Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
20/11/2024 00h01
PENSAMENTO DO PROFESSOR JOHN LENNOX (3/3a. PARTE)

            John Carson Lennox (Armagh, Irlanda do Norte, 07-11-1943) é um matemático, filósofo da ciência, apologista cristão e professor de matemática da Universidade de Oxford. Ele é conselheiro do Green Templeton College, Oxford e um Fellow (membro de alto nível) em matemática e filosofia da ciência pela mesma universidade. Esta é uma apresentação dividida por mim em três partes, feitas a um auditório.



            Ciência, é claro, maravilhosamente é limitada. Até um prêmio Nobel quando analisa uma torta não sabe porque foi feita. Mas a tia Matilda, que a fez, pode lhe dizer. Ela pode revelar a você. Mas se ela não lhe revelar talvez você nunca saberá. E isto me traz a minha próxima evidência: é o mesmo com o Universo. Podemos analisa-lo muito bem, mas finalmente há um Autor. E creio que há, e somente Ele pode nos dizer os porquês. E assim o fez na narrativa poderosa da Bíblia.



            E particularmente, na análise do problema com a humanidade, não somente em termos de colapsos comportamentais entre pessoas, mas um colapso vertical de confiança entre nós e o Criador.



            A solução única para este problema não é simplesmente uma questão de desenvolvimento ético humano, ainda que isto seja muito importante, mas uma questão de algo muito mais profundo. A restauração da relação fraturada entre homem e Deus através da salvação trazida por Jesus Cristo. Um relacionamento radical que nos possibilita viver eticamente por Deus.



            E aqui chegamos naquilo que para mim é a evidência central. Não somente pela existência, mas pela natureza de Deus. É Jesus Cristo.



            Ele não só foi quem ensinou a regra de ouro, mas quem a realizou. Alimentou famintos, curou doentes, os sofrimentos, acolheu sociedades marginalizadas, trouxe ordem e respeito aos marginalizados e envergonhados. E trouxe perdão e paz a muitos milhões pelo mundo a fora.



            Ele é capaz de fazer isto, é claro. Porque ainda que fosse homem, ele, unicamente, nunca foi somente um homem, mas Deus sendo homem.



            A evidência central para esta alegação surpreendente é, claro, sua ressurreição dos mortos, que lançou a cristandade no mundo.



            Esta é, senhoras e senhores, certamente um assunto nevrálgico. Se Jesus ressuscitou dos mortos, a morte não é o fim, o ateísmo é falso. Se Jesus não ressuscitou dos mortos, o cristianismo é falso.



            Lembro-me de Cambridge, como estudante, ouvindo o brilhante Sir Norman Anderson, um especialista legal observando as evidências forenses sob uma perspectiva legal como um advogado brilhante e disse ao fim da aula: “A tumba vazia, então, de Jesus forma uma rocha verdadeira sobre a qual todas as teorias racionalistas sobre a ressurreição se desviam em vão”.



            Agora, por fim, quando leio a Bíblia não somente encontro satisfação intelectual nela, ainda que encontre muito disso. Eu sinto a voz de Deus falando comigo. Você pode dizer que é muito pessoal, mas, senhoras e senhores, temos sido questionados hoje sobre crer em Deus. E quero enfatizar fortemente que Deus não é uma teoria, mas é uma pessoa. E se a origem da minha pessoa é um Deus pessoal, então a coisa mais excitante é que há uma possibilidade de se conhecer a Deus!



            Eu não simplesmente creio que haja um Deus. Eu cheguei a conhece-lo e a confiar nEle. E tenho fortes razões para fazê-lo. Por causa de Cristo ter morrido e renascido por mim. E isso tem me gerado um sentimento de gratidão completa, imerecida aceitação de paz. Isto me tem feito encarar o lado bruto da minha própria natureza, e com a ajuda de Deus a fazer algo a respeito. Mas permitiu-me fazer algo mais. O problema mais duro que enfrento como cristão é o problema do mal e da dor. Minha sobrinha teve um tumor aos 22 anos que a matou. O que dizer a minha irmã? E este é o problema mais duro que nós encaramos. Mas parece que o ateísmo aqui não possui uma resposta. Pois por definição o ateísmo crê que a morte é o fim. Então, não há uma última esperança.



            Mas vejam, senhoras e senhores, podemos ficar até meia-noite ou mais argumentando aqui como se tem feito nesta universidade por séculos. O que um Deus bom deveria, poderia, conseguiria, pode, se, possivelmente somente, poderia, como ter feito... e nunca chegaríamos a lugar algum. Parece-me que há outra pergunta que podemos fazer. E é esta: visto que a vida se nos apresenta com um quadro duplo: nós vemos coisa belíssimas, vemos boas tortas, vejo dor e feridas. Vemos alegria... Como podemos conciliar isto? E me parece que aqui não cabe uma resposta simplista, mas um vento que a anuncie e é este: Se é verdade de fato que Jesus é, e eu creio ser o filho de Deus, então podemos perguntar o que Deus estava fazendo numa cruz. E a resposta vem de volta pelo menos. Deus não ficou distante de nossa dor. Mas tornou-se parte dela. E o outro lado disto é este: porque Jesus ressuscitou dos mortos ele será o Juiz final. Eis aqui uma ironia, porque o ateísmo não possui esperança final de justiça por definição. A vasta maioria das pessoas na história do mundo morreram sem justiça e morrerão sem justiça. E, se a morte é o fim, então, é claro, não há esperança de justiça final. Mas a promessa no Novo Testamento garantida pela ressurreição de Jesus é que ele será o Juiz no dia que está por vir.



            Então, senhoras e senhores, estas são algumas das razoes pelas quais Deus é real e digno de confiança.



            Obrigado.



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            Uma palestra muito instrutiva, serve para colocar em uma boa perspectiva natural e real a nossa narrativa de vida pessoal. Confesso que ainda fico confuso na identidade de Cristo com Deus, o Criador e mantenedor de todo o Universo. O que Ele estava fazendo encarnado como homem entre nós... deixando todo o resto do Universo a toa? Mas consigo permanecer na minha sobriedade narrativa, de que Cristo é realmente Deus encarnado, jogando minhas dúvidas no amplo barril de ignorância que ocupa a minha consciência. A apresentação do professor John Lennox serviu para ampliar e consolidar mais ainda minhas convicções. Agradeço e espero que o mesmo tenha acontecido com os meus leitores.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 20/11/2024 às 00h01