Encontrei no Livro de Tobias (6, 16-22) um trecho interessante que fortalece o meu entendimento de que estou fazendo a vontade de Deus, apesar de toda a crítica que recebo em contrário, principalmente das minha companheiras íntimas.
Tobias enviou seu filho, também chamado Tobias, a uma terra distante para cobrar uma dívida. Sem saber, foi contratado um anjo, Rafael, que se disfarçou sob o nome de Azarias, para conduzir o jovem em sua missão.
Azarias disse ao jovem Tobias que ia encontrar uma moça chamada Sara e que ele deveria a pedir em casamento ao seu pai, Raguel, que a tinha como única filha. Tobias filho ficou preocupado, pois sabia que ela já fora casada com sete maridos, e que morreram, e que também soube que um demônio os matara. Temia que lhe sucedesse o mesmo, deixando seus pais sem suporte na velhice. Foi nesse momento que o anjo Rafael lhe disse:
Ouve-me, e eu te mostrarei quais são aqueles sobre quem o demônio tem poder. Estes são os que se casam de maneira que lançam a Deus fora de si e do seu espírito, e se entregam tanto ao seu deleite, como o cavalo e o macho, que não tem entendimento: então o demônio tem poder sobre eles. Mas tu quando a tiveres recebido, tendo entrado na câmara, viverás com ela em continência por três dias e não cuidarás noutra coisa que em fazeres orações com ela. E nesta mesma noite, queimando o fígado do peixe, se afugentará o demônio. E na segunda noite serás associado aos santos Patriarcas. E na terceira noite, conseguirás a bênção, para que de vós nasçam filhos robustos. E passada a terceira noite, receberás esta donzela em temor do Senhor, levado mais do desejo de terem filhos do que por sensualidade, a fim de conseguirem nos filhos a benção reservada à descendência de Abraão.
Entendo que os demônios, os filhos das trevas, encarnados e desencarnados, estejam todos ao nosso redor e nos influenciando conforme as vibrações do nosso pensamento. Da mesma forma acontece com os filhos da Luz.
O instinto sexual que integra a nossa natureza animal, serve como ferramenta para fazer o trabalho das trevas ou o trabalho da luz. Resta a nossa consciência decidir com o livre arbítrio, de que forma podemos usar o sexo. Sempre fui motivado fortemente pelo instinto em busca do prazer sexual, mas sempre coloquei tal prazer subordinado a ética de não fazer mal ao próximo, de fazer sempre aquilo que eu desejaria fosse feito a mim mesmo se eu tivesse no lugar da pessoa. Foi esse o motor que fez eu mudar a minha forma de pensar no tradicional da cultura, de manter um casamento com fidelidade a um amor exclusivo. Observei que isso não era obedecido pela maioria das pessoas que terminavam atendendo os seus desejos de forma dissimulada, mentirosa. Eu também atendi a esses desejos, mas de forma transparente, dentro da verdade, mesmo que isso implicasse, por justiça, dar o mesmo direito a minha companheira, minha esposa. Foi com muito sofrimento moral que eu me desviei da cultura humana da minha sociedade para a cultura divina do Reino de Deus, como eu passei a acreditar. Cheguei a ter chances diversas de atos sexuais com pessoas do meu relacionamento, que eu tinha forte desejo sexual, mas eu conseguia abortar esse desejo quando percebia que ele não atendia os critérios do Reino de Deus.
Agora, lendo as orientações que o anjo Rafael dar a Tobias no seu relacionamento íntimo com Sara, vejo que tenho o mesmo comportamento. Chego a sair com pessoas que tenho desejo sexual, mas coloco em segundo plano tal desejo, sempre está a lei de Deus em minha consciência a me dizer até que ponto posso ir sem sair do Caminho estreito que o Cristo ensinou.
Chego a ficar oito anos convivendo com minha esposa, dentro da mesma casa, dormindo na mesma cama, mas controlando o desejo sexual por saber que ela estava impactada com o meu comportamento de liberdade.
Chego a ir a motel com pessoa a qual desenvolvi forte paixão, exclusivamente para o ato sexual, mas que controlo a sua realização quando percebo que a pessoa não tem o mesmo sentimento por mim e sim por outra pessoa, e que a realização do ato sexual comigo iria trazer mais desprazer do que prazer para ela. Entendo os seus argumentos e sentimentos e controlo os meus desejos instintivos em nome da lei de Deus.
Chego a fazer leituras bíblicas e orações em pleno motel, sem chegar ao ato sexual, deixando em evidência sempre o lado espiritual.
Com todas ficam um rastro de amor que não se perde com o passar do tempo.
São essas ações que afastam o demônio de minhas vibrações, pois mesmo percebendo que nelas existem o desejo sexual, sabem que sempre irei direciona-las para a construção do Reino de Deus.