A Netflix apresenta uma série “Hitler e o Nazismo” que nos oferece uma visão realista da influência do mal sobre pessoas que se tornam carrascos perversos dos próprios irmãos. Vejamos a décima sétima parte do episódio 1, “Origem do mal”.
O julgamento que ocorreu em 1924, foi uma reviravolta incrível para Hitler.
Na audiência, Hitler se dirigiu à população de um jeito que mudou toda a narrativa. Ele não era mais um maluco armado tentando derrubar o governo em uma cervejaria, mas sim um homem com uma profunda consciência nacional convocando as massas a reconhecerem a disfunção daquele sistema.
Em vez de negar a culpa, ele se responsabilizou completamente, e disse: “Sim, eu fiz isso, mas os revolucionários que destruíram o Reich e criaram esta república absurda que são os verdadeiros bandidos.”
Ele colocou a si mesmo como vítima, mas também colocou a Alemanha como vítima.
Esses são os temas principais, os maiores elementos encontrados na ideologia nazista: a democracia é podre. É capitalista. É internacionalista. E, portanto, a ordem nazista iria restaurar a Alemanha à sua antiga glória (Tiffany N. Florvil, Professor, University of New México).
Jornais alemães e internacionais relataram em detalhes o julgamento de Hitler.
O Putsch da Cervejaria deu fama mundial para Hitler e os nazistas. A imprensa escrevia sobre aquela figura, carismática e interessante, que surgiu naquele julgamento. Ele se tornou um astro.
Uma parte célebre do último discurso de Hitler, no fim da audiência, foi quando ele afirmou que poderia ser condenado por traição, poderia ser preso, mas que a deusa da história iria absolve-lo, porque tudo que ele tinha feito havia sido pelo país, por patriotismo. Um dos juízes comentou: “Que senhor incrível, esse tal de Hitler.”
Essas palavras causaram um forte efeito nos juízes, e ele recebeu a sentença mais leve possível, cinco anos de prisão.
O juiz de direita simpatizava com Hitler, e acrescentou a sentença a possibilidade de condicional depois de apenas seis meses.
Eis uma mente perversa, vingativa, mas inteligente. Conseguiu ver o que fez de errado para alcançar os seus objetivos e fez uma mudança radical nos pensamentos e comportamento. O objetivo era levar o povo para crer no que ele estava dizendo, que tinha muito a ver com a realidade que todos sentiam e imaginavam, mas não com o pensamento autocrático e dominador, que incluía o mundo todo, que estava embutido nas entrelinhas.
O mesmo aconteceu com o nosso país. Pessoas com mensagens de liberdade, justiça, democracia e honestidade, conseguiram alcançar o poder e praticam justamente o contrário do que anunciavam. Agora estamos em situação crítica, caminhando cada vez mais para perto do abismo, como aconteceu na Alemanha dos trabalhadores socialistas, o nazismo.