O Blog do Gustavo Negreiros fez uma denúncia da UFRN nas redes sociais que vale aqui a nossa reflexão. Vejamos...
Escândalo financeiro na UFRN: Seis servidores recebem milhões acima do teto constitucional
No dia 21 de fevereiro de 2024, a notícia de que a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) pagou R$ 1,4 milhão acima do teto constitucional a seus servidores causou um grande alvoroço. A investigação, obtida com exclusividade pelo Blog do Dina, revelou que um seleto grupo de seis servidores concentrou 85% desse montante, configurando um escândalo sem precedentes na instituição.
Um Escândalo Sem Precedentes
Aparentemente, esse tipo de escândalo não é novidade no cenário público brasileiro, mas o que chama a atenção é o montante envolvido e a concentração dos pagamentos indevidos. Dos 40 servidores que receberam valores acima do permitido, seis deles concentraram 85% do total excedente. Mas, afinal, quem são esses servidores e como eles conseguiram tais montantes?
Uma rápida pesquisa no Google sobre esses servidores não revela muita coisa. Eles não são figuras públicas conhecidas e suas ações parecem ter passado despercebidas até agora. Intrigados com a falta de informações, decidimos nos aprofundar nessa investigação. Afinal, como seis servidores conseguiram acumular tantos pagamentos acima do teto constitucional sem que ninguém percebesse?
Os principais casos
Os seis servidores que mais se beneficiaram com os pagamentos indevidos são:
R. A. M. V.: Recebeu um total de R$ 3.391.999,82, dos quais R$ 601.954,95 foram acima do teto constitucional.
K. D. C.: Recebeu um total de R$ 2.677.856,23, com R$ 152.656,10 acima do teto.
C. L. B. G. N.: Recebeu R$ 2.725.786,98, sendo R$ 129.235,38 acima do teto.
V. J. F. J.: Recebeu R$ 2.847.469,77, dos quais R$ 106.706,82 excederam o limite.
A. S. A.: Recebeu R$ 2.808.430,14, com R$ 96.713,58 acima do teto.
J. L. C.: Recebeu R$ 2.520.859,68, com R$ 92.530,53 excedentes.
Você deve estar se perguntando como isso foi possível. A resposta é simples: a UFRN não possui um sistema informatizado adequado para monitorar as remunerações e bolsas recebidas pelos servidores. Sem esses controles, os pagamentos irregulares continuaram a ocorrer, acumulando milhões ao longo dos anos.
O que diz a UFRN?
Em resposta à auditoria, a UFRN reconheceu a ausência de um controle informatizado adequado e a necessidade urgente de melhorar seus mecanismos internos para prevenir tais irregularidades. A universidade se comprometeu a adotar as recomendações da CGU e providenciar a devolução dos valores recebidos acima do teto constitucional.
Fonte: Blog do Gustavo Negreiros
A denúncia não está bem formulada. Não diz em que período aconteceu esses pagamentos, em 1 mês, 1 ano, 10 anos? O montante é grande, mas de acordo com o período recebido pode ser justificado. A denúncia mais consistente é sobre o que foi recebido acima do teto constitucional.
Mas a reflexão pode ser mais profunda. Vejamos qual a missão das Universidades, atuando no ensino, pesquisa e extensão. São pessoas pagas pelo financiamento público, no caso em questão, para trazer um benefício à coletividade. No entanto, prevalece o interesse próprio, o egoísmo fala mais alto e surge a ponta do iceberg com os seis denunciados. Podemos colocar nosso olhar crítico sobre eles e incendiá-los com nossa pura indignação. Mas não temos moral para isso. A universidade, como quase toda a totalidade das instituições criadas para o bem-estar da comunidade, se comportam da mesma forma, como os seis infelizes denunciados. Todos nós estamos calados enquanto um criminoso que roubou milhões do nosso suor público se tornou milionário, apesar de julgado, condenado e preso. Foi solto, voltou a se tornar presidente por mecanismos até hoje não esclarecidos, e continuamos calados. Alguns heróis que foram protestar em Brasília sobre esse descaramento moral, foram presos em massa, conduzidos pela nossa malfadada Forças Armadas e conduzida pelo nosso Frankenstein de toga.
Sim, eu como membro da academia, com titulação de Doutor, recebendo menos do que um oficial de justiça, ainda tento ensaiar um modelo de protesto, mas logo minha consciência vem à tona e diz para eu me aquietar. Afinal de contas, diz ela, você é mais um escravo da boiada que passa metade do ano trabalhando para garantir toda essa mordomia e iniquidades, com o agravante do meu aprendizado espiritual, das lições do Cristo, do qual me considero um discípulo.
Espero que pelo menos essa denúncia volte como um bumerangue sobre nossa consciência e fazer uma "mea culpa", como estou fazendo agora. Quem sabe isso não sirva de uma gotinha de coragem para trazer a luz em condições tão trevosas nas quais nós vivemos.