Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
18/11/2024 00h01
PENSAMENTO DO PROFESSOR JOHN LENNOX (1/3a. PARTE)

            John Carson Lennox (Armagh, Irlanda do Norte, 07-11-1943) é um matemático, filósofo da ciência, apologista cristão e professor de matemática da Universidade de Oxford. Ele é conselheiro do Green Templeton College, Oxford e um Fellow (membro de alto nível) em matemática e filosofia da ciência pela mesma universidade. Esta é uma apresentação dividida por mim em três partes, feitas a um auditório.



            Creio no Deus sobrenatural que criou os céus e a Terra.



            Creio em um Deus que sustém a existência dos céus e da Terra.



            Creio que estas são as bases da existência racional. Similar as bases dos fundadores desta casa. Que deram o tema desta universidade: DOMINVS ILLVMINATIO MEA (O Senhor é a minha luz).



            Eles não viram contradição alguma entre fé de Deus e o inquérito racional mais supremo e excelente.



            E se eu ousar mencionar a faculdade em que me graduei neste local sagrado, eu vos lembraria que nas portas do Laboratório Cavendish, em Cambridge, estão escritas estas palavras: Grande são as obras do Senhor procuradas por todos que nelas têm prazer (Salmos 111:2).



            E enquanto vemos o crescer da ciência nos séculos 16 e 17, Alfred North Whitehead e muitos outros comentaram que o homem se tornou científico porque esperava leis na natureza, e acreditava no doador dessas leis.



            Então, senhoras e senhores, não tenho vergonha em ser ambos, cientista e cristão, porque indiscutivelmente a cristandade deu o meu tema. O que me fascina é que pensadores sérios de hoje continuam a nos pedir para escolher entre Deus e a ciência. É como pedir para escolher entre Henry Ford, o engenheiro e a explicação do carro.



            Quando Newton descobriu a Lei da Gravitação ele não disse: “Eu tenho uma lei, não careço de Deus”. Não. Ele escreveu PRINCIPIA MATHEMATICA indiscutivelmente o maior trabalho nas histórias da ciência. Ele viu que Deus não é o mesmo tipo de explicação que a ciência pode dar. Deus não compete. Ações não competem com mecanismos e com leis



Por que há algo ao invés de nada? Allan Sandage, cosmologista brilhante, tornou-se cristão nos anos 50 disse: “Deus é a resposta a esta pergunta”. Mas as pessoas estão tão desesperadas a tentar mostrar que o Universo se criou a si mesmo do nada, o que me parece um oxímoro (também chamado paradoxo, é uma figura de linguagem ou figura de pensamento que consiste na expressão de uma ideia contrastante, isto é, em que há oposição, além de conter em si uma contradição, uma incoerência, por apresentar elementos que se contradizem. Por exemplo: A sua obra está coberta por uma luminosa escuridão).



Se digo que X criou Y, assumo que X explica a existência de Y. E se digo que X criou X, assumo que X explica a existência de X. O que simplesmente aponta que um absurdo gera outro absurdo, ainda que renomados cientistas o tenham pronunciado.



            Lembra-me um pouco de G.K. Chesterton que disse: “É absurdo alegar que é impensável a um Deus impensável criar o Universo do nada e fingir que é mais concebível que nada tornar-se-ia em tudo.”



            “Os céus declaram a glória de Deus” diz o antigo salmo. E ainda se divertem um pouco vendo o lançamento das forças da natureza. É algo tão impactante aos cientistas que demanda explicação.



            E me parece que Arno Penzias acertou. Ele é o ganhador do prêmio Nobel, que descobriu a radiação de fundo na qual muitas evidências do Big Bang são baseadas. Ele disse: “A astronomia nos guia a um evento único: um universo que foi criado do nada. Um com equilíbrio delicado necessário para prover as exatas condições requeridas para haver vida e outro que possui o que alguém pode chamar de sobrenatural plano”.



            Mas quero chegar ao que creio ser um dos argumentos fundamentais do teísmo. Suponho que esta casa creia na razão. É por isto que estamos aqui. E como cientista creio que o universo é racionalmente inteligível. Isto é algo que impactou um dos gênios da ciência como algo que exigiu explicação. Albert Einstein disse que a única coisa incompreensível sobre o universo é que ele é compreensível.



Vigner falou sobre o efeito irracional da matemática. Como pode um matemático pensar na sua cabeça aqui e bolar equações que parecem encaixar-se no universo ali. Como é possível, então?! Porque a ironia da posição ateísta aqui é evidente.



            Meus amigos ateístas e tenho muitos, dizem que a força dirigente da evolução que produziu nossas faculdades mentais, incluindo a razão, não está nada preocupada com a razão, mas sim com a sobrevivência. E todos sabemos, senhoras e senhores, o que frequentemente ocorre e ainda ocorre com a verdade quando indivíduos de corporações comerciais ou nações se sentem ameaçados e lutam por sobrevivência.



            O filósofo chefe de Notre Dame, Alvin Platinga, disse: “Se o ateísmo está certo que somos um produto de processos naturais descuidados e irracionais, então há fortes razões para esquecermos a responsabilidade das faculdades cognitivas humanas. E, portanto, inevitavelmente devemos abandonar qualquer crença que eles produziram, incluindo o próprio ateísmo. A sua biologia e sua crença no naturalismo estariam, portanto, aparentemente em guerra uma com a outra. Em um conflito que não há nada a ver com Deus.



            Este é o ponto central da divergência teísta x ateísta: quem foi o responsável pela explosão (Big Bang) do ponto extremamente concentrado de matéria? Deus ou o nada? Sou fortemente convicto de que foi Deus.  


Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/11/2024 às 00h01