Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
28/07/2024 00h01
A JORNADA I INÍCIO (conto)

            Estou vivendo em época bem avançada no tempo. A ciência e tecnologia se desenvolveram a ponto de criarmos máquinas suficiente eficazes no alcance da dimensão espiritual que por muito tempo era inacessível. Só tínhamos acesso a ela por ocasião da morte do corpo físico. Mas a nossa comunicação com as pessoas que passaram para o mundo espiritual na condição espiritual, continuava a evoluir satisfatoriamente, através de médiuns cada vez mais sensíveis às energias vibracionais do mundo transcendental. Sabíamos das condições boas ou precárias que cada espirito assumia quando retornava ao seu lar original. Sabíamos das diversas cidades espirituais, da sua hierarquia e dos diversos campos de aprendizagem.



            O grande salto tecnológico que obtivemos foi quando desenvolvemos uma nave ampla, poderosa, de complexidade computacional capaz de se manter em curso espacial conduzindo centenas de passageiros em direção ao mundo espiritual.



            Esta viagem de colonização do mundo espiritual com nossos corpos carnais, extrapolou em importância todas as outras conquistas que alcançamos, até mesmo a longínqua conquista da lua. Agora, com o sucesso dessas viagens, estávamos alcançando a eternidade, pois quando houvesse a morte do corpo físico, já estaríamos dentro do mundo espiritual, não haveria nenhum choque emocional pelo sentido da perda.



            Já tinha ocorrido outras viagens com sucesso e as pessoas encarnadas já haviam construído cidades, tanto na proximidade da Terra quanto na proximidade de outros mundos.



            O inconveniente dessas viagens era a duração, pois para vencer a barreira vibracional para chegarmos no além com integridade do corpo físico, era necessário um tempo de cerca de 100 anos. Por isso foi desenvolvida a tecnologia para suspender a atividade biológica dos nossos corpos e preparar todo um ambiente dentro da nave para a devida adaptação ao novo mundo.



            A viagem era muito cara, para cobrir os custos de tal empreitada. Gastei todas minhas economias, mas estava convicto de valer a pena. Inclusive eu podia voltar à Terra na dimensão material após 200 anos e encontrar pessoas totalmente novas. Seria muito interessante as entrevistas que eu iria dar aos vários veículos de comunicação, que queria saber como foi a experiência e se valeu a pena dentro das minhas perspectivas existenciais.



            A minha nave levava 300 passageiros e era totalmente dirigida por comandos automáticos, computadorizados, com robôs funcionando por Inteligência Artificial, com uma programação bem próxima ao comportamento humano. Todas as capsulas de hibernação possuíam tampa de vidro e todos os registros da pessoa numa espécie de prontuário digital. eram equipadas com todos os insumos de ressuscitação.



            Dessa forma ingressei na nave, sendo recebido cordialmente por um exército de funcionários robotizados, cada um com uma missão de orientação para cada situação prevista no plano de voo. Não sentia medo a minha curiosidade do que eu iria encontrar, de como iria me comportar, era maior que os temores que vez por outra passavam por minha mente. Fui colocado para a hibernação antes da nave decolar. E assim comecei a grande aventura da minha vida.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 28/07/2024 às 00h01