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18/06/2024 00h01
SATANÁS MIMETIZA DEUS

            O caso mais sintomático de que o Diabo mimetiza Deus foi o que aconteceu na Revolução Francesa. Os endiabrados revolucionários avançaram sobre o reinado de orientação católica com três palavras que queriam caracterizar um reinado de Religião Divina: Liberdade, Igualdade, Fraternidade.



            Com esse lema divino os revolucionários protagonizaram um banho de sangue na França, com nobres e clérigos sendo decapitados. Mas, o povo simples e mesmo os revolucionários provaram do próprio veneno.



            Até hoje essa estratégia demoníaca continua sendo praticada com o lema: “Acuse os adversários daquilo que nós somos”.



            Observamos essa verdade hoje em nosso país. As trevas conquistaram (tomaram) o poder do Estado através de suas ações sórdidas, acusando os adversários do que eles praticam.



            A Igreja Católica está em crise porque os inimigos de Cristo envidaram esforços organizados para fazer sentar um papa de Satanás para mimetizar Deus.



            Os inimigos de Cristo, de Nero a Napoleão, descobriram que atacar ou assassinar o Papa apenas gerava simpatia e mártires. É uma estratégia fracassada em todas as épocas. Assim, ao invés disso, eles buscaram silenciosamente fazer um dos seus alcançar o papado. Eram necessárias décadas, mesmo um século, para criar os seminários, os padres, os bispos, os cardeais eleitores, e então o próprio Papa ou papas, mas a espera valeria a pena. Estabelecer uma revolução satânica com o Papa como marionete, tem sido um lento e paciente plano.



            São Paulo afirmava que “nós não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados e potestades, contra os dominadores desse mundo tenebroso, contra os espíritos malignos pelos ares” (Ef 6, 12). A crise da Igreja Católica remete a invasão desses “dominadores deste mundo tenebroso”, e ela pode ser purificada apenas através da guerra santificada contra o demoníaco, a Igreja Divina x Igreja Demoníaca.



            O Papa Paulo VI, durante uma homilia em 29-06-1972, lamentou-se: “Diríamos que por alguma misteriosa brecha, a fumaça de Satanás se introduziu na Igreja de Deus. Há dúvida, insegurança, problemas, inquietação, insatisfação, confrontação”.



            Esse testemunho de Paulo VI reconheceu não meramente que a Igreja Católica passara por uma secularização, mas que a fumaça do próprio Satanás se introduzira na Igreja por uma brecha.



            Embora a fumaça seja quase sempre um sinal de santidade, sacrifício e adoração, no livro do Apocalipse encontramos algumas exceções. Repetidamente observamos como Satanás mimetiza a Deus, assim como os mágicos egípcios copiavam os milagres de Moisés. Por exemplo, o Apocalipse apresenta uma pervertida e satânica trindade formada pelo Diabo, um rei anticristo e um falso profeta. No lugar de uma Santa e Virginal Igreja casada com Cristo, Satanás estabelece a Prostituta da Babilônia cavalgando o Anticristo. De maneira semelhante, observamos a sagrada fumaça do incenso em Ap 8, e então imediatamente lemos sobre a fumaça demoníaca de Satanás em Ap 9”:



            O quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela caída do céu sobre a Terra. Foi-lhe dada a chave do poço do abismo. Ela abriu o poço do abismo; e subiu um fumo do poço, como o fumo de uma grande fornalha, e escureceram-se o sol e o ar com o fumo do poço. Do fumo saíram gafanhotos para a terra, e foi-lhes dado um poder, como o poder que têm os escorpiões da terra (Ap 9, 1-3).



            Eis a “fumaça de Satanás” a qual o Papa Paulo VI se referiu em 1972. Satanás é a “estrela caída do céu sobre a terra”. Assim como Simão recebeu um novo nome (Pedro) e as “chaves do reino dos céus” (Mt 16, 19), assim também o Diabo recebeu um novo nome (Satanás) e uma “chave do poço do abismo”. Tanto Pedro como Satanás receberam novos nomes e o poder de chaves. Satanás é, portanto, o papa dos condenados. Que Satanás seja o Papa ou pai dos condenados pode ser depreendido do aviso de Cristo aos Fariseus: “Vós tendes por pai o demônio”.



            O Evangelho de João (8, 44) também faz esse registro: “Vós tendes por pai o demônio, e quereis satisfazer os desejos do vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando ele diz a mentira, fala do que é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.



            Para compreender plenamente como a “fumaça de Satanás” entrou na Igreja Católica antes de 1972 sob o Papa Paulo VI, devemos necessariamente começar com a infestação do naturalismo institucional na Igreja Católica, e isso nos leva para o ano 1859 da era de Nosso Senhor.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/06/2024 às 00h01