Para o homem sair da condição animal onde a Natureza nos colocou e partir para a condição de angelitude onde a promessa de evolução espiritual nos espera, é preciso romper com as exigências instintivas incompatíveis com esse propósito espiritual.
A missão que Jesus recebeu do Pai foi vir até nós, encarnar nas estruturas biológicas como nós fazemos e nos ensinar a Lei do Amor (incondicional) como ferramenta imprescindível à evolução espiritual. O uso que podemos fazer da racionalidade, mesmo ela funcionando dentro do cérebro, órgão do corpo e portanto submetido diretamente à força dos instintos, é para ver a coerência de tudo que existe ao nosso redor, das diversas teorias sobre a origem e destinação da vida, e aceitar conscientemente a que considerar mais correta, mesmo que isso vá de encontro aos interesses egoístas do corpo.
Ao considerarmos a prevalência do Espírito comparado ao Corpo, da imortalidade daquele e da brevidade deste, da realidade do mundo espiritual e da falsa aparência das formas do mundo material, verificamos a coerência das lições que Jesus nos trouxe e do esforço que devemos fazer para a evolução do nosso Espírito.
Nesse sentido, a importância do Evangelho, onde estão escritas as lições que Jesus nos deixou, não deve ser simplesmente mística ou religiosa, mas iniciática, uma forma de iniciação prática dos ensinamentos teóricos. Fazendo isso estaremos dando prioridade aos valores espirituais, controlando as forças instintivas de interesse do Ego, fazendo uma Reforma Íntima daquilo que herdamos biologicamente e do que aprendemos culturalmente. Assim, teremos que eliminar hábitos, vícios e costumes perniciosos; defeitos morais, sentimentos e pensamentos incompatíveis com a evolução espiritual; e, por outro lado, buscando adquirir virtudes próprias do homem novo, transformado, conquista da sinceridade, desejo, vontade e determinação de alcançar a meta espiritual.
Qual a forma de alcançar isso, o regulamento, a lei que devo seguir? A Lei do Amor, bem ensinada pelo Cristo, principalmente nos dois primeiros grandes aspectos: “Amar a Deus sobre todas as coisas”, pois em tudo está a energia divina, por todo o Universo, no macro e no micro cosmo, inclusive dentro de nós; e, segundo, “Amar ao próximo como a si mesmo”, pois o próximo é um simples reflexo do que eu sou, que reflete Deus da mesma forma que eu, pois tudo de bom ou de mal que eu possa fazer a ele, automaticamente se volta para mim mesmo.
Atingindo esse nível de consciência, armado com o Evangelho e tendo a Lei do Amor, a Lei de Deus dentro da minha consciência, estaremos prontos para construir novos relacionamentos mais coerentes com a vontade do Pai e capaz de formatar a Família Universal, e por conseguinte, o Reino de Deus
Do livro “O consolador” escrito pelo espírito André Luiz através da mediunidade de Chico Xavier, vem essas instruções que fazem parte do nosso cotidiano e que devemos ter em mente para aproveitar com pragmatismo o momento.
O contato da água no corpo provoca um estímulo magnético que percorre todo o organismo, deixando-o calmo, e preparando-o para o sono reparador ou para as lutas de cada dia. O banho diário, quando encontra na mente apoio, torna-se um passe.
Além das virtudes curativas da água, enxertar-se-ão fluidos magnéticos, de acordo com a irradiação da alma. A disciplina dos pensamentos é uma fonte de bem-estar na hora da higiene do instrumento carnal.
No instante do banho é preciso que se entenda a necessidade da alegria, que nosso pensamento sustente o amor, até um sentimento de gratidão à agua que nos serve de higiene. Visualize, além da água que cai em profusão, como fluidos espirituais banhando todo o seu ser.
O impulso dessa energia destampa em nosso íntimo a lembrança da fé, da esperança, da solidariedade, do contentamento e do trabalho.
Por esse motivo, banho e passe, conjugados, são uma magia divina ao alcance de nossas mãos.
O chuveiro seria como um médium da água e dele sai o fluido que vivifica o corpo.
Poder-se-á vincular o banho ao passe, e ele poderá ser uma transfusão de energias eletromagnéticas, dependendo do modo pelo qual nós pensamos enquanto nos banhamos. Uma mente ordenada na alta disciplina e pela concentração, em segundos, selecionará, em seu derredor, grande quantidade de magnetismo espiritual e os adicionará, pela vontade, na água que lhe serve de veículo de limpeza física, passando a ser útil na higiene psíquica. Observem que, ao tomar banho, sentimo-nos comovidos, a ponto de nos tornarmos cantores! E a alegria advinda da esperança nos chega da água, que é portadora dos fluidos espirituais, que lhe são ajustados por bênção do amor.
O lar é nosso ninho acolhedor, e nele existem espíritos de grande elevação, cuja dedicação e carinho com a família nos mostrará como Deus é bom.
Essa assistência atinge, igualmente, as coisas materiais, desde a harmonização até o preparo das águas que nos servem. Quantas doenças surgem e desaparecem sem que a própria família se conscientize disso? É a misericórdia do Senhor pelos emissários de Jesus, operando na dimensão oculta para os homens, e encarregados de assistir ao lar. Eles colocam fluidos apropriados nas águas para o banho, e nas que bebemos. E, quando eles encontram disposições mentais favoráveis, alegram-se pela grande eficiência do trabalho. Na hora das refeições, é sagrado e conveniente que as conversas sejam agradáveis e positivas.
No momento do banho, é preciso que ajudemos, com pensamentos nobres e orações, para que tenhamos mãos mais eficientes operando em nosso favor.
Se quisermos quantidade maior de oxigênio nitrogenado, basta pensarmos firmemente que estamos recebendo esses elementos e a natureza nos dará isto, com abundância. É o “pedi e obtereis”, do Cristo. E, com o tempo, estaremos mestres nessa operação que pode ser considerada uma alquimia.
A alegria tem também bases físicas. Um corpo sadio nos proporcionará facilidades para expressar o amor.
Quando tomar o seu café pela manhã, tome convicto de que está absorvendo, juntamente com os ingredientes materiais, a porção de fluidos curativos, de modo a desembaraçar todo o miasma pesado que impede o fluxo da força vital em seu corpo. E sairá da mesa disposto para o trabalho, como também para a vida. Despeça-se de sua família com carinho e atenção, e deixe que vejam o brilho otimista nos seus olhos, de maneira a alegrar a todos que o amam; assim, eles lhe transmitirão as emoções que você mesmo despertou neles e isso lhe fará muito bem. Lembre-se de que um copo de água que tome, onde quer que seja, pode ser tomado e sentido como um banho e passe internos.
Não se esqueça de bebê-lo com alegria e amor, lembrando com gratidão de Quem lhe deu essa água tão necessária, pois se ela vem rica de dons espirituais, aumentará a sua conexão com o divino poder interno.
É muito bom estar consciente a cada coisa que nos acontece e estar agradecido, se sentindo abençoado e cheio de amor.
A consciência, a gratidão, e o amor são dois caminhos paralelos que a felicidade percorre com alegria.
Uma boa prática, para decorar e aplicar no cotidiano.
Nas minhas diversas leituras, geralmente aleatórias, encontrei no livro “Lindos casos de Chico Xavier”, de Ramiro Gama, o texto 37 que me fez ficar curioso e trazer aqui para meus leitores:
O LADO DIREITO
Todas as coisas tem o seu lado direito e esquerdo, como temos nossas mãos direita e esquerda.
Para nós, destros, tudo quanto fazemos com a direita sai mais ou menos certo; com a esquerda sai mais ou menos errado...
Pedro, apóstolo pescador de peixes e de almas, quando pescava no Lago Genezaré juntamente com outros pescadores, lançava a rede pelo lado esquerdo e não apanhava nenhum peixe.
Apareceu-lhe, então, Jesus e mandou que a lançasse, de novo, mas pelo lado direito, e a rede se rompeu de tanto peixe.
Na própria escolha dos premiados, que saem vitoriosos de suas provas, o Mestre os separa dos fracassados, passando o primeiro para a sua direita e o segundo para a esquerda.
O lado direito é, pois, o da Justiça, do Bom Combate, do Bom Caminho, da Vereda Certa, da Vida Verdadeira, da Verdade mesma.
Assim conversávamos com o Chico, em caminho da Fazenda do Ministério da Agricultura, em Pedro Leopoldo, quando o médium concluiu:
- O lado direito é o lado de Deus.
- O esquerdo é de César.
O primeiro é dos que vivem com Deus, cumprindo-lhe a Lei. O segundo é dos que estão apenas vivendo para o mundo e desejando o muito sem Deus.
Este texto parece muito determinista entre o bem e o mal, localizados à direita ou a esquerda, respectivamente. Mas vamos focar na simbologia que leva à conceituação. Na Bíblia, o livro sagrado, o lado direito assume essa conotação de estar mais perto da vontade de Deus. A partir daí pode se justificar a preferência positiva pelo lado direito. Mas, como é que isso se perde no contexto político? Por que a esquerda é vista com mais glamour, que os seus integrantes exigem posturas fortes dentro da sociedade, que implicam até no uso da violência, que contamina igrejas, universidades, parlamentos, gabinetes e comarcas? Por que os atos genocidas que a história mostra, associados à esquerda e ao socialismo/comunismo, não são devidamente absorvidas pelas consciências? Será que estão, a partir das escolas, condicionadas dentro do erro, ou hipnotizadas pelo mal?
Por outro lado, a direita... por que, se está tão próxima da vontade de Deus, passam os seus integrantes a explorarem o suor dos irmãos, aplicando um capitalismo selvagem, onde cada vez mais os recursos são concentrados na cúpula da pirâmide social e a base rasteja sem dignidade humana em busca da sobrevivência?
Tanto num como noutro caso, o fator convergente para a emergência do mal, é o egoísmo, que tanto está colocado à direita quanto à esquerda, e que se manifesta na forma de corrupção, as mais diversas, apoiada pelas mentiras e hipocrisias.
O antídoto para nos livrar dessa influência maléfica que vem de todos os lados, é usar a Verdade em todos os momentos.
Moisés foi chamado por Deus para retirar o seu povo do Egito, por caminhos totalmente improváveis. Moisés havia se tornado assassino, fugitivo da sua terra, o próprio Egito, onde convivia na casa do Faraó. Não tinha o dom da oratória, pouco sabia expressar o que Deus queria de si, com tamanha tarefa, contrária aos interesses do Faraó. Mas Deus, sabendo que era o momento de livrar o seu povo daquela situação de escravidão, fez a convocação dele, já estabelecido no exílio, casado, sem nenhuma pretensão de voltar à terra que havia fugido. Mas Deus foi persuasivo e Moisés era obediente. Colocou Aarão, seu irmão, ao seu lado e indicou a estrada a ser seguida.
Mesmo assim acontece hoje. O povo de Deus, aqueles que acreditam que Ele é nosso Pai, que procuram ser obedientes à Lei do Amor enquanto Sua essência, que vivem numa situação de escravidão moderna, pagando altos impostos e sem receberem os serviços que seriam de direito, tudo para manter uma casta de corruptos sob a capa da moralidade e autoridade perversa, e de uma ética contaminada pelos princípios do mal.
Chega o momento de um novo êxodo, da retirada deste povo de Deus dessa situação de penúria moral, de espoliação do suor derramado, de medo constante do que possa acontecer, consigo ou com seus filhos, pela ação das armas dos bandidos sem camisa das ruas ou dos bandidos de colarinho branco dos gabinetes. Chega a hora de ser manifesta a vontade de Deus, primeiro pela Justiça aqueles empertigados, irremovíveis da condição de viverem à margem da Lei do Amor, e, segundo, pela Misericórdia, àqueles que sinceramente se arrependem de seus crimes.
É tempo de uma nova caminhada da humanidade em direção à terra que jorra “leite e mel”. Desta vez não será um local específico da Terra, como a Canaã dos judeus, de Abraão. Desta vez, conforme as modernas profecias, será a Terra em sua totalidade, o planeta passará a ser considerado um Planeta de Regeneração, deixará para trás a sua atual condição de Planeta de Provas e Expiações. Todas as almas, encarnadas ou não, resistentes e persistentes no mal, serão expurgadas para outro planeta, outra morada, mais condizente com o estado mental ou espiritual que eles não conseguem, pelo menos no momento, mudarem para sintonizar com a lei da evolução, integrante da Lei do Amor.
Como Deus conduzirá o seu povo dentro deste novo êxodo, que não significa andar 40 anos em nenhum deserto físico da Terra, e sim, talvez, andar 40 anos no deserto espiritual do coração. Limpá-lo de toda a sujeira que o egoísmo da infância e dos maus costumes deixou, passar a agir com brandura, justiça e solidariedade. Respeitar em tudo, e principalmente nos relacionamentos íntimos, a Lei do Amor, pois aí está contida a vontade de Deus.
Tenho a impressão que Deus já está preparando um dos seus filhos mais obedientes, assim como no passado foi Moisés e Jesus, para assumir mais uma vez essa tarefa sacrificial da própria vida em função do bem estar dos irmãos, em qualquer ponto do planeta onde eles estejam, obedecendo à Lei do Amor, não importa o nome que deem a ela, mesma que seja Buda, Alá, Krishna ou qualquer outro, até mesmo ateísmo.
Encontrei no whatsapp um conceito publicado num vídeo, muito enxuto e pragmático, sobre o Perdão, infelizmente sem o nome da autora, e como esse conceito é da máxima utilidade, para todos nós, discípulos do Cristo, irei reproduzi-lo na íntegra.
- Você poderia falar alguma coisa sobre o Perdão Incondicional? Seria como fazer isso com alguém, dar o Perdão Incondicional, como faríamos isso?
- Quando a gente fala em perdão das ofensas, a gente sempre fala como se a gente tivesse fazendo um trabalho com a outra pessoa, quando na verdade, se a gente fizer um trabalho conosco mesmo, que em psicologia se chama ressignificação, que é o que? A mudança da visão que você tem de alguma coisa. Tudo pode ter aspectos diferentes. Se você muda a forma como você ver alguma coisa, como é que você faz para perdoar incondicionalmente? Simples, é não se ofender. Como é que a gente faz? Então eu faço essa pergunta: Deus perdoa? Perdoa ou não perdoa? Sim ou não? Não! Deus não perdoa, de jeito nenhum, então não adianta pedir perdão, pois Ele não perdoa. Por que é que Ele não perdoa? Porque para você perdoar, o que você precisa sentir primeiro? Se ofender! Deus se ofende? Não! Se Ele não se ofende, Ele precisa perdoar? Não! Então, segundo Francisco de Assis, a resposta para o perdão incondicional é se tornar inofendível. Trabalhar o que? A humildade. Pois normalmente quem se ofende é o egoísmo, por exemplo. Primeiro eu, depois os meus, para os outros nada. Se sair da ordem ele se ofende terrivelmente. O orgulhoso também. Você sabe o que é orgulho? As pessoas confundem muito, orgulho e vaidade, mas não são a mesma coisa. O que é orgulho? Orgulho significa: “eu sou melhor”. Então o orgulhoso acredita que ele é melhor que os outros. Não precisa os outros acreditarem nisso, ele sabe que é melhor, e é isso que importa. Então, o orgulhoso diz assim: “eu sou melhor que você”. Se vocês não acreditam, azar de vocês, eu sou melhor mesmo... Agora, a vaidade é diferente. O orgulhoso acha que é melhor, o vaidoso quer que todo mundo saiba. Se todo mundo não souber, então não adianta. Então para ele, que os outros saibam é mais importante do que ele acreditar. Para o vaidoso, parecer já é suficiente, nem precisa ser. Parece, já é melhor. Entenderam a diferença? Então, para o orgulhoso, se ele é melhor, e é o que ele acredita, qualquer momento em que você não o trate como o melhor, ele se ofende. O vaidoso, como ele espera que todos reconheçam a sua superioridade, quando alguém não reconhece, o que acontece? Ele se ofende! Então, se você não for vaidoso, não for orgulhoso e não for egoísta, você não precisa perdoar ninguém, perdão incondicional é um fato. E como você não se ofende não precisa perdoar, né? Se tomarem o seu lugar, se sentarem na sua frente, não te derem o devido valor, você não se importa, porque na verdade, nunca foi entre você e eles, sempre foi entre você e Deus. Então é com Ele que você realmente tem que tratar, não com os outros. Então, se você muda, a forma como você enxerga a si mesmo, não é tão difícil assim perdoar. Você realmente se ofendeu, por que?
Uma boa maneira para a gente avaliar no dia quando estamos sendo egoístas, orgulhosos ou vaidosos... o perdão vem na sequência.