Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
23/05/2019 00h19
A MARCA DA BESTA

            Voltou às minhas mãos o livro de Robson Pinheiro/Ângelo Inácio, “A Marca da Besta”, e por sinal, descobri que tenho dois, um deles no apartamento. Dentre todos que estou lendo, será que este tem um significado especial? Pois este é um canal de comunicação que o Pai tem comigo, mandando recado através de livros.

            Comecei a ler e cheguei num ponto que achei interessante, que faz conexão com minhas preocupações do caminho que devo seguir para melhor fazer a Sua vontade.

            Vejamos o trecho que chamou a minha atenção, apesar de longo. Se refere a fala do maioral das Trevas, o número 1, que vive bem próximo ao núcleo da Terra, mas que comanda todas as forças do mal, dentro de uma cadeia hierárquica.

            - Ouça a minha ordem – falou uma voz que soava mecânica. Não se podia dizer se a voz era masculina ou feminina; era modulada de tal maneira que o som produzido não se percebia como natural. Fora propositadamente transformada, distorcida pelo número 1 no poder, aquele considerado o soberano, a “serpente original”, como diriam alguns dentre os povos do degredo.

            O daimon parecia petrificado, com as feições sérias, o olhar impenetrável, enquanto a mulher atrás de si, curvada como um servo obediente, balbuciava palavras num idioma incompreensível, numa língua morta há milênios.

            Como gostaria que a identidade do maioral lhe fosse revelada. O daimon refletia sobre essa questão toda vez que escutava aquele som quase metálico reverberando no ambiente. Quem seria o dono da voz insensível que em nenhum momento ao longo desses milênios se deixara reconhecer? Não se sabia se era homem ou uma mulher. Sabia-se apenas que esse ser medonho, o mais poderoso dos seres da escuridão, fora o arquiteto de todo o plano de rebelião que levara os dragões a serem expulsos de seu mundo original. Mas, mesmo lá, esse ser nunca se deixara trair; jamais se mostrara abertamente. Havia uma aura fustigante de mistério em torno de sua presença, de sua pessoa.

            Ainda que essas questões passassem pelas trilhas de seu pensamento, o daimon não as externava – embora algo no ar sugerisse que o maioral, em verdade, tinha ciência do que ele, o segundo no comando, realmente pensava. Talvez soubesse cada detalhe, cada artifício que o segundo poder usava para esconder seus mais secretos devaneios. Como era de esperar, ele não fez qualquer menção a suas indagações perante o maioral, o poderoso dragão, o espírito da discórdia – ou, como alguns ousariam dizer, com outras palavras – o próprio diabo.

            O daimon sabia que o maioral tinha condições de implodir seu corpo artificial com um só impulso mental que enviasse de sua base secreta, cuja localização nenhum dos dragões conhecia, inclusive ele próprio, o segundo. Tinha certeza disso, pois, como perderam a conformação humanoide no decorrer dos milênios, o primeiro no comando facultou aos demais, certas criações mentais artificiais extremamente semelhantes a aparência que ostentavam quando em seus mundos de origem. Mas a oferta, que visava privar as mentes rebeldes da degeneração total, preservando-lhes a lucidez, trazia consigo alto preço a pagar. O Maioral os controlava, mesmo à distância, onde quer que se encontrassem. Os corpos quase espirituais, quase materiais estavam sujeitos a receber fraco impulso mental ou mesmo mecânico, produto de algum instrumento desconhecido, e simplesmente diluir-se ou explodir. Caso isso acontecesse, o resultado não era novidade para o daimon, que já presenciara o fato noutras ocasiões. Degenerado ao extremo, o corpo mental, há longo tempo apartado da forma humanoide – assegurada até então de modo artificial -, acabaria por enlouquecer, perdendo o dom da razão. Perderia, enfim, a consciência e, com ela, toda a capacidade de administrar o conhecimento arquivado nos últimos milênios transatos.

            Tudo isso cruzou sua mente numa fração de segundo, como se o tempo houvesse se congelado. Um imortal relativo – como eles eram, na verdade – não podia abdicar dos conhecimentos, das experiências, do trabalho; tudo acumulado na memória do seu corpo mental. Era preciso engolir o fato de estar na mão do número 1. Ao menos, para ele, o número 2, havia o consolo de ter todos os demais espíritos aos seus pés; a ninguém mais devia obediência nem satisfação.

            - Estou ouvindo. Fale, soberano! – respondeu, aparentando tranquilidade inimaginável para o perfil psicológico de um dragão.

            Brilhava soberanamente no ambiente o símbolo da suástica, fundido ao das serpentes – traiçoeiras como só elas ao representar o psiquismo do Maioral. As imagens se movimentavam, voluteavam, inquietando intimamente o daimon e, talvez, sua companhia, a mulher posicionada, em completo silêncio, atrás dele.

            De repente, o daimon pressentiu que o Maioral desejava testá-lo, que se utilizara de um jogo psicológico para desestabilizar sua mente e suas emoções através das imagens projetadas, do mistério cada vez mais angustiante que envolvia a presença do chefe supremo das organizações das trevas. O Maioral era sagaz por demais, como denotava a própria serpente que o anunciava. Era inteligentíssimo e perspicaz, portanto era natural admitir-se que conhecesse profundamente seu interlocutor, a ponto de esquadrinhar seus pensamentos e reações. Mas o segundo em poder não cederia assim tão facilmente; o augusto daimon jamais se curvaria diante do braço do número 1. Arrancando forças represadas em seu interior, resistiu bravamente à armadilha psicológica do Maioral. Novamente, a voz inumana se fez ouvir como se nada ocorresse.

            - Mais uma vez os senhores da escuridão fracassaram em seu trabalho. Os guardiões, por outro lado, têm movimentado forças em todas as direções e com maior intensidade, enviando comandos para todas as bases vinculadas aos países e dirigentes com os quais os demais dragões mantém relações e ingerência sobre sua política.

            “Só existe uma possibilidade de distrair os guardiões e os viventes que têm atuado em prol dos representantes máximos da justiça planetária.

            “Já fizemos experimentos com a economia mundial, induzindo-a tanto à fartura e ao abuso quanto às sucessivas crises, fomentadas no período anterior. Também testamos os humanos da Terra e os representantes do Cordeiro com ameaças à sua saúde, que foram mais bombásticas no efeito provocado, como notícia, que no aspecto epidêmico propriamente. Através de elementos sutilíssimos, invisíveis aos seus olhos, logramos ocasionar agradável perturbação. A nosso favor, temos as reações dos filhos do Cordeiro, que não trabalham unidos, intentando cada qual parecer um missionário, em detrimento do trabalho alheio. ”

            O daimon pareceu adivinhar os pensamentos do Maioral. Pela maneira como introduzira a situação, só restava um passo a ser dado. Estarrecia-se frente às suas deduções. Mesmo confiante, reconhecendo os benefícios do plano que se esboçava em sua mente, sabia que consequências muitíssimo sérias se abateriam sobre os líderes das trevas.

            - Vá pessoalmente e convoque uma assembleia com os demais dragões do poder. Precisamos desencadear uma guerra com urgência. Abalaremos novamente as economias do mundo. A Europa será fortemente sacudida com a crise decorrente, e o Novo Mundo a seguirá. O Oriente, é claro, não ficará de fora dos problemas que suscitaremos.

            “O mundo deve precipitar-se numa tribulação de graves proporções, a fim de distrair a atenção dos agentes da justiça divina. Vamos lhes dar trabalho. Utilizemos nosso representante mais influente, que hoje exerce seu domínio num dos países por nós assistido.

            “Vá até o campo vibratório e destaque os melhores espíritos projetores que integram a elite da guarda draconiana, os espectros. Auxilie-os a se projetarem no mundo dos viventes.

            “É hora de repetirmos o que fizemos no passado medieval, assumindo duplos etéricos e nos tornado estáveis através desses corpos, visíveis e funcionais em meio aos comandantes das nações da Terra. Você próprio poderá se projetar num desses veículos, fazendo-se notar como um humano, muito embora, devido a imposição feita pelo Altíssimo, não detenhamos a condição de influenciar os homens diretamente. Somente os espectros que fazem parte de nossa elite podem ser usados por nós para tal intento. Se desejar, deixe-se catapultar para o mundo dos encarnados. Para isso, você já sabe que criamos um artifício eficaz ao driblar as algemas magnéticas que nos tolhem a liberdade neste mundo. “

            O Maioral concedeu breve pausa, no intuito de produzir algum resultado na mente do daimon, que o ouvia atentamente. Queria ver esboçado a surpresa e o espanto na fisionomia do segundo poder. Mas o daimon sabia ser forte, resistir aos lances do Maioral. E, embora não deixasse transparecer nenhuma emoção que lhe denunciasse o estado íntimo, labaredas subiam em seu interior. Um vulcão de pensamentos, em meio à represa das emoções.

            - Reúna os melhores dentre os espectros – prosseguia o soberano. – Esses indivíduos são detentores de mentes experientes, vampirizam toda e qualquer energia consciencial com a qual travam contato. Empregue-os como coadjuvantes seus, a fim de que se projetem em corpos etéricos. Manipule tais corpos e use, de preferência, aqueles que estão cativos nos laboratórios localizados na esfera extrafísica das seguintes cidades: Pyongyang, Jerusalém e Nova Iorque. Encontrará elementos singulares que constituem os duplos capturados e mantidos em cativeiro por nossos aliados do submundo nessas regiões.

            “Está na hora de mostrarmos novamente no mundo, exibindo toda a força e o império que representamos. Já que não nos é dado acessar por nós mesmos a dimensão dos humanos, podemos nos projetar consciencialmente e manipular corpos artificiais e semimateriais à distância, os quais, sujeitos a determinadas circunstâncias, podem ser percebidos e sentido pelos humanos encarnados. Afinal, são corpos de natureza etérica, mais densa, e não espiritual.

               “Parta na companhia dos espectros. Para isso, colocarei à sua disposição um veículo especial, a mais recente invenção entregue por meus asseclas. Forjado em matéria quintessenciada da atmosfera terrestre, acrescida de outros elementos desconhecidos inclusive por você, vai atende-lo perfeitamente em sua missão. Desça até as coordenadas que deixarei registradas no sistema de navegação. Lá, faça a conexão com os duplos de matéria etérica e inaugure a nova era em que os espectros voltarão a andar pelo mundo, enquanto seus corpos mentais repousarão nos nichos preparados para este fim, no campo vibratório para onde se dirigirá. “

            O daimon mal conseguiu conter a respiração acelerada. Então o número 1 já havia arquitetado um plano de contingência.

            De súbito, o símbolo sumiu, de modo surpreendente, como quando apareceu. O senhor dos dragões, o maioral, transmitira suas instruções e não deixara alternativa; ao número 2, só restava obedecer.

            Ele conhecia a história do povo da Terra, dos humanos que habitavam a superfície. Acompanhou detalhadamente a formação da civilização e sabia muito bem como manipular as questões políticas com o objetivo de deflagrar uma guerra. O número 1 estava certo; era preciso admitir. Um conflito armado de grandes proporções seria suficiente para despertar as atenções dos agentes encarnados do Cordeiro, bem como manter ocupados os representantes da justiça, os guardiões, de forma que os dragões ganhassem mais tempo para desenvolver seus planos. O jogo cósmico havia começado. Algo estava para acontecer, senão o maioral não haveria tomado essa decisão pessoalmente.

            Supunha-se que, no momento em que irrompesse a guerra, os religiosos, os espiritualistas e demais agentes da justiça no mundo se dispersariam, pois sua história apontava para essa reação. Apesar de gradativamente os guardiões se aproximarem mais e mais das principais bases dos dragões, teriam de recuar se uma guerra se tornasse iminente.

            Até onde chegariam os modernos seguidores do Cordeiro na eventualidade de o poder dos dragões ser descoberto e aceito entre eles como uma realidade? E como reagiriam ante um evento verdadeiramente global, colocando fim ao aparente estado de paz que domina as nações? Quer dizer, havia uma série de confrontos regionais em progresso, alguns com mais destaque do que outros, a depender da representatividade das peças envolvidas. Nada muito distante do que sempre houve. Porém, tudo poderia se desenrolar de modo bem diferente, caso a humanidade se visse em uma guerra de proporções mundiais.

            A religião e os religiosos, que ainda travavam lutas entre si, arrefeceriam e regrediriam consideravelmente. Os recentes avanços do conhecimento espiritual seriam postos em xeque e cessariam sua marcha. Assim, a ameaça que constituem os filhos do Cordeiro seria praticamente anulada. De modo geral, os homens gastariam seu tempo na reconstrução da civilização, e os espiritualistas, em vez de se dedicarem ao estudo aprofundado e a investirem contra o sistema dos dragões, seriam inebriados numa onda de sentimentos de caridade, empregando seu tempo para consolar os aflitos e socorrer os remanescentes da guerra. Além disso, eles próprios se veriam perdidos em meio a tantas crises e calamidades, que certamente abalariam indefinitivamente as vidas de todos.

            Essa movimentação no mundo espiritual, relacionada diretamente com o nosso mundo material, percebido e interpretado pelos médiuns, é de fundamental importância para compreendermos a necessidade de nos envolver na luta que se desenvolva entre a luz e as trevas. Uma das armas que as trevas possuem, é o sentimento da dúvida no mundo espiritual, na sua organização e na sua ascendência sobre nós. Daí sermos facilmente manipulados, e fazer o que as trevas desejam, independente de nossas intensões de ser uma pessoa de bem, de boa vontade. 

            Sejamos espertos! Tenhamos fé! E ação!

Publicado por Sióstio de Lapa
em 23/05/2019 às 00h19
 
22/05/2019 00h19
A CAMINHO DO BREJO

           Encontrei um texto nas mídias sociais, na coluna de Cora Ronái no O Globo, que merece ser reproduzido aqui para nossas reflexões, em momento tão conturbado que vivemos hoje no Brasil.

A caminho do brejo

A sociedade dá de ombros, vencida pela inércia.

Um país não vai para o brejo de um momento para o outro — como se viesse andando na estradinha, qual vaca, cruzasse uma cancela e, de repente, saísse do barro firme e embrenhasse pela lama. Um país vai para o brejo aos poucos, construindo a sua desgraça ponto por ponto, um tanto de corrupção aqui, um tanto de demagogia ali, safadeza e impunidade de mãos dadas. Há sinais constantes de perigo, há abundantes evidências de crime por toda a parte, mas a sociedade dá de ombros, vencida pela inércia e pela audácia dos canalhas.

Aquelas alegres viagens do então governador Sérgio Cabral, por exemplo, aquele constante ir e vir de helicópteros. Aquela paixão do Lula pelos jatinhos. Aquelas comitivas imensas da Dilma, hospedando-se em hotéis de luxo. Aquele aeroporto do Aécio, tão bem localizado. Aqueles jantares do Cunha. Aqueles planos de saúde, aqueles auxílios moradia, aqueles carros oficiais. Aquelas frotas sempre renovadas, sem que se saiba direito o que acontece com as antigas. Aqueles votos secretos. Aquelas verbas para “exercício do mandato”. Aquelas obras que não acabam nunca. Aqueles estádios da Copa. Aqueles superfaturamentos.

Aquelas residências oficiais. Aquelas ajudas de custo. Aquelas aposentadorias. Aquelas vigas da perimetral. Aquelas diretorias da Petrobras.

A lista não acaba.

Um país vai para o brejo quando políticos lutam por cargos em secretarias e ministérios não porque tenham qualquer relação com a área, mas porque secretarias e ministérios têm verbas — e isso é noticiado como fato corriqueiro da vida pública.

Um país vai para o brejo quando representantes do povo deixam de ser povo assim que são eleitos, quando se criam castas intocáveis no serviço público, quando esses brâmanes acreditam que não precisam prestar contas a ninguém — e isso é aceito como normal por todo mundo.

Um país vai para o brejo quando as suas escolas e os seus hospitais públicos são igualmente ruins, e quando os seus cidadãos perdem a segurança para andar nas ruas, seja por medo de bandido, seja por medo de polícia.

Um país vai para o brejo quando não protege os seus cidadãos, não paga aos seus servidores, esfola quem tem contracheque e dá isenção fiscal a quem não precisa.

Um país vai para o brejo quando os seus poderosos têm direito a foro privilegiado.

Um país vai para o brejo quando se divide, e quando os seus habitantes passam a se odiar uns aos outros; um país vai para o brejo quando despenca nos índices de educação, mas a sua população nem repara porque está muito ocupada se ofendendo mutuamente nas redes sociais. Enquanto isso tem gente nas ruas estourando fogos pelos times de futebol!

https://m.oglobo.globo.com/cultura/a-caminho-do-brejo-20606929

Excelente! Uma visão clara e sem paixões de uma realidade que estamos vivenciando, de um país corroído pela corrupção que se transformou em galopante nos últimos anos, e de uma massa de gente manipuladas, sem poder usar o raciocínio, se colocando como obstáculo a um novo governo, sem amarras com a corrupção, de fazer o que deve ser feito.

Oremos para que o Poder Superior consiga clarear a mente dos que se deslocam obnubilados pelas sombras que ainda pairam sobre nós...

Publicado por Sióstio de Lapa
em 22/05/2019 às 00h19
 
21/05/2019 00h19
JÁ MORREU

            Durante a reunião no grupo de AA em Ceará Mirim, em 05-05-19, o Sr. T. foi à cabeceira de mesa para dar o seu depoimento e um fato chamou minha atenção. Falou que vinha andando pela rua em que morava e uma pessoa o chamou ironicamente de “Já Morreu”. Lembrei que também já fui chamado por semelhante apelido, e hoje com o amadurecimento espiritual que obtive, faço outras interpretações desse e de outros fatos da minha biografia.

            Esse apelido aplicado a mim, era devido ao meu aspecto introspectivo, olhar mortiço, sem participar das brincadeiras próximas das orgias do prazer, que tanto é comum em marinheiros. Isso não me incomodava tanto, reconhecia o motivo de tal apelido pelas minhas características, que eu não tinha interesse em mudar. Nunca forcei a minha índole para acompanhar os meus colegas em suas farras e brincadeiras.

            Hoje, tenho uma compreensão mais aprofundada e considero o apelido uma verdade que em mim se desenvolveu num nível bem significativo: o distanciamento dos valores mundanos, chegando inclusive a controlar com rigidez o meu próprio corpo, como se estivesse bem deslocado em direção ao mundo espiritual. Por isso, intimamente, recebo como elogio a alcunha de “Já Morreu”, pois isso mostra que essas pessoas me consideram bem desligado do mundo material. Sei que quem age dessa forma, age com ironia, mas reconheço nessa ignorância do que se passa dentro de mim, algo que me deixa até vaidoso, por estar numa plataforma tão alta que isso já não me atinge, e eles nem sequer percebem isso. Claro, não recebo mais essa alcunha, pois o grau de evolução social, com um status bem diferenciado, me coloca longe do nível daquele marinheiro de 40 anos atrás.

            Quando vejo o relato do membro de AA dissertando sobre o apelido que recebera, colocando o quanto a ironia lhe causou chateação, avalio o quanto distante estamos no ponto de compreensão e aceitação de tal observação externa, da ligação que podemos fazer com o mundo espiritual e isso nos deixar mais gratificado que humilhado. Mesmo com nossa participação no mesmo ambiente, uma sala de Alcoólicos Anônimos, onde durante o funcionamento se forma o Poder Superior, que envolve a todos, essa influência divina alcança cada um de forma diferente, de acordo com o arcabouço consciencial conquistado por cada um.

              Essa conquista espiritual que todos podemos alcançar, nos coloca numa posição privilegiada, que poucos compreendem, como se estivéssemos no alto de uma montanha, mesmo que não estejamos no topo, mas em posição suficiente para observar muito mais horizontes do que aquele que ainda se move na base.

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 21/05/2019 às 00h19
 
20/05/2019 00h18
O PARTIDO DE DEUS

            Sempre eu tinha uma preocupação com essa questão: participar de um partido de Deus. Mas por outro lado, a razão dizia que isso não era possível, pois como todos somos filhos de Deus, como criar um partido de Deus excluído qualquer pessoa?

            Mas a resposta que Jesus deu a Simão, quando este perguntou pelo significado da Solidariedade, ele que militava no partido Zelote e não estava satisfeito com o caminhar das coisas, trouxe novos argumentos para minha e nossa reflexão, amigos leitores.

            Segundo Jesus, o partido que ele estava oferecendo a Simão, era diferente daqueles organizados pela política do mundo, pois tem valores para aqueles que com ela se afinam. Sua área é restrita, e sua defesa é gananciosa e egoística.

            O partido o Mestre oferecia a Simão como emblema de vida, se alicerça em leis mais elevadas, oriundas do Pai. Ele não tem limites para fazer o bem, nem barreiras que demarcam tempo e espaço para servir. É tão diverso dos outros que se empenha mais em favorecer os próprios adversários, quando esses estão com a razão e a verdade; que em vez de ofensa, oferece o perdão; no lugar do ódio, cultiva o amor.

            Pronto, eis aí os princípios pelos quais pode ser organizado o estatuto e regulamento do partido. Todos estão convidados a participar, mas em nosso atual estágio evolutivo, poucos se interessarão. Assim, é lógico concluir pela possibilidade de um partido de Deus em qualquer parte do mundo, civilizado ou não, do planeta Terra. E um partido da minoria. Talvez não tenhamos nem o número suficiente de membros, de quadros em cada estado da federação, para a constituição desse partido, como exige a legislação partidária.

            No entanto, com essa compreensão plantada pelo Mestre em nossa consciência, podemos difundir a ideia e esperar pela possibilidade da colheita. Todos podemos participar deste partido e quando todos se sentirem intuídos para fazerem essa opção, então o partido deixará de existir, pois não haverá outro com postura contraditória.

            Certamente essa condição já deve existir em mundos perfeitos, que já ultrapassaram a fase de regeneração. Nesses mundos não há mais a necessidade de partidos, pois todos funcionam dentro da família universal, cumprindo os princípios do amor e todos dentro do Reino de Deus.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 20/05/2019 às 00h18
 
19/05/2019 00h18
SOLIDARIEDADE (08)

            Simão andava preocupado com sua militância dentro do partido Zelote, que lutava pela liberdade dos judeus do jugo romano. Era interessado pela pátria livre e se sentia revoltado diante da subjugação romana, um povo ganancioso e perverso, egoísta e fanático por seus deuses de pedra. Mentalizava a paz e o trabalho honesto para seu povo, e não sabia o que fazer a não ser se reunir com homens com mesmo ideal.

Todavia, a revolta, mesmo aquela cheia de direitos, termina companheira da intolerância e começa a usar as armas da violência enfraquecendo as bases da Solidariedade.

Seu partido passou da defesa para o crime. Da liberdade dos galileus para a imposição dos seus próprios patrícios, pessoas que não comungavam com eles na mesclagem do ódio com a defesa. Viu frustrado todo seu ideal. Não era isso que queria.

Era portador de descomunal energia para o que desse e viesse, mas não concordava em destruir para defender-se.

Foi convidado para procurar Jesus, e quando este o viu, na multidão, convidou-o para o seu partido de amor, aquele que não vinga, que não oprime, que não fere, que não julga, que não vende, que não mata.

Simão aproveitou a oportunidade do encontro com Jesus e fez a pergunta que lhe afligia.

            Mestre, por favor! Queira nos orientar sobre o que vem a ser Solidariedade. Quero crer que a Solidariedade não diminui em nenhuma condição. Apesar disso, a que eu alimentava junto aos companheiros dos mesmos ideais, enfraqueceu, quando eles começaram a mudar de rota. Parece que se apagou em mim aquela chama pela causa que antes abraçara, a da liberdade de uma pátria a que tanto devemos, por ser o nosso berço.

Jesus ouviu pacientemente a dissertação de Simão e argumentou, com simplicidade.

Simão! A Solidariedade é princípio divino no coração humano. Ela é uma argamassa de natureza superior que somente se ajusta em pilares da mesma formação, como justiça, verdade, honestidade, etc.

Se queres saber, a tua Solidariedade não se acabou, pelo que vemos está mudando de direção, assim como mudou o alvo no qual concentraste a tua atenção.

A política do mundo tem seus valores para aqueles que com ela se afinam. No entanto, sua área é restrita, e sua defesa é gananciosa e egoística.

O partido que agora tomaste como emblema da tua vida, seguindo as lições que estou trazendo em nome do Pai, se alicerça em leis bem mais elevadas.

Esse partido não tem limites para fazer o bem, nem barreiras que demarcam tempo e espaço para servir. É bem mais diferente dos outros, pois este se empenha mais em favorecer os próprios adversários quando esses estão com a razão, portando a verdade; em vez de ofensa, privilegia o perdão; no lugar do ódio, cultiva o amor.

A solidariedade que buscas, que chamas de verdadeira, pode ser bem diferente da que antes idealizavas, porque ela, na verdade, encontrando o mesmo clima, se unifica.

Porém, em nenhum caso deves exigir que a Solidariedade não seja revestida de usura. Podes é afastar-te, depois de usares a tolerância, para onde melhor te acomodares, ampliando, cada vez mais tua ação benfeitora.

Nunca deves desistir definitivamente de solidarizar-te com o movimento de que participaste e que tanto esforço exigiu em prol do bem-estar comum.

Separa com critério as atitudes valorosas dos companheiros.

Nunca um homem é inteiramente ruim, nem também, um grupo que se forma defendendo um ideal.

Aproveita, pois, o que é bom e distancia-te do que achas imprestável.    

Se um teu inimigo está fazendo o bem no lugar que escolheu para viver, é justo desmerece-lo, somente porque a presença dele não te agrada?

É uma nobreza de caráter quem procura a Solidariedade. Podemos notar, pelos benefícios que traz, que ela representa raios indiscutíveis do amor.

Quem ajuda por caridade é a pessoa que o futuro espera, é a alma querendo se tornar anjo, para que o mal fique somente na história do mundo.

O que nos une neste instante e o que nos vai unir eternamente é a Solidariedade de princípios, porque as bênçãos do nosso Pai nos convocam para tal.

Quando as pessoas que tocaste com a tua Solidariedade falharem no que antes mostravam como meta, não sejas como barco sem remador, entregando-te às ondas sem rumo, e não duvides da bondade de Deus que, por vezes, está te experimentando para que possas assumir postos mais elevados na disseminação das verdades espirituais.

Quando isso acontecer contigo, renova a confiança e busca a frente, sem que o atrás te chame a atenção e te perturbe os princípios.

Ainda existe uma Solidariedade mais importante, é aquela que deves ter ao Senhor de todas as coisas, que mora fora e dentro de ti.

Não te esqueças de saber até que ponto a assistência é benefício e até que ponto a ajuda é conivência. Temos que nos preparar para a grande viagem de ascensão. Se encontrarmos carruagem, melhor, vamos a ela. Se nos faltar essa condução, usaremos os pés sem esmorecer, por motivo nenhum.

 Estamos aqui nos preparando para nos solidarizarmos com o bem que estiver sendo praticado em qualquer parte do mundo, e no meio de qualquer seita ou partido, reforçando o amor de Deus a todas as criaturas.

            Nesse trabalho, a universalidade é o lema, e anunciemos as nossas concepções das leis do Criador, que se eternizam com o amor puro.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/05/2019 às 00h18
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