Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
20/06/2022 00h01
VEREDICTO DA CONSCIÊNCIA

            Sim, tenho a responsabilidade de mostrar o veredicto pelo qual cheguei. Foi importante que fosse colocado para a reflexão, tanto minha quanto de todos os leitores que se interessam pelas colocações que deixo diariamente neste espaço literário. Como já disse nas primeiras publicações, este diário é mais um compromisso que tenho com Deus, de colocar minhas experiências mais pessoais à público, quando não envolva a intimidade de terceiros. Funciona como registro do meu comportamento para servir de exemplo positivo e negativo aos meus irmãos, como se eu fosse uma cobaia do Pai, ajudando no processo educacional trazido por Jesus.



            Ficou claro a dupla participação das forças inerentes ao corpo que se expressam no campo mental e que determina o comportamento. Eu, enquanto a Consciência, tenho a obrigação de fazer as devidas reflexões para reconhecer erros e possíveis mudanças de rumo. Este foi o motivo de Eu ter determinados esses três dias da inatividade voluntária dos desejos do Behemoth. O Espírito, por minha determinação, deixou o desejo do Behemoth de se alimentar ou praticar atos sexuais reais ou imaginários, deixando-os congelados. Precisava que toda a atenção fosse focada para o relato que cada um fez nos dois primeiros dias e que agora, no terceiro dia, mostro o meu veredicto.



            A acusação de injustiça feita ao meu Espírito não procede. Ele teve o cuidado, antes do aprofundamento afetivo com a atual companheira de explicar detalhadamente a ela todo o histórico da vida dele, que ele fazendo assim estava cumprindo uma programação determinada pelo próprio Deus em mim, a Consciência. Deixar de fazer o que ele, meu Espírito permite fazer, isso sim, seria uma injustiça, não para a companheira que iria se alegrar com isso, mas com o próprio Deus que nos criou.



            O meu Espírito deixa bem claro que procura fazer a vontade do Pai, seguindo com determinação a Lei do Amor que o Cristo veio nos ensinar. Procura mostrar que considera que todos são irmãos, que precisam de ajuda e proteção muitas vezes, mesmo que o Behemoth demonstre interesse sexual por muitas das mulheres, irmãs frente ao Pai, que surgem nos relacionamentos. O meu Espírito fez um contrato de conduta com o Behemoth, de permitir o sexo que ele deseja, acima dos preconceitos, mas sob a Lei do Amor. Por isso ele usa sempre a bússola comportamental que o Cristo ensinou: “fazer ao próximo aquilo que deseja ser feito a ele”, e ao seu contrário, “não fazer ao próximo aquilo que não deseja ser feito a ele”. As minhas irmãs que preenchem essas condições e se habilitam para a intimidade sexual, precisam demonstrar que estão cumprindo também a Lei do Amor, condição sine qua non para a existência do ato sexual. Este é o ato mais sublime dos relacionamentos humanos, pois envolve a completude entre duas pessoas, através dos desejos dos Behemoths e Espíritos de cada um. Firma o compromisso dos dois dentro da estrutura ampla da família universal que prepara o ambiente social para o Reino de Deus. Este é o comportamento social do Espírito com todas as suas parceiras sexuais, nenhuma foi usada como mero “objeto de prazer sexual”. Cada mulher que entra na mira do desejo sexual do Behemoth, sempre tem que passar pelo crivo ético e moral do Espírito: o ato sexual que Behemoth deseja vai ser útil para essa pessoa? Ela é minha irmã, mas pode ser minha filha ou minha mãe? Eu devo me comportar com ela como amante ou como pai ou amiga, simplesmente? Ela tem uma perspectiva de vida diferente e que o desejo do meu Behemoth irá levar mais prejuízos que benefícios? Se traz mais benefícios, mesmo assim o meu Espírito procura fazer profundas reflexões antes da relação sexual ser implementada. A minha atual companheira sabe de todo esse procedimento, deve lembrar quantas vezes fomos a um motel, onde os dois Behemoths, um de cada lado, cheios de desejo para o prazer do sexo, mas ambos contidos pelos nossos respectivos Espíritos. Procuramos até ler passagens bíblicas na cama do motel, e saímos sem efetuar o ato sexual. Um controle do Behemoth digno de respeito, mas tal atitude desacreditada e até criticada pela maioria das pessoas que acreditam não ser possível o Espírito controlar o Behemoth neste nível.



Agora, se a mulher que consegue alcançar a condição de parceira sexual comigo, vem demonstrar que não está cumprindo a Lei do Amor, e mostra ataques à minha companheira, perde de imediato a sintonia com o meu Espírito. Isso implica que o sexo com ela não será mais possível e que tudo será revelado á minha companheira. Mas isso não implica que ela será repudiada na condição de irmã e que precisa de ajuda, tanto material quanto, principalmente, espiritual. Talvez o Pai tenha colocado ela em contato comigo para a ajuda-la nos bons princípios, como acontece com todos, como aconteceu com minha atual companheira. Fazendo assim, eu estou fazendo a vontade do Pai que reside em mim, no templo do meu corpo. Ela não pode me acusar de eu ter assediado quem quer que seja do seu círculo de conhecimento, familiar, social ou de amizades. Mesmo que o Behemoth esteja sempre atento ao que está acontecendo e apresentando na mente os seus desejos. O Espírito está mais atento ainda, e não deixa o mínimo interesse do Behemoth causar constrangimento a quem quer que seja, mesmo que, atendendo a curiosidade da companheira, o Espírito tenha dito o nome de uma das pessoas que o Behemoth deseja, como forma de demonstrar o compromisso com a verdade. Até mesmo o sexo imaginário que o meu Espírito permite para satisfação do Behemoth, foi revelado a ela, como se fosse uma companheira efetiva, capaz de compreender as necessidades do Behemoth e com o qual eu tenho um contrato. Se ela tivesse absorvido a condição de companheira a nível bíblico, de ser carne da minha carne, não iria se escandalizar por isso nem se sentir desprezada ou humilhada. Será que ela não percebe a postura fraterna do meu Espírito que a considera carne da carne dele? Tanto é assim que os amigos dela e que querem fazer sexo com ela, meu Espírito não os considera como adversários ou inimigos. Pelo contrário, considera como pessoas amigas que, se seguem a Lei do Amor, podem ter o mesmo nível de intimidade sexual com ela, se ela permitir, tal qual eu desenvolvo com minhas amigas, se elas permitem.



Essa acusação mostra uma forma de instabilidade no relacionamento com minha companheira que leva a frustração e sofrimento. Mas vejo que o meu Espírito não tem nenhuma culpa, pois se ele não se comportar como faz, não cumpre a vontade do Pai, que para nós é o fundamental. E por que ela pede sempre que seja feita um compromisso social de união estável se ela demonstra tanta instabilidade? Claro que o meu Espírito permitiria tal compromisso social se fosse coerente com a realidade. Mas, o comportamento dela demonstra que essa estabilidade não foi alcançada. Que os compromisso mútuos ainda estão dissociados. Enquanto meu Espírito procura fazer a vontade do Pai pelos caminhos que ela conhece, ela procura atender os preconceitos sociais que a cultura exige, mesmo de forma hipócrita. Também ela não demonstra a confiança que é necessária num relacionamento harmônico. Sempre está colocando argumentos ou dúvidas que colocam em cheque a verdade do que eu digo. Se ela não percebe o meu comportamento, o meu histórico e isso não lhe traz segurança, não sei o que mais posso fazer, a não ser pedir a intercessão do Pai. Mas isso não deve ser uma conquista dela? A sua falta de maturidade para aceitar um comportamento tão diferente com a realidade cultural onde ela está inserida e foi educada, é que motiva a minha omissão em vários comportamentos que desenvolvo com minhas amigas, e que ela sabe que pode acontecer. Se ela sabe que pode acontecer, deve aceitar sem sofrimentos tudo que sua imaginação acredita que esteja acontecendo. Caso contrário, o sofrimento pode impedir uma convivência, coisa que eu não desejo que aconteça fraterna e harmônica.



Meu Espírito e Eu estamos determinados em fazer a vontade do Pai, de acordo com os caminhos que Ele nos apresenta. Estou pronto a pagar o preço por isso, que geralmente é o abandono por minhas companheiras, como se eu fosse um depravado, que não cuido dos sentimentos que elas têm por mim. Não sou entendido por elas nem por ninguém  em minhas convicções e me sinto sozinho, mesmo arrodeado de gente que diz me amar e que acredito nisso. Mas quando o Behemoth de cada um se ver preterido por outras pessoas, a descarga emocional sobre mim é muito grande, mesmo por pessoas que viveram tanto tempo comigo, sabem de minha forma de pensar e de agir. Se eu tenho que viver sozinho para não fazer ninguém sofrer por minha convivência, estou pronto para isto, mesmo que agora, com 70 anos de vida, eu sofra o peso físico e cognitivo da idade. Mas sei que estarei sempre junto com o Pai, mesmo que eu não reconheça nenhuma das pessoas que eu tanto amo, mas com certeza, sempre sentirei o Pai em meu coração, pois Ele sabe que sempre procurei cumprir a Sua vontade.



            Assim, este é o meu veredicto: meu Espírito é inocente da acusação de injustiça. Pelo contrário, ele é quem poderia acusar de estar sendo injustiçado. Pois ele não é acreditado quando fala a verdade que é um princípio da sua existência. Aceitou a convivência com a atual companheira acreditando no que ela dizia, de compreender os meus argumentos e que conseguiria conviver com o meu comportamento, mesmo que viesse a sofrer, como foi advertida tantas vezes, inclusive por minhas antigas companheiras. Mas, não oriento que seja jogado o meu Behemoth sobre o Behemoth dela, que está provocando tudo isso. Parece que, se para atingir a estabilidade na relação de convivência seja preciso retirar condição de marido e mulher. Se assim for, que assim seja. Podemos conviver como amigos, uma experiência que já fiz durante 8 anos com a minha última companheira, antes dela. Não deu certo, pois ela continuou a me cobrar como marido. Esta é a proposta que eu faço, uma tentativa de harmonização, viver como amigos para evitar a separação, que ambos não queremos. Que possamos continuar o diálogo com os nossos Espíritos, deixando os Behemoths sob controle. Peçamos a proteção e sabedoria ao Pai, para que não saímos dos Seus caminhos levados pelos desejos e preconceitos da carne.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 20/06/2022 às 00h01
 
19/06/2022 00h01
ALEGAÇÕES DO BEHEMOTH

            Consciência – Convoco você, Behemoth, para responder sobre acusações de injustiça que está sendo praticado sobre sua companheira.



            Behemoth – Não tenho nenhuma pretensão de praticar justiça com ninguém e que fazendo isso traga prejuízos para o corpo do qual tenho responsabilidade perante Deus, de proteger e cuidar. Foi Ele que me criou com esse objetivo específico, portanto, não posso me envolver com outros assuntos, principalmente de relacionamentos éticos. Tenho uma série de responsabilidades inerentes ao funcionamento do próprio corpo, do qual o Espírito não tem nenhuma contribuição e talvez nem conheça todos. São os diversos núcleos automáticos formados no cérebro que disparam automaticamente quando o corpo sente a necessidade de qualquer substância para a sua manutenção na vida, principalmente os alimentos. Como sei que o tempo deste organismo pelo qual sou responsável é limitado, tenho estruturas mentais chamadas de instintos que fazem o direcionamento comportamental para suprir todas as necessidades que o corpo apresenta. Com relação a ação preventiva da falência do corpo, da morte, tenho os recursos da libido, da sexualidade, para que os gens do meu corpo sejam mantidos na vida, associados aos gens de uma fêmea. Este é o foco da acusação que foi apresentada. Eu não tenho tanta motivação na procura sexual pela companheira, pois sei que ela já está conquistada, que posso dividir os gens do meu corpo como os gens do corpo dela quando quiser. É isso que ela espera. Mas o meu principal interesse é difundir o máximo possível os gens do corpo, pois quanto mais eu fizer isso mais possibilidade eu terei de sucesso reprodutivo. Portanto, é claro que minha motivação maior esteja dirigida as mulheres que estão fora do meu círculo de convivência. Isso justifica os abraços, beijos, massagens e até relações sexuais, quando é possível. O Espírito que gerencia as ações do meu corpo nas relações externas, principalmente, é quem está preocupado com as relações éticas de não prejudicar a terceiros. Procura praticar a ideologia cristã que possui uma série de limitações aos meus interesses. Não posso fazer nada, pois ele é quem tem o comando da vontade. Ele sabe que não pode me destruir, pois isso destruiria o seu próprio corpo. O que pode fazer é entrar em acordo comigo e assim possamos cumprir, cada um, suas atribuições: a minha de proteger e preservar o corpo, na própria vida e na espécie; a dele de fazer a vontade de Deus seguindo a lei do amor incondicional, na relação com o próximo. Assim, é ele o principal réu nessa acusação de injustiça. Ninguém pode me acusar de injusto nas minhas atribuições de cuidar do corpo, pois esta é a tarefa que Deus me deu, como deu a qualquer pessoa que se sinta prejudicada, pois essa sensação de prejuízo também vem do Behemoth que ela possui. Isso porque, o Pai nunca deixou de construir um corpo sem o devido Behemoth para o proteger. De onde vem essa sensação de injustiça que ela tem quando percebe que o meu corpo se relaciona sexualmente com outra mulher? Certamente do Behemoth dela que prefere o corpo do companheiro exclusivamente para o corpo dela, devido o instinto que o seu Behemoth provoca na sua mente. Será que ela não sabia que o meu corpo não tinha este Behemoth, que sou eu? Será que o Espirito não a advertiu dessa condição e que eu poderia me manifestar de acordo com o combinado que eu fiz com ele, com o Espírito do meu corpo? Se ela foi enganada, Consciência, então ela tem razão na sua sensação de injustiça. Eu não tenho nenhuma predileção por ela nem por ninguém. O meu interesse é o interesse do corpo. Quantas mulheres eu possa alcançar, principalmente jovens que possam dividir comigo os gens para a sobrevivência do corpo, eu despertarei o desejo na mente do corpo. Esta é minha obrigação frente a vontade do Deus que me criou e que inspirou que o escritor do livro bíblico de Jó, explicasse. Se o Behemoth dela sabe que iria conviver com um Behemoth que não estaria totalmente preso, e mesmo assim o Espírito dela aceitou a condição, então não pode apresentar acusação de injustiça.  Muitos tentam fazer um contrato de convivência prendendo cada um o seu Behemoth, mas a maioria não consegue e prefere romper o contrato com as mentiras constantes. Observamos até padres caindo nessa cilada.  O problema do Espírito que administra o meu corpo é que ele diz seguir a lei do amor incondicional e dentro dessa lei tem que se comportar sempre dentro da verdade. Isso para mim são fortes correntes. Lembro que já fui derrotado numa batalha que eu tinha tudo para vencer, ele, o Espírito, estava quase derrotado, mas conseguiu a vitória denunciando o que eu estava prestes a conseguir, alegando que iria prejudicar o próximo. Este limite ético é a grande barreira que o meu Espírito determinou para barrar as minhas pretensões. Mas isso me deixa satisfeito, pois ele não fica também preso à preconceitos que limitariam as minhas ações libidinosas, se não fossem usadas as mentiras. Isto é o que penso e deixo contigo, Consciência, como parte de tua responsabilidade, ponderar o justo e o injusto, se o que acontece, se acusação apresentada, é na verdade uma injustiça.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/06/2022 às 00h01
 
18/06/2022 00h01
ALEGAÇÕES DO ESPÍRITO

            Eu, Consciência, responsável pela minha própria evolução moral, devo chamar para reavaliação de conduta o meu Espírito e o Behemoth, monstro que o Criador criou dentro do meu corpo para protege-lo. Recebi acusação de que não estava agindo com justiça dentro dos meus relacionamentos íntimos. Fui acusado de estar favorecendo os prazeres desejados pelo Behemoth e deixar a minha companheira desassistida, desamparada e indesejada.



            Compreendendo suas razões para apresentar tais denúncias a Eu, Consciência, resolvi averiguar a situação convocando ambos, meu Espírito e o Behemoth, guardião do meu corpo temporário, para explicar o que ocorreu e se procede a denúncia de injustiça.



            Comparecendo os dois a minha arena mental, dou palavra inicialmente ao meu Espírito, pois como administrador dos meus atos, sabe bem do que acontece nesta dimensão material e nas circunstâncias em que me encontro.



            -Espírito – Sim, reconheço minha responsabilidade como administrador do corpo que o Pai me deu para que eu proceda com minha educação no processo de evolução moral. Estudei todos os caminhos ensinados pelo Mestre Jesus, enviado pelo Pai justamente com essa missão: ensinar sobre o Amor e a paternidade divina. Também fui ensinado que eu iria administrar o corpo não em totalidade. A maior parte das funções corporais implicadas na sobrevivência do organismo biológico, Ele deixou a cargo do Behemoth, o monstro energético que foi criado dentro de nós, como está escrito no Livro bíblico de Jó. Aprendi que a lei maior que eu deveria seguir, seria a lei do Amor Incondicional, acima de qualquer outra lei, que se expressa na forma de amar a Deus sobre todas as coisas, Deus cuja essência é o amor. A segunda lei que se aproxima dessa é amar ao próximo como a mim mesmo. Para não cometer erros na aplicação prática dessa segunda lei, Jesus nos ensinou uma bússola comportamental: fazer ao próximo aquilo que desejo ser feita a mim. Para aplicar essa lei fundamental, percebi que eu devia praticar a lei do Amor Incondicional acima de todas as outras e evitar qualquer tipo de compromisso ou preconceito que inviabilizasse essas intenções. Foi dessa maneira, com muito esforço, que deixei a posição de machista, que mudei a forma de pensar e de agir nos relacionamentos íntimos. Deixei o amor exclusivo que caracteriza o matrimônio, o casamento, e defende fidelidade afetiva dos dois cônjuges, pelo amor inclusivo, que permite a troca de afetos, de amor, por outras pessoas, sem qualquer tipo de inibição. Isso causou forte sofrimento com a minha primeira esposa que não esperava que isso fosse acontecer. Mas eu não tinha mais opção, se continuasse a me comportar como antes, com exclusividade no casamento, eu não estaria fazendo a vontade de Deus que passei a acreditar com todas as minhas forças. Passei a me comportar abertamente com o amor inclusivo, independente do pensamento de minhas amigas e companheiras que pensavam de forma diferente. Por isso, Consciência, tive o máximo cuidado de explicar a quem de mim se aproximava com potencial de intimidades sexuais, de companheirismo, a minha forma de pensar e agir com todos os detalhes e honestidade. A acusação de injustiça que minha atual companheira alegou, Consciência, são consequências daquilo que ela poderia sofrer se viesse a conviver comigo. Ela não foi enganada. Sabia da existência do Behemoth dentro do meu corpo e que foi ele que favoreceu a nossa aproximação e atual convivência. Como ele é o responsável pelas motivações que buscam ações para preservação do corpo, entre elas o ato sexual, seria importante que ele colocasse aqui também os seus argumentos.



            Consciência –Com certeza. O Behemoth está sendo convocado agora mesmo para entrar na arena mental e colocar os seus argumentos, já que a denúncia que recebi aponta que o desejo sexual não está sendo produzido para a minha companheira.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/06/2022 às 00h01
 
17/06/2022 00h01
AJUSTE COMPORTAMENTAL

            Desde que eu mudei meus paradigmas comportamentais e elegi o Amor Incondicional como lei maior na minha vida, usando a bússola comportamental que o Cristo ensinou, de fazer ao próximo aquilo que desejo ser feito comigo, me transformei num tipo de carrasco que leva sofrimento psicológico intenso as pessoas que aceitam a minha convivência e intimidade. Chegam a dizer que eu posso ser um ótimo pai ou filho, mas um péssimo marido. Concordo com elas, e por isso não aceito a condição de marido, de ser casado com quem quer que seja.



            A primeira e única mulher que foi vítima deste meu comportamento, foi a minha primeira esposa, pois ela não sabia no que eu ia me transformar. Confessei a ela o que tinha acontecido com a minha consciência, ela tentou ainda conviver comigo, mas não conseguiu seguir junto até o fim de nossas vidas, como era a proposta inicial.



            Depois disso, qualquer mulher que se aproximava e que tinha o potencial de intimidades sexuais que poderia partir para uma convivência, eu dizia antecipadamente todo o meu perfil psicológico e comportamental atual. E que não poderia mudar em favor de ninguém, pois eu considerava isso como um compromisso meu com Deus, e assim estaria acima de qualquer outro interesse.



            Houve ainda uma segunda tentativa com o casamento, com uma pessoa que sabia dos meus paradigmas atuais. Tentou e também desistiu, me expulsou de casa com violência, apesar de toda a minha honestidade em falar tudo que acontecia comigo, e que estava disposto a sair de casa na harmonia, se assim ela decidisse. Mas, preferiu se sentir traída, junto com o nosso filho, e tomou essa atitude violenta e desarmônica no final.



            Percebi que o casamento não poderia entrar mais nas perspectivas de meus futuros relacionamentos, mesmo que a pessoa dissesse que aceitaria os meus paradigmas.



            Estou convivendo com outra pessoa que, da mesma forma, conhece tudo sobre mim. Fiz questão de explicar a forma completa do meu pensamento e que não haveria possibilidade de mudança de nenhuma maneira, desde o início. Mesmo assim, pela força da paixão, ela decidiu enfrentar as dificuldades da convivência, e imaginar que a fase de envelhecimento que estou entrando iria destruir a força dos instintos que motivam para liberdade de agir dentro do amor inclusivo, com todas aquelas mulheres que sintonizam e não tragam prejuízo para a lei do amor incondicional, pelo contrário, a favoreça. Nem a União Estável, uma condição jurídica fora do casamento que ela deseja alcançar, eu posso concordar, pois não vejo nela uma estabilidade emocional com os fatos da minha vida, que ela já conhece. A cada fato de meu relacionamento íntimo com outra pessoa é motivo para grande sofrimento, quebra da harmonia e que ameaça a continuidade da nossa convivência.



            Neste contexto, a única forma de manter a convivência com o mínimo de estresse e que não ameasse a harmonia no relacionamento, é transformar o relacionamento em amizade ao invés de conjugal. Acredito que fazendo esse ajuste com honestidade, me vendo como um amigo na convivência, atenue suficientemente o sentimento de “traição” que possa sentir quando souber do meu envolvimento com outras mulheres. Talvez assim consigamos alcançar a estabilidade emocional que justifique a União Estável que ela tanto deseja. O problema é: será que ela tem condições psicológicas de conviver comigo como amigo... ou pai, devido a diferença de nossas idades?



            Da minha parte não sentirei dificuldades maiores com esse ajuste, pois minha intenção, dentro dos meus paradigmas, é fazer feliz e harmônica a pessoa próxima de mim, e quem estará mais próxima de mim, além de mim mesmo, que a minha companheira?



            Mas, tudo está na permissão de Deus que aponta os caminhos ao nosso alcance e nós devemos escolher aquele mais apropriado para nos sentirmos harmônicos e principalmente, sentir que está fazendo a Sua vontade.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/06/2022 às 00h01
 
16/06/2022 00h01
CORAGEM OU SEDUÇÃO - CORRENDO

            Neste dia que fui correr na praia a maré estava baixa. Quando estava chegando na proximidade do Forte dos Reis Magos, uma das principais atrações turísticas de Natal, minha cidade, encontrei vindo em minha direção uma pessoa caminhando sozinha, sem camisa, meio desconfiado. Ao passar por mim, imaginei que poderia ser um assaltante e me pegar pelas costas e anunciar o assalto com olho no meu relógio. Não é uma peça valiosa, mas quem sabe o que passa na cabeça de quem tem más intenções?



            O que eu faria se tal acontecesse? Fiquei imaginando... eu poderia me virar rapidamente e de surpresa para ele e conseguir desarma-lo. Isso é, se ele tivesse alguma arma consigo, talvez uma faca. Arma de fogo não teria, pois eu teria notado, já que ele caminhava somente de calção.



            Esta foi minha ação de coragem dentro da imaginação. Não é que isso seja de todo inócuo, não cause nenhum efeito fisiológico ou emocional. Fica sempre a preocupação do que é imaginado se tornar realidade. Observei até mesmo um policial gorducho que talvez prestasse serviço no Forte, a se aproximar das pedras que contém o mar. Bem que ele poderia atuar num possível combate com o possível assaltante. E talvez ele confundisse quem seria o autor do ataque, pois talvez só percebesse a minha reação de defesa, e partisse em defesa do “assaltante”.



            Fui correndo até perto do muro do Forte e fiz o retorno ainda correndo indo dessa vez na proximidade dos manguezais. Foi aí que surgiu na minha imaginação o segundo ato desse meu dia de corrida. Vinha em minha direção outra pessoa, esta bem mais nutrida que a primeira, um corpo de que frequenta academia. Vinha também de calção e a camisa sobre o ombro. Na minha imaginação veio novamente a cena do assalto, que é o crime mais comum, principalmente em quem corre sozinho na praia com um relógio no pulso. Dessa vez, a estratégia de surpreender o possível segundo assaltante com uma virada brusca do corpo não daria certo, pois este tem um físico maior que o meu. Caso ele fosse um assaltante e disposto a trabalhar neste horário, eu estaria frito. Mas notei no seu jeito de caminhar e olhar, não um aspecto desconfiado, ameaçador. Este caminhava com certa displicência, olhando a natureza e jogando a camisa de um lado ao outro sobre os ombros. Não percebi ameaça, pelo contrário, era um ar amistoso, quase sorridente. Pela forma de andar associei ao sexo feminino e, portanto, poderia ser um homossexual a procura de algum parceiro. Bem que eu não sou nenhum modelo masculino de despertar tanto desejo carnal, mas quem está na carência talvez não possa escolher demasiado. Enquanto eu cruzava com ele, o medo de sofrer um ataque em busca de um bem material mudou. Agora passei a temer por um assédio mais vigoroso a minha integridade moral.  Pior é que, quando o primeiro suspeito ficou para trás, surgiram outros dois à minha frente, com o mesmo perfil homossexual. Minha imaginação se recusava a entrar em sintonia com outras formas de pensamento, de realização construtiva em outras áreas de oportunidades. Teimava em ficar circulando em várias formas de sedução que eu poderia ser abusado por homossexuais, por pessoas que eu não tinha o menor interesse ou desejo sexual, que parecia habitar com tanta desenvoltura e quantidade naquela praia.



            Deixo aqui esta crônica com pitadas de humor escrachado, já que não posso classifica-lo em humor negro. Agradeço a minha imaginação por não ter entrado por caminhos abstratos mais doloridos para a consciência.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 16/06/2022 às 00h01
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