A Netflix apresenta uma série “Hitler e o Nazismo” que nos oferece uma visão realista da influência do mal sobre pessoas que se tornam carrascos perversos dos próprios irmãos. Vejamos a décima primeira parte do episódio 1, “Origem do mal”.
Hitler decidiu sair do exército alemão após seis anos de serviço. Viu um grande potencial naquele Partido Alemão dos Trabalhadores. O partido atuava contra a República de Weimar. Atuava contra a democracia liberal. Era hostil ao comunismo e ao socialismo. Ele era hostil aos judeus.
E logo Hitler começou a ganhar uma reputação em Munique como o melhor orador nos comícios, reuniões em cervejarias e afins, daquele partido incipiente (Benjamim Carter Hett, Author, The Death of Democracy).
Para a surpresa de todos que o conheciam, Hitler passou a demonstrar uma determinação e energia ferozes. Todas as ideias absurdas que sua mente estranha vinha ruminando desde os dias de pobreza em Viena agora tinham encontrado um público (From The Rise and Fall of Adolf Hitler by William L. Shirer).
Ele desenvolveu um estilo de retórica muito característico. Quando ele começava a falar, saía um vozeirão de uma figura muito frágil, e ele ganhava uma presença imperiosa.
Hitler era genial em explorar sentimentos que já existiam na população da Alemanha. Eram militares veteranos ressentidos, que achavam que a reputação da Alemanha tinha sido arrastada para a lama. E Hitler era bom nisso: em inflamar as massas ao atingir aquele ressentimento e raiva que andavam tão presentes na sociedade alemã. Ele sabia observar o ambiente, sentir a energia e aproveitar isso ao máximo.
Ele começou a focar em certas mensagens distintas. Uma coisa que logo ficou óbvia foi o seu ódio aos judeus. É importante lembrar que os judeus na Alemanha constituíam menos de um por cento da população, uma minoria minúscula. Ele falava em tornar a Alemanha grande novamente. Ele criticava o Tratado de Versalhes.
E aquilo se tornou um turbilhão de auto piedade e ressentimento, de enxergar a Alemanha como uma grande nação que foi subjugada e empobrecida. A Alemanha passou de uma grande potência para se tornar nada? Ele explorava esse sentimento.
Com o tempo, ele conseguiu usar esse poder para expulsar a liderança do partido e se tornar líder do Partido Alemão dos Trabalhadores. Um líder cujas ordens nunca seriam questionadas. Ele deixou claro que não seria um partido democrático. Ele tomaria as decisões.
Esta biografia de Hitler no seu início, parece muito com a biografia do Lula também no seu início. Lula também era uma pessoa sem futuro promissor que se encontrou nas lutas sindicais, jogando o seu vozeirão carregado de ódio contra os patrões capitalistas que escravizavam os trabalhadores com seus salários de miséria. Usava os jargões comunistas, das revoltas socialistas, contra o governo dos militares que faziam oposição à entrada dos comunistas no controle do poder no país. Usando falsas narrativas que destruíram o orgulho nacional, criou com a intelectualidade e o clero um movimento popular, sempre criando a forma capitalista de nos organizar politicamente, até que conseguiu alcançar o poder com a força dessas falsas narrativas. Eu fui um dos que me considero ludibriado, pois dei o meu voto para ele alcançar o poder pela primeira vez. Mas, felizmente, percebi o quanto ele mentia no escândalo do mensalão, e deixei de apoia-lo e verifiquei o quanto estava errado em militar em partidos de esquerda, como eu fazia enquanto filiado ao PDT (Partido Democrático Trabalhista). Agora vejo com mais lucidez essa face do mal e fazer comparações com outras faces malignas que surgem no decorrer da história.