A Brasil Paralelo levou para a entrevista no programa Conversa Paralela, conduzida por Arthur Morrison (AM) e Lara Brenner (LB), os professores Lucas Lancaster (LL) e Marcelo Andrade (MA). Como é um tema de grande importância para compreendermos o mundo em que estamos, onde estávamos e para onde estamos indo, resolvi colocar aqui de forma resumida. Terceira parte
LB – Pode trazer alguns exemplos?
LL – A maior parte dos iluministas não concordavam entre si em temas essenciais. O Iluminismo não é um partido político ou ideologia. É uma forma de pensar na forma de destruição da cosmovisão anterior, que era bastante alicerçada nos valores da fé católica, e a substituição por uma coisa nova.
AM – Eles queriam acabar com o passado, mas não sabiam como, não tinham uma solução.
LL – Vejamos esses dois indivíduos, Voltaire e Rousseau, duas figuras dominantes intelectualmente. Voltaire é um homem que põe tudo no chão, muito habilidoso com as palavras, grande literato, muito talentoso, mas que odeia tudo que existe, sobretudo relacionado a fé. É óbvio, porque se eles tinham a pretensão de tirar o homem das Trevas, que era na mentalidade dos iluministas, a religião, a fé católica. O Iluminismo inglês não tem tanto esse problema porque já é um mundo protestante, cada um pensa de um modo diferente. Na França a fé católica era quem conformava as mentes e ela era essa força opressora da qual era necessário tirar o homem desse jugo. Então Voltaire era o homem que colocava tudo abaixo, que escreve, que dedica sua longa carreira literária para zombar. Ele era muito mordaz, sabia usar muito bem a ironia e mentia também, mentia bastante, sem nenhum peso na consciência.
LB – Ele falava que mentia, que a mentira tinha que ser usada.
MA – Ele falava contra a Igreja.
LL – Minta o quanto puder, ele falava, minta, minta, minta, que alguma coisa vai ficar. Então, quanto mais você lança mentira sobre alguma coisa, mesmo que 99% seja desmentido, 1% vai ficar. Esses são os demolidores, mas temos aqueles que idealizam um mundo novo a partir das suas próprias concepções mentais. São os ideólogos. O Iluminismo é um movimento ideológico de uma série de homens que pensam que está tudo errado, e a partir de suas elucubrações desenraizadas da realidade, a partir de mitos como é o caso do “Bom Selvagem”, lá do Rousseau. Eles imaginam que está tudo errado e partem para reconstruir o mundo a partir da razão deles, excluindo a experiência histórica, excluindo a tradição, excluindo todo o aprendizado secular da humanidade por um novo mundo ideológico. Todas as ideologias são filhas do Iluminismo, de uma cosmovisão que quer por a tradição e a realidade no chão para substituir por algo na perspectiva revolucionária, que a razão é capaz de construir.
LB – O século XIII, de São Tomás de Aquino, de Santo Alberto Magno, que era o seu tutor, um século de tanto florescimento que a gente percebe, por exemplo, na arquitetura gótica, por que as janelas são enormes? Para que a luz entre. Então essa concepção de luz não nasceu com o Iluminismo, muito pelo contrário. Posso dizer que ficou no nosso imaginário hoje, uma concepção que na verdade não é a verdadeira?
MA – Claro, na verdade Idade das Trevas é a Idade do Iluminismo
Observamos dessa forma quem deu entrada à mentira no discurso público: justamente os principais iluministas franceses, com sua razão privilegiada, tentando enganar com esses subterfúgios a população pobre de recursos intelectuais para aplicar a racionalidade que todos possuímos. Isso está disseminado por todo o planeta, com seu perfil revolucionário, onde o principal adversário não é o Estado, e sim o Cristianismo, que se opõe com a arma contrária: a verdade. Por esse motivo o Brasil, designado para ser o coração do mundo e pátria do Evangelho está sendo tão perversamente atacado pelas Trevas, que avançaram por dentro da própria Igreja Católica conquistando o posto majoritário da hierarquia. Estamos todos sofrendo os efeitos perversos dessa ideologia satânica e maquiavélica que contaminou todos os poderes da nação e agora só dependemos dos poderes divinos, pois nossa razão alcança tribunais que nossos algozes não imaginam que existe.