Para defender a Santa Igreja Católica é preciso saber como está se procedendo os ataques, quem são os atores e quais são as instâncias deliberativas no campo administrativo para que a demolição da Igreja como foi construída no passado, venha acontecer. Vejamos o que nos diz o Capítulo III do livro “O Processo Sinodal, uma caixa de Pandora – 100 perguntas e 100 respostas”, na sua 24a. pergunta.
24 – Os promotores do Sínodo distinguem entre o papel ativo do Magistério e o papel passivo dos fiéis no desenvolvimento orgânico do depósito da fé?
Não. O Cardeal Grech afirma que, com o processo de escuta sinodal, “o sensus fidei recupera sua função ativa, permitindo a prática da escuta como um princípio de uma Igreja verdadeiramente sinodal”, do qual teria sido privado após a Reforma Gregoriana (séc. XI). Esta última produziu “formas de endurecimento do corpo eclesial, especialmente na relação bloqueada entre Ecclesia docens e Ecclesia discens”. Naquela Igreja antiquada, de acordo com o cardeal, “todas as capacidades ativas (estavam) concentradas nas mãos da primeira, com os fiéis, o Santo Povo de Deus, reduzidos a súditos”. Tratar-se-ia agora de reverter a situação.
Esta proposta é uma verdadeira revolução branca, sem sangue, invertendo a hierarquia da Igreja a uma assembleia onde os súditos se tornam os mandantes. É a fórmula da velha democracia, o poder emana do povo e para o povo deve ser exercido.
A hierarquia estabelecida pelo Cristo, onde a cabeça da Igreja seria Pedro, sem necessidade de votação entre os apóstolos, ou entre as pessoas que o seguiam, agora a liderança seria exercida por quem os fiéis, o Povo de Deus, reunido e assembleia sinodal escolheria seu líder, não mais seria a indicação do Cristo, do Espírito Santo.
Como chegamos a este ponto na Santa Igreja Católica? Certamente este não é um processo imediato, de um ano ou décadas para outro. O pensamento humano sempre tentado pelas influências maléficas, consciente ou inconscientemente, foram aceitando as teses científica, humanitárias, iluministas, maçônicas, e lentamente foram substituindo o rigoroso limite da obediência ao Pai criador, pela liberdade humana, da lei do mais forte, quer seja física ou financeira.
Estamos desviando da evolução para uma sociedade fraterna, que obedece hierarquicamente a lei de Deus, para uma sociedade “democrática” onde os autoritários alcançam o poder pelo voto e de lá os votos não mais conseguem tirá-los, necessitando de uma luta ferrenha, como verificamos agora acontecer na Venezuela.