Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
06/01/2016 00h59
O LIVRO DE URÂNTIA

            Hoje eu vi pela primeira vez esse livro que foi lançado em 12-10-1955, há 60 anos. A Wikipédia diz que é uma obra narrativa que integra elementos de história, ciência, filosofia e religião. Tem o objetivo de revelar a verdade integral para os seres humanos que habitam o planeta Terra, que no livro corresponde a Urântia.

            A obra é composta por 197 documentos escritos originalmente em inglês e traduzidos recentemente para outros idiomas, inclusive o português. William Sadler e sua esposa Lena Sadler eram médicos em Chicago-EUA, e tratavam um vizinho que entrava em estado de inconsciência e não podia ser acordado, começando em 1911. O vizinho desacordado começou a dizer palavras que foram atribuídas a personalidades supra-humanas. A partir de 1924 uma grande quantidade de texto foi documentada pelo casal Sadler que acreditava ser um relato narrativo fidedigno da origem, história e propósito da humanidade no universo.

            Muitos leitores do “Livro de Urântia” o consideram como uma fonte de conhecimento filosófico e religioso. No entanto o livro não promove a criação de uma religião institucional baseada nestes escritos. Grupos de estudos foram criados buscando divulgar e debater o conteúdo do livro.

            A maior parte das afirmações de caráter científico contidas no livro, embora baseadas em conhecimentos da época, são hoje discrepantes com as modernas descobertas. Esta discrepância é explicada devido à restrições que se acredita ser impostas aos seres supra-humanos que redigiram os textos através do ser humano inconsciente, pois nenhuma informação redigida poderia apresentar conteúdo científico ainda não descoberto na Terra.

            O livro possui 2097 páginas divididas em quatro partes: I) O universo central e os superuniversos; II) O universo local; III) A história de Urântia; e IV) A vida e os ensinamentos de Jesus.

            Na parte I existem 31 documentos que descrevem a natureza da Deidade, a realidade do Paraíso e a organização astronômica-cosmológica e funcionamento do universos central e dos superuniversos, as personalidades do grande universo e o destino elevado dos mortais evolucionários. O Paraíso é descrito como o centro eterno do universo dos universos e a residência do Pai Universal, do Filho Eterno, do Espírito Infinito e dos seus associados e coordenados divinos. Descreve-se um universo de hierarquia organizada, e povoado por um número quase infinito de seres. O conjunto da criação é descrito como incluindo milhões de planetas, evolucionários em todas as etapas de evolução geológica, biológica, intelectual, social e espiritual, e esferas arquitetônicas – mundos feitos sob medida. Esses documentos foram promovidos, formulados e colocados em inglês por uma comissão constituída de vinte e quatro administradores de Orvônton, atuando por mandato dos Anciães dos Dias de Uversa, a capital do superuniversos de Orvônton.    

            A parte II tem 25 documentos autorizados, que descrevem a evolução dos universos locais e o desenvolvimento progressivo das naturezas e capacidades físicas, intelectuais e espirituais das múltiplas criaturas que habitam as variadas ordens de esferas compreendidas em um universo local. Falam da fonte da matéria e da energia, do plano divino para a criação, o desenvolvimento e o governo dos universos locais, das constelações, dos Espíritos Ministrantes dos universos locais, das Hostes Seráficas, da rebelião de Lúcifer, dos problemas da rebelião, das esferas de Luz e Vida.

            Na parte III com 63 documentos, tratam da origem de Urântia, o planeta Terra, que há 1.000.000.000 de anos atingiu aproximadamente o seu tamanho atual, em um universo local chamado Nébadon. Os documentos compreendem a história do desenvolvimento geológico da Terra, do estabelecimento da vida, do surgimento do homem, das civilizações, governos e instituições, dos níveis da realidade universal, da verdadeira natureza da religião, da outorga dos Ajustadores do Pensamento. O desenvolvimento da civilização, da cultura, do governo, da religião, da família e de outras instituições sociais é descrito a partir do ponto de vista dos observadores supra-humanos. A história é contada de tal maneira que os acontecimentos relacionados com a evolução religiosa humana ganham nova vida, estabelecendo as fundações sobre as quais um maior desenvolvimento espiritual, moral e cultural pode ocorrer. Descrevem o destino do homem, os mundos que habitaremos imediatamente após a morte, ao sobreviver a alma por nossa escolha de fazer a vontade do Pai Universal.

            E finalmente, a parte IV tem 77 documentos e mais de 700 páginas que ocupam um terço do livro. Foram promovidos por doze intermediários de Urântia, atuando sob a supervisão de um diretor revelador, Melquisedeque, o qual foi designado para essa tarefa por Gabriel de Sálvington. Nesses documentos, relata-se a vida de Michael de Nébadon como Jesus de Nazaré, toda a sua infância, adolescência e vida adulta. É o relato mais completo sobre Jesus até hoje escrito. Os três primeiros capítulos apresentam a preparação de Michael (Jesus) para descer a Urântia (Terra) na semelhança da carne mortal, e o clímax do Livro é atingido, nessa última parte, com preceitos da vida religiosa ideal do Mestre, que instrui e edifica todo um universo, e é a inspiração para todas as vidas em todos os mundos e para todas as gerações futuras. Esta parte do livro é vista como uma nova Revelação, uma nova face descrita de maneira tocante, de um Deus feito Homem, que em um exemplo de Amor, Fé e Serviço, sem dogmas, mostra à humanidade o caminho da evolução espiritual pessoal, o caminho do homem até Deus.

            Os autores que escreveram esses documentos têm seus nomes indicados no livro, junto com seus respectivos escritos. Os seres humanos aos quais os escritos foram entregues me mãos já faleceram e o modo pelo qual os escritos foram materializados ainda não foi plenamente explicados, e dificilmente o será.

            Sei que esta fonte de conhecimentos vai absorver parte do meu tempo e fazer o confronto com tudo aquilo que já adquiri e até mesmo com o caminho que estou trilhando por dever de consciência. Porém, se tudo se deve à Vontade do Pai, e é a esta que estou subordinado, não vejo porque não aprofundar nesse estudo e usar a minha coerência para ampliar o que agora está sendo oferecido.

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em 06/01/2016 às 00h59
 
04/01/2016 20h59
TENDÊNCIAS DO MATERIALISMO

            O Dr. Ovídio Rebaudi, tradutor do livro “Vida de Jesus ditada por ele mesmo” fez algumas notas interessantes sobre um trecho do livro que achei por bem reproduzir, por sintonizar muito bem com o que penso. O trecho do livro foi:

            Homens dominados pela vertigem e pela cegueira pedem a continuação das honras e riquezas de que desfrutam e o direito de cuja posse se originam faltas e delitos. Homens devorados pelas paixões brutais e egoístas afirmam que nada existe além da matéria e que as crenças religiosas não constituem mais do que aparências ou ridículas aberrações do espírito.

            A respeito desse trecho que fala do materialismo, o Dr. Ribaudi fez as seguintes notas:

            No Congresso Universal do Livre Pensamento afirmei que estes homens são de cérebro deficiente, pelo menos sob o ponto de vista da falta de uma consciência clara a respeito de sua personalidade e sua própria espiritualidade, comparando-os aos daltônicos, que confundem as cores, e com os que carecem de ouvido musical, que não podem portanto apreciar as associações harmônicas dos sons. Do mesmo modo estes pobres seres nada alcançam conceber fora da absurda materialidade das coisas que os rodeiam e, ainda que possam ser grandes monopolizadores de conhecimentos e até cheguem a brilhar como mestres nas ciências naturais dão provas de sua escassa evolução espiritual pelo simples fato de sua incapacidade para as grandes concepções do espírito e até para o simples conhecimento de sua própria natureza íntima. Ao afirmar isto, recordei as numerosas provas que sobre este particular venho apresentando em minhas conferências públicas na sociedade Constância e na Sociedade Científica de Estudos Psíquicos e acrescentei que o fato de que os mais notáveis “livres-pensadores materialistas” tinham morrido, abjurando suas ideias, entre os braços da igreja católica, ao passo que nem um só “livre-pensador espiritualista”, dos que se tenham dado a conhecer, haja caído em semelhante aberração do caráter, era prova da melhor consciência de que de si mesmos tinham os segundos e de sua melhor constituição cerebral, filha de sua maior evolução.  

            São essas considerações firmes, baseadas inclusive em observações científicas que levam a espiritualidade a um grau de aceitação popular enquanto o materialismo tende a definhar, mesmo que esteja ainda concentrada em redutos acadêmicos.

            A minha participação acadêmica como coordenador do curso de Medicina, Saúde e Espiritualidade, deve também dar o seu grau de contribuição para encostar o materialismo nas “cordas”. Essa também é a expectativa que o mestre Jesus espera que nós, homens que desenvolvemos a fé racionalizada dentro de nossos relacionamentos, cumpramos na esteira da evolução de tudo que deve acontecer, não importa quanto estejam contrários.

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em 04/01/2016 às 20h59
 
04/01/2016 00h59
ESTADO SOCIAL FUTURO

            No livro “Vida de Jesus ditada por ele mesmo” encontrei um trecho que fez sintonia com o meu pensamento, na questão da construção de uma sociedade diferente da atual, baseada nos princípios do Amor Incondicional e na formação da Família Universal. Eis o que diz o texto:

            Aprendamos hoje, irmãos meus, a justiça destes ensinamentos e honrai-me com a mesma atenção que prestavam meus discípulos. Avancemos pelo caminho do engrandecimento e deixemos divagar os pobres de espírito, convertendo entretanto a palavra de Deus em nosso alimento espiritual. Deus manda a todos os mundos instrutores, mas a cada mundo lhe estão destinados como instrutores espíritos do mesmo mundo. Os Messias são instrutores avançados, cujos ensinamentos parecem utopias. Minha missão não podia impor uma regra de conduta em um século de ignorância, tendo que limitar-se a fazer nascer ideias de revolução nos espíritos e prepara-los para a renovação do estado social futuro. Meus apóstolos não deviam ser homens de gênio, nem homens do mundo. Era necessário que eu escolhesse entre a gente simples e trabalhadora, para instruí-los e imprimir-lhes uma direção justa, sem ter que obriga-los à renúncia dos gozos do espírito e das comodidades da fortuna. Meus laços de família não me embaraçavam a execução de minhas resoluções, porque desde a infância sentia-me dominado pela ideia de sacrificar tudo em aras desses ideais e porque me impelia o desejo de uma família mais preciosa para o apóstolo do que possa ser a família carnal para o homem.

            Minha decisão inabalável de sacrificar a minha vida com o martírio, parecia-me uma ordem à qual devia obedecer sob pena de me ver retirado o título de apóstolo, o patrocínio de Messias e esse prestígio de Salvador e Filho de Deus, com que o Pai havia me agraciado e do qual a humanidade esperava especiais benefícios.

            Meus conhecimentos de apóstolo concentravam-se para o porvir, e a miúdo, enquanto falava aos homens do presente, dirigia-me indiretamente aos homens do porvir.

            Minha voz tornava-se então profética e meus discursos sofriam a influência da difusão de meus pensamentos quando atingiam as alturas da verdade e que esta verdade tinha que ser levada com a rigidez dos dogmas estabelecidos.

            As perguntas que tinham o objetivo de fazer-me cair em contradição, eu respondia de maneira tal como que para desconcertar ao que perguntava, procurando ao mesmo tempo infundir respeito nas multidões com a autoridade do olhar, do gesto e da palavra, sempre resoluta e incisiva.

            Existe muita dúvida nesses escritos que dizem ser produzidos por Jesus. Muitos não acreditam que Ele esteja ao nosso lado e dando informações como essa que acabei de transcrever. Mas eu procuro não seguir o caminho da “manada” quando percebo pela coerência que alguma verdade deve existir naquilo que a maioria rejeita. É este meu comportamento com relação a esses escritos. Sigo a fé raciocinada, como os próprios espíritos ensinaram. Então, se um texto é dito ser da autoria de Jesus, e o seu conteúdo está conforme o pensamento de Jesus, conforme eu compreendo, então não tenho porque rejeitar, mesmo que alguém querendo ajudar na nossa evolução tenha assumido o papel de Jesus para dar mais força aquilo que Ele pretendia, as lições do próprio Jesus. Por esse motivo não fico constrangido quando assumo que estou interagindo com o próprio Jesus ao fazer essas considerações.

            Sinto-me acolhido pelo Mestre quando Ele me chama de irmão e pede para eu honrá-lo com a atenção, da mesma forma que seus apóstolos fizeram no passado. Fala da sua missão naquele momento, que era de jogar sementes conscienciais para no futuro gerar ideias na mente de quem procurasse entender. Isso foi o que aconteceu comigo, colhi essas sementes e gerei na minha consciência a ideia de um missão própria para mim, de acordo com a vontade de Deus, de promover uma renovação do estado social no futuro, promover a família universal com base no amor incondicional.

            Também sinto a inabalável decisão de fazer cumprir essa missão, mesmo com o sacrifício de minha vida, de morar solitário, de não poder ficar perto de quem amo de forma consistente, pela força do exclusivismo que existe do outro lado. Também sinto que se eu não fizer isso, também não mereço o título de Filho de Deus.

            Também sei que os conhecimentos que utilizo para defender minhas ideias, somente vão se realizar no porvir, quando a verdade inconteste se materializar na frente de todos, e o comportamento hipócrita for desmascarado no seio da sociedade. De certa forma também estou semeando ideias que a sociedade atual ainda não está pronta para realizar, mas, assim como Jesus, esta é a minha tarefa... também ser um semeador!

Publicado por Sióstio de Lapa
em 04/01/2016 às 00h59
 
03/01/2016 00h59
O BÊ-Á-BÁ DO AMOR

            Percebo que vai ser necessário ensinar o Amor verdadeiro, o Amor sem nenhum tipo de condicionamento, romântico, materno, filial, fraterno, etc., de forma muito parecida como aprendemos o alfabeto, na base do bê-á-bá, na junção de sílabas.

            Teremos que construir uma cartilha com essa sistemática. Uma cartilha onde cada forma de relacionamento, pessoal, interpessoal ou com qualquer aspecto da Natureza esteja presente esse tipo de Amor, o incondicional.

            O primeiro ensinamento é fazer a diferenciação do amor romântico do Amor Incondicional. Enquanto aquele desenvolve o egoísmo, a exclusividade, este desenvolve o altruísmo, a inclusividade. A estrutura social sofrerá então um grande impacto, uma grande transformação. As famílias que se desenvolveram com o amor romântico e formaram estruturas nucleares, fechadas, permissivas pra si e restritiva para os outros, agora, com o Amor Incondicional se transformam em famílias ampliadas, universais, abertas, restritivas com o egoísmo do Behemot e fraternas com as outras.

            Cada filho de cada pessoa pode ser considerado meu filho também. Se os pais de uma crianças falecem num acidente de carro e qualquer pessoa que passe no local, irá adotar como sua, até o momento que chegue algum parente biologicamente mais próximo. Não será mais visto pessoas desamparadas pelos campos ou pelas cidades; não existem mais crianças nos semáforos, na prostituição, no trabalho forçado... a Justiça e a liberdade imperam em todos os relacionamentos.

            O bê-á-bá do Amor será ensinado a todas as crianças logo cedo, dentro de casa ou nos bancos escolares. Logo será ensinado a todas as crianças o que todos os adultos já sabem. Que o Pai Universal nos criou com um monstro dentro de cada um, com a finalidade de lutar pela preservação do corpo biológico no qual ele está abrigado. Mas, sua energia deve logo ser entendida, e aprendida a melhor forma de conter os seus impulsos, para que não prejudique a ninguém ou a nenhum aspecto da Natureza.

            Cada criança será educada sabendo utilizar constantemente a importante bússola que o Mestre Jesus nos ensinou: “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.

            O grande teste para cada pessoa é quando chegar o momento da adolescência, quando os hormônios inundarem o sangue de cada um e desperte a voracidade do Behemot, em busca de segurança, alimento, sexo, ociosidade, orgulho, vaidade... enfim, os sentimentos relacionados ao egoísmo tendem a emergir no pensamento e no comportamento. É aqui que as lições feitas na fase infantil, na meninice, mostram a sua importância. O bê-á-bá do Amor que cada um aprendeu agora servirá para conter as emoções fortíssimas ligadas ao desejo sexual, da posse do parceiro, da exclusividade de afetos, da transformação do Amor Incondicional em amor romântico ou qualquer tipo de condicionamento.

            Imagino uma sala de aula com essa estrutura curricular. Os pequenos alunos aprendendo que Deus está presente em todos os povos, principalmente no próximo, tanto que em algumas culturas as pessoas cumprimentam não a si próprios, mas ao Deus que cada um carrega de dentro de si: Namastê (o Deus que habita o meu coração, saúda o Deus que habita em seu coração).

            Será que eu sei soletrar o Amor em meus relacionamentos, todos que ocorrem em minha vida? Ou será que eu não passo de um analfabeto funcional do Amor, que só sei falar e escrever sobre tal, mas que não sei ainda colocá-lo nas minhas práticas?

            Se isso acontece eu tenho uma boa desculpa, pois ninguém me ensinou tal em momento algum, a não ser o Mestre de Nazaré, há mais de 2.000 anos. Mesmo assim ainda dizem que ninguém pode realizar tais lições, somente Ele... mas eu continuo a teimar, que um dia saberei amar tão puro quanto Ele.

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em 03/01/2016 às 00h59
 
02/01/2016 00h59
MÃE DE DEUS

            Hoje é o dia consagrado pela igreja católica à memória de Maria, a mãe de Deus. Começa assim uma polêmica que até hoje divide os cristãos, aqueles que acreditam nessa informação, de que Maria é a mãe de Deus, e aqueles que não acreditam que Deus tenha tido necessidade de ser gerido por uma mulher, por mais perfeita que ela tenha sido. Mesmo dentro de suas argumentações, a igreja não consegue escapar das incoerências que gerou.

            A igreja diz que Maria recebeu a missão de Deus e acatou para si, conceber através do Espírito Santo. A Anunciação aconteceu em 25 de março, que Maria iria carregar em seu seio o Filho Unigênito de Deus.

            Depois a igreja ensina que Deus se fez carne por meio de Maria, que Ele é o ponto de união entre o céu e a Terra.

            Formou-se assim a confusão entre o Pai (que mandou), o Filho (que nasceu) e o Espírito Santo (que engendrou). A melhor forma encontrada para sair desse labirinto de incoerências foi dar uma personalidade única aos três: Pai-Filho-Espírito Santo.

            Quando falamos assim, “Mãe de Deus”, quem possui uma compreensão de Deus acima dos preconceitos e dogmas religiosos, percebe logo a incoerência. Como uma mulher, por mais perfeita que seja, é capaz de gerar Deus?

            Procuro evitar todo esse malabarismo religioso, dogmático, e compreender todo esse relato dentro de uma perspectiva natural, mesmo que tenha pitadas de misticismo, justificada pela minha fé no mundo espiritual e na ignorância do muito que ainda não sei.

            Maria nasceu de pais muito religiosos, que pediram a Deus, já em idade avançada, para terem um filho, uma vez que um casal estéril era muito criticado e discriminado na sociedade em que viviam. Deus atendeu os seus pedidos e como uma compensação para a divindade, foi oferecida ao Senhor e foi morar no templo. Mas logo que chegou a menarca os sacerdotes a tiraram do templo, pois entendiam que uma mulher menstruada era impura e Maria poderia contaminar a casa de Deus.

            Observo mais uma vez a força dos preconceitos e dogmas direcionando comportamentos, mesmo dentro de uma casa de Deus. Como uma mulher que obedece a natureza criada por Deus com a menstruação, pode ser considerada impura? São esses pensamentos e comportamentos que ainda hoje existem dentro de igrejas que me afastam delas e me aproximo da Natureza.

            Então, Maria sai do templo e é oferecida a José, bem mais velho, viúvo, com filhos. Maria aceita e logo em seguida aceita também a proposta do anjo de ser a mãe do filho de Deus. Ficou confusa com a suspeita de traição que José certamente iria ter a respeito dela. Mas o anjo ajudou, entrando no sonho de José e explicando a situação. A fé dos dois conseguiram suportar a situação anômala.  

            O que importa é que hoje sabemos que ela foi a mãe de Jesus, o Mestre do Amor, que nos deixou o Evangelho como bússola e medicamento, e por esse motivo merece ser reconhecida no primeiro dia do ano, dia também consagrado à paz, a confraternização universal.

            É bastante aceitável que ela permaneça com esse destaque da paz e da solidariedade e que represente as mães de todo o planeta, uma vez que o seu filho é considerado o Governador espiritual do planeta.

            Enquanto isso, Deus, inteligência suprema do universo, energia sublime do Amor, continua integrando cada minúscula ou maiúscula parte de sua criação, expressa na Natureza visível ou invisível aos nossos olhos ou artefatos tecnológicos.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 02/01/2016 às 00h59
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