Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
14/08/2013 07h06
DIA DA UNIDADE HUMANA

            Hoje é o dia consagrado à Unidade Humana. Podia muito bem ser o dia da Família Universal, o dia do Reino de Deus... Parece-me que são sinônimos. Vejo a opinião de Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM, (freialmir@gmail.com.br) que escreveu na Folhinha do Coração de Jesus o seguinte: “Família é coisa importante na vida. Tudo nela acontece e tudo marca para sempre. Há a festa do casamento com chuva de arroz e festa com bolo e guaraná. Chega o primeiro filho. A mãe meio perdida não sabe dar banho. E chega o tempo da escola, dos amiguinhos, das festinhas. Depois os filhos começam a voar, a ter asas livres. Aparecem os perigos. Acontece que a mãe ficou viúva e se casou com outro viúvo que trouxe duas meias irmãs sardentas. O mais velho arrebenta o dedo numa topada, o pai anda bebendo demais, a mãe contempla essa coisa louca e bela que é a sua família. Não troca por nada essa coisa chamada família. Família na mesa das refeições, família na oração, sempre família!”

            Esta é uma opinião que todos aceitam como verdadeira, como paradigmática na comunidade, na sociedade. A Unidade Humana, a Família Universal, o Reino de Deus, é apenas uma utopia ensinada por Jesus, mas que nunca podemos alcançar.

            Eu tenho uma visão diferente. Acredito que a lição de Jesus é uma pura verdade e que o Reino de Deus, a Família Universal, a Unidade Humana, está próxima e que devemos a construir a partir da transformação do meu próprio coração. Procuro seguir ao pé da letra cada lição que o Mestre deixou, eliminar o egoísmo do coração em todas as suas manifestações e aplicar o principal item da lei em todas minhas relações: amar a deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo. Dessa forma eu passo a ver a Família como o frei Almir descreveu como importante em nossa evolução, mas que representa apenas uma etapa. É como se tivéssemos saindo da barbárie, da lei do mais forte, e tivéssemos ingressado na alfabetização do amor. Estamos no Jardim de Infância, na escola de 1º grau do amor. A família como atualmente está construída, no meu modo de ver, serve para aprendermos a amar a partir de parentes significativos, a partir dos próprios pais. A força da biologia através dos instintos da sobrevivência muito nos ajuda nesse aspecto. Mas devemos dar o salto de qualidade e entrar em outro nível de ensino, no ensino de 2º grau onde, sem desprezar o amor que aprendemos a ter e distribuir com os parentes, agora podemos distribuir ao nosso entorno, com outras famílias, sem a consanguinidade, com a mesma qualidade que existia dentro da nossa família consanguínea. Este salto de qualidade para entrar em um novo nível de ensino, corresponde a um verdadeiro vestibular, onde muitos nem sentem a necessidade de se submeter e tantos outros tentam e não conseguem, alguns acham que é uma utopia e que só espíritos muitíssimos elevados podem atingir. Engano, faz parte de nossa evolução, de nosso aprendizado em direção à perfeição que Jesus tanto nos ensinou. Será com as pessoas capazes de colocar em prática o Amor Incondicional que iremos construir aqui na terra a Família Universal e assim realizar um dos itens do Pai Nosso: “Seja feita a vossa vontade, assim na terra como nos céus.”

            Tenho a intuição que depois de construirmos esta Unidade Humana em nosso planeta, estaremos capacitados para entrar em novo nível de amorosidade, uma espécie de terceiro grau, onde nossa capacidade de amar se expande as estrelas sob o beneplácito direto do Pai. Mas nisso eu não tenho condições cognitivas de nem ao menos conjecturar como poderá ser. Quem sabe, Jesus continuará com novas lições?  

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13/08/2013 10h33
COMUNHÃO E INTIMIDADE

            Quando se trata de relacionamentos, a atração não é brinquedo. É pena que haja um descompasso, quando os hormônios começam a funcionar em nosso organismo, na juventude, e motivam com energia a procura por relacionamentos, o nosso conhecimento da vida ainda é muito pequeno, quase não existe nenhuma sabedoria nos encontros que a vida nos oferece. Prevalece muito mais os valores intuitivos que trazemos de outras vivências ao longo da aprendizagem no tempo e nos ciclos das reencarnações. Dessa forma somos passíveis a cometer vários erros que na idade mais avançada jamais os cometeríamos.

            Lembro-me dos momentos em que eu era bombardeado por essa motivação na procura de relacionamentos e como eu procurava manter um limite ético para minhas ações frente ao outro que eu tivesse simpatia e desejo. Era esses sentimentos a senha para que eu pudesse avançar em busca da comunhão e intimidade. Os limites que eu me impunha era que a pessoa não fosse prejudicada em seus projetos de vida e que tivesse sentimentos equiparados aos meus. Porem, isso não era feito em profundidade, os desejos que nutríamos um pelo outro permitia apenas que avaliássemos superficialmente a viabilidade de atender esses desejos. Logo partíamos para a intimidade e o fator comunhão era de certa forma minimizada. Atingíamos o gozo dos sentidos e o pequeno nível de honestidade que havia em nossas consciências, sobre os paradigmas de cada um, justificava a manutenção da intimidade ao longo do tempo.

            Agora, a comunhão das duas pessoas, dos paradigmas existenciais de cada um, não era aprofundada e isso gerava dificuldades que se acumulavam no tempo. Hoje, mesmo com grande conhecimento adquirido, ainda assim continuo displicente no aprofundamento da comunhão antes de entrar na intimidade. O desejo continua exercendo um forte fator de pressão para que isso aconteça, mesmo sabendo que a comunhão não pode ser dispensada. A diferença é que, mesmo mantendo a intimidade quando é conveniente, hoje eu permaneço lutando para atingir um nível de comunhão em que surja a sintonia dos paradigmas e a harmonia dos comportamentos. Sei que isso é difícil, pois essa comunhão vai de encontro aos instintos diferentes que possuem o homem e a mulher, mas com a obediência as lições do Evangelho e tentando construir o Reino de Deus como é orientado, podemos vencer essa dificuldade, como bem ensinou Jesus. O objetivo final é este, o bem estar coletivo em primeiro lugar, nossos interesses egoístas, individualistas devem ser contidos e a nossa consciência operacionalizar nossa vontade em busca desse objetivo. Lembrar sempre de não tomarmos atitudes que neguem o chamado de Deus para aplicarmos mudanças saudáveis em nossas vidas e assim construir a família universal.

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em 13/08/2013 às 10h33
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12/08/2013 09h25
SOB INFLUÊNCIA

            A doutrina que os espíritos trouxeram para nós através do trabalho laborioso e criterioso de Allan Kardec, nos dá a informação de que tomamos a maioria de nossas ações sob a influência dos espíritos, sejam boas ou más de acordo com nossa sintonia mental. Isso quer dizer que, mesmo eles nos influenciando no campo vibratório mental, os nossos próprios pensamentos devem sintonizar com eles para que a influência possa ser posta em ação. Além dessa influência sutil, existe outra influencia mais objetiva e mais pragmática que se realiza através de nossa vontade direta. Por exemplo, beber ou não beber bebidas alcoólicas. Eu posso ter uma infinidade de influências sutis na minha mente, mas quem irá decidir se bebo ou não, será a minha vontade depois que eu fizer a devida deliberação consciente de todos os prós e contras.

            Com a minha vontade, no uso do livre arbítrio, eu posso ficar sob influência do álcool ou qualquer outra droga. Posso dirigir um carro ou qualquer outro veículo que pode resultar em tragédia. Dependendo do grau de comprometimento da coordenação mental e motora, a lei prevê punições de acordo com a situação específica, sejam elas: dirigir intoxicado, incapacidade de manobrar, dirigir sob a influência de álcool e/ou outras drogas, etc. Infelizmente, todo ano milhares de pessoas morrem, são feridas ou presas devido à combinação da direção com o álcool e outras drogas.

            Paulo instigou os cristãos em Éfeso, como seguidores de Jesus, a viverem sob outra influência. No livro de Efésios 5:18, o apóstolo disse: “Não vos embriagueis com vinho, que é uma fonte de devassidão, mas enchei-vos do Espírito.”

            Infelizmente, assim como hoje, embriagar-se era uma prática comum entre os povos dos tempos antigos. Um bêbado não tinha mais controle sobre suas palavras e ações. Mas Paulo aconselhava para que ao invés disso se enchessem do Espírito, de ficarem em Cristo, controlados e influenciados pelo Espírito Santo. O encher-se com o Espírito gera vida e alegria interior através da adoração e agradecimento a Deus – não a destruição e morte trazidas pela embriagues.

            O Baghavad Gita também aponta no mesmo sentido, no cap. 14 verso 20: “Mesmo no corpo, alguém pode permanecer em plena consciência de Krsna (Deus). Embora alguém esteja dentro deste corpo material, através do seu progresso em conhecimento espiritual, ele poderá se livrar da influência dos modos da natureza. Mesmo neste corpo, ele poderá gozar a felicidade espiritual.”

            Também em Apocalipse 4:11 existe um apelo à nossa compreensão lógica para se manter em consciência de Deus, cheios do Espírito: “Tu és digno Senhor, nosso Deus, de receber a honra, a glória e a majestade, porque criaste todas as coisas, e por Tua vontade é que existem e foram criadas.”

            Esse esforço para que nos enchamos do Espírito de Deus e ficarmos sob a Sua influência, ao invés de permanecer na influência dos prazeres da natureza, como o uso de álcool e outras drogas, poder, dinheiro, injustiça e outras mazelas da sociedade é uma luta constante. Há 215 anos, em 12-08-1798, as igrejas de Salvador estavam cobertas com manuscritos colados que diziam assim: “Animai-vos, povo, pois está para chegar o dia em que seremos irmãos e iguais!” As notícias dos ideais da Revolução Francesa – Liberdade, Igualdade e Fraternidade – e da independência norte-americana se espalhavam aqui aos poucos. A população pobre, vítimas da escravidão e do mando senhorial, rebelou-se na Capitania da Bahia, sob a liderança de alfaiates e soldados. Eles queriam independência, república, livre-comércio e fim da escravidão. A repressão do governador D. Fernando de Portugal e Castro foi brutal. 49 presos e, em novembro do ano seguinte, quatro enforcados. Quatro “Tiradentes” baianos hoje pouco lembrados: Luiz Gonzaga, João de Deus, Manoel Faustino e Lucas Dantas (Chico Alencar, Br-500, um guia para a redescoberta do Brasil, Ed. Vozes).     

            Assim, tudo aponta para que a vontade de Deus seja realizada, somos chamados a antecipar na terra a vida do céu centrada em Deus, a construção do Reino de Deus.

            Eu posso aceitar o convite de um colega e passar a semana com ele, fazendo uso de bebidas alcoólicas e experimentando a sua influência. Agora, será que ele terá condições de passar a semana comigo, enchendo a sua alma com o Espírito de Deus e experimentar Sua influência?

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em 12/08/2013 às 09h25
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11/08/2013 00h01
COMPLETAR A MISSÃO

            Paulo sempre tem bons exemplos para nos dar. Eu sempre tento aprender as suas lições e aplicá-las em minha vida.

            Atos 19 registra que uma multidão raivosa e ignorante se reunira em Éfeso exigindo a cabeça de Paulo, pois ele havia afirmado “...que os deuses feitos por mãos humanas nao são deuses de verdade. E está conseguindo convencer muita gente...” (v. 26).

            Os ourives de Éfesos ganhavam a vida vendendo imagens de Ártemis, também conhecida como Diana. E a cidade toda levou a teologia “irreverente” de Paulo para o lado pessoal. Mas o resoluto apóstolo não viu a multidão ensandecida como uma ameaça; ele os viu como um campo missionário. Nos versículos 30 e 31 vemos que Paulo tentou aparecer diante do povo, mas foi impedido pelos amigos, preocupados com ele.

            Por que Paulo iria querer falar com aquela gente exaltada? Mais adiante, em Atos 20, mais uma vez vemos Paulo mergulhado numa situação perigosa (vv. 22-23). Ele disse “...Agora constrangido pelo Espírito vou a Jerusalém, ignorando a sorte que ali me espera... prisões e sofrimentos estão me esperando”. Mas acrescentou triunfante: “Mas eu não dou valor a minha própria vida. O importante é que eu complete a minha missão e termine o trabalho que o Senhor Jesus me deu para fazer. E a missão é esta: anunciar a boa notícia da graça de Deus” (v. 24).

            O desdém de Paulo com a sua própria vida se sustentava firmemente no reconhecimento de que continuaria correndo até completar a corrida. Se cruzasse a linha de chegada em Éfeso ou em Jerusalém, lhe era indiferente. Ele poderia falar da graça de Jesus Cristo a multidão. Paulo nao temia a opressão daquela multidão porque Jesus reinava em seu coração.

            Paulo conseguiu compreender qual era a sua missão, depois de ter cometido erros graves como perseguir a cristãos e até a morte por apedrejamento de Estêvam. Foi necessário Jesus ter intervido de forma explicita para que a “ficha caisse”.

            Também cheguei a compreender a minha missão depois de também ter cometido erros graves como de ter sido cumplice na morte de seres através do aborto, quando eu defendia que a mãe era senhora do seu corpo e que podia descartar o filho se assim o desejasse. Felizmente chegou a minha compreensão de forma lenta e gradativa o erro que eu estava cometendo, mas a aplicação do amor incondicional era o meu movimento correto. Compreendi que era essa a vontade de Deus, independente do ato sexual que podia estar envolvido.

            Hoje tenho a compreensão dessa missão que é uma espécie de continuação daquela de Paulo, quando divulgava a Boa Nova, do Reino de Deus que se aproximava. Hoje, a maioria das pessoas conhecem o Deus único e da sua vontade de que estabeleçamos o Seu Reino na terra. É preciso agora fazer a prática do amor incondicional para o cumprimento dessa missão. Porém sofro dificuldades, da mesma forma que Paulo sofria horrores quando mostrava que imagens feitas pelo homem não podia ser um Deus infinitamente poderoso, pois isso mexia nos interesses materiais da massa. Da mesma forma acontece comigo, quando denuncio que a família da forma que está construida jamais alcançará o nível da fraternidade universal, do Reino de Deus, logo os interesses materiais, egoístas, individualistas despertam e sou bombardeado com todo tipo de agressões, desde as mais sutis, até aquelas mais explícitas.

            Mas tenho que seguir o exemplo de Paulo e por cima de qualquer dificuldade tenho que ser destemindo o suficiente para o cumprimento dessa missão. Tenho que entender que a resistência que irei e que já estou sofrendo, é o meu campo missionário.

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em 11/08/2013 às 00h01
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10/08/2013 00h55
JEZABEL DENTRO DE MIM

           A carta que Jesus ditou a João para ser entregue à igreja de Sardes é a única que não contem nenhum elogio. Ela ficou conhecida pelas outras seis igrejas da província por sua vitalidade. Nenhuma falsa doutrina florescia entre seus membros.

            As aparências, no entanto, eram enganosas e aquela congregação de alto nível social era um cemitério espiritual. Quando os olhos do Cristo observaram por debaixo das aparências, ele disse: “Não achei suas obras perfeitas aos olhos do meu Deus” (Ap 3:2). Sardes havia adquirido uma reputação diante dos homens, mas não diante de Deus. Essa distinção entre reputação e realidade, entre aquilo que os seres humanos veem e aquilo que Deus está vendo, é de grande importância. “O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração” (1Sm 16:7).

            Essas considerações também fazem parte daquilo que Deus quer me falar ao me apresentar Jezabel. A conclusão que cheguei ontem era que eu devia procurar a natureza semelhante a Jezabel e que mora dentro de mim, e que tem forças para se expressar, mesmo que não seja de forma pública. Sei que nossos instintos e tendências animais fazem parte da nossa natureza biológica, não podemos evitar que subam à nossa consciência. O que não podemos é deixar que eles se expressem no nosso comportamento, mesmo que seja um comportamento isolado, longe das vista de qualquer pessoa. O mundo pode nos considerar uma pessoa perfeita ao avaliar meu comportamento público, mas Deus, que vê o coração, logo percebe a hipocrisia dos atos.

            Assim, vou procurar caracterizar bem o comportamento e pensamento de Jezabel para depois fazer a comparação com todo o meu comportamento, público e privado.

            Com a ajuda da Wikipédia levantei os seguintes dados. Jezabel (também Jezebel) foi uma princesa fenícia casada com o rei Acab de Israel. Jezabel era filha do rei dos Sidônios Etbaal, tendo o seu casamento com Acab sido o resultado de uma aliança que tinha como objectivo fortalecer as relações entre Israel e a Fenícia. Jezabel continuou a adorar os deuses fenícios, mas não se limitou a isso, pois combateu o Deus de Israel. Recorreu ao dinheiro do tesouro público para sustentar os 450 profetas (ou sacerdotes) do deus Baal e os 400 profetas da deusa Achera (deusa fenícia da fertilidade). No palácio real seria mesmo construído um templo dedicado a Baal. Aparentemente o seu próprio marido sentiu-se atraído pelo culto destes deuses, relegando Javé para segundo plano. Os sacerdotes e profetas israelitas foram eliminados ou então tiveram que se exilar no deserto devido à perseguição promovida pela rainha. A resistência local contra esta política religiosa foi encabeçada pelo profeta Elias. Numa espécie de concurso religioso levado a cabo no Monte Carmelo, Elias derrotou todos os profetas de Baal, que morreram, pretendendo desta forma o Livro de Reis mostrar como o Deus de Israel era a única divindade. Quando Jezabel soube disto ficou furiosa, pretendendo mandar matar Elias, que teve fugir para Judá. Mulher determinada e independente, Jezabel não olhava os meios para conquistar os seus objectivos. Acab desejava a vinha de Nabot, contígua ao palácio de Jezrael, mas este recusou-se a vendê-la. Sabendo disso, Jezabel envolveu-se na questão, enviando cartas em nome de Acab aos chefes de Jezrael. O conteúdo das cartas ordenava a detenção de Nabot por blasfémia contra Deus e contra o rei e a execução deste por apedrejamento sob denúncia de duas falsas testemunhas. Segundo a lei da época, a propriedade de alguém que tivesse cometido essas ações passaria para o rei. Nabot foi executado e Jezabel presenteou o marido com a vinha. Quando Elias soube dessa ação profetizou que cães devorariam Jezabel no campo de Jezrael. Um comandante chamado Jeú liderou uma revolta contra a família real, na qual matou o filho de Jezabel, Jorão. Quando Jezabel soube da revolta pintou os olhos e adornou a cabeça, desafiando Jeú da janela do palácio. Este ordenou aos eunucos da rainha que a atirassem da janela (defenestração): Jezabel morreu, tendo o seu sangue atingido as paredes e os cavalos. Uns cães que por ali passavam devoraram o corpo da rainha. Depois de ter feito uma refeição no palácio, Jeú ordenou que Jezabel fosse sepultada, dado que se tratava da filha de um rei. De acordo com o Segundo Livro de Reis, os servos do palácio apenas encontraram o crânio, os pés e as mãos da rainha. Por causa desta rainha o nome "Jezabel" encontra-se associado na cultura popular a uma mulher sedutora sem escrúpulos.

            Como eu identifiquei que o meu comportamento é mais condizente com o comportamento da igreja de Tiatira, devo procurar dentro dos diversos aspectos psicológicos que formam o meu ego (representação do corpo) e suas relações com o meu Eu Superior (representação do Espírito), essa tendência caracterísitca do Espírito de Jezabel.

            No livro “Desmascarando o espírito de JEZABEL” de John Paul, ele coloca 14 características relacionadas que servirá de forte evidência de que o indivíduo esteja debaixo de influência maligna. Uma manifestação prolongada de qualquer uma dessas características exige uma avaliaçãomais atenta do indivíduo e da situação. Colocarei logo abaixo, em negrito, a minha posição quanto a característica.

  1. Embora a princípio seja difícil perceber, o indivíduo sente-se profundamente ameaçado pelos profetas, os quais são seu principal alvo. Embora ele pareça ter o dom da profecia, seu alvo na verdade é controlar aqueles que se movem na esfera profética.

Não sinto essa ameaça, nao tenho a pretensão de controlar quem quer que seja.

  1. Para aumentar seu favor, o indivíduo muitas vezes se aproxima do pastor e dos líderes locais e depois busca encontrar o elo mais fraco afim de dominá-lo. Seu objetivo final é governar toda a igreja.

Nenhuma identificação.

  1. Em busca de reconhecimento do Pastor e dos membros, o indivíduo forma associações estratégicas com pessoas que são reconhecidas como espirituais e tem influencia na igreja.

Nenhuma identificação.

  1. Para parecer espiritual, o indivíduo busca reconhecimento manipulando as coisas e buscando tirar vantagem. Muitas vezes compartilha sonhos e visões provenientes de sua própria imaginação ou que ouviu de outros.

Nenhuma identificação.

  1. Quando o indivíduo recebe um reconhecimento inicial, geralmente responde com falsa humildade. No entanto, tal atitude não dura muito.

Nenhuma identificação.

  1. Quando é confrontado, o indivíduo se coloca na defensiva. Ele justifica suas ações com frases do tipo “Estou obedecendo a Deus” ou “Deus me disse para fazer isso”.

Tenho essa atitude principalmente nas relações íntimas nas quais sou confrontado na questão do amor romântico x amor incondicional. Mas não sinto que me coloco na defensiva, apenas tento explicar um comportamento considerado anômalo dentro da coletividade com a interpretação coerente do meu ponto de vista na aplicação do amor incondicional em qualquer situação, sem respeitar qualquer barreira, por entender que essa é a lei maior e que emana do Criador.

  1. Muitas vezes o indivíduo alega ter grandes revelações espirituais sobre o governo da igreja, mas não busca autoridades legítimas. Em geral, primeiro compartilha suas opiniões com outras pessoas. Sua opinião pessoal muitas vezes se torna a “última palavra” sobre várias questões, fazendo com que se sinta superior ao pastor. No entanto, mesmo que sua revelação seja proveniente de Deus, ele prefere sair falando em vez de orar.

Tenho essa compreensão que o Amor Incondicional é a última palavra da vontade de Deus, e quem estiver contra ela estará contra o próprio Deus, pode ser inclusive qualquer tipo de pastor. Não procuro sair falando sobre isso em detrimento da oração, mas não fujo à sua defesa se sou provocado quanto a isso.

  1. Com motivos impuros, o indivíduo busca se aproximar de outros. Parece desejar fazer “discípulos” e precisa de constante afirmação de seus seguidores.

Não vejo motivos impuros em tentar defender na prática a aplicação do Amor Incondicional em todas as relações. Gostaria muito que houvesse discípulos nesse sentido, que houvesse seguidores, pois assim estaria sendo construído o Reino de Deus. Seria muito bom ter a afirmação desses seguidores. Mas como não vejo motivos impuros a não ser o cumprimento da vontade de Deus, nao há identificação.

  1. Esse indivíduo prefere orar pelas pessoas em particular (em outra sala ou num canto isolado), para não ter de prestar contas a ninguém. Assim, suas revelações e falsas “profecias” não podem ser questionadas.

Não temo colocar em questionamento as “minhas revelações”, inclusive até patrocino isso, quero que a inteligência de outros me apontem os erros cognitivos que eu possa estar sofrendo.

  1. Ansioso para assumir o controle, ele reúne as pessoas e procura ensiná-las. Embora, a princípio, o ensino possa ser correto, ele apresenta “doutrinas” que não possuem fundamentos na palavra de Deus.

Acredito que eu tenha que fazer isso, a compreensão que eu tenho da vontade de Deus quanto a aplicação prática do Amor Incondicional na formatação do Reino de Deus, implica na divulgação dos meus pensamentos e comportamento. Mas procuro ver com toda a coerência essa fundamentação da Lei, da palavra de Deus.

  1.  Enganando os outros com profecias carnais e falando aquilo que as pessoas gostam de ouvir, ele busca acima de tudo conseguir credibilidade. Profetiza meias verdades ou fatos pouco conhecidos, como se fossem revelações divinas, torcendo seus pronunciamentos anteriores e fazendo parecer que se cumpriram na íntegra.

É isso que eu temo que aconteça, que os meus desejos carnais influenciem a minha capacidade cognitiva e tente distorcer a palavra de Deus para o cumprimento desses desejos. Por isso toda a essência do meu pensamento é colocada em público para que eu receba a crítica de inteligências que não tenham nenhum compromisso com a minha forma de pensar, para ver se existe algum argumento lógico que desautorize a minha forma de pensar e agir.

  1. Embora a imposição de mãos seja um princípio bíblico, esse indivíduo gosta de compartilhar um nível “mais elevado” no espírito e derrubar as paredes que prendem as pessoas, por meio da imposição de mãos. No entanto, seu toque transmite maldição. Em vez de uma bênção santa, o que ele transmite mediante seu toque é um espírito maligno.

Procuro sempre que faço a imposição de mãos, pedir para que seja auxiliado pelos bons espíritos e que me auxiliem através do meu magnetismo animal a levar benefício às pessoas.

  1. Mascarando uma auto-estima deficiente com orgulho espiritual, ele deseja ser visto como a pessoa mais espiritual da igreja. Pode ser o primeiro a chorar, clamar, etc., afirmando estar recebendo uma carga de Deus. No entanto, não é diferente dos fariseus que queriam que suas boas ações fossem vistas e suas e suas virtudes reconhecidas pelos homens.

Não tenho essa pretenção de mostrar em público minhas virtudes para que seja assim beneficiado. Pelo contrário, sinto que sou mal compreendido, pois a cultura humana local vai de encontro a Lei de Deus a qual eu defendo em todos os níveis.

  1. Lamentavelmente a vida familiar desse indivíduo é turbulenta. Ele pode ser solteiro ou casado. Quando é casado, seu cônjuge geralmente é espiritualmente fraco, não convertido ou miserável. Esse indivíduo tem tendência de dominar todos os membros de sua casa.

Posso identificar essa turbulência em minha vida familiar, mas sempre vejo na razão disso, a motivação do amor romântico com toda sua carga de ciúme e exclusividade em choque com o Amor Incondicional que defendo e pratico, através da fraternidade com todos, o amor que inclui a todos. Tenho parceiras espiritualmente fortes e não desejo conquistar pela “força” nenhum dos meus parentes ou companheiras. Espero sim, que o senso de justiça prevaleça e que sejam colocados em meu lugar para ver a vida com os óculos que eu possuo e avaliar assim com maior propriedade a verdade ou mentira daquilo que eu tento praticar.

            Com essas considerações ponto a ponto, não vejo nenhuma identificação do meu comportamento com o espirito maligno de Jezabel. Mas acredito que John Paul deixou de registrar a 15ª caracteristica e nessa eu me enquadraria amplamente. Seria mais ou menos assim:

  1. Esse indivíduo defende uma vida exemplar e tenta fazer isso do ponto de vista publico, nas suas relações com o próximo. Mas quando está no seu espaço individual, sem que ninguem possa testemunhar seus pensamentos ou suas ações, ele deixa se levar pelos desejos carnais e sintoniza com atos perversos, que levam ao prazer dos sentidos. Ninguem, do ponto de vista material, é prejudicado. Para todos ele é uma pessoa íntegra, mas para Deus que sonda não as nossas ações, mas sim os nossos corações, ele permite que exista uma Jezabel em atividade dentro de si. A assembléia de suas funções mentais superiores pode exibir um comportamento externo de toda dignidade e coerência com a vontade de Deus, mas permite a existência de Jezabel dentro deles e com poder de na solidão aproveitar dos prazeres que ela possa proporcionar.

Pronto, essa é a Jezabel que existe dentro de mim e que o Pai com todo o carinho e sabedoria fez com que assomasse a minha consciência. Aquilo que eu fazia até ontem, sozinho, sem a presença de ninguem, no campo da imaginação, mas que estava na sintonia com o perverso, não posso deixar mais que essas ações particulares me sintonizem com o mal na obtenção de prazer. Deus não permite que isso aconteça, Ele quer que tenhamos ações íntegras em todos os níveis, publicos ou privados. Fazer o contrário é ser hipócrita, mesmo que ninguem venha a identificar isso, pois está a nível dos meus pensamentos e da minha intimidade individual, exclusiva. Posso até ser perdoado, pois antes eu não tinha essa compreensão, mas agora com esta lição que o Pai me deu, eu não posso mais voltar a essas práticas solitárias, pois aí sim, eu seria um verdadeiro hipócrita!

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