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18/02/2025 00h01
VIRTUDES, CARÁTER E PERSONALIDADE (I)

            Com base no artigo de Scott Galloway, a revista online Gazeta do Oeste desenvolve o texto em 15-12-2024,  “Quatro virtudes para resgatar o caráter na ‘era da personalidade’”, que resolvi digitar aqui em duas partes e refletir o conteúdo com meus leitores...



            Para o imperador estoico Marco Aurélio, a justiça era “a fonte de todas as outras virtudes”.



Apesar do título "sedutor", "A Álgebra da Riqueza: Uma Fórmula Simples para o Sucesso" (editora Intrínseca) vai além de conselhos duvidosos sobre como ficar milionário rapidamente.



Pelo contrário: sua proposta é ser um guia para a conquista da segurança financeira, a partir de parâmetros dos tempos atuais.



Para isso, o professor de negócios Scott Galloway, da Universidade de Nova York, combina conselhos práticos e reflexões filosóficas — como no trecho a seguir, em que aborda a diferença entre viver de acordo com valores sólidos ou ceder às pressões da superficialidade.



Quando descrevemos pessoas que admiramos, as chamamos de “corajosas”, “empreendedoras” ou “inovadoras”.



Todas essas características têm a ver com uma determinada nuance de ação, mais especificamente com pessoas dispostas a ações que se alinham a seus valores, palavras e planos. Como Carl Jung disse: “Você é o que faz, não o que diz que fará”.



Infelizmente, somos bombardeados com mensagens afirmando que existem atalhos para preencher essa lacuna entre intenções e ações.



Ao se preparar para escrever o clássico guia de desenvolvimento pessoal “Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”, Stephen Covey não apenas estudou pessoas bem-sucedidas, mas também revisou a literatura sobre como se tornar bem-sucedido. Do período pós-Segunda Guerra Mundial em diante, ele percebeu uma mudança do que chamou de “ética do caráter” para uma “ética da personalidade”.



Obras mais antigas encorajavam os leitores a construir o caráter: promover princípios e valores em si mesmos, construir o sucesso com base em virtudes como a temperança, a diligência e a paciência.



Os conselhos mais recentes, por outro lado, eram centrados em como mudar apenas a própria personalidade: o modo como se apresenta aos outros. Como diz o título do avô desses livros de desenvolvimento pessoal: “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”.



Covey escreveu o livro na década de 1980, mas qualquer busca na internet vai apenas confirmar que essa tendência só se acelerou. A mídia social está repleta de life hacks (já viram algo chamado café com cogumelos?), cantadas para a hora da conquista e outros “truques estranhos”. Cada aspecto de nossa vida tem uma dieta da moda correspondente.



O que mantém o fluxo dos conselhos de ética da personalidade é que eles podem lhe dar um impulso momentâneo, mas não funcionam durante um período significativo ou contra alguma oposição importante. (Um levantamento de 121 estudos descobriu que inúmeras dietas populares, independentemente da teoria que defendessem ou da celebridade que as promovesse, não apresentavam nenhum efeito sobre o peso depois de um ano.)



Assim como os adeptos das dietas da moda inevitavelmente voltam ao peso anterior, essas táticas para o sucesso são apenas isso (táticas, inteiramente enraizadas em um comportamento específico) e não duram.



Se eu lhe contar que o segredo do sucesso é acordar às 5h30, tomar um banho frio e correr 8 quilômetros, não será um mau conselho. Provavelmente você ficará mais focado e produtivo nos dias em que fizer tudo isso. E talvez siga o conselho por alguns dias, ou mesmo, se for altamente disciplinado, por algumas semanas. Mas a novidade passa e a escuridão e o frio matutinos persistem.



Eu passei grande parte da vida profissional perto de pessoas ricas, e algumas acordam mesmo às 5h30, tomam banho frio, etc. Mas não é por isso que elas são bem-sucedidas.



Esses hábitos resultam de uma vida proativa e disciplinada. Caráter e comportamento são indissociáveis. Antigas defesas contra tentações modernas.



Formar o caráter de acordo com as boas tendências que possuímos é a chave para ser habilitado como um cidadão do Reino de Deus. O que observamos é o contrário, a pessoa usa da inteligência para explorar o trabalho do próximo, acumulando com suas iniquidades recursos materiais que nenhuma utilidade tem no mundo espiritual, pois nada do que foi acumulado aqui na Terra pode ser levado para o mundo espiritual.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/02/2025 às 00h01