Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
15/05/2019 00h10
CACOS

Oh! Minha irmã, em lágrimas derretida

De cujas dores sai todo o seu pranto

Pois fiques certa, aqui do meu canto

Existem dores tal qual que tua vida

 

Eu agradeço este seu presente

As tuas letras em mágoas, este livro

E que recolho, belos cacos de vidro

Para repor minha ventura, ausente

 

Vou pelo mundo, minha irmã na dor

Choro contigo a minha imensa mágoa

Lavo meu peito com essa abundante água

 

Prá quem não teve nesta vida amor

Eu te darei, minha irmã querida

Cacos de paixão, por ti, compadecida

Publicado por Sióstio de Lapa
em 15/05/2019 às 00h10
 
14/05/2019 00h10
O AMOR E A FAMA

            Jamais pensei que o amor tivesse tanta força. Pensava que a minha vocação de professor, de ensinar alguém a ser importante, famoso e muito rico, era a grande ventura de uma vida. Conheci Lilian, e nunca imaginei que o meu peito iria explodir de tantos sentimentos contraditórios.

            Ela era uma jovem bonita, vivaz, encantada pela vida, e aprendeu a gostar tanto de mim que colocava o sucesso que já começava a ter, em segundo plano, queria casar comigo e viver uma vida simples, num ranchinho na montanha, ouvindo a sintonia do rio que corria diariamente sobre as pedras.

            Reclamei com ela, que ela era uma menina boba, que não queria aproveitar a oportunidade que lhe chegava nas mãos; estava com um convite de respeitada universidade para fazer o importante curso que ela tanto se destacava.

            Eu percebia lágrimas em seus olhos enquanto ela pedia para casar comigo, que nada mais lhe interessava que termos uma vida juntos, que pudesse sempre acordar pela manhã e abraçar o meu corpo, dividir sorrisos, beijos... ela pedia apenas que eu aceitasse casar com ela, que dissesse sim, e resistia o quanto podia, o que eu fazia para empurrá-la para a fama.

            Não percebi o quanto eu estava sendo mercenário ao ver uma aluna minha famosa e talvez me puxasse para a fama ao lado dela. Não percebi o quanto ela estava se afastando com os meus empurrões, o seu olhar de desamparo, de perder uma fatia do paraíso que experimentava quando juntos caminhávamos e brincávamos pelas trilhas dos caminhos verdejantes, sob o sol, o luar, ou mesmo sob os pingos da chuva.

            Ela foi embora como eu queria. Fez sucesso como eu imaginava. Agora era uma pessoa famosa, reconhecida em todo o país. Já faziam oitos anos que ela tinha ido embora, e nunca falamos depois daquele dia fatídico, que eu não sabia diferenciar o poder do amor. Era ainda iludido pelo poder da fama.

            Mas o tempo me fez ver a diferença. A ausência de Lilian em minha vida, deixou um vácuo que eu não conseguia preencher, nem com outras alunas que estudavam comigo e que também tinham vocações promissoras. Cada ano que passava eu vinha a conhecer a força de um sentimento que sempre está associado ao amor: a saudade. Aprendi que essa saudade era o amor de Lilian que ficou comigo. E cada dia crescia mais. Eu não podia podar. Pelo contrário, cada vez que eu lembrava dos momentos que eu tinha com Lilian, mais a saudade aumentava, mais eu reconhecia nela o sentimento do amor.

            Foi nesta época que foi anunciado com toda a pompa que a Dra. Lilian viria visitar nosso povoado, viria fazer um trabalho e seria muito bem recompensada. De início eu pensei em evitar me encontrar com ela, estava ressentido por ela nunca haver se comunicado comigo, de não ter respondido às minhas tentativas de falar com ela. Mas não consegui colocar isso em prática. O amor que se avolumou em meu coração era tão grande, que me forçou a ir correndo, literalmente, ao seu encontro.

            Cheguei no momento que ela finalizava seu trabalho, ovacionada de pé pelos presentes. Senti o rosto dela se alegrar quando percebeu a minha presença. Ela me convidou para conversarmos reservadamente, e perguntei porque ela não respondeu as tantas cartas que eu enviara. Ela respondeu com o semblante tristonho, que a raiva é uma coisa perigosa. Percebi que naquele dia que ela pedia para casar comigo, porque me amava tanto, e que eu a empurrei para a fama contra a sua vontade, ela se afastou de mim, fez o que eu pedia, mas levou consigo um vírus que eu criei na hora e inoculei dentro dela: a raiva.

            Percebia tudo isso, mas agora era tarde demais. Mesmo assim ainda tentei e pedi para ela casar comigo, que eu a amava. Mas ela disse que agora era tarde, era uma pessoa mudada, mesmo que ela quisesse não era possível.

            Minhas lágrimas banhavam o meu rosto e percebia também as lágrimas dela. Ela era agora uma pessoa coberta pela fama, com compromissos pelo mundo inteiro, muito dinheiro envolvido. Eu, que dava tanto valor à fama, fiz com minha atitude o congelamento dentro dela do amor que ela tinha por mim. E eu, que tanto valorizava a fama, o tempo me fez ver o poder do amor, que nada na vida me encanta, pois, o meu amor por Lilian está mais vivo e potente do que nunca, mas ela agora está longe do meu alcance, no seu coração existe um bloco de gelo que representa o amor que ela tinha por mim. E quanto mais ela recebe os aplausos da fama, mais esse amor ressentido dorme sem esperança.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 14/05/2019 às 00h10
 
13/05/2019 00h09
ENTENDIMENTO (07)

            A honestidade de uma pessoa depende muito da vivência que ela leva diante dos conflitos interiores e dos problemas que a própria natureza externa apresenta como testes da sua maturidade.

Pelo tom da tua voz notaremos a apreciação que fazemos de nós e nos outros, e, pela análise, notaremos a falta de compreensão de grupo para grupo e de almas para almas, começando dos lares até as nações.

Esse é um processo inevitável dos homens e povos se entenderem mais tarde, pois as dificuldades são criadas para que a dor possa aparecer ensinando, na antecipação do amor.

Quanto mais bruto é o animal, maior é a corrigenda. A roseira mostra suas pétalas, mas traz os espinhos na retaguarda, para que a vigilância seja desenvolvida.

Conhecemos bem as escrituras, pelo próprio esforço e nas interpretações dos sacerdotes, e não devemos faltar com a razão. Moisés foi o portador da Justiça, pela dureza dos corações. No entanto, o raciocínio nos faz crer que a nova mensagem do Evangelho que estamos conhecendo, transforma a Justiça pelas linhas da misericórdia, em Amor e, é justo que saibamos, que somente o Amor no coração das criaturas fará estabelecer a verdadeira compreensão ao longo do tempo, nos lares e nas nações.

Sejamos inteligentes, não nos iludamos com falsas filosofias. O esquema de Deus não foi feito para transformações imediatas, principalmente no tocante às almas.

O despertar de um espírito para as coisas reais da vida depende de sequências de esforços indescritíveis. O sol tem uma marcha moderada, com respeito ao tempo, para formar o dia, e este a mesma sequência, na estrutura dos anos. Assim os séculos, assim os milênios, assim a eternidade.

A compreensão é incompatível com a ignorância. Se a ignorância comanda e domina a maioria na Terra, como poderemos esperar ajuste de Entendimento entre as criaturas?

Se é certo que toda a humanidade tem fome de amor, é mais justo que esse amor seja dado aos que desconhecem os seus grandes benefícios.

Estão sendo instalados na seara da Terra os meios de propagação da mensagem que nos levará ao maior Entendimento das coisas e da vida, da vida e dos homens e do mundo dos anjos.

Porque é por vontade de Deus que estamos aqui, para transmutar a justiça em perdão, e o perdão em caridade que, nesse fluxo da vida, passe a esplender na pureza do amor.

            Preparemo-nos para escutar a verdade que não esperávamos. Se nos preocupamos muito com a compreensão de uns em relação aos outros e dos outros conosco, se intentamos lutar para estabelecer um Entendimento universal, se nos dispomos a trabalhar para uma unidade de sentimentos, coloquemos o capacete do trabalho edificante sem perguntar o que vamos receber.

Envolvemo-nos na tolerância, educada na força do bom senso.

Respiremos e distribuamos a caridade sem fanatismo, arregimentando as armas do perdão incondicional e não pensemos no tempo em que a nossa cooperação com os outros que esposam as mesmas ideias venha a formar a fraternidade entre os povos.

Porque na verdade, essa incompreensão que tanto tememos, nós a sentiremos no nosso próprio meio, onde temos as melhores armas para combate-la.

Mas, se continuamos no bem até o fim, fazendo a nossa parte, os outros farão o mesmo, e Deus fará o resto.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 13/05/2019 às 00h09
 
12/05/2019 00h09
COMPREENSÃO (06)

            Quando pretendemos levantar uma casa, primeiro cavamos as valas, para que acolham o alicerce. Depois que este já está familiarizado com a argila, é que vem as paredes pedindo para suportar o seu peso. Logo, vem o telhado para, em seguida, entrarem os moradores, em segurança, na moradia.

Nós, humanos, precisamos construir, cada pessoa, a sua própria casa no reino da mente, pois em primeiro plano, as necessidades exigem as limpezas das valas entulhadas de ideias imprestáveis. Em seguida à colocação das pedras nos alicerces que os ideais superiores nos oferecem, com a liga da Boa Vontade, deveremos levantar as paredes, com cada tijolo representando um conceito que as leis de Deus interligam. Finalmente aparece o telhado, com a vivência e o tempo chancelando a segurança daquilo que aprendemos.

            Se não fossem os contrastes que encontramos dia-a-dia, como provar a nós mesmos se aprendemos as lições da vida? Todas as invenções requerem provas incontáveis. Para nos tornarmos cooperadores de Deus, na vinha infinita da criação, o laboratório do mundo nos testa permanentemente, até chegarmos à condição de sermos servos fiéis do Senhor, respondendo a todos os ataques à verdade, com a própria vida imperturbável no serviço da caridade e do amor, dentro e fora de nós, compreendendo e sentindo Deus, pelo bem que não deixamos de praticar, sem interrupção.

Nessa disposição, não há lugar para as dúvidas que a ignorância faz vicejar.

A Compreensão é, mais ou menos, aquilo que pensamos, quando podemos dedicar alguns instantes de feto à algo ou alguém que se encontra carente. Conquanto tal atitude seja fácil, por haver carência de afeto e de troca de calor em todas as partes, na sensibilidade do amor universal.

Compreensão é mais difícil diante da maledicência, quando somos ofendidos e caluniados e sem revolta, o coração nos obriga a transformar nossos sentimentos em perdão, um perdão que não exige condições.

Nesses momentos, por vezes perdemos o ambiente da segurança, assimilando a violência e a intolerância dos ignorantes e, se fizermos a justiça que a razão nos pede, passamos a pensar do mesmo modo de quem nos injuria.

Aí, a semente de Deus, que procurava terra fértil na área do coração, é retirada pelos ventos da invigilância, deixando o agricultor à espera de outras oportunidades para tornar a semear.

Ocupemos mais a nossa mente com a Compreensão que devemos ter com os outros, sem exigir o mesmo dos outros para conosco, a não ser quando isso vem pelas linhas da espontaneidade.

Se você passa a compreender a quem desconhece a lei do amor e da caridade, mesmo sem palavras, essa pessoa passa a te admirar, e esse é o primeiro passo para o alcance da verdade.

O entendimento dos que procuram pela verdade tem que alcançar uma feição mais pura, porque a quem muito foi dado, muito será pedido.

Nós todos que participamos da claridade do Evangelho, percebemos que, em outros olhos vidrados pelo egoísmo, isso produzirá cegueira.

Viemos todos, sem exceção, para servir, sem que exigência de qualquer tipo perturbe nossa confiança em Deus e em nós mesmos.

O mal maior, mesmo no seio dos que estão despertando para a luz, é dar querendo receber; é perdoar esperando perdão; é sorrir porque precisa receber um sorriso; é dar pousada a um viajante, pensando que o destino poderá colocá-lo viajando também; é amar pensando, primeiro, no amor que poderá receber em troca.

Espero que isso não aconteça conosco, que conhecemos ao Pai, conhecendo a Jesus.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 12/05/2019 às 00h09
 
11/05/2019 00h09
DIGNIDADE (05)

            A Dignidade de um homem, depende dos princípios e ideais que ele adota, que ele inclui e assimila. Da mesma forma que o organismo se acostuma com os alimentos, quando não existam outros que mais lhe apeteçam.

As leis de um país são de acordo com o povo que esse país acolhe. E esse povo, seguindo os caminhos disponibilizados por Deus, a inteligência suprema, de forma positiva, harmônica, justa, vai construindo a sua identidade, e, se positiva, a sua dignidade.

O modo como é sentida a dignidade varia de pessoa para pessoa, mas, as bases fundamentais são as mesmas em todas as criaturas e nações.

Podemos manter a nossa dignidade enquanto cidadão, pagando corretamente nossos impostos, mas os gestores públicos podem perder a dignidade quando usam esse dinheiro de forma criminosa, aplicando atos de corrupção.

O funcionário que recolhe os impostos por força da lei e da obrigação funcional, pode manter sua dignidade valorizada no respeito àqueles que entregam os tributos, reconhecendo como sendo o suor do rosto deles. Isso é uma forma de caridade, para aquele que é subjugado para servir de escravo aos gestores corruptos. A caridade, uma forma de amor, é importante para construir um caráter puro.

Podemos ter ideais, que ultrapassem as fronteiras do homem comum. Isso é bom, mas cuidado! As ideias faraônicas, deixam estampar nas estruturas vitais a feição de grandeza. Por isso é preciso ter maiores cuidados, pois as criações mentais podem nos perseguir, tomando a maior parte do nosso tempo de trabalho e de repouso.

Os grandes navios, que descarregam as nossas vistas, começaram por simples desenhos, por poucas palavras, pelo toque de duas mãos, de minuto a minuto, e de dia a dia, talvez anos. Todos os esforços têm uma sequência, que o tempo domina, e nada foge dessa lei. Vejamos o livro sagrado o que nos diz: há um espaço de profeta a profeta, para que se consolidem as leis de Deus na Terra e nos corações dos homens! Não queiramos coisas grandes demais, sem começar pelas pequenas, que formam o alicerce, pois assim é tudo o que existe.

Tudo no universo, inclusive a Terra, é bafejada pela luz de Deus, agora com mais intensidade em função do grande número de consciências que começam a despertar a fé genuína, mas, para tanto, é bom que saibamos do gasto de milênios sem conta para atingir esse estágio.

Somente as gerações do futuro se certificarão, pela fé e pela ciência, da verdade que acabaremos por perceber.

A decência, no meio em que ora vivemos, é obrigada a despir-se das roupas da imposição interesseira. Ela não pode aceitar as escórias da mentira autoritária para satisfazer a arrogância e a brutalidade.

Todos os que se interessam pela verdade, foram chamados e escolhidos por uma força maior para que, por esse meio, possamos sentir e entender a boa nova do Reino, aprimorando nossas virtudes e procurando outras pela luz que acendemos para todos.

            Compreendamos a importância de termos a intenção da sinceridade, a vontade de sermos grandes para ajudar os menores. No entanto é muito justo que olhemos os meios que procuramos.

            É muito nobre que todas as vias sejam lícitas, para que não venhamos a cair, antes de andar. A honra faz parte das belezas espirituais da alma, mas quando ela não exige a destruição, nem procura humilhar quem nos ofendem.

Honra, dignidade e honestidade diante dos nossos compromissos, à luz do amor. Haveremos de encontrar muitas e muitas oportunidades de testar o coração na Dignidade pura, porque aquele que se aproxima da verdade sofre primeiro as consequências da mentira e do engano.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 11/05/2019 às 00h09
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