Pai, hoje vou conversar com o Senhor inspirado em Esdras (9:6-15) quando estava angustiado, observando aqueles transgressores da Tua lei que tinham se liberado do cativeiro do pecado, por Tua graça. Assim, estamos hoje, aqui neste mundo que foi liberto do pecado pelo esforço supremo de Jesus, que o Senhor nos enviou como Mestre, essência da Tua própria essência. Bastaria apenas que O reconhecêssemos como de Tua essência divina e seguíssemos o Caminho da Verdade que Ele nos ensinou. Posso assim sentir o mesmo constrangimento de Esdras, pois, por mais que eu reconheça os ensinamentos do Cristo como divinos, que nenhum como estes existe sobre a Terra, mesmo assim ainda me sinto transgressor em alguns momentos. Sinto-me às vezes confundido e envergonhado de levantar minha face para Ti, porque as iniquidades dos meus irmãos se multiplicam, e eu estou entre eles, mesmo que não seja na mesma intensidade e frequência. Não protesto suficientemente, com toda a força dos talentos que possuo porque me deste, contra a maldade que observo ao redor. Essas maldades, delitos, contravenções, crescem até o Céu, desde o tempo dos nossos pais, avós... Eu tenho cometido pecados até o dia de hoje, meus talentos estão adormecidos e corro o risco de serem tirados de mim e dado a outros mais eficientes. Minhas iniquidades emporcalham a minha veste espiritual. Estou hoje nas mãos perversas dos tiranos desta época, quer sejam nacionais ou internacionais. Estou no risco de ser entregue à espada, fuzil ou cassetete, ser levado ao cativeiro ou à rapina dos meus bens, quer por impostos, multas ou descaradas corrupções de bilhões, por destruição de nossas instituições estatais. Estou com medo de sair às ruas, dizer o que tenho a falar sobre a injustiça, evitar palavras que não posso pronunciar, principalmente as que levam o Teu nome como o nosso Pai. Dentro de tão grave contexto em que me encontro, Pai, rogo ao Senhor que me ilumine a visão, que me permita o são discernimento para que eu possa identificar a Verdade e ter coragem, com sabedoria de encontrar o Caminho que me tire dessa escravidão. Reconheço que sou um dos Teus filhos e que quero fazer a Tua vontade e não a minha. Por isso, Pai, me perdoe por ter violado os Teus mandamentos tantas vezes, algumas com plena consciência do que estou fazendo, outras por ignorância. Rogo misericórdia para minhas fraquezas morais e estou disposto a lutar com o Behemoth que criaste dentro de mim, para defender a existência do meu corpo e não para a corrupção do meu espírito, mesmo porque, não posso confundir o veículo/corpo do agente/espírito. A Terra que ganhamos para ser um paraíso para as nossas existências carnais se tornou imunda com a sujeira de nossas almas imprevidentes e ingratas, com as abominações do nosso comportamento, e eu participo, por menos que seja, desse emporcalhamento. Permite, Pai, que eu coloque o capacete da salvação e vista a armadura que o Cristo ensinou e entre no campo de batalha, como um cavaleiro obediente ao Mestre e Comandante, ajudando aos meus irmãos, componentes da família universal, para que permaneçam no Caminho da Verdade que nos leva à Tua intimidade.
Sim, filho, reconheço as tuas fraquezas, vícios e pecados, mas vejo em teu coração as boas intenções e que te esforça para coloca-las em prática. Tu tens a minha permissão para levantar o capacete da salvação e usá-lo junto com a armadura cristã do combate espiritual, com tuas próprias forças, pois não posso fazer por ti o que a ti compete fazer. Não quero ao meu lado na eternidade, um robô automatizado condicionado ao que desejo, e sim um espírito sábio e autônomo, mesmo que corra o risco de cair no orgulho, como aconteceu com Lúcifer.