Fui procurado por uma aluna do curso de “Medicina, Saúde e Espiritualidade” ao qual coordeno, para que eu fosse seu orientador no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) que ela precisa apresentar. Não tinha nenhuma ideia de como começar um trabalho com esse foco, e eu também não tinha. Mas como era algo ligado à espiritualidade e à saúde, pensei logo no Amor. Disse a ela que poderíamos fazer um trabalho com essa relação e ela aceitou prontamente, mas ambos não colocamos nada de objetivo. Ela ficou de ler sobre o assunto e voltar a entrar em contato comigo.
Depois de duas semanas ela me procurou dizendo da dificuldade de elaborar o plano de trabalho, pois tudo que se referia ao amor se tornava muito abstrato e difícil de objetivar no relacionamento com a saúde. Mas disse das dificuldades afetivas de pessoas que se envolviam no Hospital Giselda Trigueiro onde ela estava estagiando e se não era possível fazermos um trabalho com essas pessoas.
Achei muito interessante a ideia, pois podia fazer uma correlação entre o amor romântico e o amor incondicional na geração de conflitos ou na geração de harmonia. Podíamos investigar grupos especiais como estudantes, profissionais ou pacientes já comprometidos com os transtornos, tipo depressão, causado por esses conflitos. Então preparei um texto que servirá de bússola para ela aprofundar suas leituras e concatenar algum tipo de investigação.
Refletindo sobre o trabalho que queremos realizar sobre o amor e sua influência na saúde, venho fazer as seguintes considerações.
Com essas orientações iniciais poderemos iniciar nosso trabalho e ampliar para a comunidade, tanto em termos conceituais como nos serviços que já estão sendo praticados pelas pessoas que se sentem prejudicadas. Podemos pesquisar os grupos de mútua ajuda como DASA (Dependentes de Amor e Sexo Anônimos), relacionar amor com qualidade de vida, e diferenciar com clareza amor romântico de amor incondicional.
Cito como leitura inicial os livros: “Metafísica do Amor”, de Arthur Schopenhauer; “Os sentidos da Paixão”, diversos autores, da Editora Companhia das Letras; “Amaridianos – Caminhos energéticos do Amor”, de Darian Zur Strassen; e “Alquimia do Amor – Depressão, cura e espiritualidade”, de Audenauer Novaes.
A terapia familiar hoje está focada em núcleos parentais, a família nuclear. Na minha compreensão de considerar a família universal como foco, apesar da abrangência, é indispensável extrapolar os limites da família nuclear. Devo deixar claro que essa forma de raciocinar e de se comportar não quer anular a importância dos parentes mais próximos, do núcleo familiar que construímos como imperativo da Natureza. Tem sua importância local, imediata, mas nunca sem menosprezar todo o contexto que constrói a família universal, pois somente assim podemos construir o Reino de Deus ensinado por Jesus.
Vejo assim a necessidade de ampliar minhas ações em direção a outros núcleos familiares, que sejam considerados parentes, mesmo que não exista a consanguinidade. É neste ponto de compreensão que vejo a importância de ampliar os meus afetos, mesmo que não exista sexualidade, mas sempre com os critérios de fraternidade, de solidariedade.
Entendo que Deus, vendo minha intenção de cumprir a Sua vontade, de construir relacionamentos na base do Amor Incondicional, colocou na minha área de ação uma família com diversos problemas e que precisavam de minha orientação técnica e principalmente espiritual. Com essa compreensão estou abrindo hoje este espaço que denomino Terapia Familiar para registrar semanalmente o progresso que poderei alcançar com essa atividade, da mesma forma que faço com o registro semanal de Foco de Luz para informar o avanço que construímos na comunidade da Praia do Meio.
Neste domingo foi feito a primeira reunião com vários integrantes dessa família, cujo tema de reflexão foi o Perdão, um texto escrito pelo papa Francisco, onde ele defende que a família seja esse local de perdão. Durante a discussão todos se posicionaram e colocaram essa dificuldade que existe dentro de cada um com suas características pessoais, alguns com mais facilidade, outros com mais dificuldade de perdoar.
Como primeiro passo, essa compreensão foi importante para o início desse trabalho difícil e complexo. Irei denominar cada família nuclear com a inicial de seus componentes para não expor a individualidade de ninguém.
Na família DNAE é que existe o maior problema. O marido passou a se encontrar com outra mulher e a esposa descompensou psiquicamente, com pensamentos obsessivos, ideias de fuga, de autodestruição e com necessidade de medicamentos, psicoterapia e talvez internação psiquiátrica.
Na família CSFP existe um risco da filha menor, de 15 anos, que foge de casa, não obedece aos pais, faz uso de bebidas alcoólicas e se envolve com pessoas perigosas. O pai costuma beber toda a semana e não consegue autoridade para iniciar um diálogo proveitoso. O irmão tenta resolver a situação na base da violência e já se apresenta necessitado de fazer uso também de psicofármacos.
A matriarca, pessoa muito preconceituosa, apesar de muito religiosa, guarda no coração pesadas mágoas que atingem todos os membros da família. O filho que mora consigo é alcoólico e ninguém toma ações necessárias para conter a doença e salvá-lo de morte precoce. A família GS, recém-formada, sofre influência direta da matriarca e se recolhe de forma patológica no seu mundo resumido à casa e ao trabalho, sofrendo constantes dores físicas.
Existe um potencial profissional muito bom que é subutilizado por medo dos integrantes. Esse pode ser um bom argumento terapêutico na terapia do coletivo, atuando na motivação profissional de cada um.
Nesse contexto é que vai se desenrolar as minhas ações terapêuticas neste espaço familiar ampliado. Rogo a Deus que me dê a sabedoria necessária para eu conduzir todos esses conflitos, mesmo porque estou dentro deles. Confio que a aplicação das lições do Evangelho em cada dificuldade apresentada, sejam suficientes para a correção dos desvios num clima de amor, solidariedade e fraternidade, ao lado da justiça e da verdade.
Leviatã é o segundo monstro, depois do Behemot, que a Bíblia cita na conversa de Deus com Jó: “Poderás tu fisgar Leviatã com um anzol, e amarrar-lhe a língua com uma corda? Serás capaz de passar um junco em suas ventas, ou de furar-lhe a mandíbula com um gancho? Ele te fará muitos rogos, e te dirigirá palavras ternas? Concluirá ele um pacto contigo, a fim de que faças dele sempre teu escravo? Brincarás com ele como com um pássaro, ou atá-lo-ás para divertir teus filhos? Será ele vendido por uma sociedade de pescadores, e dividido entre os negociantes? Crivar-lhe-ás a pele de dardos, fincar-lhe-ás um arpão na cabeça? Tenta pôr a mão nele: sempre te lembrarás disso, e não recomeçarás. Tua esperança será lograda, bastaria seu aspecto para te arrasar.” (Jó, 40:20-28)
Deixa claro que a força do Leviatã está na língua, no que vem de dentro e a movimenta; ao passo que a força do Behemot se encontra no ventre, naquilo que vem de fora para alimentá-lo. Fica muito claro o contraste de um poder psíquico de origem externa e outro de origem interna, mas ambos processados na intimidade da orquestra cerebral com seus bilhões de neurônios. Behemot é o peso maciço da necessidade natural que se encontra no ventre; Leviatã é a infra natureza diabólica, invisível sob as “águas do mundo psíquico” cuja agitação pode se refletir na língua como é induzido na conversa de Deus: “Porventura poderás puxá-lo com o anzol e atar sua língua com uma corda?”.
No simbolismo universal, embora Behemot represente o conjunto das forças naturais obedientes a Deus, como os instintos, e Leviatã o espírito da negação e rebelião, ambos são igualmente monstros, forças cósmicas desproporcionalmente superiores ao homem, que movem combate uma a outra no cenário do mundo, e também dentro da alma humana. O Leviatã tende a desviar a força do Behemot para seus projetos inferiores, de prazer pelo prazer, de não se incomodar com o prejuízo causado a terceiros. O Behemot é frágil frente a essas tentações, pois também é movido pelo prazer da carne, mesmo que seja tudo na base dos instintos criados por Deus. Bem que o Leviatã também é uma criatura de Deus, pois Deus foi quem criou tudo. Mas é uma criação indireta, pois foi formado dos resíduos cognitivos inconvenientes e incorretos da evolução da natureza humana dentro da natureza animal. Portanto, não é possível a Behemot, subjugar o Leviatã, nem mesmo o homem consegue isso. Somente o próprio Deus pode fazê-lo. Por isso a iconografia cristã mostra Jesus como o pescador que puxa o Leviatã para fora das águas, prendendo sua língua com um anzol. Mas Jesus nos ensina que, o que Ele fez, nós podemos fazer. O homem animal, mais próximo do Behemot, nunca encontrará forças para subjugar o Leviatã, mas o homem espiritual, consciente que é uma centelha de Deus, pode fazer esse enfrentamento e vencer.
Mas quando o homem se furta a esse combate interior, negando a presença dos monstros ou renegando a ajuda do Cristo, então a influência dos monstros sobre a mente e comportamento se tornam nocivos ou catastróficos para a comunidade. Tomemos como exemplo a sociedade brasileira cujas instituições foram tomadas de assalto por pessoas dominadas pelo Leviatã, que usam a linguagem falsa para iludir eleitores e ganhar eleições, deteriora as condições financeiras do país com projetos de alimentar a fome de Behemot, e deturpa os princípios democráticos com a falácia populista.
Esta guerra contra a ação nefasta desses monstros que se materializam em diversas instâncias do poder, só pode ser ganha com a ajuda do Cristo.
Os monstros bíblicos, Behemot e Leviatã, passam o simbolismo de imperar sobre o mundo. O primeiro com o maciço poder de sua pança, firmemente apoiado nas quatro patas; o segundo agitando-se no fundo das águas, derrotado e temível no seu rancor impotente.
Na Bíblia, Deus exibe Behemot a Jó, dizendo: “Vê Behemot, que criei contigo, nutre-se de erva como o boi. Sua força reside nos rins, e seu vigor nos músculos do ventre. Levanta sua cauda como um ramo de cedro, os nervos de suas coxas são entrelaçados. Seus ossos são tubos de bronze, sua estrutura é feita de barras de ferro. É obra-prima de Deus, foi criado como soberano de seus companheiros. As montanhas fornecem-lhe a pastagem, os animais dos campos divertem-se em volta dele. Deita-se sob os lótus, no segredo dos caniços e dos brejos; os lótus cobrem-no com sua sombra, os salgueiros da margem o cercam. Quando o rio transborda ele não se assusta; mesmo que o Jordão levantasse até a sua boca, ele ficaria tranquilo. Quem o seguraria pela frente, e lhe furaria as ventas para nelas passar cordas?” (Jó, 40:10-19)
Essa fala indica a unidade da essência entre o homem e o monstro. Behemot é ao mesmo tempo um poder macrocósmico e uma força latente na alma humana. A Bíblia nos traz uma compreensão mística dessa fusão homem/monstro, mas a ciência cada vez mais descortina a origem dos impulsos primitivos, animalescos, brutos, que permanecem como memória do que passamos na evolução, no processo ontológico, onde reproduzimos na replicação do corpo todos os momentos anatômicos de conquistas passadas. Então, o monstro, o animal, o Behemot continua a residir dentro de nós, no profundo de nosso inconsciente, mesmo que tenhamos por fora toda uma educação civilizatória. E Deus é muito claro quando diz: “Eu o criei contigo”!
Eu estou com um monstro dentro de mim, tenho que aceitar essa realidade. Muitos desejos que sobem à minha consciência são provocados por suas ruminações, querendo alimentação, ociosidade, sexo, poder, dinheiro... muito dinheiro! Um bicho tão medonho, que não se incomoda com nada, que não teme a nada, no entanto é dito que é “obra-prima de Deus”... ?!? Coloca o homem em segundo plano? Até insinua que o homem é impotente frente a ele: “Quem o seguraria pela frente, e lhe furaria as ventas para nelas passar cordas?”
Sim, eu aceito essa informação dada pela Bíblia e reforçada pela Ciência, mas não me sinto intimidado a ser subjugado por ele. Depois que o identifico dentro de mim, posso sentir o que ele sente, mas posso decidir o que meu espírito considera mais conveniente. Sei que não posso lhe segurar à força, pela frente, sei que realmente sou mais fraco fisicamente. Mas o meu espírito é forte, faz parte da centelha divina, tem o potencial de controlar todas as forças da Natureza, inclusive Behemot. Mas tenho que ir devagar, sei que não posso vencer o monstro de uma só vez. Tenho que ver qual é o limite de sua influência maléfica sobre mim e se possível transformar sua energia em algo útil para a estratégia do Amor Incondicional do Espírito. Sei que ele ainda tem ampla influência sobre mim e poderia colocar aqui, com uma certa hierarquia, quais ações que eu faço sob o domínio de Behemot: gula, ociosidade, sexo, poder, dinheiro.
Dessa respiração do monstro sobre a minha consciência, o mais grave e difícil de controlar é a gula e a preguiça, ociosidade. Não consigo manter o meu peso sob a faixa da normalidade, estou sempre no sobrepeso e com entradas na obesidade, o que tento controlar a cada dia; a preguiça impede que eu realize o trabalho necessário e coloque em ação com mais determinação todos os projetos que o Pai coloca em minha mão; o sexo também é um elemento poderoso, mas tenho um melhor controle sobre ele, inclusive usando sua energia para vitalizar o Amor Incondicional que é o meu caminho evolutivo no campo espiritual. Mesmo porque eu consigo dissipar a sua energia reivindicatória de prazeres sexuais com ações imaginativas, dentro dos princípios morais e sem interferir negativamente com os projetos de vida de terceiros. O poder e o dinheiro também estão sob controle, faço o trabalho necessário para conquistar poder e principalmente dinheiro, de forma lícita, mas para utilizá-los em projetos de interesse do espírito e da vontade do Pai.
Portanto, não consegui ainda furar as ventas do Behemot e conduzi-lo pacificamente para os caminhos do espírito, mas sinto que estou tentando fazer isso, sem culpa-lo ou fustiga-lo, e sim considerando-o como parte de meu próprio ser, como assim Deus me construiu.
Em 24-09-15, as 19h, foi realizada mais uma reunião da AMA-PM e Projeto Foco de Luz na Escola Estadual Olda Marinho com a presença das seguintes pessoas: 01. Paulo 02. Edinólia 03. Marília 04. Radha 05. Emilson 06. Luzimar 07. Carlos Eduardo 08. Osmar 09. Medeiros (1ª vez – Sargento – Músico) 10. Francisco 11. Cíntia 12. Zélia 13. Nivaldo 14. Nazareno 15. Davi 16. Silvana 17. Ronan 18. Washington 19. Ezequiel. Contamos com a presença de Juliana, diretora de Planejamento e Gestão Ambiental da URBANA que veio falar sobre sua atividade. Foi lido o preâmbulo espiritual com o título “Cada qual”, baseado numa frase do apóstolo Paulo. Em seguida foi lida a ata da reunião anterior que foi aprovada com uma alteração, onde se lê o nome Paulo, duplicado na comissão que foi formada, leia-se o nome de Carlos Eduardo. COMUNICADOS: Francisco informa que está sendo providenciado a entrevista com o diretor do HUOL sobre a concessão do terreno para a sede da Associação através de Damares. Que a mega-sena comunitária continua sendo contabilizada com o máximo de quatro pontos registrados. Zélia informa da dificuldade de dispensar o lixo do colégio que necessita atravessar a rua para deixar em campo aberto por trás do muro do Hotel Reis Magos. Edinólia avisa da necessidade de transferir a data do bazar para a primeira semana de dezembro, devido a viagem de membros trabalhadores no mês de novembro. Medeiros informa sobre o trabalho que realiza com jovens na área de música e atividades pré-militares, e solicita o apoio da Associação e da direção da Escola Olda Marinho para a continuidade desse serviço, o que foi aceito por unanimidade a disponibilidade da escola nos fins de semana. Luzimar informa sobre a Casa do Menor Trabalhador e que os pais podem procurar informações e cadastrar seus filhos, de acordo com o interesse. Também informa sobre a Escola Agrícola de Jundiaí que forma até 1000 pessoas de nível médio e que é outra boa alternativa para a comunidade. Ronam informa das eleições para o Conselho Tutelar que irão acontecer no dia 04-10-15 e a zona leste terá locais de votação em Mãe Luiza, Santos Reis e Jaguarari. Cíntia informa que é importante envolver as lideranças religiosas junto às famílias com crianças em risco. Também disse da importância de procurar a recuperação dos computadores disponíveis na Escola para a sua devida utilização. Informa também que este é o seu último dia na Associação por motivo de viagem definitiva para o seu estado, Minas Gerais. Após os comunicados foi facultado a palavra a Juliana que falou sobre a problemática do lixo, verificando que a frequência do carro está boa, e o problema se concentra no lixo depositado a céu aberto, na coleta domiciliar, seletiva, especial, que inclui serviços que necessitam de pagamento e que a câmara de vereadores poderia criar uma lei que protegesse aqueles que não pudessem pagar e que o serviço fosse feito com qualidade e amplitude. Sugeriu que devido às muitas necessidades que existem na área, que a Associação fizesse uma listagem (roteiros, carros, limpeza, plantações, fiscalização, etc.) com ordem de prioridade para que fosse apresentada a URBANA e o trabalho conjunto fosse realizado. Informa também que no dia 04-10-15 estará acontecendo uma operação “Praia Limpa” na Praia do Meio, e arrecadação de lixo eletro-eletrônico, e aqueles objetos pesados, como geladeira e televisão, pode ser acionado o setor para o recolhimento. Paulo informa que na semana da criança está sendo programado uma ação dentro da limpeza pública, que iniciará na sexta feira em sala de aula com os alunos das escolas do bairro, um mutirão no sábado e atividades recreativas no dia da criança, segunda feira. Após os informes administrativos, os alunos de música, flauta, ofereceram três músicas em homenagem a Cíntia e os relevantes serviços prestados à Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio e ao Projeto Universitário Foco de Luz. Ao término da reunião, às 21h30m a reunião foi encerrada e Cíntia conduziu a oração do Pai Nosso, agradecendo ao Pai a oportunidade do convívio fraterno e o trabalho em favor do próximo, como ensinou o Mestre Jesus. Juntamos todos para a foto oficial e participarmos do bolo dos aniversariantes do mês.