Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
03/02/2022 11h40
VIAGEM APOSTÓLICA À ALEMANHA

            irei colocar aqui hoje, dia 20-02-2022, este discurso do Papa Bento XVI, que nos ajuda a fazer boas reflexões, em substituição ao texto de “Galicanismo (01) – Explicações das refutações” por já ter sido publicado em 31-01-2022.

VIAGEM APOSTÓLICA À ALEMANHA
22-25 DE SETEMBRO DE 2011

VISITA AO PARLAMENTO FEDERAL

DISCURSO DO PAPA BENTO XVI 
Palácio Reichstag de Berlim
Quinta-feira, 22 de Setembro de 2011

Ilustre Senhor Presidente Federal!
Senhor Presidente do Bundestag!
Senhora Chanceler Federal!
Senhor Presidente do Bundesrat!
Senhoras e Senhores Deputados!

Constitui para mim uma honra e uma alegria falar diante desta Câmara Alta, diante do Parlamento da minha Pátria alemã, que se reúne aqui em representação do povo, eleita democraticamente para trabalhar pelo bem da República Federal da Alemanha. Quero agradecer ao Senhor Presidente do Bundestag o convite que me fez para pronunciar este discurso, e também as amáveis palavras de boas-vindas e de apreço com que me acolheu. Neste momento, dirijo-me a vós, prezados Senhores e Senhoras, certamente também como concidadão que se sente ligado por toda a vida às suas origens e acompanha solidariamente as vicissitudes da Pátria alemã. Mas o convite para pronunciar este discurso foi-me dirigido a mim como Papa, como Bispo de Roma, que carrega a responsabilidade suprema da Igreja Católica. Deste modo, vós reconheceis o papel que compete à Santa Sé como parceira no seio da Comunidade dos Povos e dos Estados. Na base desta minha responsabilidade internacional, quero propor-vos algumas considerações sobre os fundamentos do Estado liberal de direito.

Seja-me permitido começar as minhas reflexões sobre os fundamentos do direito com uma pequena narrativa tirada da Sagrada Escritura. Conta-se, no Primeiro Livro dos Reis, que Deus concedeu ao jovem rei Salomão fazer um pedido por ocasião da sua entronização. Que irá pedir o jovem soberano neste momento tão importante: sucesso, riqueza, uma vida longa, a eliminação dos inimigos? Não pede nada disso; mas sim: «Concede ao teu servo um coração dócil, para saber administrar a justiça ao teu povo e discernir o bem do mal» (1 Re 3, 9). Com esta narração, a Bíblia quer indicar-nos o que deve, em última análise, ser importante para um político. O seu critério último e a motivação para o seu trabalho como político não devem ser o sucesso e menos ainda o lucro material. A política deve ser um compromisso em prol da justiça e, assim, criar as condições de fundo para a paz. Naturalmente um político procurará o sucesso, sem o qual não poderia jamais ter a possibilidade de uma acção política efectiva; mas o sucesso há-de estar subordinado ao critério da justiça, à vontade de actuar o direito e à inteligência do direito. É que o sucesso pode tornar-se também um aliciamento, abrindo assim a estrada à falsificação do direito, à destruição da justiça. «Se se põe de parte o direito, em que se distingue então o Estado de uma grande banda de salteadores?» – sentenciou uma vez Santo Agostinho (De civitate Dei IV, 4, 1). Nós, alemães, sabemos pela nossa experiência que estas palavras não são um fútil espantalho. Experimentámos a separação entre o poder e o direito, o poder colocar-se contra o direito, o seu espezinhar o direito, de tal modo que o Estado se tornara o instrumento para a destruição do direito: tornara-se uma banda de salteadores muito bem organizada, que podia ameaçar o mundo inteiro e impeli-lo até à beira do precipício. Servir o direito e combater o domínio da injustiça é e permanece a tarefa fundamental do político. Num momento histórico em que o homem adquiriu um poder até agora impensável, esta tarefa torna-se particularmente urgente. O homem é capaz de destruir o mundo. Pode manipular-se a si mesmo. Pode, por assim dizer, criar seres humanos e excluir outros seres humanos de serem homens. Como reconhecemos o que é justo? Como podemos distinguir entre o bem e o mal, entre o verdadeiro direito e o direito apenas aparente? O pedido de Salomão permanece a questão decisiva perante a qual se encontram também hoje o homem político e a política.

Grande parte da matéria que se deve regular juridicamente, pode ter por critério suficiente o da maioria. Mas é evidente que, nas questões fundamentais do direito em que está em jogo a dignidade do homem e da humanidade, o princípio maioritário não basta: no processo de formação do direito, cada pessoa que tem responsabilidade deve ela mesma procurar os critérios da própria orientação. No século III, o grande teólogo Orígenes justificou assim a resistência dos cristãos a certos ordenamentos jurídicos em vigor: «Se alguém se encontrasse no povo de Scizia que tem leis irreligiosas e fosse obrigado a viver no meio deles, (…) estes agiriam, sem dúvida, de modo muito razoável se, em nome da lei da verdade que precisamente no povo da Scizia é ilegalidade, formassem juntamente com outros, que tenham a mesma opinião, associações mesmo contra o ordenamento em vigor» [Contra Celsum GCS Orig. 428 (Koetschau); cf. A. Fürst, «Monotheismus und Monarchie. Zum Zusammenhang von Heil und Herrschaft in der Antike», in Theol.Phil. 81 (2006) 321-338; a citação está na página 336; cf. também J. Ratzinger, Die Einheit der Nationem, Eine Vision der Kirchenväter (Salzburg-München 1971) 60].

Com base nesta convicção, os combatentes da resistência agiram contra o regime nazista e contra outros regimes totalitários, prestando assim um serviço ao direito e à humanidade inteira. Para estas pessoas era evidente de modo incontestável que, na realidade, o direito vigente era injustiça. Mas, nas decisões de um político democrático, a pergunta sobre o que corresponda agora à lei da verdade, o que seja verdadeiramente justo e possa tornar-se lei não é igualmente evidente. Hoje, de facto, não é de per si evidente aquilo que seja justo e possa tornar-se direito vigente relativamente às questões antropológicas fundamentais. À questão de saber como se possa reconhecer aquilo que verdadeiramente é justo e, deste modo, servir a justiça na legislação, nunca foi fácil encontrar resposta e hoje, na abundância dos nossos conhecimentos e das nossas capacidades, uma tal questão tornou-se ainda muito mais difícil.

Como se reconhece o que é justo? Na história, os ordenamentos jurídicos foram quase sempre religiosamente motivados: com base numa referência à Divindade, decide-se aquilo que é justo entre os homens. Ao contrário doutras grandes religiões, o cristianismo nunca impôs ao Estado e à sociedade um direito revelado, nunca impôs um ordenamento jurídico derivado duma revelação. Mas apelou para a natureza e a razão como verdadeiras fontes do direito; apelou para a harmonia entre razão objectiva e subjectiva, mas uma harmonia que pressupõe serem as duas esferas fundadas na Razão criadora de Deus. Deste modo, os teólogos cristãos associaram-se a um movimento filosófico e jurídico que estava formado já desde o século II (a.C.). De facto, na primeira metade do século II pré-cristão, deu-se um encontro entre o direito natural social, desenvolvido pelos filósofos estóicos, e autorizados mestres do direito romano [cf. W. Waldstein, Ins Herz geschrieben. Das Naturrecht als Fundament einer menschlichen Gesellschaft (Augsburg 2010) 11ss; 31-61]. Neste contacto nasceu a cultura jurídica ocidental, que foi, e é ainda agora, de importância decisiva para a cultura jurídica da humanidade. Desta ligação pré-cristã entre direito e filosofia parte o caminho que leva, através da Idade Média cristã, ao desenvolvimento jurídico do Iluminismo até à Declaração dos Direitos Humanos e depois à nossa Lei Fundamental alemã, pela qual o nosso povo reconheceu, em 1949, «os direitos invioláveis e inalienáveis do homem como fundamento de toda a comunidade humana, da paz e da justiça no mundo».

Foi decisivo para o desenvolvimento do direito e o progresso da humanidade que os teólogos cristãos tivessem tomado posição contra o direito religioso, requerido pela fé nas divindades, e se tivessem colocado da parte da filosofia, reconhecendo como fonte jurídica válida para todos a razão e a natureza na sua correlação. Esta opção realizara-a já São Paulo, quando afirma na Carta aos Romanos: «Quando os gentios que não têm a Lei [a Torah de Israel], por natureza agem segundo a Lei, eles (…) são lei para si próprios. Esses mostram que o que a Lei manda praticar está escrito nos seus corações, como resulta do testemunho da sua consciência» (Rm 2, 14-15). Aqui aparecem os dois conceitos fundamentais de natureza e de consciência, sendo aqui a «consciência» o mesmo que o «coração dócil» de Salomão, a razão aberta à linguagem do ser. Deste modo se até à época do Iluminismo, da Declaração dos Direitos Humanos depois da II Guerra Mundial e até à formação da nossa Lei Fundamental, a questão acerca dos fundamentos da legislação parecia esclarecida, no último meio século verificou-se uma dramática mudança da situação. Hoje considera-se a ideia do direito natural uma doutrina católica bastante singular, sobre a qual não valeria a pena discutir fora do âmbito católico, de tal modo que quase se tem vergonha mesmo só de mencionar o termo. Queria brevemente indicar como se veio a criar esta situação. Antes de mais nada é fundamental a tese segundo a qual haveria entre o ser e o dever ser um abismo intransponível: do ser não poderia derivar um dever, porque se trataria de dois âmbitos absolutamente diversos. A base de tal opinião é a concepção positivista, quase geralmente adoptada hoje, de natureza. Se se considera a natureza – no dizer de Hans Kelsen - «um agregado de dados objectivos, unidos uns aos outros como causas e efeitos», então realmente dela não pode derivar qualquer indicação que seja de algum modo de carácter ético (Waldstein, op. cit., 15-21). Uma concepção positivista de natureza, que compreende a natureza de modo puramente funcional, tal como a conhecem as ciências naturais, não pode criar qualquer ponte para a ética e o direito, mas suscitar de novo respostas apenas funcionais. Entretanto o mesmo vale para a razão numa visão positivista, que é considerada por muitos como a única visão científica. Segundo ela, o que não é verificável ou falsificável não entra no âmbito da razão em sentido estrito. Por isso, a ética e a religião devem ser atribuídas ao âmbito subjectivo, caindo fora do âmbito da razão no sentido estrito do termo. Onde vigora o domínio exclusivo da razão positivista – e tal é, em grande parte, o caso da nossa consciência pública –, as fontes clássicas de conhecimento da ética e do direito são postas fora de jogo. Esta é uma situação dramática que interessa a todos e sobre a qual é necessário um debate público; convidar urgentemente para ele é uma intenção essencial deste discurso.

O conceito positivista de natureza e de razão, a visão positivista do mundo é, no seu conjunto, uma parcela grandiosa do conhecimento humano e da capacidade humana, à qual não devemos de modo algum renunciar. Mas ela mesma no seu conjunto não é uma cultura que corresponda e seja suficiente ao ser humano em toda a sua amplitude. Onde a razão positivista se considera como a única cultura suficiente, relegando todas as outras realidades culturais para o estado de subculturas, aquela diminui o homem, antes, ameaça a sua humanidade. Digo isto pensando precisamente na Europa, onde vastos ambientes procuram reconhecer apenas o positivismo como cultura comum e como fundamento comum para a formação do direito, reduzindo todas as outras convicções e os outros valores da nossa cultura ao estado de uma subcultura. Assim coloca-se a Europa, face às outras culturas do mundo, numa condição de falta de cultura e suscitam-se, ao mesmo tempo, correntes extremistas e radicais. A razão positivista, que se apresenta de modo exclusivista e não é capaz de perceber algo para além do que é funcional, assemelha-se aos edifícios de cimento armado sem janelas, nos quais nos damos o clima e a luz por nós mesmos e já não queremos receber estes dois elementos do amplo mundo de Deus. E no entanto não podemos iludir-nos, pois em tal mundo autoconstruído bebemos em segredo e igualmente nos “recursos” de Deus, que transformamos em produtos nossos. É preciso tornar a abrir as janelas, devemos olhar de novo a vastidão do mundo, o céu e a terra e aprender a usar tudo isto de modo justo.

Mas, como fazê-lo? Como encontramos a entrada justa na vastidão, no conjunto? Como pode a razão reencontrar a sua grandeza sem escorregar no irracional? Como pode a natureza aparecer novamente na sua verdadeira profundidade, nas suas exigências e com as suas indicações? Chamo à memória um processo da história política recente, esperando não ser mal-entendido nem suscitar demasiadas polémicas unilaterais. Diria que o aparecimento do movimento ecológico na política alemã a partir dos Anos Setenta, apesar de não ter talvez aberto janelas, todavia foi, e continua a ser, um grito que anela por ar fresco, um grito que não se pode ignorar nem acantonar, porque se vislumbra nele muita irracionalidade. Pessoas jovens deram-se conta de que, nas nossas relações com a natureza, há algo que não está bem; que a matéria não é apenas uma material para nossa feitura, mas a própria terra traz em si a sua dignidade e devemos seguir as suas indicações. É claro que aqui não faço propaganda por um determinado partido político; nada me seria mais alheio do que isso. Quando na nossa relação com a realidade há qualquer coisa que não funciona, então devemos todos refletir seriamente sobre o conjunto e todos somos reenviados à questão acerca dos fundamentos da nossa própria cultura. Seja-me permitido deter-me um momento mais neste ponto. A importância da ecologia é agora indiscutível. Devemos ouvir a linguagem da natureza e responder-lhe coerentemente. Mas quero insistir num ponto que - a meu ver –, hoje como ontem, é descurado: existe também uma ecologia do homem. Também o homem possui uma natureza, que deve respeitar e não pode manipular como lhe apetece. O homem não é apenas uma liberdade que se cria por si própria. O homem não se cria a si mesmo. Ele é espírito e vontade, mas é também natureza, e a sua vontade é justa quando respeita a natureza e a escuta e quando se aceita a si mesmo por aquilo que é e que não se criou por si mesmo. Assim mesmo, e só assim, é que se realiza a verdadeira liberdade humana.

Voltemos aos conceitos fundamentais de natureza e razão, donde partíramos. O grande teórico do positivismo jurídico, Kelsen, em 1965 – com a idade de 84 anos (consola-me o facto de ver que, aos 84 anos, ainda se é capaz de pensar algo de razoável) –, abandonou o dualismo entre ser e dever ser. Antes, ele tinha dito que as normas só podem derivar da vontade. Consequentemente – acrescenta ele – a natureza só poderia conter em si mesma normas, se uma vontade tivesse colocado nela estas normas. Mas isto – diz ele – pressuporia um Deus criador, cuja vontade se inseriu na natureza. «Discutir sobre a verdade desta fé é absolutamente vão» – observa ele a tal propósito (citado segundo Waldstein, op.cit., 19). Mas sê-lo-á verdadeiramente? – apetece-me perguntar. É verdadeiramente desprovido de sentido refletir se a razão objectiva que se manifesta na natureza não pressuponha uma Razão criadora, um Creator Spiritus?

Aqui deveria vir em nossa ajuda o património cultural da Europa. Foi na base da convicção sobre a existência de um Deus criador que se desenvolveram a ideia dos direitos humanos, a ideia da igualdade de todos os homens perante a lei, o conhecimento da inviolabilidade da dignidade humana em cada pessoa e a consciência da responsabilidade dos homens pelo seu agir. Estes conhecimentos da razão constituem a nossa memória cultural. Ignorá-la ou considerá-la como mero passado seria uma amputação da nossa cultura no seu todo e privá-la-ia da sua integralidade. A cultura da Europa nasceu do encontro entre Jerusalém, Atenas e Roma, do encontro entre a fé no Deus de Israel, a razão filosófica dos Gregos e o pensamento jurídico de Roma. Este tríplice encontro forma a identidade íntima da Europa. Na consciência da responsabilidade do homem diante de Deus e no reconhecimento da dignidade inviolável do homem, de cada homem, este encontro fixou critérios do direito, cuja defesa é nossa tarefa neste momento histórico.

Ao jovem rei Salomão, na hora de assumir o poder, foi concedido formular um seu pedido. Que sucederia se nos fosse concedido a nós, legisladores de hoje, fazer um pedido? O que é que pediríamos? Penso que também hoje, em última análise, nada mais poderíamos desejar que um coração dócil, a capacidade de distinguir o bem do mal e, deste modo, estabelecer um direito verdadeiro, servir a justiça e a paz. Agradeço-vos pela vossa atenção!

Publicado por Sióstio de Lapa
em 03/02/2022 às 11h40
 
02/02/2022 23h03
02-02-2022

            Esta é uma data significativa. Três zeros e três dois na data. Dia da apresentação do Senhor no Templo. Lembra que os primogênitos são consagrados ao Senhor.



            As circunstâncias de hoje não são iguais as de ontem. Naquela época uma parcela da humanidade, pequeníssima, esperava pelo Messias, o salvador, o libertador da pátria hebreia do jugo romano. Esse Messias chegou, obedecendo as Escrituras Sagradas e contrária ao pensamento humano, ao pensamento judeu. Nasceu simples, quase miserável, numa gruta arrodeado de animais, sem o mínimo de conforto. Ameaçado pelos poderosos que ordenou o massacre das crianças procurando eliminar a possibilidade de se desenvolver um rei dos judeus, desbancando o que ocupava o trono.



            Essa criança, cresceu, se desenvolveu, e passou a fazer o trabalho para o qual foi comissionado pelo Pai, ensinar como construir o Reino de Deus, não só para o povo judeu, mas para toda a humanidade. Construiu uma nova narrativa e elencou doze pessoas como seus discípulos mais próximos para espalhar a Boa Nova por toda a Terra.



            Hoje estamos envolvidos em diversas narrativas que tentam o predomínio no planeta, como a narrativa comunista, narrativa socialista, narrativa do liberalismo, narrativa do fascismo, narrativa do capitalismo, entre outras narrativas nacionalistas que tentam a dominação totalitária.       



            Tanto o ontem como o hoje estão intricados na construção do futuro. Dentre as diversas narrativas, parece que a narrativa do cristianismo, como uma proposta coerente e aplicável na construção de uma sociedade ideal para a humanidade, não é suficientemente considerada. A própria Universidade, instituição que tem como missão discutir o pensamento humano, qualquer que seja sua natureza, no sentido de apontar o que seja mais eficaz, se mostra inibida quando se trata do cristianismo, com medo de perder a classificação de instituição laica, de livre pensar, que não se envolve na defesa de qualquer religião, partido político ou grêmio esportivo.



            Dentro deste contexto atual, nós, espiritualistas de quaisquer tendência religiosa, sabemos da existência do mundo espiritual tal qual existe o mundo material. Nós, cristãos, temos Jesus Cristo como o Salvador de nossas almas, ensinando o comportamento correto para nos aproximar de Deus, da beatitude e nos afastar da maledicência infernal.



Sabemos que existe uma Guerra Espiritual que se arrasta desde o início da humanidade, com diversas batalhas importantes ao longo da história. É o poder de Deus, da fraternidade, amor e justiça, contra o poder do demônio encarnado na ignorância que existe na origem dos corpos, que gera mentiras, violências e autoritarismo perverso.



            Observamos que o processo evolutivo acontece e todos os contentores estão envolvidos, sendo beneficiados de um lado ou outro. Apesar disso, acontece uma evolução positiva onde os valores morais são respeitados, mesmo acontecendo momentos de aparente regressão. É o que acontece atualmente, onde o Anticristo deve reinar temporariamente, até que a Santa Igreja volte a se recompor com as pessoas que não se corromperam pelo poder maligno.



            Por isso a data de hoje é importante. Data em que o Mestre foi apresentado ao Templo e reconhecido como o Messias esperado. Ele era o primogênito de Maria, portanto, como combinado, era consagrado ao Senhor. Foi um momento importante nessa Guerra Espiritual, pois foi colocado dentro do cenário material o nosso Comandante, que hoje se encontra na esfera espiritual, mas conhecido por todos nós e que recebemos dEle os eflúvios espirituais para corrigir nossa rota de nos encher de coragem e esperança.



            Na condição de primogênito, também me sinto dentro desse congraçamento. Não estou previsto por nenhuma Escritura Sagrada, também acho que não é mais tempo disso. Todos já possuímos suficientes informações para tomada de decisão pessoalmente. Cabe a cada um de nós decidir, o que fazer e em que lado se posicionar.



            É uma nova apresentação ao Senhor, como um soldado que se apresenta ao seu chefe imediato.



Aqui estou senhor!  


Publicado por Sióstio de Lapa
em 02/02/2022 às 23h03
 
01/02/2022 00h01
ORAÇÃO FEVEREIRO 2022

            Pai, a luta está ferrenha nesta atual batalha da Guerra Espiritual. As forças do Mal estão organizadas e ingerindo suas iniquidades em todas as nações. Depois que soltaram a bomba biológica do Covid-19, geraram o medo nas massas, ocultando a verdade com falsas narrativas e impondo regras para destruição da economia do planeta.



            Sei que todos somos teus filhos, Pai, e desejas que todos se aproximem de Ti compreendendo a paternidade divina e o projeto de integração contigo que está ainda além de nossa compreensão. Para isso acontecer, o nosso exército comandado pelo Cristo e aqui no Brasil pelo Arcanjo Miguel, devemos evitar o uso das mesmas armas dos adversários, a mentira e a destruição. Nós devemos pegar em armas de destruição sim, quando a situação assim exige, mas o nosso vigor combatente será com a verdade, a justiça, a compaixão... somente com aqueles hipnotizados pelo Mal, cristalizados dentro das iniquidades, serão deixados com a ação compensatória do Arcanjo Miguel, aquele que desde o primeiro momento reagiu contra a revolução que queria tirar de Ti a hierarquia de Pai.



            Cada um de nós, Teus filhos reconhecidos, devemos nos engajar na atual batalha com coragem, sabedoria e inteligência rápida, usando os dons que nos foram fornecidos da melhor forma possível.



            Sei que ainda sou vítima da ignorância, pratico erros e não tenho coragem nem sabedoria para enfrentar os desejos do Behemoth que energiza minhas células corporais. Sei que eu não sou o meu corpo, meu corpo é o instrumento do meu espírito e devo fazer o que minha consciência aponta para evoluir moralmente, com o tanto de verdade que já adquiriu.



            Vou colocar hoje, Pai, uma dúvida gramatical que sempre está incomodando a minha lógica, que veio a minha mente ao digitar o último parágrafo.



            É quanto o corpo como instrumento do espírito. Eu digo que não sou o corpo, e está correto. Mas quando digo “eu sou espírito” parece existir uma incoerência. Se eu me identifico com o espirito e me expresso dessa forma, é como se existisse outra instância que está dizendo “eu sou espírito”. Quem é?



            Quando digo “eu sou Francisco”, sei que quem está se identificando é o “meu” espírito e para o mundo material quem está se identificando é o meu corpo. Mas, quem está dizendo “meu espírito”?



            Parece que faço tempestade em copo d’água, quem está falando “meu espírito” é o próprio espírito. Ponto final. Por que me preocupar com a lógica do “eu sou espírito” não se aplicar ao termo “meu espírito”?



            Talvez Jung quisesse evitar essa incoerência ao separar o Ego, o eu inferior, do Self, o eu superior, o espírito. Mas fez apenas dar uma nova denominação ao problema, pois ao invés de eu dizer “meu espírito”, digo agora “Meu self”.



            Talvez esteja Te dizendo isso, meu Pai, como exemplo da minha falta de sabedoria que me deixa enrolado em situações tão simples, que fico engasgado com farelos enquanto situações mais perniciosas escapam do meu senso lógico.



            Ajuda-me!


Publicado por Sióstio de Lapa
em 01/02/2022 às 00h01
 
31/01/2022 00h01
GALICANISMO (01) – EXPLICAÇÃO DAS REFUTAÇÕES

            O galicanismo foi um movimento politico-eclesial que procurou reafirmar a autonomia nacional da Igreja da França (Gália), concedendo ao Estado uma influência muito grande sobre os assuntos da Igreja e limitando o mais possível o poder do Papa. Nesta atual crise da Igreja Católica, encontrei as refutações do Frei Tiago de São José sobre o galicanismo que melhora a nossa compreensão do que está acontecendo.



            Nós temos noticia que o Vaticano se prepara para dar um último golpe nas comunidades Eclesias Dei (ajuda aos bispos a plena comunhão eclesial) que estão ligadas ao rito tradicional e a liturgia romana antiga.



            Existe hoje uma tensão, uma contradição enorme, entre aquilo que essa Igreja conciliar, bergogliana está impondo, e aquilo que essas comunidades que ainda estão vinculadas a Igreja Oficial estão pretendendo, na medida que elas querem conservar o rito e também elementos da Doutrina, da Tradição, mas não percebem que estão no endereço errado, ou seja, estão vinculadas a uma Igreja com uma outra direção e com outro objetivo. Cada vez mais se fecha o cerco para esses grupos tradicionais que querem a verdadeira liturgia, o verdadeiro catolicismo.



            Temos feito algumas conferencias no sentido de alertar essas pessoas para que, elas tendo a verdadeira doutrina, possam ter também uma postura que seja coerente. Na semana passada fiz uma conferência explicando porque Francisco não é um verdadeiro Papa legítimo da Igreja Católica. E essa conclusão é fundamental para nós sabermos como nos posicionar diante da grave situação em que nos encontramos. Não é uma questão somente de liturgia, é uma questão de todos os movimentos, fenômenos, e o que fazemos da nossa vida. Quer dizer, se ele é um verdadeiro Papa, nós temos que obedecer em tudo. E obedecendo essa pessoa, nós vamos entrar no esquema da Nova Ordem Mundial.



            Esses grupos que reconhecem a legitimidade de Francisco e que resistem à sua autoridade, eles ficam separados da verdadeira intenção católica, porque quando temos um Papa nós temos que obedecer. Ao mesmo tempo, eles ficam com esse grave erro e até que ponto nós podemos seguir esse instrumento da nova era luciferiana.



            O professor Alberto que dirige a Associação Monfort (defende a doutrina da Igreja Católica e da Missa tridentina) fez um artigo para rebater os nosso argumentos da última conferência. Entretanto, ao invés de refutar aqueles argumentos que nós colocamos a limpo, ele está ali confirmando de uma forma mais evidente que são adeptos do galicanismo. Não tem a noção que o galicanismo é uma heresia .



            Por isso faremos hoje uma explicação mais aprofundada do tema para que as pessoas compreendam.



            Nós, cristãos, que compreendemos a Guerra Espiritual que se desenvolve na Terra desde os seus primórdios, e compreendemos que estamos atualmente dentro de uma batalha crucial que, conforme as Escrituras, irá colocar o Anticristo no poder global, devemos entender toda estratégia que está sendo desenvolvida para nos colocar com eficiência ao lado do Cristo. O Galicanismo é uma dessas estratégias para minorar o poder da Santa Igreja Católica, através do enfraquecimento do Papa. O nosso exército cristão deve se fortalecer e se organizar, para mesmo sabendo que iremos ser derrotados em algum momento próximo, teremos que estar preparados para a retomada do poder da Santa Igreja Católica, como também prediz as Escrituras. Esse momento de vitória será o momento em que a Terra passará do estágio de Provas e Expiações, para o estágio de Regeneração, tendo o Brasil como a Pátria do Evangelho e o Coração do mundo. Viveremos então num planeta mais evoluído, onde o Bem prevalece sobre o Mal.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 31/01/2022 às 00h01
 
30/01/2022 00h01
TERCEIRO SEGREDO DE FÁTIMA

            Cada vez fico mais interessado nas mensagens que Nossa Senhora tem enviado para nós. Mesmo fora da Igreja Católica, vejo com muita simpatia a resistência que ela oferece ao domínio do Anticristo através da construção de uma Nova Ordem Mundial, que vem frontalmente contra o projeto do Cristo, da construção do Reino de Deus. Vejamos o que diz o Frei Tiago de São José ao responder uma pergunta no Youtube, em vídeo publicado em 13-11-2021, com 52 mil visualizações em 29-01-2022.



            Lucas pergunta se o Terceiro Segredo de Fátima não foi revelado em sua totalidade, qual seria a parte que falta da mensagem e porque o Vaticano tem medo do Terceiro Segredo e não o divulgou em 1960, mas o adulterou suprimindo uma parte, inclusive, substituindo a irmã Lúcia por uma impostora no seu lugar?



            Sua pergunta é muito importante, porque o Terceiro Segredo de Fátima é a base todo esse questionamento. Foi a própria mãe de Deus que nos alertou que tudo isso ia acontecer a partir de 1960. A data fundamental desse rompimento da estrutura que pertencia a Igreja Católica, para formar uma nova igreja, porque foi nesse ano que começaram os trabalho do Concílio Vaticano II.



            Precisamos entender que o Terceiro Segredo nunca foi revelado pelo fato que ele denuncia a ilegitimidade desses papas e desse falso concílio. Para conseguirem escapar da pressão que as pessoas fizeram para que o Terceiro Segredo fosse divulgado, eles deram uma versão falsa, simularam aquele atentado contra João Paulo II e por cima tiveram o descaramento de dizer que o Terceiro Segredo dizia respeito aquilo. Ainda por cima, substituíram a verdadeira irmã Lúcia por uma impostora, uma artista que trabalhou com essa mentira até o fim da sua vida. Eles então fizeram que Fátima estivesse também a serviço da falsa igreja. Percebe-se que a mensagem de Fátima foi reaproveitada de forma reciclada, distorcida, e todo o conteúdo alterado.



            Se você olha em Fátima, existe lá a antiga Basílica e essa nova igreja que eles fizeram que parece um monstro. Ali você percebe claramente que existe uma mensagem de Fátima católica e existe uma falsa mensagem de Fátima distorcida e aproveitada pela falsa igreja.



            É com isso que nós devemos entender como o texto da mensagem de Fátima é fundamental para nossa compreensão.



            Entretanto, a mensagem de La Salette, 50 anos antes de Fátima, já denunciava tudo isso, e como eles não conseguiram adaptar a mensagem de La Salette, então simplesmente colocaram a mensagem de La Salette no esquecimento ou fizeram questão de colocar dúvidas sobre a autenticidade dessa mensagem, a fim de que as pessoas não dessem crédito àquilo que a mesma mãe de Deus nos alertou em Lafaiete.



            Quando falamos de Fátima, devemos no basear também na mensagem de La Salette. Em relação as outras revelações posteriores a 1960, não dou crédito nenhum, uma vez que elas estão ali para enganar as pessoas e para legitimar a igreja que foi fundada a partir do Concílio Vaticano II.



            É por isso que devemos também tomar cuidado com as revelações, pois se não são antigas e aprovadas pela Igreja ou se não estão baseadas nos mesmos critérios de La Salette e da verdadeira mensagem de Fátima, devemos considerar que são mensagens falsas, produzidas pelo diabo ou diretamente por essas falsas autoridades.



            É importante entrar no mérito dessas mensagens. A Guerra Espiritual que cobre o planeta há milênios, desde a criação/evolução do homem, está em plena atividade. A atual batalha que envolve a detonação de armas biológicas para induzir mortes sem sangue e falência nos recursos financeiros das nações, favorece a criação de um estado autoritário, longe da sociedade fraterna defendida por Jesus como o Reino de Deus. O exército do Anticristo está bem organizado, liderado por um grupo barulhento, violento e mentiroso, que consegue entrar na Igreja Católica e desvirtuar os paradigmas cristãos, usando os próprios membros da Igreja, inclusive o próprio Papa, como seus agentes. A população planetária, conduzida como massa hipnotizada, tem reduzida a capacidade de raciocinar e descobrir onde está a verdade. As pessoas que têm consciência do que está acontecendo e que desejam ficar do lado do Cristo, devem se organizar da mesma forma, não para combater com as mesmas armas que eles usam, a espada ou a mentira, mas com o uso da verdade, do amor e da compaixão. Para aqueles mais resistentes, mais petrificados na ignorância, nos pecados não reconhecidos ou inaceitáveis, resta a justiça divina conduzida pelo Arcanjo Miguel.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 30/01/2022 às 00h01
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