Para defender a Santa Igreja Católica é preciso saber como está se procedendo os ataques, quem são os atores e quais são as instâncias deliberativas no campo administrativo para que a demolição da Igreja como foi construída no passado, venha acontecer. Vejamos o que nos diz o Capítulo III do livro “O Processo Sinodal, uma caixa de Pandora – 100 perguntas e 100 respostas”, na sua 23a. pergunta.
23. Isso significa que os fieis têm um papel ativo na infalibilidade da Igreja?
Não. Trata-se aqui da infalibilidade “passiva”, ou seja, receptiva. Só é “ativa” a infalibilidade da hierarquia: quando explicitada através do Magistério solene, dos ensinamentos dogmáticos do Papa e dos concílios, e do Magistério universal ordinário dos bispos. São Pedro e os Apóstolos (e seus sucessores) receberam o mandato de “ensinar todas as nações”, obrigando os fiéis a acreditar em seus ensinamentos: “Quem vos ouve, a mim ouve” (Lc 10,16).
Para manter a Igreja na pureza, Jesus Cristo oferece sua assistência divina ao Magistério da Igreja, como uma coparticipação de sua própria infalibilidade, garantindo a preservação pura da santa doutrina, mantendo a comunhão pregada pela Sé Apostólica onde se encontra toda a verdadeira solidez da religião cristã.
Dessa forma, a assistência de Cristo está sobre o Magistério da Igreja, conduzido por pessoas do clero, que são formadas para entender com profundidade os princípios da fé. Com essa preparação, as pessoas podem absorver a influência do Espírito Santo e agir com a infalibilidade divina.
Como podemos imaginar que os fiéis, pessoas de todas as tendências, que se agrupam na Igreja para receberem esses ensinamentos divinos, depurados pela mente de quem passou anos de estudo se capacitando para a sucessão dos apóstolos e serem dirigidos aqui no mundo material pelo sucessor de Pedro, e agora esses fiéis, que antes recebiam essa infalibilidade passivamente, se tornam capazes também de receberem ativamente essa infalibilidade?
Entendendo a grande diversidade de pensamento que existe entre os fiéis, diversos níveis de formação, como tal heterogeneidade iria atingir a comunhão espiritual, condição sine qua non para a influência do Espirito Santo? Certamente para se chegar a um caminho a ser seguido por todos, seria necessário o processo eletivo, onde todos depositassem suas opiniões e a vontade da maioria deveria ser respeitada. Chegaríamos assim ao processo democrático tão defendido pelas sociedades mundanas e tão deteriorada em seus princípios.
Vejamos o exemplo do nosso país, onde bilhões são colocados a disposição dos candidatos para que eles façam as suas campanhas eleitorais, comprando o voto com diversas benesses e favores. Longe está o nível de consciência onde os votos no candidato mais adequado para as funções pretendidas sejam obedecidas. Geralmente é eleito aquele que mais dinheiro gasta com os eleitores, e geralmente dinheiro tirado dos próprios eleitores.
Portanto, é totalmente fora de lógica colocar os fiéis para receberem a influência de Cristo para conduzir a Igreja. Sempre irá prevalecer suas tendências inatas do egoísmo, da busca do poder para suas próprias necessidades, de suas famílias, de seus amigos.
A Santa Igreja hierárquica de Cristo deixaria de existir e prevaleceria a douta, humana de iluminada Igreja democrática.