Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
12/08/2015 23h59
ANATOMOPSICOFISIOLOGIA MULTIDIMENSIONAL

            Hoje fui dar a minha aula na disciplina de “Medicina, Saúde e Espiritualidade” com um texto introdutório com o título que dá nome a esse texto. Neste semestre procurarei organizar todas as aulas, cada aula com o seu preâmbulo, slides e interação com os alunos na forma de perguntas sobre a referida aula. Então, para esta minha aula preparei o preâmbulo que reproduzo na íntegra, abaixo.

O mundo acadêmico está mais familiarizado com o mundo material o qual é avaliado por nossos sentidos naturais e capazes de serem reproduzidos em qualquer laboratório em torno do mundo, desde que sejam mantidas as condições originais da primeira observação. Tudo isso é conduzido pelos pensamentos elaborados dentro de um raciocínio lógico, coerência, que avança dentro do desconhecido, construindo ferramentas como o método científico, em busca da verdade, por mais estranha e inesperada que seja. Dentro deste paradigma o aparelho mental não pode abrigar preconceitos inacessíveis ou indestrutíveis pela verdade que pode surgir a qualquer momento pela força dos fatos.

            Dentro desses princípios, podemos contextualizar o nosso atual estágio de conhecimentos de forma que explique de forma mais satisfatória a Natureza em todas as suas dimensões, espaciais e temporais, inclusive.

            Esta aula pretende colocar toda argumentação que surge em decorrência dos fatos, dentro de conceitos coerentes com a realidade, quer sejamos capazes de mensurá-las ou não. Utilizamos o método científico como uma ferramenta importante para a descoberta da verdade, mas não como instrumento para negar uma realidade que ela ainda não é capaz de alcançar. Nesse ponto chegamos ao atual nível de compreensão e que pode ser corrigida a qualquer instante por teoria mais coerente.

            O Fluido Cósmico Universal é o elemento primitivo do qual surge a Natureza obedecendo à Lei Maior, uma força inteligente, criadora, Deus. Esse fluido assume dois estados distintos: de materialização (ponderabilidade), e de eterização (imponderabilidade). A materialização pertence aos fenômenos do mundo visível, estudados pela ciência; à eterização pertence os fenômenos do mundo invisível, espirituais ou psíquicos. Dentro deste mundo vamos explicar a existência dos seres incorpóreos, os espíritos. Nesse processo de materialização/eterização surge uma faísca inteligente (princípio inteligente), originada da força criadora, que passa a percorrer todo o trajeto evolutivo intercambiando os dois mundos, material/espiritual, até sua constituição como espírito racional, sintonizado cada vez mais com a Lei Maior.

            Dentro desses dois estados diferentes existe a Lei da Evolução que obedece a força criadora. No mundo material, biológico, a Lei da Evolução foi bem descrita por
Darwin cujos seres avançam pela competência, pela lei do mais forte, do mais eficaz. No mundo espiritual a evolução acontece entre os seres inteligentes, da ignorância da Lei Maior para o conhecimento dela e sua aplicação. Os espíritos adquiriram uma condição racional superior de interferir com a Lei Maior e até agir em sentido contrário. 

            Os espíritos, pelo pensamento, podem dar uma direção aos fluidos: podem aglomerar, combinar ou dispersar. A ação vai depender da competência e do saber.

            Esta aula tem o objetivo de mostrar a linha de raciocínio que entende a formação multidimensional do corpo humano, segundo os estudos milenares das filosofias orientais, respaldados cada vez mais pelos avanços da ciência e da tecnologia.

            Dessa forma estou dando seguimento a nova sistemática de aulas que poderei mais adiante transformar em livro texto para esta disciplina.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 12/08/2015 às 23h59
 
11/08/2015 23h59
CLARA DE ASSIS

            Hoje é dia de Santa Clara, a companheira espiritual de Francisco. Lembro que ela teve a coragem de seguir o caminho de Francisco, contra tudo e contra todos, concordando que estavam fazendo assim a vontade de Deus e seguindo as lições de Jesus. Também procuro fazer isso, obedecer a Deus e seguir as lições de Jesus. No entanto por um caminho diferente. Enquanto Francisco e Clara resolveram se devotarem à pobreza e à humildade, dentro de um contexto celibatário, eu tento me devotar ao amor incondicional dentro de um contexto familiar ampliado. Enquanto o formato de ações de Francisco e Clara não contribuem para a geração de novos seres humanos, apesar de respeitarem os que já são formados e os que se empenham nisso dentro da família tradicional, nuclear, o formato de minhas ações contribui de forma ampla para a geração de novos seres, dentro de uma família ampliada, protótipo da família universal. Porém, ambos os formatos estão cobertos pelo guarda-chuva do amor incondicional. Isso é o mais importante.

            Da mesma forma que Francisco de Assis, eu também procuro estar atento as necessidades da comunidade. Ele em Assis, naquela época, e eu na Praia do Meio, na atualidade. Também uso os recursos de tolerância e compreensão dentro dos meus relacionamentos, mesmo que seja com pessoas mais afastadas do meu convívio diário. Um exemplo disso foi a intervenção que fiz dentro do grupo do whatsapp que foi criado para a interação dos membros da AMA-PM e que foi reencaminhado um vídeo de crítica política que provocou a saída de um dos nossos membros. Colocarei abaixo a íntegra do que foi postado pela colega e por mim.

            - Eu vou me desligar deste grupo pela falta de decoro de mensagens aqui veiculadas. Cansei! Sugiro que nossa cidadania seja exercida de modo ordeiro e decente. Que nossas críticas sejam baseadas em fontes sólidas e confiáveis. Eu mesma conheço uma estrada aqui no RN, de acesso à Lagoa do Bonfim, que consta lá em Brasília como asfaltada e iluminada, mas é de barro e esburacada. A verba federal veio três vezes para o RN e aqui foi usada em outras coisas.

            - Lembro quando Jesus iniciou sua missão e passou a escolher os doze para ajudar na tarefa. Eram pessoas rudes, analfabetas na maioria, vaidosas, orgulhosas, medrosas, impetuosas... e até falsas! Mas o Mestre queria ensinar com a ajuda deles como aprender a praticar o amor e a partir daí a construção do Reino de Deus. Dois mil anos estão se passando, Suas lições estão espalhadas por todo o planeta. Muitas pessoas tentam seguir essas lições no íntimo do coração. Poucos grupos se juntam para praticar as lições que Jesus ensinou. Nenhuma nação até hoje conseguiu nem ao menos chegar próximo da proposta de Jesus. Somos um grupo, pequeno, mas intuído por Deus para aplicar as lições do Mestre. Todos somos imperfeitos, disso todos temos certeza. Mas é com pessoas imperfeitas como nós que Deus conta para sermos instrumentos da Sua vontade. Mas como fazer para caminhar unidos apesar de nossas diferenças? A nos abraçar apesar de nossos espinhos? Acredito que o próprio Jesus também nos deixou essa lição: AMAR UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI. Então, esse deve ser o nosso esforço do dia-a-dia – amar uns aos outros! Para ajudar nesse processo temos que evitar colocar neste espaço midiático, onde deve prevalecer as lições do Mestre, quaisquer outras convicções que tenhamos desenvolvido nas nossas experiências de vida e que não são comungadas com a mesma veemência por nossos companheiros. Por isso orientamos aos companheiros a não postar neste espaço defesas ou acusações políticas, religiosas ou esportivas. São temas que não levam a um consenso entre nós e termina contribuindo com a desagregação. O tema que nos une e é o motivo de darmos o nosso sangue, suor e lágrimas, é a aplicação do Evangelho em toda a pureza que possamos fazer. Quando um membro entra neste grupo intuído por Deus, acredito que o Céu entra em júbilo. Quando alguém sai porque sente o seu coração ferido e agredido por palavras, mesmo que sejam de outrem, cujos corações não vibram como o nosso, o Céu se cobre de cinza e os pingos de chuva se confundem com nossas lágrimas. Hoje é dia de Santa Clara de Assis, a companheira espiritual de Francisco, e que por amor a ele e a causa de Cristo, abandonou toda a vaidade deste mundo material. Vou orar para que ela intua as nossas mentes e corações para que cada um de nós telefone ou mande mensagens para a professora R, lembrando a ela que somos irmãos e engajados no mesmo projeto de sermos um foquinho da grande luz do Criador, e que não podemos ficar sem ela, sem ninguém que o Pai enviou. Paz e luz!

            Assim foi o que aconteceu neste dia que espero tenha tido a participação da santa homenageada, Santa Clara de Assis.   

Publicado por Sióstio de Lapa
em 11/08/2015 às 23h59
 
10/08/2015 00h01
O CAMINHO DAS PEDRAS

            A ideia do caminho das pedras sempre nos evoca o local onde podemos caminhar com segurança para não cairmos em nenhum tipo de abismo, de lodaçal. Mas pode existir outra versão desse caminho, como algo inseguro, cheio de perigos. Foi assim que observei com as pedras que estão no caminho entre a Praia do Meio e a Praia do Forte, no trajeto que faço para ir à hidroginástica.

            Na última quinta feira, dia da hidroginástica, levantei da cama no horário previsto, coloquei o meu calção de banho e desci do apartamento para a praia. Durante a caminhada notei que a maré já estava um pouco alta e tem um setor, com pedras, que a maré bate no paredão construído para proteger o calçadão da força das ondas. Vi que durante o fluxo e refluxo das águas, as pedras ficavam momentaneamente cobertas de água para logo em seguida ficarem a descoberto e mostrarem por onde devíamos pisar, pois sobre elas seria inconveniente e arriscado sofrer uma queda com sérios machucões. Eu poderia muito bem sair da areia e subir no calçadão, como sempre faço, para evitar esse risco. Mas neste dia eu decidi ir pela areia e enfrentar o caminho das pedras. Imaginei que isso poderia servir de lição para mim, pois não estou sempre na vida encontrando obstáculos dos quais eu deverei ter a sabedoria e prudência de evitar? Pensando assim continuei o meu trajeto pela areia.

            Ao chegar à área das pedras, observei que as pessoas que caminhavam pela areia ou davam meia volta e seguiam no retorno, ou subiam no calçadão e evitavam o trajeto perigoso. Mas eu queria justamente isso, me defrontar com o perigo, mesmo sabendo que eu estaria no comando, pois bastaria esperar o refluxo das ondas para eu continuar, vendo por onde deveria pisar.

            No começo tudo seguia como eu havia imaginado. Quando as ondas chegavam e cobriam as pedras, eu esperava que elas refluíssem e eu conseguisse ver novamente onde deveria pisar. Havia momentos que as ondas chegavam tão forte que molhava minha camisa e empurrava o meu corpo. Eu tinha que me firmar no chão, pois se vacilasse naquela altura, se perdesse o equilíbrio, muito provavelmente eu teria que pisar sobre as pedras ou mesmo cair sobre elas. Essa foi a primeira lição que ficou. Quando continuei no caminho eu não imaginava essa possibilidade de ser empurrado pelas ondas, perder o equilíbrio e cair. Agora que eu já estava dentro da jornada perigosa é que veio à mente essa possibilidade. Bem que eu poderia desistir, fazer meia volta e seguir por cima do calçadão. Mas avaliei também que esse risco extra que eu estava submetido agora poderia ser incluído nesse tipo de aula que eu decidi obter. Teria que prever a força de determinada onda e me firmar com mais força onde me encontrasse para não perder o equilíbrio.

            Com essa nova preocupação na mente segui adiante. Pouco mais na frente observei um local mais profundo onde o refluxo das águas não conseguia deixar a descoberto as pedras, onde eu poderia firmar meus pés na areia. Eu teria que tatear com os pés para sentir onde existia areia nivelada que eu pudesse colocar os pés. Quando existia uma pedra próxima, aprendi que a onda fazia uma espécie de escavação ao redor que eu poderia sentir com os pés. Eu teria que ficar bem atendo ao tatear com os pés a areia, pois nesse momento eu estaria apoiado apenas num pé e não poderia sofrer empurrão das ondas senão cairia. E cair ali seria cair fatalmente sobre as pedras. Machucões com certeza.

            Este era um risco bem maior e que eu não tinha tanto controle sobre ele quanto tinha sobre os outros. Seria outro momento de desistência, poderia ter me afastado desse risco e voltar ao caminho do calçadão. Mas imaginei que mais uma vez isso deveria fazer parte do aprendizado. Afinal de contas, o meu trabalho na comunidade de Praia do Meio, na Associação e Projeto que tenta ajudar as pessoas envolvidas com drogas e criminalidade, não são comparadas com pedras que trazem riscos que muitas vezes não consigo observar com clareza? Mesmo usando a prudência e serenidade, eu não estou sujeito a movimentos comportamentais que possam me machucar ou a quem caminha ao meu lado? Por esse motivo eu teria que deixar de lado essa caminhada e voltar para os caminhos seguros? Não! Deus não quer que deixemos de fazer a Sua vontade porque existem riscos pelo caminho. Ele nos protegerá nos limites do que seja positivo, tanto para mim quanto para os agressores, afinal todos somos os seus filhos.

            Portanto, pedi a proteção de Deus e decidi enfrentar esse perigo, sem tanto controle da minha parte. Se não fosse o aspecto de lição que eu queria obter fazendo isso, com certeza, meu lado prudente já teria feito eu ir pelo caminho do calçadão.

            Chegou um momento que eu estava tateando com o pé por tempo demasiado e não encontrava onde apoiar o pé. Vi que estava chegando uma onda forte e que eu devia estar com os dois pés apoiados senão iria cair e aí seria pior. Então me vi obrigado a tentar me apoiar sobre a pedra esperando que a “sorte” fizesse com que o meu pé não se machucasse e que eu encontrasse um local para apoiar o pé logo em seguida. Senti que machuquei o pé que coloquei sobre a pedra, mas tive a sorte de encontrar apoio na areia para o outro pé. Consegui suportar o impacto da onda que chegou com muita força e barulho, sem cair. Terminei superando esse obstáculo perigoso com o pé dolorido, mas felizmente não ferido.

            Finalmente superei esse caminho das pedras e pude refletir sobre a lição que ficou. Claro, na minha vida material não poderei me expor dessa forma aos perigos. Não poderei ir à uma boca de fumo e tentar fazer a evangelização dessas pessoas de forma direta. O risco é muito grande e eu não terei nenhuma segurança do que possa acontecer. É como aquele momento que eu apoiei o pé sobre a pedra e tive a sorte de apoiar o outro pé na areia e não cair. Nada garante que eu encontre algum apoio numa boca de fumo e evite sério machucado.

            Por outro lado, não poderei deixar de fazer o trabalho na comunidade da Praia do Meio, mesmo que eu esteja próximo dessas pedras que podem me machucar. Devo ter a inteligência de aproveitar o “refluxo das águas” para observar onde colocar o próximo passo. Se eu observar uma área em que não tenho o controle, essa lição do caminho das pedras me ensina que devo voltar, não devo me arriscar onde eu não tenha um mínimo controle. Não posso deixar tudo sob a responsabilidade da providência divina.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 10/08/2015 às 00h01
 
09/08/2015 05h17
PEDRA ANGULAR

            Pedra angular é aquela que numa construção acomoda todas as outras. Qualquer pedra que não consiga ser encaixada nas disposições diretas ou indiretas da Pedra Angular será descartada. Posso fazer comparação dessa forma de construção de um espaço material, como uma casa, um edifício ou um templo, com a construção de um paradigma que disciplina um comportamento reto que evolui na direção do Divino.

            Ao ter conhecimento do mundo espiritual, da existência da força criadora conceituada como Deus, do meu papel dentro do contexto existencial que é a aproximação cada vez maior da energia divina, resolvi procurar essa “Pedra Angular” conceitual que pudesse ser a baliza pela qual eu pudesse estruturar um paradigma o mais próximo possível da perfeição.

            Foi com esse intuito que encontrei no Amor Incondicional a Pedra Angular conceitual que estava a procurar. A partir do reconhecimento da natureza dessa Pedra Angular, passei a procurar outras pedras que pudessem se encaixar com ela ou dentro dela, formatando os caminhos por onde eu poderia trilhar sem risco de me perder no cipoal de relacionamentos que inevitavelmente eu teria que participar.

            Consegui com Jesus Cristo uma bússola importante para essa jornada: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo”. Com a Pedra Angular e com a bússola eu iniciei a minha caminhada. Não imaginava que nessa trilha eu fosse encontrar tanto sofrimento, representado pelas pessoas que se relacionam comigo e que possuem paradigmas muito diferentes dos que eu passei a possuir. Também não posso negar que me trouxe muitas alegrias e compensações e que, se coloco numa balança, os aspectos positivos são francamente superiores. Isso não quer dizer que eu fique imune ao sofrimento. Não, tanto ontem como hoje continuo a sofrer pela incapacidade das pessoas do meu relacionamento, principalmente os relacionamentos íntimos, não conseguirem sintonizar com os princípios de minha jornada. Aquela imagem simbólica da Bíblia quanto a transmutação do homem com a mulher se tornarem carne da mesma carne no ato sexual, até que eu consigo, mas se tornar alma da mesma alma, isso não! Talvez eu jamais consiga nesta encarnação. Mas eu já estou preparado, mesmo que eu não encontre uma companheira para pensar dessa forma, estou pronto para vir em outra encarnação e tentar novamente. Talvez eu venha na condição feminina, talvez eu como mulher possa enternecer o coração do homem na relação com vários homens, como as fêmeas dos macacos bonobos conseguem fazer.

            Enquanto isso, mesmo acompanhado esporadicamente por A, B, ou C, vou caminhando na minha trilha, sem conseguir encaixar nenhuma outra consciência com ela, mas aproveitando de forma magnífica a proximidade com o Criador que a cada dia fica mais estreita. Sei que meus paradigmas estão construídos de forma sólida e que nenhuma tempestade será capaz de destruí-los, pois a minha Pedra Angular é perfeita!

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em 09/08/2015 às 05h17
 
08/08/2015 01h55
COMPROMISSO

            Existe uma lição muito dura que Jesus disse aos discípulos: “Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, irá perdê-la; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, irá recobrá-la. Que servirá a um homem ganhar o mundo inteiro, se vem a prejudicar a sua vida? Ou que dará um homem em troca da sua vida?”

            Essa lição é muito forte para todos aqueles que vivem dentro desse mundo material, sofrendo as pressões do corpo para a sobrevivência, individual e da sua descendência. O nosso primeiro interesse e compromisso são com o mundo material no sentido de eu poder garantir a sobrevivência do meu corpo. O mundo espiritual não faz parte dos meus receptores, não é identificado pelos meus mais diversos órgãos dos sentidos. Dentro dessa compreensão eu antevejo a morte no final da minha vida e posso imaginar que tudo se perde para mim, deixarei de existir.

Jesus veio ensinar que isso não é verdade. Veio dizer que além do mundo físico existe o mundo espiritual e que é de lá que tudo provém e de onde tudo se origina. Inclusive a nossa consciência. Nós viemos para o mundo material, encarnando o espírito num corpo material e sofrendo dele os mais diferentes impulsos e motivações. Esquecemos do mundo espiritual der onde viemos e os compromissos assumidos. Como então podemos fazer para ser salvos da morte eminente, uma vez que, se eu não tiver esse discernimento, eu irei voltar quantas vezes sejam necessários para completar esse aprendizado?

            Faço essa avaliação me colocando dentro desse contexto. Se eu não tivesse nenhum professor ou não tivesse oportunidade de encontrar nenhum livro que tratasse do assunto, eu chegaria ao momento da morte sem saber que a minha consciência não sofreria esse efeito da morte e passaria a existir em outra dimensão.

            Jesus veio a Terra com essa missão específica, nos ensinar sobre o Amor e explicar que somos seres eternos, que essa matéria biológica e os seus valores efêmeros não são exclusivos para nossa existência. Logo mais chega a morte e nos transfere para as outras dimensões e quando isso acontecer devemos estar preparados com a bagagem que podemos levar conosco, e nada dessa bagagem se aproxima dos bens materiais.

            Por isso é que o Mestre é muito duro na sua lição, pois sabe que o nosso tempo é curto e quanto mais o perdermos, mais voltaremos aqui na Terra para refazer tudo de novo. É um círculo que só podemos quebrar com essa compreensão que os bens materiais não são os objetivos que devo alcançar. Jesus mostra como agir de forma desapegada com os bens materiais, mostrando o compromisso dele com o Pai e que todos nós temos interesses semelhantes. Se temos que passar por dificuldades, por sofrimentos decorrentes de nossa ignorância, que assim seja. Devemos pegar a nossa cruz e seguir adiante sem olhar para trás.

            Adquiri esse compromisso com Deus, mas ainda estou temeroso em pegar a minha cruz e seguir adiante, como Jesus ensinou, seguindo os passos dele. Ainda sou muito apegado à carne, aos prazeres mundanos que se verifica em vários tipos de tentações ao meu redor. Tenho bastante clareza do que Jesus quis dizer, já sei qual a trilha a caminhar, falta no entanto a coragem. Sei que o tempo urge, e que no pequeno espaço que eu tenho de vida biológica, não conseguirei atingir a coragem e determinação suficiente para alcançar a minha meta, segundo a vontade do Pai.

            Meu compromisso com o Pai e com o Filho se resume nessa compreensão que tenho do que me foi ensinado e da minha resignação em voltar quantas vezes sejam necessárias até que eu consiga êxito. Espero que numa próxima reencarnação, eu não demore tanto quanto demorei agora em adquirir essa compreensão. Talvez o meu esforço em evangelizar dentro das comunidades as pessoas que vivem na ignorância, seja já uma forma de eu receber na minha próxima vinda o ensino do Evangelho e sua devida compreensão, mais cedo do que aconteceu nesta atual vivência que experimento.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 08/08/2015 às 01h55
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