do Pai, posso considerar como meu irmão, mesmo que esteja muito distante da minha origem biológica. Aqueles que não querem fazer Sua vontade ou mesmo não querem nem saber, não pretendem seguir a Sua disciplina, é apenas um animal, por mais por mais douto que seja, portador de tantos títulos acadêmicos ou honoríficos.
Fazer a vontade do meu Pai pode incluir todas as características que observamos no texto anterior, caracterizando a religião. Quem não quer fazer a vontade do Pai, não quer seguir a Sua disciplina, constrói outra forma de agir, outra Religião. Posso dizer que sigo a Religião do Pai, a Religião Divina, enquanto as outras criaturas que não aceitam a disciplina do Pai, seguem outros comportamentos, outros rituais, outra Religião, Demoníaca, a Religião dos opositores, dos contestadores, do Diabo.
Esta é a suma das religiões concentradas: Divina e Demoníaca. E quem seguir os rituais do amor, da verdade, estão dentro da Religião Divina, enquanto os contestadores, opositores, estão dentro da Religião Demoníaca.
Com esses óculos cognitivos posso observar a natureza e o comportamento de tudo ao redor e fazer o discernimento correto de quem pertence a tal ou qual Religião. O meu papel enquanto filho de Deus, dentro da Religião Divina e fazendo a Vontade do Pai, é de ir ao encontro dos meus irmãos ignorantes dessa verdade espiritual, de fé, e explicar toda essa dinâmica consciencial como Jesus fez conosco, que éramos ignorantes e nos sentíamos órfãos do Pai que não sabíamos da Sua existência.