Esta é a minha prova escolhida por Deus para testar a minha competência em fazer a Sua vontade em ambiente hostil à cultura, aos princípios religiosos organizados por nossa inteligência humana. O Bar Canavial é uma boate humilde onde trabalham prostitutas vindas de vários municípios. Já fiz o primeiro e segundo contato com elas. Este é o terceiro contato. Criei certa expectativa entre elas, acredito que positiva. Apesar de não consumir os produtos que elas estão a comercializar, sexo e bebidas, levo para elas uma mensagem de fraternidade cristã, e principalmente uns poucos recursos dos quais elas são carentes.
Não sei bem como proceder, sigo minhas intuições e acredito que vou sendo assistido pelo Espírito Santo, que percebe quais são minhas intenções e deixo permissão para o Cristo agir em meu corpo como se fosse Ele.
Combinei com Gil, aquela que fiz o primeiro contato e parece que é a que entende melhor quais são meus propósitos. Disse que iria chegar por volta das 18h e levaria pão para tomarmos café juntos.
Quando chegar convido para sentarmos e fazermos juntos um Evangelho parecido com aquele que fazemos no lar. Espero que estejam só elas no momento, mas se por acaso já se encontrar algum cliente, convidarei para participar conosco.
A ideia que tenho no momento não é de criticar ninguém por essa forma de comércio, não sei qual a motivação e/ou necessidade que existe em cada pessoa. Se ninguém se dispor, farei uma oração inicial e final a leitura de um pequeno texto Evangélico que levarei para nossa reflexão.
O objetivo principal é mostrar que estou praticando a vontade de Deus, nosso Pai universal, que todos Seus filhos sejam atendidos em suas necessidades. Com certeza algumas delas fazem oração e pedem a Deus alguma ajuda. Talvez seja eu o filho que o Pai está me pedindo para que eu faca aquilo que Ele faria se estivesse no meu corpo.
Mostrarei que da mesma forma que estou agindo, qualquer filho de Deus pode agir, dando um pouco do que tem para quem não tem nada, mesmo que seja uma palavra de conforto, um sorriso de agradecimento ou uma lágrima de compaixão.
Vou me preparar agora para sair para o encontro com essas intenções no coração. No caminho pararei na padaria para comprar os pães e me dirigirei conforme Deus me intuir a cada momento, pois sei que irei precisar de muita sabedoria para encontrar as palavras corretas que consigam tocar as cordas dissonantes dos corações daquelas mulheres, algumas tão velhas e outras tão jovens, oferecidas como pastos para almas também amarguradas e endurecidas pela brutalidade da sobrevivência.
Ao voltar farei outro texto para acompanhar este, como experiência do antes e do depois e do que posso aperfeiçoar em outros momentos.