Hoje é o dia que o Hospital Psiquiátrico Severino Lopes, antiga Casa de Saúde Natal, completa 60 anos. Lembra a atuação sempre lúcida do Prof. Severino Lopes, aguerrido na cadeira de Psicologia Médica da UFRN, primeiro a criar um Hospital decente para tratar os doentes mentais, ação logo seguida pela inauguração do Hospital Colônia João Machado. Naquela época foi um verdadeiro avanço para a Assistência Psiquiátrica do Rio Grande do Norte, onde os loucos ou sofredores mentais como alguns preferem denominar essas pessoas, sobreviviam nos lazaretos, nos asilos, sem assistência médica conveniente.
Houve até críticas de algumas pessoas na época, dizendo que não era preciso construir um hospital tão moderno e bem dimensionado para doentes que não entendiam os benefícios que recebiam, que não podiam ser adestrados para beijar a mão do seu benfeitor, consequentemente não daria dividendos políticos.
O tempo passou, as carências das comunidades aumentavam, a demanda chegava aos hospitais psiquiátricos de todos os lados. Além dos doentes mentais que precisavam compensar o seu quadro crítico dentro das dependências do hospital e logo voltar para suas casas, existiam aqueles que não tinham para onde ir, e desorientados nas ruas o único lugar onde chegavam e podiam ficar era o hospital psiquiátrico, caracterizando uma situação asilar. Também existiam aqueles doentes que cometiam crimes, e o juiz, sem ter outro lugar para enviar, lembrava do Hospital Psiquiátrico e contribuía assim para sua característica manicomial.
O Hospital Psiquiátrico, dessa forma superlotado, visou assim a “Geni” da sociedade: “ele é bom para apanhar, ele é bom para cuspir, maldito hospital!”.
Mas, a vocação de prestar assistência a esses deserdados da sorte me faz lembrar de outra instituição que cresceu à sombra indiferente do império romano e dos templos sacerdotais.
Desde que viera de Tiberíades para Jerusalém, Simão transformara-se em célula central de grande movimento humanitário. Os filósofos do mundo sempre ensinaram de cátedras confortáveis, mas nunca desceram ao plano de ação pessoal, ao lado dos mais infortunados da sorte. Jesus renovara, com exemplos divinos, todo o sistema de pregação da virtude. Chamando a si os aflitos e os enfermos, inaugurara no mundo a fórmula da verdadeira benemerência social.
As primeiras organizações de assistência ergueram-se com o esforço dos apóstolos, ao influxo amoroso das lições do Mestre.
Era por esse motivo que a residência de Pedro, doação de vários amigos do “Caminho”, regurgitava de enfermos e desvalidos sem esperança. Eram velhos a exibirem úlceras asquerosas; loucos que chegavam das regiões mais distantes, conduzidos por parentes ansiosos por alívio; crianças paralíticas nos braços maternais, todos atraídos pela fama do profeta nazareno, que sabia restituir tranquilidade aos corações mais infortunados do mundo.
Natural era que nem todos se curassem, o que obrigava o velho pescador a agasalhar consigo todos os necessitados, com carinho de um pai. (do livro Paulo e Estêvão)
Essa imagem da “Casa do Caminho” me faz lembrar do Hospital Psiquiátrico. Infelizmente, poucos tem essa visão solidária com este tipo de Hospital; muitos continuam ainda com suas pedras armadas para jogar na “Geni” do Sistema de Saúde. Dizem que não existe tal doença mental, que isso é um mero sofrimento psíquico... que o Hospital quer prender essas pessoas e por isso seus leitos devem ser extintos... se atinge o paradoxo de alguns profissionais, trabalhando dentro do hospital psiquiátrico, que veem os pacientes aguardando vagas em leito-chão da urgência, ou mesmo voltando para casa com suas crises ativas, matando seus familiares e ser linchado pela população, ainda continuam com pedras nas mãos...
Parabéns, Hospital Psiquiátrico Severino Lopes, tu és da extirpe da Casa do Caminho, também tu tens nas tuas paredes abandonadas, criticadas e frias, a essência do Mestre de Nazaré.
No dia 01-06-16, as 19h, na Escola Padre Monte, teve início mais uma reunião do Projeto Foco de Luz e Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio (AMA-PM), com a presença das seguintes pessoas: 01. Francisco; 02. Ana Paula; 03. Edinólia; 04. Juliano; 05. Paulo; 06. Maria do Socorro; 07. Maria Queiroz; 08. Antônia; 09. Radha; 10. Graça; 11. Francisco Rodrigues; 12. Carlos Lupi; e 13. Davi. Após os 30 minutos iniciais, foi lida o preâmbulo espiritual com o título: “Viver pela fé” uma frase de Paulo, em Romanos (1,17). Em seguida foi lida a reunião da ata anterior que foi aprovada pelos presentes sem ressalva. COMUNICADOS. Francisco informa que Paulo já preparou 3 ofícios para encaminhar a URBANA, SEMSUR e Secretaria da Segurança, quanto aos serviços necessário para festa junina, que irá ocorrer no dia 18-06. Informa que a Professor Rosário deixou o Edital para a eleição da AMA-PM no Jornal Tribuna do Norte e que alguém pode ir até lá pegar quatro jornais que a Associação tem por direito. Informa da realização de um curso evangélico presencial e gratuito promovido pelos Pregadores do Telhado. Edinólia informa que está recebendo doações para a festa junina, na qual será organizada uma barraca com pescaria e outras atividades, de acordo com a responsabilidade e competência de cada associado que se dispuser participar. Passou uma lista para arrecadação de doação para a festa junina. Paulo informa que essa demora que aconteceu na realização do CNPJ para a Associação deve ter por traz a vontade do Reino de Deus; que devemos pensar em quais pessoas que cada um defende para assumir os diversos cargos da Associação. Informa que conseguiu a liberação com o vigilante do Hotel Reis Magos para que os Curumins façam suas atividades nas dependências desse hotel. Informa também que estará todas as quintas feiras na sede provisória da AMA, prestando qualquer tipo de orientação à comunidade. Socorro explica as dificuldades por não conseguir vir mais vezes ao trabalho da AMA-PM e apresenta a sua sobrinha, Antônia, formada em Turismo e que está disposta a ajudar como voluntária da Associação. Carlos diz que está muito satisfeito com a ação da AMA dentro do colégio e que as dificuldades que está acontecendo se deve a fase de transição e do não reconhecimento de algumas pessoas sobre a filosofia cristã que norteia a Associação e que seus trabalhos podem ser realizados em qualquer local. Maria Queiroz também reforça o apoio que a Escola dá à Associação e ao Projeto, explica que a AMA-PM tem uma barraca para a confecção da Pescaria e outras atividades recreativas que possam ser realizadas. Diz que na festa junina o tipo de música irá ser exclusivamente o forró e que está sendo contatado com a academia pré-militar para dar cobertura ao evento no sentido de ninguém querer invadir o ambiente ou usar bebidas alcoólicas. As 20h30m a reunião foi encerrada, Francisco Chagas conduziu a oração do Pai Nosso, posamos todos para a foto coletiva e degustamos o lanche ofertado pela escola.
Quando Jesus estava entre nós tinha uma missão clara para cumprir frente à vontade do Pai. Ensinar a livrar os espíritos das tentações da carne e seguir a lei de Amor e de justiça. Procurava fazer as preces com o pensamento e com a prática dos deveres que se impunham. Ele orava em todos os momentos do dia, quando oferecia ao Pai o sacrifício da Sua vida material, para semear com o seu sangue a Terra prometida à humanidade do futuro, o Reino de Deus.
Ele orava a toda hora para aliviar Sua alma, que sempre procurava deixar sintonizada com a vontade do Pai; para purificar Seu espírito das emanações terrestres, biológicas, instintivas; para formular assuntos de moral e às explicações da nova lei do Amor que deveria substituir a antiga lei do olho-por-olho, dente-por dente, lei de Talião.
A nova lei que Ele queria inculcar tinha seus fundamentos nas máximas que havia recolhido sobre o trabalho do próprio espírito quando percorria as esferas da espiritualidade diante das verdades divinas. A nova lei elevava o Amor universal e abolia todos os sacrifícios de sangue ou vingança pelas ofensas; favorecia o desenvolvimento de todas as faculdades individuais para que concorressem para o bem geral, e honrava os homens ensinando-lhes:
“Sede iguais diante de Deus. O poder dos homens não dura mais do que um momento, ao passo que a justiça divina é eterna”.
“Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros, para dar esplendor a esta justiça”.
“A pobreza dá sua vez às riquezas, no processo de aprendizagem. Felizes os que são pobres voluntariamente para cumprir a vontade de Deus (Francisco de Assis, por exemplo)”.
“A escravidão será banida da Terra, porque a mulher é igual ao homem, e o servo vale tanto quanto o senhor, diante da sabedoria divina”.
“Esta sabedoria é a que rege os destinos, recompensa e castiga, envia a palavra de paz no meio de todas as humilhações, no meio de todos os sofrimentos, de todas as torturas das alma, do espírito e do corpo”.
Jesus estava tão intimamente unido com essa verdade que estava sempre ao lado dos deserdados do mundo material, dos pobres, que chegava a dizer que eles eram seus membros. Falava e agia com tanta convicção que a vergonha surgia entre os deserdados e desencantados para evocar a esperança da purificação. Foi assim que mulheres consideradas de má vida, vagabundos de toda a laia, converteram-se no cortejo permanente da Sua pregação durante o Seu período missionário.
Jesus estava certo que a morte lhe esperava em Jerusalém e queria valorizá-la de tal maneira que Seus apóstolos guardassem dela a recordação vibrante de Sua atitude, de Suas palavras, de Suas demonstrações de Amor, dos atos de humildade e, principalmente, a Sua resignação diante de todos os insultos e de todas as ferocidades.
Era necessário que Ele mostrasse a grandeza de Sua doutrina do Amor e explicasse Sua força de espírito no meio dos acusadores e dos verdugos, para morrer com as honras do êxito.
Eis aí porque Ele misturava no projeto dessa missão tantos estremecimentos generosos do coração, com tantas amarguras do pensamento; tantas emoções felizes com tantas energias em estigmatizar a covardia e o abandono; tão agradáveis e persuasivas lições com tão duras e ameaçadoras profecias; tanta ternura no sorriso e tanta tristeza no olhar.
G continua com resistência em fazer o tratamento psiquiátrico, não reconhece a doença psíquica, cujo principal sintoma é a preocupação com alguma doença física que os médicos já sabem que existe, mas que não querem lhe dizer. Todas as suas ações fisiológicas são examinandas com esse olhar crítico e enviesado à procura de sinais que confirmem suas suspeitas, inclusive dizendo de um mal cheiro ao seu redor ou do medo de contaminar as pessoas que estão por perto.
A sua irmã, K, que também se trata comigo, mas segue com rigor as orientações que recebe, foi quem fez a aproximação de G comigo, pensando talvez a irmã iria ter uma consciência tão clara como a dela. Acontece que o diagnóstico de G é diferente do dela, tem um componente psicótico mais forte, e isso é quem favorece a não adesão ao tratamento.
K já demonstra cansaço e medo de adoecer se ficar dentro de constante estresse. Mesmo porque, segundo ela, percebeu também a resistência dos pais sobre o tratamento farmacológico, uma vez que eles são espíritas e dão maior ênfase na influência e no tratamento espiritual. Se afastou um tanto do caso e deixou que os pais tomassem a iniciativa do tratamento psiquiátrico.
Foi isso que aconteceu. Os pais me procuraram para falar da dificuldade que estão tendo com G. ela continua sem aceitar o tratamento farmacológico, chega a jogar fora de forma clara os comprimidos. Mesmo assim, eles acharam que o remédio estava ajudando e passaram a colocar escondido na alimentação. Acontece que a paciente não tem a consciência que a melhora que apresenta em alguns momentos é porque nesses momentos ela está fazendo uso da medicação.
Combinamos para os pais irem com ela na próxima terça feira no consultório. Senti eles estão deveras preocupados com a filha e que irão oferecer todo apoio que o caso exigir. Falei do caso da internação hospitalar involuntária que é uma possibilidade, caso continue avançando o quadro clínico da filha. Isso sem contar no risco de suicídio que ela pode apresentar se mantiver a atual situação.
Terminamos a reunião com todos sentindo a grave situação que o caso parece ir se deslocando. Manterei meus canais de atendimento sempre abertos para eles.
Tenho quatro pacientes com o diagnóstico F20 (esquizofrenia) que podem interagir entre si na formação de um grupo envolvendo os seus pais, com o foco de procurar uma atividade na qual a patologia seja considerada como um fator limitante, mas não paralisante.
Existem pelo menos três formas de terapia para os portadores de patologias psi: ambulatório (consultório), CAPS (grupos) e hospital (clínicas). A nível nacional existem grupos como o Projeto Fênix que atuam com as pessoas portadoras de doenças mentais, famílias e profissionais, que é uma boa referência para se iniciar o trabalho com objetividade e apoio que necessitamos.
A ideia já circulava por minha mente, mas foi motivada com mais ênfase a partir da consulta feita a mãe de J que colocou as dificuldades que tem na relação com ele. Convidei-a para participar do curso de Autodescobrimento que realizo na Cruzada dos Militares Espíritas. Seria a oportunidade de falar com I que é portador da doença e muito interessado em participar de uma atividade grupal e que sempre está investigando na internet novas possibilidades terapêuticas e diagnósticas.
Também falei de R mãe de paciente esquizofrênico, com muita experiência na área de educação e que também tem interesse em participar de uma atividade que integre essa comunidade dentro da sociedade.
O outro paciente que pensei foi U, o mais comprometido, que esteve recentemente internado, mas que voltou para casa com boa melhora. Os pais são espíritas e muito interessados em seu caso, colocam muita ênfase na influência espiritual e os dados que eles apresentam realmente mostram que essa influência existe e que o tratamento pode ser fortalecido com a psicofarmacologia e o envolvimento em trabalhos de grupo que sejam mais direcionados para o problema da cada um, vamos dizer mais personalizado. Isso porque o CAPS se propõe a fazer esse serviço, mas de forma genérica. O trabalho que pensamos iniciar tem um potencial de adesão maior, pois estarão presentes os pais dentro das atividades com uma consultoria permanente de profissionais com experiência na área.
O primeiro contato não foi possível, pois apesar de J e seus pais terem ido ao curso, I não compareceu. R também disse que não poderia comparecer neste dia porque já estava comprometida com outra atividade, mas garantiu que poderia se fazer presente na próxima aula do curso. Resta agora avisar a I para que não falte na próxima aula e aos pais de U para ver se eles podem estar presentes também.
Iremos ver se na próxima semana este grupo já esteja com a sua formação iniciada, por enquanto ¾ já estão sensibilizados.