Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
28/11/2016 00h59
THE CROWN (A COROA)

            Comecei a assistir sem nenhuma pretensão, apenas por curiosidade, a série da Netflix, The Crown (A coroa). Hoje estava assistindo o capítulo, Ilusões, onde o Rei que iria ser coroado, chama sua filha para que, no papel do Arcebispo, ensaie a cena da coroação. Foi aí que percebi mais uma manobra do “Destino” para me colocar frente ao significado mais coerente do que deve ser um Rei.

            Alguém que é escolhido, seja por qual canal que seja, para representar, cuidar, proteger e orientar uma nação, com prejuízo da vida pessoal, familiar, individual, para respeitar os direitos e necessidades da coletividade. Essa pessoa deve ter a consciência dessa obrigação, estar disposto a abdicar de sua vida pessoal e passar a viver em função do Estado que representa a Nação, mesmo que exista uma constituição que represente a vontade do povo para eleger os seus representantes. Mas estes devem estar consciente, que acima do cargo que a votação democrática os coloque, em qualquer posto, inclusive no cargo de primeiro ministro, responsável para comandar o gabinete político, pode ser afastado se o Rei percebe que isso é necessário para o bem da nação.

            Neste ensaio promovido pelo futuro rei, com a sua filha Elizabeth, que viria a lhe suceder, é demonstrado que o rei é ungido nas mãos, no peito e na cabeça, simbolizando, como os profetas e reis do passado, a permissão de Deus para o mandato que ele iria cumprir, a promessa que ele não poderia esquecer, de dedicar a sua vida ao povo, com o trabalho, coração e mente.

            Quem está de fora e não percebe esse simbolismo que exige do Rei uma vida dedicada com prioridade aos interesses da nação, e percebe apenas o fulgor externo da Casa Real com o séquito de súditos que viabilizam esse aspecto do poder, podem imaginar uma família de ociosos que se locupletam dos recursos da nação para uma vida de pompa e ostentação. Não é que isso não possa ocorrer, afinal, até mesmo a Casa Real é composta por seres humanos carregados de atavismo animal. Mas, a educação rígida, preparatória, que cada membro da realeza recebe, principalmente os que estão na linha direta de sucessão, serve de preventivo para a distorção do comportamento, do público para o privado, do interesse coletivo para o interesse individual.

            Então, passei a refletir sobre as últimas informações que recebi e que me tornaram simpático a causa da realeza no Brasil. Percebi que a minha educação foi intencionalmente falha em ensinar o que aconteceu com a administração brasileira para que hoje todos comemorem a Proclamação da República como um dia importante, como uma revolução necessária para a evolução e modernização do Estado brasileiro. Eu não sabia que a revolução que destituiu o rei brasileiro não teve a participação popular, que atendeu aos interesses da elite. Formaram um novo sistema de governo onde os mais capacitados financeiramente tinham oportunidade de serem eleitos para os principais cargos da nação e a partir daí tirarem como investimento de altíssimo lucro, tudo que gastaram em suas campanhas, sem terem por trás nenhum poder moderador, corregedor, moralizador. Ficamos nós, o povo, como “escravos modernos” pagando os maiores impostos da Terra, enchendo os bolsos dos corruptos que estão presentes em todos os partidos e onde englobam com acidez, agressividade e até violência, os raros políticos justos que tem a coragem de elevar a voz com honestidade em defesa do povo.

            Observamos com asco, revolta e repugnância, o enriquecimento ilícito desses políticos, seus familiares e apaziguados, quando a justiça que permanece íntegra consegue identificar, denunciar e punir.

            Parece que não adianta na eleição trocarmos de um partido por outro, pois o que se mostra mais aguerrido na luta pela ética e moral, quando assume o poder se mostra o mais perigoso, suguinário (neologismo para sedente do suor, como existe o sedente em sangue) e carente de propinas.

            Parece que seria mais correto, pedirmos desculpas à Casa Real brasileira por não termos tido condições naquela época de defender um rei que tão bem nos representava, e usarmos agora o nosso voto para eleger alguém que se dedique à causa pública mais do que aos seus interesses privados, familiares e corporativos. Alguém que sob a inspiração divina aceite a sobrecarga de tratar uma nação como a sua família ampliada, um juramento que jamais deverá ser esquecido, jamais deixará de ser cumprido.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 28/11/2016 às 00h59
 
26/11/2016 13h31
UMA LIÇÃO DO MESTRE

            Filipe havia ficado perturbado, pois tinha tentado ensinar a Sultão, um velho ranzinza que ele encontrara, sobre o Reino de Deus. O velho saíra de sua presença resmungando, negando o que Filipe queria ensinar, negando a existência de Deus, a vinda do Messias. Insistente, Filipe ainda queria seguir o velho para demovê-lo de sua negação, mas terminou vencido pela firme determinação do velho que continuava se afastando dizendo impropérios.

A noite, quando Filipe teve oportunidade de falar com o Mestre, junto com os outros discípulos, reunidos na casa de Pedro, perguntou:

- Jesus, pode nos ajudar, principalmente hoje, a entender o que deve ser o Respeito aos outros? Senhor, encontro-me assustado, pensando no que devo fazer para entender e praticar o que chamas de amor ao próximo.

Assenta-se no banco liso dos velhos pescadores e limpa a mente, como se tivesse usando uma peneira no garimpo em busca de pedras preciosas. O Cristo, cintilando seu tranquilo olhar nos seus seguidores, inicia sua resposta:

- Filipe! Que a paz de Deus esteja em teu coração! O apreço que devemos ter às pessoas e, em certo ponto, até aos animais, exige de nós muita acuidade, muito senso espiritual, cabendo dentro da máxima que sempre repetimos: “Não fazer aos outros aquilo que não queremos que eles façam conosco”. Coloca-te no lugar daqueles que esperam o teu Respeito, que logo saberás como deves agir para com eles. Nem sempre os conceitos da vida que abraçamos são certos para nossos semelhantes. É importante quando atingimos determinado progresso na engenhosa arte de viver bem. No entanto, é meio perigoso o fanatismo. Vestir a capa de missão ou de cumprimento do dever é criar situações melindrosas, fazendo, por vezes, inimizades. Sei que tens grande dedicação aos velhos e pelas crianças órfãs que atravessam o teu caminho. Porém, não deixes que a piedade se exagere, para que ela não se torne em desespero ou revolta. Procura ajudar à altura das tuas possibilidades e na medida do interesse que o necessitado te mostrar. Sair procurando a esmo a quem socorrer ou a quem doutrinar fará com que a mágoa se instale em teu coração, podendo até enraizar-se, tornando difícil a desapropriação.

O Mestre se cala, olhando para a própria túnica que refulgia em cores variadas, refletindo no ambiente um clima de paz.

- Filipe, não esqueces o velho Sultão um só momento, achando que foste por demais exagerado como ancião. Poderias ter conversado sobre outros assuntos, sem levares o velho à irritação. Com pouco espaço de tempo, ficarias sabendo da opinião dele acerca da vida espiritual. Assim não fizeste, foste logo tocando no assunto e o teu tribunal íntimo te acusa, pedindo o reparo e sugerindo que não procedas mais assim.

Jesus, dono de uma sensibilidade altamente desenvolvida, tocara mais ou menos no assunto que preocupava o discípulo e o deixara bastante deprimido. Com habilidade, prossegue:

- Meu filho! O acatamento às pessoas é distinção da alma nobre. Mas saber como respeitar é inspiração da caridade integrada ao amor. Não queiras impor, a quem quer que seja, o teu ponto de vista. Não deves forçar as consciências, a título da vontade de Deus. Pois Ele, que é soberano, que não precisava esperar pela harmonia de tudo o que Ele mesmo fez, espera o trigo crescer e prosperar, espera os olivais ficarem no ponto da colheita, espera as fases certas de recolher as uvas, espera por algum tempo a procriação das ovelhas, e espera, sorrindo, pela natureza que nos cerca e pela nossa transformação, da ignorância para a sabedoria. E tu, quem és que não podes esperar? Não te preocupes com a velhice do corpo, no tocante à necessidade urgente de fazer com que a alma que o anima desperte para o Criador, pois, em verdade te digo que, em muitos casos, a que está vivendo como criança é verdadeiramente mais velha e amadurecida para as coisas do espírito. Se queres entrar nos corações alheios para levar a boa nova do reino de Deus, isso nos dá muita alegria. Todavia, Filipe, espera que os corações abram as portas dos sentimentos. O fruto verde dificilmente tem sabor e, acima de tudo, é nosso dever respeitar o ambiente alheio. Espera, espera, mesmo sendo convidado, para adentrar o lar que não seja o teu.

Os assistentes regozijavam-se com os ensinamentos do Mestre. Todos tinham um caso semelhante e alguns poucos sentiam mesmo vontade de partir para a agressão, quando alguém que eles provocavam na imposição doutrinária blasfemava contra o Cristo. E Jesus finaliza:

- Filipe! É bom que guardes isso na tua cabeça. Ninguém se perde, todos somos filhos do mesmo Pai, criados com o mesmo amor. Se alguém reluta e não aceita a verdade agora, o tempo será o portador dela mais tarde. Eu acho que existe tanta lavoura a espera de colheita, que parece perda de tempo preocupar-te com plantios novos, cujos frutos se encontram verdes. Filipe, procura mais um pouco de meditação, procura a oração que o fanatismo não perturbe e abraça a Deus, meu filho, esperando e trabalhando com fé, que esse mesmo Deus te guiará por todos os caminhos, para que sejas um homem reto, com reta justiça, com reto respeito e com reto amor.

Eu considero excelente essa lição de Jesus, pois se aplica diretamente ao meu caso. Eu também abracei um conceito que parece errado para a maioria das pessoas que se relacionam comigo. Porém não posso forçar ninguém a aceitar aquilo que considero certo e as pessoas consideram erradas. Eu sinto que estou amadurecido espiritualmente e que procuro seguir com fidelidade à Lei do Amor que o Mestre Jesus veio ensinar, e portanto, aprender a respeitar o próximo em suas convicções, mesmo que a lógica e a intuição mostrem que ele está completamente errado. Tenho que ficar mais próximo de pessoas mais amadurecidas onde a colheita de frutos são mais substanciais.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 26/11/2016 às 13h31
 
26/11/2016 00h59
PASSE MAGNÉTICO

            Uma das atividades mais frequentes e solicitadas nos centros espíritas é o passe, uma imposição das mãos que pode ser classificado em magnético ou espiritual. Magnético quando é repassada para o paciente apenas a energia do doador. Espiritual, quando a energia doada vem do doador encarnado, mas misturada com a de um ente espiritual.

            No estudo da noite do dia 22-11 foi abordado este tema e as diversas formas de aplicação do passe, sendo muitos deles inadequados segundo alguns colegas. Foram colocadas diversas maneiras de aplicação, longitudinal, dispersivo, etc.

            Parece que a forma de praticar o passe termina superando a sua essência, parecido com aquele jargão da “letra que mata a essência”; aqui seria, a técnica do passe que mata a sua essência.

            Sei, e todos concordam, que o importante é a qualidade do amor que a pessoa possui e a sua capacidade de doação sem esperar recompensa. Também entra no contexto da utilidade de tal expressão de amor, a expectativa que a pessoa desenvolve de se beneficiar de tal energia. Lembremos o caso da mulher que sofria de hemorragia e que somente ao tocar nas vestes do Mestre teve sua doença curada. Não precisou que Jesus fizesse nenhum tipo de imposição das mãos, nenhum gesto ou palavra em sua direção. Nem mesmo um olhar. Bastou a fé daquela mulher e o toque na fonte de onde emergia o amor para a cura ser efetuada.

            Dessa forma, as técnicas que são ensinadas, com os mais diversos formatos, servem apenas para entender como se dá o fenômeno e uma forma de potencia-lo, se entendendo as diversas energias que são absorvidas e geradas pelos diversos níveis de energias corporais que nós possuímos.

            Portanto, se quero ser eficiente na arte de curar, aprender a melhor técnica de aplicar o passe não parece ser a atitude mais pragmática e eficiente. A melhor forma de curar ou ajudar quem está a necessitar é a capacidade de doar o Amor, portanto tenho que aprender a melhor forma de cultivá-lo, de deixa-lo extravasar de minha pessoa, mesmo nos menores gestos e ações.

            Sei que essa não é uma tarefa fácil, mas Jesus deixou essa lição no seu próprio comportamento, Ele não precisou falar que seria assim, mas pelo fato de ver e ouvir o que ele estava fazendo, com olhos de ver e ouvidos de ouvir, é que podemos afirmar que será dessa forma.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 26/11/2016 às 00h59
 
25/11/2016 00h56
FOCO DE LUZ (123) – ORGANIZAÇÃO FESTA DO NATAL

            Em 09-11-16, as 19h, na Praça Maria Cerzideira, foi iniciada mais uma reunião da AMA-PM e Projeto Foco de Luz, com a presença das seguintes pessoas: 01. Edinólia; 02. Paulo Henrique; 03. Nivaldo; 04. Fernandes (oficial bombeiro); 05. Francisco; 06. Mano; 07. Marise; 08. Analice; 09. Netinha; 10. Ana Paula; 11. Graça; e 12. Nino. Após a leitura do preâmbulo espiritual com o título “Semeadura” uma fala de Jesus registrada por Marcos (4:32), foi lida a ata da reunião anterior que foi aprovada por todos sem alterações. Paulo colocou o problema de roubo de celulares na comunidade e foi sugerido um carro de som para orientar aos moradores como guardar o número que serve para inutilizar o aparelho em caso de furto. Francisco colocou mais uma vez o roteiro geral da Festa do Natal que já havia sido aprovado em reunião anterior. Iniciará por volta das 17h a partir da capela de Santana. Será feito uma caminhada até a praça Maria Cerzideira com uma grávida e um homem conduzido um burro, representado a Sagrada Família. Os alunos da catequese poderão seguir na caminhada com todos os fiéis que estiverem dispostos. Ao chegar na praça Maria Cerzideira, o casal ficará numa espécie de presépio e os eventos de palco terá início, com as apresentações musicais e diversas apresentações das diversas igrejas. As mulheres que trabalham em situação de risco serão homenageadas assim como todos aqueles que contribuíram com as atividades da comunidade durante o ano. Por volta das 22h será servido o jantar para todos.  Feito os ofícios para solicitar apoio para a festa do Natal para Peixoto, a cargo de Mano. Kiko ficou de levar a solicitação de barracas para o Natal à IFRN. Junior justificou a sua ausência da reunião por estar de plantão. Graça e Paulo ficaram de ir até Ubaldo para solicitar apoio para limpeza e preparação da praça para a festa do Natal. Fernandes e Paulo ficaram de ver a possibilidade de conseguir um barbeiro e apoio da SAMU para permanecer no dia da festa. As 8h30m a reunião foi encerrada, foi feita a oração do Pai Nosso, feito a foto coletiva.

 

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 25/11/2016 às 00h56
 
23/11/2016 18h35
FINAL DE CURSO

            Eram duas estudantes de psicologia que iriam apresentar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com o título “Os desafios dos transtornos mentais na população usuária de substâncias psicoativas”. Interessante os primeiros momentos, da excitação pré-apresentação. A ansiedade comandava os movimentos e falas das duas, que no início, paradas, sentadas num banquinho da área de estar, parece que absorviam tudo que se passava ao redor como estímulos assustadores. Finalmente chegou o horário, a sala foi aberta, e as duas puderam entrar junto com a multidão de convidados, que para muitos 3 pessoas nunca chegaria a ser multidão, mas para elas...

            Mas a orientadora atrasou e elas puderam colocar o material no computador e projetar o título na tela branca. Agora a excitação ficou maior e ainda acelerada pela possibilidade de tirar fotos. Foi uma oportunidade da ansiedade ser exibida pela diversas poses, sérias e irônicas. Contribui com essa dispersão de ansiedade no papel de fotógrafo.

            Mas, se alguma ansiedade foi dissipada pela sessão de fotos, logo foi compensada pela entrada na sala de curiosos não esperados. Enquanto a orientadora não chegava, a sala se enchia de gente. Fiquei a imaginar... não seria essa uma estratégia de “alguém” para colocar as apresentadoras no nível máximo de ansiedade? Como um carro que vai subir uma ladeira e temos que colocar a marcha na primeira, pois é a única que tem força para conduzir o carro à altura? Não será essa forte ansiedade o motor que irá imprimir no coração e mente das apresentadoras o vigor para conduzir na vida prática o exercício da sua profissão?  

            Enfim, todos chegaram, a apresentação dos trabalhos teve início. Muito conteúdo para pouco tempo, mas as duas mostraram uma boa articulação e provaram com os argumentos e respostas as perguntas que tinham estudado o assunto e que formaram opinião sobre o tema. Se o tempo fosse mais elástico, se os assistentes pudessem dar suas contribuições e arguições, teria sido uma apoteose. Infelizmente haviam outras apresentações na mesma sala, e nem mesmo o tempo de congraçamento entre todos era suficiente.

            Finalmente saiu a nota, reflexo do trabalho desempenhado até aquele momento: 9,5. Não foi 10,0 pois sei que todos os professores tem resistência em dar a nota máxima, mesmo quando não encontram nenhum defeito, pois subentendem que a falha é deles, pois o aluno que está apresentando um trabalho pela primeira vez, sempre deixa um rastro de imperfeição. Não importa, se eles acharam esse rastro de imperfeição ou se tiraram esse meio ponto como forma de se resguardarem. O resultado global foi ótimo.

            Para terminar o evento em alto astral fomos almoçar em restaurante de primeira grandeza, com direito a mais fotos por onde íamos passando. Enfim, a primeira parte do dia de hoje fica marcado de forma significante para a duas apresentadoras, e eu, escrevinhador deste momento inesquecível, fico feliz por participar de tamanha alegria, principalmente por uma das apresentadoras ser a minha filha e a outra insistir com rara alegria e simpatia de me chamar de pai.

            Que assim seja, pois é assim que o nosso Pai deseja que procedamos, na construção da grande família universal que Ele espera que um dia sejamos capazes de construir.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 23/11/2016 às 18h35
Página 575 de 932