A reunião da Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio, realizada no dia 21-08-14 na Escola Olda Marinho, as 19:00h, teve a presença das seguintes pessoas: Cíntia, Edinólia, Ana Paula, Radha, Suerlene, Artur (menor), Marcelo, Davi, Rosendo, Nivaldo, João Batista, Paulo Góis, Paulo Henrique, Francisco, Marília, Francinete, Ivânia, Rogério, Rosário, Damares, Ana Maria, João Dantas, Mateus (menor), Anilton e Isabele.
Iniciamos a reunião com a leitura do relato da reunião anterior, seguida da informação sobre os encaminhamentos realizados. Edinólia tentou o primeiro contato com o proprietário do Hotel Reis Magos, passou o numero do telefone para Francisco, que tentou também a comunicação, mas não foi possível. Ficou o recado. A entrega da pauta solicitando a entrevista com o Prefeito não foi citada. A saúde comunitária de Brasília Teimosa vai enviar uma psicóloga para se integrar em nossos trabalhos. O prof. Tiago da saúde comunitária de Praia do Meio, não foi contatado para a participação, o seu telefone não estava disponível no momento que era para ser lembrado o convite. O delegado Magnus Barreto justificou a ausência nesta reunião e disse que iria se agendar para a próxima.
Cíntia fez o relato da reunião ocorrida na Escola Olda Marinho com a presença da diretora onde foram esclarecidos os principais problemas e encaminhados alguns. A questão da energia e hidráulica e a manutenção dos portões, a Associação através de Paulo ficou de levantar a mão de obra e material necessário. Ficaram definidas as aulas de xadrez que já teve início e as aulas de violão e de Futebol, que já começam a receber inscrições. Também ficou combinado o convite para os interessados na aula de alfabetização, para jovens e adultos.
A professora Letiene não pode vir às reuniões das quintas, mas garante sua presença nas aulas de Xadrez.
Radha disse que está sendo preparada uma comunicação para os pais estarem presentes na próxima quinta feira em nossa reunião.
Davi apresentou o projeto da escolinha de futebol, com o material que vai ser necessário, inclusive dois auxiliares, que deverá funcionar nas quadras da Praia do Meio, da Escola Padre Monte e da Escola Café Filho. Deverá funcionar nos sábados e domingos, com 50 a 100 crianças.
Rosário reafirmou o apoio financeiro do SESC nos projetos sócio-educativos-culturais da comunidade, como futebol, capoeira e música. Também falou com ênfase da escola de alfabetização para jovens e adultos que ela pretende incrementar pessoalmente, como um projeto de vida.
Marcelo colocou sua colaboração na forma de divulgar os trabalhos da Associação como a formação de um site, e-mail grupo e do Face-comunidade. Paulo Gois ficou responsável pela criação do Face.
Ficou decidido que será realizado uma palestra sobre drogas, feita pelo prof. João Dantas, dentro de 30 dias.
Cada um dos participantes da reunião fez um pequeno relato de como estão vendo e sentindo este trabalho comunitário e do interesse em colaborar dentro de suas competências e tempo.
Esta reunião foi feita com 25 pessoas, o número mais alto até agora. É necessário que seja feita uma organização mais eficiente no sentido de cada um dar o informe do compromisso assumido na reunião anterior e cada um ao final saber com muita clareza o que precisa fazer durante a semana.
No final ficamos todos de mãos dadas, em roda, para a oração do Pai Nosso. Concluímos com a foto registradora dos presentes.
Sócrates, filho de Sofronisco e de Fenarete, nasceu em Atenas no final de 470, e morreu condenado pelo tribunal ateniense a tomar cicuta, em 399 aC, com idade de 70 anos. Os relatos dizem que Sócrates dedicou-se à filosofia depois de haver ido ao templo de Apolo, em Delfos e ter ouvido uma voz interior (que ele chamava de Daímon, espécie de espírito bom ligado a alguém e que personifica o caráter da pessoa e seu destino). Essa voz o fez compreender que o oráculo inscrito na porta do templo – “Conhece-te a ti mesmo” – era a sua missão. Por ela abandonou toda atividade prática e viveu pobremente com sua mulher, Xantipa e seus filhos. Foi descrito por todos que o conheceram como alguém dedicado ao conhecimento de si e que provocava nos outros perguntas sobre si próprios, conversando na praça do mercado, nas reuniões de amigos e nas ruas com quem aparecesse e se interessasse em respeitar o oráculo de Apolo em Delfos, isto é, conhecer-se a si mesmo.
Apolo foi uma das divindades principais da mitologia greco-romana, um dos deuses olímpicos. Filho de Zeus e Leto, e irmão gêmeo de Artemis, possuía muitos atributos e funções, e possivelmente depois de Zeus, o Pai de todos, foi o deus mais influente e venerado de todos os da Antiguidade clássica. Era descrito como o deus da divina instância, que ameaçava ou protegia desde o alto dos céus, sendo identificado como o sol e a luz da verdade. Fazia os homens conscientes de seus pecados e era o agente de sua purificação. Era o deus da cura e da proteção contra as forças malignas. Além disso era o deus da beleza, da perfeição, da harmonia, do equilíbrio e da razão.
Transpondo essas informações da antiguidade para os dias atuais, percebo semelhança de Apolo com o Mestre de Nazaré. Jesus também é considerado o filho mais perfeito de Deus, o Pai de todos. Dizia ser o caminho, a verdade e a vida; fazia os homens ficarem cientes dos seus pecados e ensinava como podemos nos purificar. Ensinou o Amor Incondicional como técnica para se atingir a beleza, a perfeição, a harmonia, o equilíbrio, a justiça, a solidariedade e construir a sociedade do Reino de Deus. Seu oráculo está presente em qualquer templo cristão, de qualquer denominação: “Ame ao próximo como a ti mesmo.”
Comparando a minha experiência de vida com a de Sócrates, vejo também algumas semelhanças. Tive contato com esse oráculo de Jesus em algum dos seus templos e logo uma voz interior, quase imperceptível, disse que eu devia aplicar a técnica do Amor Incondicional para poder amar com integridade ao meu próximo. A obediência a essa “voz” teve um efeito devastador nos meus antigos projetos de vida. Logo vi a estrutura do meu casamento ser destruída com minha expulsão de casa de forma violenta; ser afastado do contato com os meus filhos e ter construído outros relacionamentos, com outras companheiras, gerando outros filhos, e esperando a compreensão das mães para a minha constante ausência, apesar de manter os recursos financeiros para a sobrevivência e educação sempre que necessário.
A obediência ao oráculo de Jesus tornou a voz silenciosa dentro da minha consciência cada vez mais forte, uma verdadeira ordem de Deus para transformar o meu corpo em instrumento para cumprimento da Sua vontade. Essa firme determinação me torna cada vez mais solitário na minha vida pessoal, onde ninguém consegue conviver comigo e tolerar a inclusão dos afetos íntimos que o Amor Incondicional permite. Não acumulo dinheiro para mim, para aumentar o meu patrimônio, pois considero que tudo pertence ao Pai e que sou apenas Seu fiel administrador, realizando com justiça o que o dinheiro pode fazer. Posso ser solitário na minha vida íntima de convivência, mas sou solidário nas relações humanas, com o próximo, assim como orienta o oráculo de Jesus, que manda servir como forma de liberdade; servir voluntariamente é libertar-se totalmente. Nada mais libertador, estou descobrindo, que a vontade de querer-servir!
Continuarei seguindo a voz silenciosa que se torna cada vez mais potente dentro da consciência.
Sempre pensei que o Senhor não estava sendo justo naquela parábola que Jesus ensinou sobre a vinha que precisava ser trabalhada. Por que as pessoas que foram contratadas no começo do dia deviam ganhar semelhante aquelas que foram contratadas no final do dia? As primeiras não haviam trabalhado todas as horas contratadas, não suaram durante todo o dia? E as últimas não trabalharam somente algumas horas do fim do dia? Não seria justo que tivessem um pagamento diferenciado?
Mesmo o meu racional apontando essa injustiça, o mesmo racional diz que essa decisão veio do Pai que tem uma inteligência muito maior que a minha, portanto alguma justificativa tem que eu ainda não consigo compreender, mas com o tempo de maturação intelectual eu o consiga.
O trabalho que estamos realizando na comunidade de Praia do Meio parece que está trazendo luz sobre essa questão. Vamos imaginar que essa comunidade seja a vinha na qual o Pai espera que trabalhemos durante seis anos para podar as videiras, tirar as sombras da ignorância, do egoísmo e deixar brilhar o sol do Amor e da Justiça para a devida maturação dos bons frutos. O Pai fez a convocação dentro das nossas consciências pelos mais diversos meios. A minha convocação foi feita através de um brado de impotência feito por uma colega no Hospital João Machado, de como combater a violência, fruto das trevas que cobrem nossa sociedade. Foi aí que me reuni com ela e com mais outra pessoa decidimos vir para a vinha onde a semeadura é feita e necessita de trabalhadores para mostrar os caminhos ensinados por Jesus através da lei do Amor cuja aplicação construirá o Reino de Deus.
Cheguei à comunidade, à vinha, e logo o Pai fez mais convocação na consciência de diversas pessoas que passaram a se engajar no trabalho. O salário prometido é o de ser cidadão desse Reino divino e não se preocupar mais com a morte, pois iremos sempre evoluir em direção ao Pai. Começamos o trabalho e a todo o momento o Pai passa novamente pela praça e faz o convite a outras pessoas com o mesmo objetivo, com o mesmo salário.
Vou imaginar que no último ano de trabalho, como o Pai continua a convocar as pessoas, chegam ainda mais trabalhadores. Mas o trabalho já está perto do fim, o trabalho não é mais tão intenso quanto antes... Os primeiros não deveriam ter um salário maior dos que os últimos? Mas o que foi que o Senhor prometeu a todos? Não foi ser cidadão do Seu Reino e ter a consciência da vida eterna? Eu já recebi parte do meu salário, já estou consciente da vida eterna e a morte não me causa o mínimo de temor, nem para mim nem para os entes mais queridos que estão neste momento perto de mim. Falta a segunda parte que é ser cidadão do Reino de Deus que está sendo construído. Mas essa construção só pode ser realizada se todos estiverem sintonizados com essa ideia, realizando esse trabalho. Portanto, faz parte do trabalho na vinha a convocação que o Pai faz através de nós. O mesmo salário que estamos prometendo aos novos trabalhadores em nome do Pai é aquele mesmo que iremos receber. Mesmo porque o Reino de Deus não pode ser concluído enquanto existir um só irmão perdido nas trevas sem orientação. Nosso dever é ser o Bom Pastor, que deixa suas noventa e nove ovelhas, protegidas, e vai à busca daquela que ainda está desgarrada. O último trabalhador que irá concluir o Reino de Deus deve ser semelhante àquela parábola do filho pródigo onde o mesmo é recebido com tanta alegria. Assim devemos fazer com o último trabalhador, pois é ele que irá concluir o trabalho que iniciamos. Do mesmo modo que ele não pode exigir um salário maior por ser aquele que concluirá o serviço, não devemos ter um salário maior por ser aquele que iniciou o trabalho.
Vejo com esse raciocínio que eu me aproximo da sabedoria do Pai, começo a ver racionalmente que não é pertinente a exigência de um salário maior para os primeiros trabalhadores, pois o salário prometido está justamente assegurado com a inclusão do último trabalhador.
Assim devemos ter essa compreensão com os novos trabalhadores que a cada dia chegam à nossa vinha, todos eles são importantes e vão receber, com justiça, um salário igual ao nosso. Cada um pode trabalhar com inteligência e dedicação, sem ciúmes ou intolerâncias, pois cada um tem suas dificuldades, defeitos e virtudes. É esse clima de fraternidade que o Pai deseja que tenhamos para haja harmonia no decorrer do trabalho da vinha.
Vamos imaginar que o Paraíso seja o Reino de Deus que nós iremos construir algum dia, a partir de hoje. Deixo a pergunta: existirá sombra, ignorância, egoísmo nesse paraíso? Sim, pois os construtores são pessoas imperfeitas que carregam em si as sombras. É como se faz hoje uma catedral, um ambiente com pretensão divina que é construída pelas mãos de gente grosseira, ignorante, que muitos nem sabem de sua paternidade divina.
Estou fazendo agora essa reflexão, pois me considero um construtor do Reino de Deus aqui e agora, fazendo o que posso com minhas mãos rudes. Percebo o quanto sou imperfeito e coberto com tanta sombra em forma de vícios e defeitos. Cada tijolo que procuro colocar na construção desse Reino, vejo o quanto eu poderia fazer se não tivesse sobre meus ombros tanta treva. Será que quando esse Reino tiver construído eu não possa entrar, como acontece com aquelas pessoas rudes que constroem os templos, mas aproveitam o tempo livre que têm e preferem ficar nos prazeres da carne em bares, cassinos ou prostíbulos, sem interesse ou tempo para aproveitar do que construiu?
Vou me esforçar bastante para tirar essa sombra de mim. Sei que tem muito valor junto ao Pai as intenções que mantemos, e essa intenção de fazer a vontade do Pai através das minhas dificuldades é o que me faz forte. Lembro também dos discípulos escolhidos pelo Mestre, todos eles com defeitos de caráter, mas que eram tolerados e instruídos em serviço, como hoje acontece com os médicos residentes, que se especializam trabalhando na área que desejam. Todos eles também são cheios de ignorância da verdade de suas profissões, mas isso não os intimida e na condição de alunos, profissionais imperfeitos, cheios de sombra de ignorância, vão se preparando para atuar com a expertise que desejam.
Assim também devo atuar frente ao trabalho do Pai. Mesmo que eu reconheça as sombras que possuo, não deve ser motivo de desânimo e sim de esforço para clarear cada vez mais o campo da minha aura. Esse paraíso que construiremos um dia através do Reino de Deus deve trazer semelhança com a chegada do dia. É a madrugada que vai rompendo lentamente as trevas da noite, que a nossa visão vai lentamente percebendo os detalhes com caminho, até que o sol domina no céu e tudo está claro e resplandecente, mesmo que haja nuvens e dias nublados e chuvosos. Talvez sejam essas sombras em nosso ser que tenham o papel das nuvens no paraíso, que mesmo assim podem ter sua utilidade, como aqui tem as nuvens, apesar das chuvas que algumas vezes provocam enchentes e destruição. Mas como querer entender toda a sabedoria do Pai? O meu papel deve ser o de estudar e praticar a lei do Amor e assim fazer a Sua vontade. Que a minha ignorância não sirva de obstáculo à minha evolução!
A visita feita na Fazenda Campos com a família que An. está construindo com o seu companheiro, dentro da cultura tradicional da família nuclear, me fez fazer algumas reflexões. Eu vi que naquela família que tem o L. como mentor da parentela, havia através dele uma preocupação saudável de seguir a orientação evangélica, de procurar os benefícios seguindo a ordem natural do indivíduo, da família e da sociedade. Isso é o que a leitura das lições do Cristo procura disciplinar dentro das relações humanas, e se todos fizessem assim haveria um crescimento saudável do corpo social. Mas acontece que não é assim que observo. Vejo apesar desses exemplos saudáveis, uma crescente necessidade da sociedade, um crescimento das forças do mal, que parece que essa estrutura da família nuclear, mesmo obedecendo todos os critérios do Evangelho, não consegue superar.
Como fazer essa ampliação do Amor, da família para a sociedade? Sei que a peça chave nesse quebra-cabeça comportamental é como vamos estruturar a família. Como vamos considerar nossa relação com o próximo e conosco mesmo. Vejo a sutileza da luta do amor condicional com o Amor Incondicional, mas de resultados estrondosos em favor do amor condicional. Aquela família de grande sentimento e entendimento evangélico tem a preocupação de deixar na forma de herança todos aqueles benéficos que 1000 hectares de terra comporta para a parentela, incluindo a minha filha e meu neto. Confesso que fico satisfeito com isso e ainda mais por saber que aqueles recursos também são ofertados de forma gratuita as pessoas que moram no entorno, na forma da água que é doada e das pessoas que vivem e trabalham no local. Mas é como se eu visse uma grande riqueza sendo canalizada para as mãos dos parentes consanguíneos, mesmo que dela seja permitido a oferta de migalhas para o próximo.
Como ampliar o máximo dessas migalhas que são ofertadas aos pobres, sem o comprometimento do valor do patrimônio dos proprietários, que segundo a lógica capitalista deve oferecer lucros cada vez maiores em todas as áreas de investimento? Não é assim que fazem os bancos e demais instituições na relação com o capital? Não é assim que fazem as instituições religiosas, as igrejas católicas, os templos evangélicos com sua suntuosidade e recursos amealhados? O crescimento vai seguindo no fluxo do tempo e atrás vai ficando um rastro de pobreza e miséria que não consegue ser apagado. Se por acaso é apagado dentro de uma família, de uma comunidade, até de um país, mas em algum lugar do mundo impera a fome e a guerra a destroçar os corpos esqueléticos dos irmãos que nascem e morrem na ignorância, quando esses não têm a sorte de escapar para a criminalidade e ameaçar com a violência a vida daqueles que sustentam esse status quo. A família nuclear, que nutre em seu seio essa fornalha de egoísmo querendo tudo para o sangue e no melhor dos casos, as migalhas para os outros, parece ser o principal elemento de manutenção dessa situação.
Podemos criar uma família que não priorize tanto o amor condicional a ponto de mascarar ou anular o Amor Incondicional? Pois é essa a condição pela qual a Terra se mantém como lugar de provas e expiações. Só podemos evoluir para um planeta de regeneração se conseguirmos resolver essa questão, de como ampliar o Amor que deve surgir na família e se espalhar sem contaminações por todo o orbe. E a chave para isso é obedecer a lei de Deus que está escrita tanto na Natureza como na consciência.