Lucas registrou em seu Evangelho (17, 7-10) que quando tivermos feito tudo que nos é por obrigação fazer, somos simples servos, fizemos simplesmente o que devíamos fazer.
Será que o nosso patrão vai nos gratificar ou agradecer por termos feito o que ele havia mandado?
O patrão não precisa agradecer, afinal o servo não fez nada de extraordinário.
Será mais útil quem fizer mais do que está obrigado a fazer, pois não basta cumprir as obrigações materiais para ser um discípulo do Cristo, tem que ser capaz de ir além.
Os compromissos materiais por mais éticos e produtivos que sejam, estão dentro de certa bolha evolutiva que nos faz ser mais competentes a cada dia, com o avanço da ciência, da tecnologia, e dominar com mais eficácia os segredos da Natureza.
O Cristo espera de nós, seus discípulos, que trabalhemos para além dessa bolha material, que trabalhemos para construir o Reino de Deus e que não pertence a este mundo material, mas que pode influenciá-lo para que se torne uma sociedade perfeita.
O discípulo que e dispõe a fazer isso, tem que saber o preço a pagar, o preço de carregar sua cruz, conforme o Mestre demonstrou.
Mesmo que essa cruz que nós iremos carregar não tenha o mesmo peso daquela carregada pelo Cristo, cada um receberá o peso de sua cruz conforme a resistência do corpo e da alma.
As vezes iremos procurar algum parente ou amigo, ou mesmo um curioso que nos ajude a levar nossa cruz, como aconteceu com Simão Cirineu que terminou ajudando Jesus sob ordem romana.
Na AMA-PM nós sentimos o peso dessa cruz. Por ser uma associação de natureza cristã, servindo ao próximo como Jesus ensinou, sem esperar nenhuma recompensa material, mesmo assim recebemos críticas, ameaças e até mesmo denuncia em delegacias policiais.
Apesar disso continuamos a fazer o trabalho cristão, seguindo pela trilha estreita como Jesus ensinou. Ajudando e evangelizando a todos que necessitam, sem exclusão de ninguém, sem procurar a recompensa material.
Estamos convictos que nossa recompensa estar reservada na dimensão espiritual, onde a vida real acontece com o caráter da eternidade.
Aqui observamos e estamos dentro das efemeridades da dimensão material, onde o tempo vai destruindo tudo que encontra pela frente. Ontem éramos jovens, cheios de vitalidade material, hoje somos idosos sem tanta vitalidade física, mas com a consciência vitalizada pelos ensinamentos do Cristo.
Esta é a percepção que possuímos, que estamos caminhando ao lado do Cristo e amparados pelo Espírito Santo, que fortalece nosso corpo e inteligência, para sabermos onde ir e o que fazer, apesar do peso da cruz.