Jesus proclamou os princípios do Reino, da política divina, ao proferir o Sermão da Montanha. Em seus atos, demonstrou preocupar-se com os destinos da sociedade, envolveu-se com o povo, e sua trajetória sintetiza uma proposta de vida que revolucionou o mundo depois dele. Não podemos nos calar, impassíveis, diante da necessidade do povo! Não estamos mortos, mas vivos na imensidade, interessados no progresso da nação e do planeta, bem como na felicidade de toda a gente. Que a família brasileira se congregue em torno da superação das barreiras da discórdia e do repúdio às atitudes irresponsáveis, levianas e criminosas patrocinadas pelas forças das trevas; que se una na construção de um mundo melhor, de uma nação mais robusta, regida por ideais nobres, que sempre foram o esteio do país. Urge fazer do Brasil a grande nação a qual o país foi destinado a se tornar.
A política é a atividade humana que direciona os destinos dos povos. Como qualquer atividade humana é influenciada majoritariamente pelos instintos biológicos, caracterizados pelo egoísmo que tende ao desagregamento, a criação de castas de base injusta. Para se livrar desse domínio das forças biológicas sobre o nosso espírito adormecido, o Pai enviou diversos avatares para falar e tentar aplicar as leis da Justiça e do Amor. Dentre eles o mais importante, o mais avançado, foi Jesus Cristo, considerado o governador do nosso sistema planetário.
Com essa base de conhecimentos, podemos compreender melhor a missão do Mestre, de falar sobre o Reino de Deus, da política divina de construir essa nova sociedade e corrigir tantas injustiças, limpando os nossos corações da força biológica do egoísmo, aplicando a lei do Amor.
Enquanto a Lei do Amor não for aplicada à sociedade, nós sofreremos as injustiças do egoísmo humano, como acontece hoje. Nós, cristãos, que conhecemos as lições do Mestre e a importância da sua aplicação, não podemos ficar impassíveis, omissos, frente as injustiças que nos rodeiam. É importante que todos os homens de bem, cristãos ou não, que se unam em repúdio aos crimes de todos os gêneros, principalmente a corrupção que empesta os diferentes níveis do poder político, legislativo, acadêmico, jurídico e eclesiástico.
Se realmente move-nos a indignação contra as forças destruidoras das trevas, que fizeram súditos e representantes entre quem, um dia, foi alvo de confiança, está na hora de elevar a voz para erguer os ânimos dos filhos da Terra, para exortar e estimular ações. Mesmo daqui, continuamos, amando aqueles que ficaram do outro lado do rio da vida. Sendo assim, não nos calaremos, mesmo que os pretensos donos da verdade espiritual reprovem nossa atitude, defendendo, em última análise, que a postura adequada seria a omissão, nesta hora de graves consequências para o povo, as instituições do bem e o destino de toda a nação. Não se intimidem com os comentários de censura e repreensão, pois os que assim agem, sem o saberem, sofrem processo de hipnose dos sentidos, em franco estágio de fascinação.
Einstein já dizia que o mundo é difícil de se viver, não por aqueles que fazem o mal, mas por aqueles que observam tudo e deixa acontecer.
A tendência de permanecer na omissão pertence ao repertório do instinto, da matéria, da biologia. O repouso além das necessidades, a preguiça, é o principal motor para isso acontecer.
Sinto a ação das forças destruidoras das trevas ao meu redor, violência nas ruas, corrupção nos gabinetes, fico indignado com isso, mas permaneço mais omisso que atuante. Sei que tenho um trabalho comunitário, que escrevo este diário e publico alguns textos, mas tudo de forma tímida que não chega ao grande público, mesmo tendo um canal universitário onde poderia ser mais atuante.
Tenho a consciência que este corpo cheio de instintos para a sua preservação, é simplesmente um instrumento de minha evolução espiritual e que isso passa por fazer a vontade do Pai, nosso Criador, no sentido da harmonização coletiva e construção de um Reino de características divinas. Todos nós, por mais ignorante ou bruto que seja, possui essa destinação, mesmo que seja por caminhos diferentes. O próprio Jesus, que não tem tanta necessidade de evolução quanto nós, teve que vir encarnar ao nosso lado para ensinar as regras gerais que precisávamos para ter um comportamento aliado ao Bem. Sujeitou-se as mais atrozes provações físicas, sabendo que o seu foco era o cumprimento da missão que o Pai lhe deu e que começou aos 30 anos de idade. Durante esse tempo de 30 anos de vida, Ele viveu com os pais biológicos se preparou psíquica e espiritualmente para fazer a vontade do nosso Pai. Foi, submisso, ao batismo com João, no rio Jordão e entrou no deserto durante 40 dias para o preparo final, para entrar na comunidade e fazer o que precisava ser feito.
Assim somos todos nós, criados para cumprir uma missão de Amor em nome do Pai, por minúscula que seja. Muitos ainda não conseguem ter essa consciência, vivem como animais brutos, entre eles alguns com tendências agressivas, destrutivas, que podem ser fatais ao próximo, tanto quanto qualquer fera das matas. Para essas “pessoas” temos que nos defender como feras que no momento elas representam ser, pois têm o sentido de nos destruir.
A Quaresma está próxima, começa dentro de três dias. É o momento que tenho de entrar no deserto psicológico, ficar mais próximo do Pai e das lições do Mestre Jesus, procurar me capacitar ainda mais para voltar à comunidade pronto para agir dentro do meu potencial, deixar de tanta omissão e fazer um pouco mais de ação.
Precisamos nos envolver, pois quem ama se envolve; quem ama esta terra se envolve em paixão por aquilo em que acredita e pelo futuro que deseja. Médiuns, pastores, padres, o povo de santo, esotéricos, universalistas e todas aquelas lideranças e referências na busca por espiritualidade: que se envolvam, que se misturem ao povo, que se cubram com as vestimentas brancas da Paz e saiam do ostracismo, manifestando-se pelo Bem, pela família brasileira, pelo povo e pela nação. Devemos nos envolver, mesmo nós, os que habitamos esta outra dimensão da vida. Não fiquemos calados ou de braços cruzados diante da onda de pessimismo, de conspurcação e corrupção, perante a vaga de corruptores e de pusilânimes que se vendem para continuar dominando sob o signo do mal. Ninguém pode reclamar daquilo que permite.
Dura crítica que atinge todos nós. Geralmente nos envolvemos naquilo que parece estar mais diretamente dentro dos nossos interesses, que atende ao egoísmo imanente que todos possuímos. Quanto mais coletiva a questão se torna, mais distante se torna nosso envolvimento.
O desenvolvimento do ser humano parece estar direcionado para a questão individual. Vamos à escola para aprender uma profissão para ganhar dinheiro e ter sucesso na vida. Mesmo que o exercício dessa profissão tenha como objetivo a melhora da comunidade, com serviços de melhor qualidade prestados à comunidade.
Lembro dos meus caminhos quando frequentava os bancos escolares. Procurava ter uma profissão que trouxesse retorno financeiro e que fosse útil à sociedade. Devido a minha vocação, imagino que o benefício social que eu iria prestar à comunidade seria muito significativo. Em função disso viria a recompensa financeira. Imagino que até hoje funciona assim na minha consciência.
Por isso o meu envolvimento tão forte com a minha profissão, com minha especialidade, a psiquiatria, para prestar um serviço de melhor qualidade onde eu puder atuar. Não importa que eu vá trabalhar em fim de semana num lugar tão longe quanto Caicó, 4 horas de viagem para ir e vir todos os sábados, para ganhar uma gratificação que não é tão significativa. Mas eu sinto que presto um bom serviço àquela população e isso é um fator que me deixa gratificado.
Nos últimos anos, além dos estudos e aperfeiçoamento em psiquiatria, tenho me dedicado à espiritualidade. Tenho percebido que a minha atuação neste campo não me traz grandes recompensas financeiras, pelo contrário, gasto boa parte do meu tempo no esforço de colaborar com o crescimento da comunidade em que estou inserido, sem nenhuma gratificação material por isso. E não estou sozinho nesta tarefa, tenho muitos companheiros que trabalham comigo com este mesmo objetivo, que estão envolvidos tanto quanto eu nessa tarefa.
Sinto que poderia estar envolvido em vários campos, mas o tempo limita minha atuação, não posso estar em todos os campos ao mesmo tempo. Tenho que privilegiar alguns em detrimento de outros.
A criação da Família Universal, do Reino de Deus, onde todos desenvolvam o Amor Incondicional formando uma comunidade fraterna e justa, seria uma alternativa a essa compartimentalização que terminamos por entrar nela. Na Família Universal não existiria o ciúme, o lado coletivo seria muito valorizado para em seguida valorizar o indivíduo. Poderíamos assim nos envolver num campo mais amplo com muito mais amigos, amantes e companheiros.
Mas um dia construiremos essa sociedade, Jesus já nos afiançou que isso poderia ser alcançado, e muitos já constrói essa comunidade fraterna a partir do momento que tiram o egoísmo do coração e passam a agir dentro dos limites do Amor Incondicional.
Que cada família possa se expressar ostentando a bandeira da paz, elevando-se, pelo pensamento, ao diretor sublime do planeta, rogando que tenha misericórdia dos que sofrem, dos que governam, dos que tentam acertar. Silenciemos as acusações e reunamo-nos em apoio à mudança, sabendo que toda crise passa, mas que, para passar, impõe que simplifiquemos a vida e as exigências cada vez mais, a fim de subsistir com qualidade. O momento exige que façamos a nossa parte, que falemos, que lutemos uma cruzada pacífica, mas não covarde, que tenhamos a coragem de ir às ruas e às avenidas reclamar dos representantes do povo o cumprimento dos deveres para com os cidadãos a quem teoricamente representam. Somente então haverá mudanças reais. Esconder-se em casas de oração, dizendo rezar ou vibrar sem se expor, sem se envolver, é atitude indigna daquele que diz seguir a Cristo, o verdadeiro revolucionário do planeta.
As forças das trevas não podem contra as energias do Bem. Jamais! Importa é nos conscientizar disso. Trabalhemos para respeitar a opinião alheia, acima de tudo nos unindo, pois a hora exige muito mais ação e atitude do que inércia e passividade, ante promessas vazias e discursos inflamados. É hora de romper a hipnose imposta em larga escala por aqueles que, até agora, deram mostras de desrespeitar a nação, às leis e a sociedade brasileira. Calar-se e deixar passar esse momento sem se pronunciar é ser conivente com o mal, que se disfarça em pele de ovelha, além de constituir atitude com potencial de agravar ainda mais a crise em andamento.
A luta é um termo que implica guerra, agressividade, intolerância com a posição do outro, domínio, sangue... Mas a luta que é proposta aqui, dos pacíficos saírem às ruas e colocarem suas opiniões, falar sobre a Verdade, desmascarar a mentira, corrigir a injúria a corrupção, não implica em sangue, pelo menos na posição dos soldados pacíficos. Acontece que do outro lado iremos encontrar os soldados aguerridos para manter os seus privilégios adquiridos ou em perspectivas. Estes soldados não irão ficar limitados à simples dialética, quando perceberem que estão perdendo em discurso. Partirão para cima dos seus opositores com todas as forças, até sem inibição com o derramamento da honra ou do sangue. Nós, seguidores do cordeiro, que tivemos a ousadia de ir para as ruas divulgar a verdade e acusar os criminosos, seremos os mártires de mais uma epopeia humana. Não podemos empunhar nossas espadas, pois o Mestre já repreendera Pedro na sua própria prisão, ensinou que quem fere com a espada, com a espada será ferido. Daí, sabemos das centenas de cristão que foram para os circos romanos para serem rasgados pelas feras ou queimados nas piras sacrificiais, sempre com um cântico nos lábios e o olhar fixo nos portais divinos que se abriam para eles.
Será que esse é o nosso destino na atualidade, com esse projeto de luta pacífica? Será que estamos prontos para o sacrifício como no passado nossos antepassados estavam?
Um vídeo produzido por Pedro Stédile, líder da facção do MST que tem protagonizado várias ações de natureza agressiva e até criminosa no Brasil, traz muita preocupação com relação ao pensamento do atual Papa, Francisco. Vejamos:
Eu só estou aqui na Itália a convite do Vaticano, que me pagaram a passagem. E eu vim participar de um seminário a pedido do Papa Francisco, que a Pontifícia Academia do Vaticano organizou, um seminário científico para debater o problema dos excluídos no mundo. E pela primeira vez a Pontifícia Acadêmica, em vez de convidar só cientistas, acadêmicos renomados, convidou os movimentos sociais. Então eu vim e me sinto muito orgulhoso por isso, representando o MST e a Via Campesina, e havia também um movimento social que é também amigo do Papa, os Camponeiros da Argentina, dos trabalhadores que trabalham com os produtos recicláveis. E então, pela primeira vez, nós podemos num ambiente da ciência vaticana, dizer aos cardeais e à inteligência vaticana, qual é o ponto de vista dos movimentos sociais sobre o problema dos excluídos. E nós dissemos a eles quais são as causas por que existem excluídos no mundo. E as causas estão no sistema capitalista, no controle que os bancos e as corporações internacionais estão fazendo na economia do mundo.
E eu saio do vaticano muito feliz, porque acredito que o Papa Francisco representa de fato um compromisso sério de mudanças. Mudanças no Vaticano, que já começaram, para limpar a casa, o primeiro exemplo que Francisco tem que dar, limpar a própria casa para poder ter moral de falar dos outros; segundo, tem que ter mudanças na Igreja, na sua política, e acredito que a exortação apostólica que o primeiro escrito do Papa é muito importante, porque ele faz uma reflexão sobre a conjuntura política, sobre os prejuízos que o capitalismo está impondo à humanidade, e demonstra um compromisso claro com o trabalhador; e terceiro lugar, eu acredito que a Igreja pode ser um sinal de esperança das necessidades de mudanças que deve ter nos nossos países, no sistema político e no sistema econômico. Concordamos também em organizar uma conferência para que os movimentos sociais do mundo dialoguem com a Igreja e que a partir da provocação que o Papa fez na Exortação Apostólica sobre o mundo do trabalho, recém publicada.
Então, o que nós dissemos? Que agora não é mais uma Reforma Agrária clássica, burguesa, de simplesmente dividir a propriedade da terra e transformar o camponês num pequeno produtor capitalista. Agora, nós dissemos, é preciso lutar por uma Reforma Agrária de novo tipo, uma reforma Agrária Popular; interessa a todo o povo e não somente aos camponeses. Agora, qual é o ponto? É que para lutarmos por Reforma Agrária popular, não basta apenas os camponeses. É preciso uma grande aliança popular que junte os trabalhadores da cidade com os trabalhadores do campo. Por outro lado precisa de um governo popular que seja fruto das grandes mobilizações de massa e da vontade popular. Não pensem que sou pessimista, eu sou otimista, e ainda verei uma Reforma Agrária popular em todo o mundo. Podem escrever e o Francesco vai nos ajudar.
Muito obrigado!
Observo que o ataque frontal feito pelo senhor Pedro Stédile é sobre o sistema capitalista, dos prejuízos que ele causa à humanidade. Por isso defende uma Reforma Agrária Popular em todo o mundo, mesmo pela força das armas, impulsionada por governos populares oriundos de grandes mobilizações de massa e da vontade popular. Lembra a revolução russa, chinesa, e cubana... todos de inspiração socialista, comunista... todos que levaram ao assassinato de milhares de pessoas, por fome, bala... que depois de assumirem o poder impedem o exercício da liberdade, da democracia...
Sei que o sistema capitalista tem os seus defeitos, que pode sair dos limites e se tornar selvagem, explorando o homem e sua dignidade. Que merece ser controlado como um animal potente, selvagem, tem que ser domado; animal que tem que ser domesticado para ser útil, mas nunca eliminado. Tem que aprender a compaixão, a generosidade, e manter a harmonia entre os mais fracos e os mais fortes, sem querer ser um dos fortes para explorar os fracos.
É bom lembrar que o nosso Mestre, Jesus, apoiava o capitalismo quando nos ensinou a parábola dos Talentos, e a parábola do Bom Samaritano. Mostrou que devemos usar nossos talentos para prosperar nossos recursos materiais, que podemos usar esses recursos materiais para ajudar o próximo que se encontra em dificuldade.
O Mestre ensina que devemos ajudar ao próximo com a caridade, distribuindo voluntariamente os bens que conseguimos com nossos esforços, mas jamais ele ensinou que essa divisão deveria ser forçada pelas armas, como defende os regimes comunistas ditatoriais. Isso quebra a harmonia que devemos lutar para alcançar na sociedade e chegarmos cada vez mais perto do Reino de Deus