Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
19/07/2024 00h01
SIGNIFICADO DA VIDA

            Estamos vivendo (penso, logo vivo), e como ser racional, com uma inteligência superior aos demais irmãos de outras espécies (filhos do mesmo Pai existencial), capaz de raciocinar e procurar por verdades embutidas na Natureza, e usar um requisito, um potencial pouco ou nada usado pelos nossos demais irmãos: o livre arbítrio.



            É com esse recurso cognitivo sofisticado, amparado pela complexidade neuronal adquirida nos milênios de evolução, conforme previsto na lei do Criador, que podemos levantar os olhos ao redor e fazer a pergunta: qual é o significado desta vida?



            Fiz esta pergunta a uma pessoa com o intuito de verificar no que iria diferir a sua resposta da minha. Pois vejamos o que ela escreveu:



            Essa é uma questão mais do que subjetiva, pois não depende apenas de onde estamos na vida, mas também como encaramos ela.



            Para refletir qual o significado da vida precisamos antes de tudo ter noção se a vida possui mesmo algum significado para nós.



            Na minha opinião, a vida, por si só, não possui um significado intrínseco. Nós, enquanto vivemos, damos um significado ou não à nossa existência. Há vários fatores que podem levar uma pessoa a decidir tornar suas meras existências em algo simbólico e significativo, mas a decisão mais fácil é não seguir essa linha de pensamento.



            Ser mais fácil não é sinônimo de ser leviano; às vezes o fácil é o que é mais adequado para quem escolhe esse caminho. É claro, o “fácil” pode significar muitas coisas; no meu caso, nada.



            Para mim, a minha vida não possui um significado, e eu não pretendo atribuir um à mesma. Diria que tudo é por acaso, do nascimento à morte, dos fracassos às vitórias, dos ganhos às perdas. Tudo acontece porque uma cadeia de eventos anteriores levou ao presente momento em que escrevo este texto. Ninguém pensou em agir da maneira que agiu com o objetivo de me proporcionar o presente atual. Simplesmente aconteceu. O acaso deriva do acaso e leva ao agora, que será o acaso de um futuro incerto.



            Em resumo, minha existência, assim como qualquer coisa, não possui uma razão.



            Para a maneira que construo a minha vida, não uso com base nenhuma filosofia existencialista, pois não penso no significado de estar vivendo. Eu apenas vivo.



            Por fim, reforço novamente que, para mim, minha vida não possui significado. Isso, também, não significa que não queira viver. Não ver significado na vida, não é o mesmo que querer morrer, é apenas uma maneira de encarar um trajeto que não possui um fim pré-definido.



            Vejo uma lucidez importante na confecção da resposta, de que é uma questão cognitiva, muito subjetiva, de como encaramos a vida. O raciocínio se volta para a origem da pergunta: a vida possui mesmo algum significado?



            Essa investigação íntima leva a pessoa a entender que a vida não possui um significado intrínseco, nós é damos ou não um significado a nossa existência.



            Neste ponto verificamos a existência do livre arbítrio, que decide por dar ou não significado à existência. Ela decidiu pelo que considera mais fácil do que tornar sua mera existência em algo simbólico e significativo. Isso é não seguir essa busca de significado. Isso não quer dizer que seja leviana, argumenta, pois às vezes o fácil é o que é mais adequado para quem escolhe esse caminho. O fácil pode significar muitas coisas, mas para essa pessoa é “nada”. Confirma que sua vida não tem significado e que não pretende atribuir um à mesma. Justifica dizendo que tudo está nas “mãos” do acaso. Tudo acontece por uma cadeia de eventos aleatórios anteriores que levou ao presente. Ninguém pensou e agiu da maneira que agiu para lhe proporcionar o presente... simplesmente aconteceu. O acaso derivado do acaso leva ao agora, que será o o acaso de um futuro incerto. Conclui que sua existência, como qualquer coisa, não possui uma razão. Ela apenas vive. Mas afirma que não quer morrer, quer somente mostrar que vive dentro de um trajeto que não possui um fim pré-definido.



            Observo que a principal diferença quanto o meu significado de vida e da pessoa que respondeu, é que eu acredito nUm Criador, sabedoria suprema que tudo criou, inclusive nós, com um projeto pré-definido dentro de Sua lei da qual não posso me afastar, e sim, me aproximar, apesar da minha ignorância racional sobre a natureza deste Criador.



            A pessoa que respondeu não tem no seu racional a perspectiva deste Criador, tudo está fluindo ao sabor do acaso, mesmo que esse raciocínio esbarre no muro intransponível de quem criou tudo que existe, a não ser que se dê ao acaso o nome de Deus, da sabedoria infinita. Mas este é justamente o ponto de decisão, a inteligência deve auxiliar o livre arbítrio para onde direcionar o arcabouço racional, em qual caminho dessa encruzilhada: continuar a acreditar no acaso como criador ou no Criador como mantenedor dos acasos.



            Este choque de percepções diferentes sobre o nosso encontro, levanta o questionamento sobre o significado da vida tem para nós significados diferentes. Eu acredito que o Criador proporcionou o “acaso” do nosso encontro, para que eu encontrasse mais alicerce na minha fé e no caminho que estou seguindo. E dentro deste caminho procuro trazer um pouco do reflexo da verdade para quem não teve oportunidade de raciocinar neste sentido. Para a pessoa não passou de um mero acaso. Tudo que aconteceu, não existe nenhum propósito por trás das coincidências. Para mim seria mais fácil deixá-la seguir sem fazer esta pergunta. Por que gastar meu tempo com essa pergunta, se eu tenho como gastar meu tempo com ações que me trouxessem mais rendimentos, mais vultosos, mesmo que fossem iníquos? Para a pessoa, o encontro ao acaso lhe proporcionou um momento de reflexão sobre a raiz de sua atual forma de pensar, em qual divindade, criador, acoberta a nossa existência: o Acaso ou um Criador de sabedoria infinita? Qual o mais fácil ou mais racional? Qual o mais libertador ou mais escravizante? O que é mais feliz ou infeliz? A paternidade ou a orfandade?


Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/07/2024 às 00h01