Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
24/02/2017 23h59
ESCOLA SEM PARTIDO

            Com um partido de esquerda no poder, o Brasil viu suas escolas serem aparelhadas para a disseminação na mente dos jovens, de todos os níveis educacionais, do mais básico ao mais superior, da ideologia política dos professores militantes. Isso chegou ao cúmulo de contaminar a responsabilidade plural da Universidade pública, que passou a defender majoritariamente a ideologia dominante, com intolerância ao contraditório.

            Porém, a sociedade que não se deixou contaminar com as benesses do poder corruptor da ética e da moralidade, parte da população que ainda podia usar o senso crítico para a avaliação do que estava acontecendo, desenvolveu ações para se contrapor a essa conduta perniciosa à mente dos jovens e futuro da nação. Uma dessas ações foi o programa que se denominou “Escola sem Partido”

            O que é o Programa “Escola sem Partido”? É um projeto de lei que torna obrigatória a afixação em todas as salas de aula do ensino fundamental de escolas públicas e particulares de um cartaz com 6 deveres. Basicamente, na sua essência, é disso que se trata. E o que dizem esses deveres? Abaixo são colocados esses deveres e em negrito, os itens da Constituição Federal (CF) pertinentes ao assunto. Em itálico as considerações do expositor do Programa, professor Miguel Nagib.

            1º DEVER

            “O professor não se aproveitará da audiência cativa dos alunos, para promover os seus próprios interesses, opiniões, concepções ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias.”

            CF, art, 5º, VI: é inviolável a liberdade de consciência e de crença...

            Não é dito aqui quais são as preferências morais, religiosas ou partidárias. Quaisquer que sejam. O professor não pode se aproveitar da presença obrigatória do aluno em sala de aula, daquela criança, daquele jovem, que é obrigado a escutar o discurso do professor, para tentar incutir nas suas mentes as suas próprias preferências, sejas elas quais forem.

2º DEVER

            “O professor não favorecerá, não prejudicará e não constrangerá os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas.”

            CF, art. 5º, VIII: ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política...

            O aluno tem o direito de ser avaliado pelos seus professores, e ser tratados por seus professores, em função exclusivamente de critérios acadêmicos. Um professor cristão não pode discriminar um aluno por ser ateu; um professor ateu não pode discriminar um aluno por ser cristão. É disso que se trata. Este dever já existe. Nenhum professor pode fazer isso. O Projeto Escola sem Partido apenas propõe que o dever seja explicitado para que ambas as partes da relação ensino-aprendizagem, professor-estudante, conheçam, saibam disso, e possam eventualmente se defender se houver abusos.

3º DEVER

            “O professor não fará propaganda político-partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas.”          

            CF, arts. 1º, V; 5º, caput; 14, caput; 17, caput; 19, 34 VII, ‘a’ e 37, caput

            Como foi visto no vídeo aqui apresentado, o professor de Belo Horizonte fazer. Que o professor não pode fazer propaganda político-partidária em sala de aula, eu acho que ninguém discute, ninguém questiona. Mas, a coisa mais comum, e todos que passaram por uma Universidade e pelo sistema de ensino sabem disso. A coisa mais comum em época de eleição é professores virem vestidos com a camiseta do partido, com o broche do partido, com boné do partido... isto é propaganda político-partidária; isto constrange os alunos, que repito, são obrigados a ter presença nas aulas daquele professor, e tem medo das notas, e quer agradar ao professor, e portanto está a mercê daquele militante que eventualmente se aproveita dessa circunstância para fazer a cabeça do aluno.

4º DEVER

            “Ao tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas, o professor apresentará aos alunos, de forma justa – isto é, com a mesma profundidade e seriedade -, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito da matéria.”

            CF, art. 206, II e III

            O nome disso é pluralismo. Respeito à liberdade de aprender do estudante. Então, não venham por favor, mentir e dizer que o Escola sem Partido quer proibir o debate. Não existe isso. Pelo contrário, ele quer um debate qualificado pela honestidade intelectual. É isso que o Escola sem Partido defende. Esse dever já existe. O escola sem Partido apenas quer informar ao estudante que esse dever existe. Não há dúvidas, não há nenhuma novidade. O Escola sem Partido não cria para os professores nenhuma obrigação que já não exista hoje, ele apenas explicita. Mesmo porquê, o projeto foi inspirado no Código de Defesa do Consumidor. O consumidor, no caso o consumidor dos serviços educacionais prestados pelas escolas do Estado ou pelas escolas particulares, ele tem o direito de conhecer os seus direitos. Isso é cidadania. É o direito de conhecer os próprios direitos. É disso que se trata. Se esses direitos existem, se esses deveres existem, o estudante tem o direito de saber.

5º DEVER

            “O professor respeitará o direito dos pais a que seus filhos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.”

            CADH (Convenção Americana sobre Direitos Humanos), artigo 12: “Os pais, e quando for o caso os tutores, têm direito a que seus filhos ou pupilos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acorde com suas próprias convicções.

            Este dever, foi o único do Projeto que nós praticamos não redigimos. Nós copiamos da Convenção Americana sobre os Direitos Humanos. É a cópia quase literal do artigo 12, item IV da Convenção Americana sobre Direitos Humanos. Eu chamo a atenção para o verbo que é usado, o verbo receber. Ele não usou o verbo dar. Ele não diz: os pais tem o direito de dar aos seus filhos educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções. Não! Os pais têm direito que os seus filhos recebam essa educação. A educação que esteja de acordo com suas próprias convicções. Mas como é que o professor em sala de aula pode adivinhar o pensamento dos pais dos seus alunos? É claro que não pode! Evidente que não pode! Então, como é que se faz para que este dever, que é um direito humano, está previsto no tratado internacional sobre Direitos Humanos, ao qual o Brasil faz parte, como é que o professor respeita essa obrigação que consta da Convenção Americana sobre Direitos Humanos? Ele simplesmente se abstém de tentar transmitir aos seus alunos os seus próprios valores morais, as suas próprias convicções religiosas, sejam elas do professor católico, evangélico, ateu... não interessa! Os pais têm direito que seus filhos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções. Meus filhos, minha regra! Um professor cristão não pode discriminar os seus alunos e não pode tentar transmitir aos filhos dos outros os seus próprios valores. Ele não tem esse direito. Aquela criança tem liberdade religiosa e a presença dela em sala de aula é obrigatória.

6º DEVER

            “O professor não permitirá que os direitos assegurados nos itens anteriores sejam violados pela ação de estudantes ou terceiros, dentro da sala de aula.”

            Evidentemente, aquilo que o professor não possa fazer, ele não pode permitir que seja feito por terceiros ou pelos alunos. Esses deveres se baseiam em princípios constitucionais. O primeiro deles, Neutralidade política e ideológica do Estado. O estado deve manter uma posição de neutralidade em relação a todos os partidos, todas as correntes que disputam o poder na sociedade. Vejam bem, a máquina do Estado, as suas instalações, o seu pessoal, os seus equipamentos, não podem estar a serviço de um determinado partido, de uma determinada corrente que disputa o poder na sociedade. Laicidade do Estado. Isso é muito importante, o princípio da Laicidade, porque muitas vezes é invocado para justificar o uso do sistema de ensino para promover, por exemplo, coisas como a Ideologia de Gênero. Dizem: o Estado é laico, então não venham tentar impedir que os professores transmitam aos seus alunos esses conceitos. Mas vejam bem, as religiões não são formadas apenas de narrativas e ritos. Elas também possuem a sua moralidade. Liberdade de consciência de crença. O cristianismo, por exemplo, possui a sua moralidade. Não existe cristianismo sem moral cristã. Se o Estado puser a sua máquina para promover uma moralidade que seja hostil a moralidade cristã, ele estará violando justamente o princípio da laicidade do Estado. Ele estará deixando de ser neutro em relação àquela religião que ele está hostilizando. A moral da religião que ele está hostilizando. E os cristãos brasileiros, a imensa maioria deles, é obrigada a manter os seus filhos na escola. Se um professor ateu, militante, ativista, puder se valer da presença obrigatória dos alunos, para impor aos alunos uma moralidade contrastante com a moralidade cristã, ele estará perseguindo a moralidade cristã, estará ferindo o princípio da laicidade do Estado. Liberdade de aprender e de ensinar. O estudante tem direito que o seu conhecimento da realidade não seja manipulado pela ação dos seus professores. Isto consiste a liberdade de aprender, para que seu conhecimento da realidade não seja manipulado. E a liberdade de ensinar, significa que a liberdade de ensinar do professor, de ensinar alguma coisa, um determinado conteúdo para o qual ele está habilitado. Ele fez um curso de matemática, está habilitado a ensinar matemática. É disso que se trata. Esta é a liberdade do professor. É liberdade de ensinar alguma coisa para a qual ele se preparou. Pluralismo de ideias. Aquilo que está no ítem IV do cartaz do professor. O dever que o professor tem  de apresentar aos alunos as principais correntes, as principais opiniões e pontos de vista cobre uma posição controvertida. E mais, a proibição do Estado brasileiro de adotar uma doutrina, uma ideologia oficial, como se tentou fazer com a Ideologia de Gênero. Seria adotar uma doutrina oficial, uma ideologia, uma teoria científica, e o Estado não pode fazer isso. A ciência é que tem de fazer isso. O Estado não, e isso decorre do princípio do pluralismo de ideias.

            Caso esses deveres não sejam exigidos pelo Estado nem respeitados pelos professores, estes estarão praticando os seguintes “direitos”:

            1º O professor PODERÁ se aproveitar da audiência cativa dos alunos para promover os seus próprios interesses, opiniões, concepções ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias.

            2º O professor PODERÁ favorecer, prejudicar ou constranger os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas.

            3º O professor PODERÁ fazer propaganda político-partidária em sala de aula, bem como incitar seus alunos a participar de manifestações atos públicos e passeatas.

            4º Ao tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas, o professor PODERÁ omitir ou distorcer as teorias, opiniões e pontos de vista discordantes dos seus.

            5º O professor PODERÁ transmitir aos filhos dos outros as suas próprias convicções religiosas e morais.

            6º O professor PODERÁ permitir que os direitos assegurados nos itens anteriores sejam exercidos por estudantes ou terceiros dentro da sala de aula.  

            Estes são conceitos que a minha consciência aprova sem restrições e fico a perguntar, como membro da academia, porque tantos colegas na Universidade, nos diversos níveis de ensino, não percebem essa distorção ética da responsabilidade de ensinar. Até mesmo professores e gestores formados em filosofia não conseguem perceber o mal de introduzirem os seus pontos de vista e concepções ideológicas como verdades incontestes, evitando o pluralismo honesto das demais correntes existentes ou que existiram na sociedade.

            Para não incorrer no mesmo erro, coloco aqui a minha posição, mas respeito a opinião contrária de quem assim pensar. Apenas advirto que é necessário a racionalização honesta, sem distorções, das consequências práticas de cada caminho que o nosso livre arbítrio decide aceitar como correto. Este deve ser sempre o nosso processo de evolução, no constante fluir do ensinar e aprender, mas sem querer obter no caminho vantagens pessoais em detrimento da coletividade.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 24/02/2017 às 23h59
 
23/02/2017 01h30
FORÇA TAREFA DA LAVA-JATO

            Uma das mais importantes ações da justiça brasileira está no âmbito das ações do que se chama Operação Lava-jato, que descobriu e passou a punir os maiores crimes de colarinho branco que infesta a nação.

            Circula na internet a análise de José Padilha, colunista de O Globo, de um compartilhamento do Procurador da República, Deltan Dallagnol, da Força Tarefa da Lava-Jato, que reproduzo na íntegra aqui:

            A importância da Lava-Jato, vinte e sete enunciados sobre a oportunidade de desmontar o mecanismo de exploração da sociedade brasileira.

  1. Na base do sistema político brasileiro, opera um mecanismo de exploração da sociedade por quadrilhas formadas por fornecedores do Estado e grandes partidos políticos. (Em meu último artigo, intitulado Desobediência Civil, descrevi como este mecanismo exploratório opera. Adiante me refiro a ele apenas como o “mecanismo”).
  2. O mecanismo opera em todas as esferas do setor público: no Legislativo, no Executivo, no governo federal, nos estados e nos municípios.
  3. No executivo, ele opera via superfaturamento de obras e de serviços prestados ao estado e às empresas estatais.
  4. No Legislativo, ele opera via a formulação de legislações que dão vantagens indevidas a grupos empresariais dispostos a pagar por elas.
  5. O mecanismo existe à revelia da ideologia.
  6. O mecanismo viabilizou a eleição de todos os governos brasileiros desde a retomada das eleições diretas, sejam eles de esquerda ou de direita.
  7. Foi o mecanismo quem elegeu o PMDB, o DEM, o PSDB e o PT. Foi o mecanismo quem elegeu José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer.
  8. No sistema político brasileiro, a ideologia está limitada pelo mecanismo: ela pode balizar políticas públicas, mas somente quando estas políticas não interferem com o funcionamento do mecanismo.
  9. O mecanismo opera uma seleção: políticos que não aderem a ele tem poucos recursos para fazer campanhas eleitorais e raramente são eleitos.
  10. A seleção operada pelo mecanismo é ética e moral: políticos que tem valores incompatíveis com a corrupção tendem a ser eliminados do sistema político brasileiro pelo mecanismo.
  11. O mecanismo impõe uma barreira para a entrada de pessoas inteligentes e honestas na política nacional, posto que as pessoas inteligentes entendem como ele funciona e as pessoas honestas não o aceitam.
  12. A maioria dos políticos brasileiros tem baixos padrões morais e éticos. (Não se sabe se isto decorre do mecanismo, ou se o mecanismo decorre disto. Sabe-se, todavia, que na vigência do mecanismo este sempre será o caso.)
  13. A administração pública brasileira se constitui a partir de acordos relativos a repartição dos recursos desviados pelo mecanismo.
  14. Um político que chega ao poder pode fazer mudanças administrativas no país, mas somente quando estas mudanças não colocam em cheque o funcionamento do mecanismo.
  15. Umm político honesto que porventura chegue ao poder e tente fazer mudanças administrativas e legais que vão contra o mecanismo terá contra ele a maioria dos membros da sua classe.
  16. A eficiência e a transparência estão em contradição com o mecanismo.
  17. Resulta daí que na vigência do mecanismo o Estado brasileiro jamais poderá ser eficiente no controle dos gastos públicos.
  18. As políticas econômicas e as práticas administrativas que levam ao crescimento econômico sustentável são, portanto, incompatíveis com o mecanismo, que tende a gerar um estado cronicamente deficitário.
  19. Embora o mecanismo não possa conviver com um Estado eficiente, ele também não pode deixar o Estado falir. Se o Estado falir o mecanismo morre.
  20. A combinação destes dois fatores faz com que a economia brasileira tenha períodos de crescimento baixos, seguidos de crise fiscal, seguidos de ajustes que visam conter os gastos públicos, seguidos de novos períodos de crescimento baixo, seguidos de nova crise fiscal...
  21. Como as leis são feitas por congressistas corruptos, e os magistrados das cortes superiores são indicados por políticos eleitos pelo mecanismo, é natural que tanto a lei quanto os magistrados das instâncias superiores tendam a ser lenientes com a corrupção. (Pense no foro privilegiado. Pense no fato de que apesar de mais de 500 parlamentares terem sido investigados pelo STF desde 1998, a primeira condenação só tenha ocorrido em 2010.)
  22. A operação Lava-Jato só foi possível por causa de uma conjunção improvável de fatores: um governo extremamente incompetente e fragilizado diante da derrocada econômica que causou, uma bobeada do parlamento que não percebeu que a legislação que operacionalizou a delação premiada era incompatível com o mecanismo, e o fato de que uma investigação potencialmente explosiva caiu nas mãos de uma equipe de investigadores, procuradores e de juízes, rígida, competente e com bastante sorte.
  23. Não é certo que a Lava-Jato vai promover o desmonte do mecanismo. As forças políticas e jurídicas contrárias são significativas.
  24. O Brasil está sendo administrado por um grupo de políticos especializados em operar o mecanismo, e que quer mantê-lo funcionando.
  25. O desmonte definitivo do mecanismo é mais importante para o Brasil do que a estabilidade econômica de curto prazo.
  26. Sem forte mobilização popular é improvável que a Lava-Jato promova o desmonte do mecanismo.
  27. Se o desmonte do mecanismo não decorrer da Lava-Jato, os políticos vão alterar a lei, e o Brasil terá que conviver com o mecanismo por longo tempo.

Este é um documento bastante lúcido sobre a nossa atual política brasileira. Mostra que estamos sendo administrado nacionalmente por quadrilhas instaladas em todos os níveis de governo, e a população, a maioria analfabeta e entra os letrados muitos com facilidade de serem cooptados pela máquina do mecanismo, deixa a opção de ocupar as ruas com manifestações com teor mais intelectivo e corretor da ética e da moral, com mais improbabilidade de acontecer.

Mas, a promessa do Brasil ser o coração do mundo e a pátria do Evangelho, é incompatível com a existência do mecanismo dentro da administração pública. Não sei se os Espíritos Santos mais próximos de Deus irão intervir ao nosso favor, nós, habitantes que procuramos colaborar com esse novo estágio da civilização terrestre.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 23/02/2017 às 01h30
 
22/02/2017 23h59
ENERGIAS, VIBRAÇÕES E VIDA

            Tudo que existe no universo tem uma forma de energia. A energia se manifesta por suas vibrações. Essas vibrações energéticas, mais densas ou mais sutis, realiza o conceito de Vida. Então, podemos elaborar um conceito de Deus baseado nestas premissas. Se tudo é energia e que o relacionamento vibrátil gera a Vida, então, o promotor dessas existências, energia condensada ou sutil, matéria inerte ou vida, é também uma forma de energia altamente organizada nos padrões vibratórios sutis, capaz de preencher todas as lacunas do Universo, se sentir dentro e fora da Natureza. É o conceito de Deus, mais próximo dos seus significados energéticos e mais distantes dos dogmas religiosos.

            Hoje foi dia que ministro a primeira aula teórica no curso opcional de Medicina, Saúde e Espiritualidade, que aproveito para expor a teoria da Vida alicerçado nas energias vibracionais. Na Academia prevalece os conceitos materialistas, e essa aula que aborda questões abstratas, fora do alcance dos cinco órgãos dos sentidos, gera a princípio muita desconfiança.

            Nesta aula são abordadas as dimensões energéticas que formam a vida, e que é representada na forma mais densa pelo corpo físico e na forma mais etérea, pelo espírito. A explicação sobre o corpo físico não traz nenhuma desconfiança, mas quando se aborda os seis restantes, se entra numa área de dúvidas onde a fé racionalizada se torna importante na aceitação dos conteúdos.

            Esses estudos são mais aprofundados e compreendidos no Oriente, onde escolas como a Ioga e a Rosa Cruz aceita discípulos que podem gastar a vida toda na formação de um sacerdócio, onde as habilidades psíquicas e sensibilidades sutis são desenvolvidas com o objetivo da percepção dessas energias mais etéreas. Estruturas como Duplo Etéreo, Perispírito ou Corpo Astral, Corpo Mental Superior e Corpo Mental Superior, Corpo Búdico, Espírito, e os diversos Chacras, são novidades que se defrontam com o pensamento materialista e logo surge a desconfiança.

            Não tenho a capacidade de perceber nenhuma das energias mais sutis, não tenho comigo nenhuma experiência anômala, para quem conceitua a Natureza com base nas relações materialistas. Porém, a minha capacidade lógica, a minha imaginação, consegue alcançar a coerência do mundo espiritual, o processo evolutivo no qual estão engajados tanto as forças espirituais quanto a forças materialistas.

            Esta minha convicção da existência do mundo espiritual como mais um aspecto da Natureza, é o que transmite uma força de realidade aos meus alunos ou ouvintes. Posso estar errado, e se assim for eu estarei induzindo ao erro quem estiver me escutando e procurando pratica as minhas lições.

            Acontece que sigo as lições de um Mestre de grande perfeição, Jesus de Nazaré, e Ele também demonstrou com fortes convicções que estava certo ao falar do Mundo espiritual, da inexistência da morte e da existência de um Pai, criador de tudo que existe, que sua energia sutilíssima pode ser representada pelo Amor Incondicional.

            Portanto, mesmo que eu não perceba essas energias condensadas, só consiga avaliar racionalmente o que meus sentidos não conseguem captar, tenho plena confiança na existência do mundo espiritual, na influência do Pai constantemente ao meu lado, e a fé que eu possuo procuro transferir com o mesmo grau de certeza para quem esteja me ouvindo e dando atenção.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 22/02/2017 às 23h59
 
21/02/2017 23h59
NIILISMO

            O Niilismo é uma corrente filosófica que defende o prazer imediato sem preocupações com o futuro. Defende que não existe nada além desta existência, nega qualquer princípio religioso, social ou político.  

            O livro escrito por Allan Kardec, “O Céu e o Inferno”, abre no primeiro capítulo as considerações sobre o papel do niilismo na filosofia. Coloca que se todos decidissem adotar o niilismo como filosofia de vida, o mundo seria muito mais materialista e os valores morais seriam mais facilmente corrompidos. O homem estaria mais preocupado em gozar a vida enquanto tivesse energias para tal, e mais ainda, poderia usar e abusar do esforço do próximo para a sua evolução e sobrevivência, sem qualquer tipo de pudor. Para essa pessoa praticante do niilismo, era justificado usar a lei do mais forte no interesse pessoal, usar a inteligência para burlar a confiança do próximo, numa estratégia de vitalizar o quanto mais sua capacidade de sucesso reprodutivo. O niilismo seria a prática por excelência do materialismo.

            A filosofia espiritualista, principalmente esta trazida pelos espíritos e que aponta como principal ator ou personalidade, a figura de Jesus de Nazaré, o que se tornou Cristo por sua extrema capacidade de harmonização planetária. Trouxe a informação do Pai transcendental, o que criou tudo que pertence a Natureza. Passamos a entender que além deste mundo material e das exigências que ele faz para a sobrevivência do corpo biológico, existe uma outra forma de vida, que não podemos apontar de forma objetiva para ela. Sabemos da sua existência pela intuição da Verdade, por acreditar naquilo que o Cristo ensinou e demonstrou. O niilismo passa a ser apenas um componente dos instintos que procuram o prazer para manter a subsistência corporal. Sabemos que além dessa evolução biológica estruturada nos instintos, possuímos também uma evolução espiritual baseada nos valores morais.

            Nós, que tivemos conhecimento dessa Verdade espiritual trazida pelo Cristo, podemos encarar o niilismo apenas como uma forma de pensamento ligado ao prazer corporal, ao egoísmo, à lei do mais forte ou mais inteligente. Se ficarmos associados ao niilismo, a esse prazer instintivo, estaremos privilegiando a evolução biológica em detrimento da evolução espiritual.

            Sabemos que o mais importante para a vida real, não é a vida aparente representada pelo corpo físico, corpo esse que o tempo logo se encarregará de destruir. O mais importante é a vida espiritual que anima o corpo físico, mas que não deve ser subjugado por ele. Deve aprender a controlar esses instintos com a consciência educada pelos valores espirituais, capaz de segurar a força que pode emergir dos subterfúgios mais profundos da mente.

            Quando adquirimos essa condição, o corpo e o niilismo que o instrumentaliza ficam em segundo plano. O prazer que aprenderemos a sentir é o prazer vindo das estruturas mais sublimes, de vibrações mais altas, da proximidade com o Criador.   

Publicado por Sióstio de Lapa
em 21/02/2017 às 23h59
 
20/02/2017 22h50
CARTAS PARA DEUS

            Ao começar um curso de “Formação de Escritores” pela internet, o professor falou de uma obra muito importante do escritor Austregésilo de Athayde. Foram cartas que ele fez diariamente à sua esposa e que hoje é guardada como relíquia da História do Brasil, pois não se tratava apenas de relatos afetivos, mas do que ele percebia sobre o nosso País. Fiquei a pensar que faço algo parecido com este diário, que tenho mantido com bastante regularidade. Um diário de minhas atividades e lucubrações, em todas as áreas, dirigidas a Deus. Sim, dirigidas a Deus, pois o que faço é na forma de um compromisso onde o meu comportamento é colocado de forma pública, no sentido de eu servir como um tipo de cobaia do comportamento humano, no que ele tem de dificuldade em entender e seguir a vontade do Criador.

            Por outro lado, não é bem cartas para Deus, pois não faço esse endereçamento. Simplesmente procuro colocar de forma transparente o que está acontecendo comigo, desde que esse relato não vá trazer sofrimento desnecessários para terceiros. Tanto é verdade, que mesmo colocando informações que não poderia deixar de colocar, mesmo assim deixa algumas pessoas que estão ligadas a mim e que não seguem o mesmo pensamento que tenho, constrangidas. Algumas chegam a evitar ler o que escrevo, pois percebem que vivem melhor sem saber o que penso e o que faço. Essa é uma relação instável, pois a verdade sempre vai surgir e as reações podem ser muito negativas, levando a conflitos, raiva, agressividade. Quando chega a esse ponto é necessário o afastamento físico, pois a relação tende a piorar cada vez mais, desde que não posso mudar o meu modo de pensar para agradar a ninguém.

            Este relato serve de bom exemplo para o que quero dizer. Estou falando do que aconteceu na minha segunda aula de “Formação de Escritores” na forma de crónica para um público externo que muitos não me conhecem. O que é válido é o acontecimento e a minha forma de reação. Esta transparência do que aconteceu e da minha reação, é o compromisso que tenho com Deus, de mostrar como funciona um organismo humano, que sofre todas as pressões dos instintos, e que por outro lado, como um compromisso espiritual, deseja fazer a vontade do Pai.  

            Para ser uma carta dirigida ao Pai, eu deveria começar diferente, aproximadamente dessa forma: “Querido Pai, hoje tive acesso a segunda aula do curso de “Formação de Escritores” e foi dado a informação de um escritor que fazia diariamente cartas para sua esposa, como faço diariamente para Ti.”

            Mesmo que na forma, os meus escritos não pareçam ter esse formato de carta, mas para quem me acompanha desde o início, pode muito bem ter a mesma sensação que tenho de estar falando com o Pai quando coloco os textos deste diário.

            Não vou mudar a forma que tenho de escrever. Talvez os conteúdos do curso que estou fazendo venha me trazer informações úteis para melhorar minha forma de escrever, mas não quero deixar de falar com o Pai, mesmo que não tenha a formalidade de uma correspondência tradicional.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 20/02/2017 às 22h50
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