Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
04/01/2018 00h59
O FIO DE ARIADNE

            Vem da mitologia uma informação que podemos adaptar para os tempos modernos: o fio de Ariadne. Da mitologia grega estudamos que Ariadne, era filha de Minos, rei de Creta, governante cruel que dominou Atenas com mão de ferro. Ele exigia que todo ano sete rapazes e sete moças atenienses fossem oferecidos em sacrifício ao Minotauro. O monstro mítico, com cabeça de touro e corpo de homem, era mantido por Minos num labirinto complexo do qual ninguém conseguia sair com vida. Contudo, um jovem de nome Teseu, filho do rei Egeu e de Etra, infiltrou-se entre os que seriam sacrificados, com o fito de matar o Minotauro. Já em Creta, Ariadne apaixonou-se por Teseu. Para que o moço ateniense fugisse do labirinto após matar a besta, ela lhe deu um novelo de linha que ele desenrolou ao embrenhar-se na toca do monstro. Após destruí-lo, Teseu e Ariadne fugiram, mas a princesa foi deixada por ele na ilha de Naxos, onde mais tarde ela se casou com Dionísio, o deus do vinho.

            Nós estamos também dentro de um labirinto de emoções e pensamentos com base no egoísmo, onde ninguém consegue uma forma de escapar e terminamos todos morrendo sem ver a luz.

            Como descobrir entre nós este fio de Ariadne, que nós, como Teseu, podemos utilizar para sair do labirinto após a morte da besta?

            Este fio deve ser composto pelos mais distintos pensadores existentes atualmente na Terra, gente de bom coração presente em todas as religiões, em todas as cátedras, em todos os púlpitos, em todas as varas, distritos, municípios, estados...

            Se essas pessoas forem devidamente conectadas, informadas de suas importâncias nesse projeto de canalização para sairmos das trevas da ignorância para a luz do discernimento, da Verdade, podemos ter uma grande chance de vencer o monstro do Egoísmo e reencaminhar o nosso país para ser o “Coração do mundo e a Pátria do Evangelho”.

            Mas, como fazer essa conexão? Parece que estamos tão distantes! Muitas vezes não sabemos nem o que a pessoa de boa vontade, que convive ao nosso lado está fazendo... ficamos satisfeitos quando observamos uma ação de boa vontade sendo praticada aqui ou alhures, mas fica apensa nesse contexto, não há uma tentativa prática de fazer essa conexão.

            O fio de Ariadne está aqui ao nosso alcance, eu também posso me considerar um dos elos dessa corrente, mas até agora não dei nenhum passo neste sentido, a não ser elaborar esse texto com essa orientação.

            A dificuldade maior para nós do que pareceu a Teseu, é que o monstro dele, o Minotauro estava dentro de um labirinto externo onde ele podia matar a besta e sair através do fio como aconteceu na história. Porém, o nosso monstro reside dentro de nós, o Egoísmo, e as vezes, mesmo praticando boas ações, esse Egoísmo não nos deixa partilhar com o outro o sucesso de nossas ações.

            Tudo termina na aplicação das lições do Mestre Jesus: se quisermos vencer o Egoísmo e formar o Fio de Ariadne, temos que limpar o nosso coração de todo o Egoísmo e estar apto a ser um cidadão do Reino de Deus.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 04/01/2018 às 00h59
 
03/01/2018 00h43
BRASIL, PÁTRIA DO EVANGELHO?

            Tenho a firme convicção da existência do mundo espiritual e de sua importância para o mundo material, do qual somos um reflexo. Há uma orientação a partir do mundo espiritual, que o Brasil será a pátria do Evangelho e o Coração do Mundo. Porém a atual política em prática no Brasil nos deixa muito distante desse projeto, e as considerações de Luiz Felipe Pondé, feita na Folha de São Paulo de 18-12-2017, aumenta mais ainda as minhas preocupações, pois senão vejamos o que ele comenta:

            Se Lula ganhar as eleições em 2018? O Brasil terá um retrocesso ao Paleolítico – sem querer ofender nossos ancestrais.

            Sei que inteligentinhos dirão: pelo contrário, a população mais pobre voltará a comprar TVs e carros. E eu direi: a bolsa fome é a grande miséria que alimenta o PT e seus associados.

            Nelson Rodrigues dizia que, no dia que acabasse a pobreza no Nordeste, dom Hélder, o arcebispo vermelho, perderia sua razão de existir. Por isso, ele e a miséria do Nordeste andavam de mãos dadas.

            O truque do PT e associados é o mesmo: destruir a economia, acuar o mercado, alimentar uma parceria com os bilionários oligopolistas a fim de manter o país miserável e, assim, garantir seu curral eleitoral.

            Como o velho coronelismo nordestino – conheço bem a região: sou nascido no Recife e vivi muitos anos na Bahia -, o PT e associados têm na miséria e na dependência da população o seu capital.

            Mas quero falar de outras dimensões da tragédia que nos cerca caso o PT retome o poder.

            Desta vez o projeto “a Venezuela é aqui” se organizará de forma mais concreta.

            O Poder Judiciário, já em grande parte nas mãos da “malta” do PT, servirá ao Partido de forma sincera e submissa, destruindo a autonomia da Justiça. Esse processo já está em curso, mas foi, temporariamente barrado pelo percalço do impeachment e de alguns poucos setores não petistas do Poder Judiciário.

            O Legislativo se acomodará, como sempre, a quem manda.

            O mercado também se acomodará, servindo, de novo, ao coronel Lula ou a algum genérico que o represente. Eliminarão qualquer elo na sua cadeira produtiva que suje seu nome – da empresa, quero dizer – junto a Nomenclatura.

            Quanto a inteligência pública essa será devastada.

            Perda de empregos, contratos, espaços nos veículos, com a bênção da quase totalidade das Redações editoriais. Se não para eles mesmo não perderem empregos, contratos e espaços, também e, principalmente, porque a quase totalidade das Redações e editoriais são petistas ou similares.

            Nas universidades e nas escolas, a festa. Reforço absoluto da patrulha ideológica de forma orgânica, com apoio da Capes e de sua plataforma Sucupira.

            As universidades, entidades quase absolutamente monolíticas e autoritárias, celebrarão a queima total de seus adversários internos e externos. Os alunos, coitados, ou aderirão à retomada vingativa do poder por parte do PT, ou perderão bolsas, vagas e carreiras.

            E chegará a vez das Forças Armadas também serem cooptadas pela hegemonia petista. Uma vez cooptada, como na Venezuela, a regressão ao paleolítico estará plenamente realizada.

            O controle da mídia, em nome da “Democracia” implicará o silêncio imposto a todos que quiserem pagar suas contas.

            A classe artística fará festivais para comemorar o retorno ao poder dos “progressistas” que dão dinheiro para eles gastarem até acabar.

            E quando o dinheiro acabar, como acabou no Dilma 2, os “progressistas” sairão do poder, darão um tempo para os “conservadores” fazerem o trabalho sujo de reorganizar a economia e, quando a casa estiver um pouco mais organizada, voltarão ao poder para gastar tudo de novo.

            Vivemos duas forma de hegemonia do PT e associados no Brasil: a hegemonia da miséria e do discurso populista de cuidado com ela e a hegemonia do pensamento público e de suas instituições.

            A diferença do PT de antes do impeachment e o PT de agora será que antes ele ainda fazia pose de defensor das liberdades.

            Agora, ele perderá a pose e destruirá todo o tecido de liberdade de expressão no país.

            E mais: a vitória de Lula em 2018 será a prova definitiva de que os eleitores não estão nem aí para suspeita de corrupção pairando sobre qualquer que seja o candidato.

            Todo esse mimimi ao redor da Lavajato ficará claro como mimimi.

            Dane-se a corrupção. Ninguém está nem aí para isso. A começar pelos intelectuais, professores, artistas e integrantes de grande parte do Poder Judiciário.

            O combate à corrupção é (quase) uma farsa.

            Depressão, ressentimento, medo e vingança, serão os afetos que definirão 2019.

            Nessa hipótese, esses afetos não condizem com os afetos que devem prevalecer na Pátria do Evangelho. Concordo com o risco avaliado pelo articulista, e faço votos que a inteligência deste país consiga enxergar além das cortinas, e que possamos ainda ter chance de merecer o título que o mundo espiritual profetizou para nós.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 03/01/2018 às 00h43
 
02/01/2018 00h59
ORAÇÃO JANEIRO 2018

            Oh, Pai, mais um ano se inicia. Novos projetos, compromissos...  comigo permanece a vontade de ser obediente a Tua voz que surge nas entranhas do meu coração e na minha mente.

            Fico muitas vezes confuso, não sei se estou no caminho certo ou se alguma pedra ou obstáculo me fez desviar do caminho que me leva a Ti.

            Estou iniciando um novo ano que me dás, como se fosse uma agenda espiritual na qual devo preencher cada dia como as ações. Sei que apesar dos meus projetos positivos, que procuro aliar à Tua vontade, existem os percalços dos caminho, curvas, pedras, espinhos, buracos de obstáculos. Não sei se terei forças ou coragem para superar todos eles. Sei apenas que a minha vontade é fazer isso, como deves saber ao sondar o meu coração.

            Por isso, Pai, quero que me ajudes a entender e ter convicção que estás sempre ao meu lado, nos mais difíceis aperreios, nas intolerâncias das quais me tornar alvo, das injustiças cometidas contra mim, por ignorância ou por sentimento de vingança por algum mal realizado ou imaginado que porventura fiz a alguém.

            Sei que estou passando por tempos tumultuados, de violência, agressividade, medo generalizado, onde penso em adquirir até uma arma para defender a minha vida, dos irmãos que ainda estão no estágio animalizado. Procuro interpretar as lições do Mestre Jesus e justificar essas minha atitudes na intenção de defender a minha própria vida, até como forma de aplicar a lição que ele nos deu de “amar ao próximo como a mim mesmo”. Então eu justifico tirar a vida do irmão, que em forma psíquica de fera vem disposto a eliminar a minha vida, pois se o contrário ocorresse, se eu estivesse na forma de fera disposto a lhe eliminar, então ele teria a minha autorização e o meu perdão frente ao Pai, por ele ter evitado isso me eliminando.

            Sei que pelos caminhos por onde ando, procuro distribuir a paz, ser feliz, alegre, solidário... sei que os caminhos diversos por onde trilho, ainda existe ao redor muito egoísmo que evita o grande momento de fraternidade que possibilitará a construção da Família Universal, do Reino de Deus.

            Pai, sei que estou disposto a ser instrumento da Tua vontade, mas posso não ter a coragem e a sabedoria para realizar o propósito... por isso peço, mais uma vez, dá-me sabedoria, força e coragem para realizar o meu intento, se essa for a Tua vontade!

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em 02/01/2018 às 00h59
 
01/01/2018 01h03
ANO LITÚRGICO

31-12-2017

            A igreja clássico do pensamento do Cristo, divide o ano em diversas etapas que lembram todo o roteiro percorrido por Jesus, quando estava entre nós, cumprindo a missão que o Pai lhe confiou.

            O ano litúrgico comemora o próprio Cristo em movimento no tempo e no espaço, a dar continuidade à sua obra educativa. Cada mistério da vida do Cristo implica diretamente em nossas vidas e em nosso destino final de filhos de Deus.

            Nos ritmos do tempo, o ritmo diário acompanha o sol, símbolo do Cristo. É feita a memória de Jesus nas horas do dia. De manhã o sol evoca o mistério da ressurreição, novo dia para a humanidade. De tarde, o sol poente evoca a morte, na esperança da ressurreição. De noite celebramos, em espera vigilante, a volta do Senhor

            O ritmo semanal é marcado pelo domingo. Este é o primeiro dia da semana que é chamado dia do Senhor. Tem origem no próprio dia da ressurreição de Cristo, e por isso deve ser tido como o principal dia de festa.

            O ritmo anual é composto basicamente de três tempos: Páscoa, Natal e Comum. O Ciclo Pascal é precedido pelos 40 dias da Quaresma, como preparação. Tem um forte relacionamento com os 40 anos de peregrinação do povo hebreu rumo à Terra Prometida; os 40 dias de jejum total de Moisés no Monte Sinai se preparando para receber a Lei da Aliança; os 40 dias em que Elias seguia a caminho do Monte Horeb, fugindo da perseguição; e o retiro de Jesus no deserto, onde passa 40 dias e noites em jejum, se preparando para sua vida pública. A Quaresma é o tempo que precede e predispõe à celebração da Páscoa. Tempo de escuta da palavra de Deus e de conversão, de preparação e de memória do batismo, de reconciliação com Deus e com os irmãos, de recorrer com mais frequência às “armas da penitência cristã”: a oração, o jejum, a caridade.

            Páscoa é “Deus que passa”, é o mistério de sua passagem pela Terra e pela existência humana a fim de proporcionar a passagem da morte para a vida plena, da perdição do pecado para a salvação. Compreende os 50 dias entre o domingo da Páscoa da Ressurreição e o domingo de Pentecostes.   

            O Ciclo do Natal é iniciado pelo Tempo do Advento, formado por quatro domingos. É um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda do filho mais perfeito de Deus entre os homens. O Tempo do Natal vai das vésperas do Natal até a festa do Batismo do Senhor. Comemoramos o nascimento do Mestre e celebramos “a troca de dons entre o Céu e a Terra”, pedindo que possamos participar da divindade daquele que uniu ao Pai a nossa humanidade. O verbo feito homem é a luz que nos leva ao conhecimento de Deus.

            O Tempo Comum são 33 ou 34 semanas em que evocamos o mistério de Cristo em sua plenitude; o que Cristo fez e disse para nossa salvação, sua pregação e os sinais, sua morte e ressurreição.

            Dessa forma a Igreja Católica faz um loteamento de todo o ano, com seus rituais comemorativos, mesmo que em alguns deles, como o Natal, tenha havido uma composição com os ritos pagãos. É uma forma inteligente, mesmo que para alguns pareça muito repetitiva, de introduzir em nossas mentes a importância do Evangelho e do cumprimento de suas verdades. Isso não quer dizer que tenhamos que ser católicos para evoluir em direção ao Pai, mas, para muitos, esse tipo de ritual ainda é necessário.  

 

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em 01/01/2018 às 01h03
 
01/01/2018 01h02
APROVEITAMENTO DE LIÇÕES EVANGÉLICAS

30-12-2017

            Fico sempre curioso com a displicência da maioria dos cristãos quanto as lições evangélicas. As lições do Cristo são lidas e compreendidas, são tidas como lógicas e necessárias ao nosso crescimento espiritual, já que a nossa verdadeira pátria é no mundo espiritual. Então, essas lições nos capacitam a entrar nesse mundo espiritual com uma boa bagagem de virtudes, que nos deixam como mensageiros da paz e fraternidade por onde tivermos de andar. Portanto, deveríamos fazer um esforço maior para cumpri-las.

            No relato do dia anterior que registrei aqui neste diário, observamos a clareza das lições dadas por Jesus a Bartolomeu. Mas será que ele aproveitou essas lições dentro de suas ações cotidianas? Uma vez que ele era um discípulo assíduo de Jesus, mas sempre andava triste e amargurado com tantas dificuldades ao seu redor? Será que as lições de Jesus foram capazes de provocar alterações na sua forma de se comportar? É isso que iremos descobrir agora, fazendo a transcrição da última fase do trabalho de Humberto de Campos:

            ...

            Jesus entrou em silêncio, como se houvera terminado a sua exposição judiciosa e serena.

            E, pois que a hora já ia adiantada, Bartolomeu se despediu. O olhar do Mestre oferecia ao seu, naquela noite, uma luz mais doce e mais brilhante; suas mãos lhe tocaram os ombros, levemente, deixando-lhe uma sensação salutar e desconhecida.

            Embora nascido em Caná da Galileia, Bartolomeu residia, então, em Dalmanuta, para onde se dirigiu, meditando gravemente nas lições que havia recebido. A noite pareceu-lhe formosa como nunca. No alto, as estrelas se lhe afiguravam as luzes gloriosas do palácio de Deus à espera de suas criaturas, com hinos de alegria. As águas do Genezaré, aos seus olhos, estavam mais plácidas e felizes. Os ventos brandos lhe sussurravam ao entendimento cariciosas inspirações, como um correio delicado que chegasse do céu.

            Bartolomeu começou a recordar as razões de suas tristezas intraduzíveis, mas, com surpresa, não mais as encontrou no coração. Lembrava de haver perdido a afetuosa genitora; refletiu, porém, com mais amplitude, quanto aos desígnios da Providência Divina. Deus não lhe era pai e mãe nos céus? Recordou os contratempos da vida e ponderou que seus irmãos o aborreciam e caluniavam. Entretanto, Jesus não lhe era um irmão generoso e sincero? Passou em revista os insucessos materiais. Contudo, que eram suas pescarias ou a avareza dos negociantes de Betsaída e de Cafarnaum, comparados à luz do Reino de Deus, que ele trabalhava por edificar no coração?

            Chegou a casa pela madrugada. Ao longe, os primeiros clarões do Sol lhe pareciam mensageiros ao conforto celestial. O canto das aves ecoava em seu espírito como notas harmoniosas de profunda alegria. O próprio mugido dos bois apresentava nova tonalidade aos seus ouvidos. Sua alma estava agora clara; o coração, aliviado e feliz.

            Ao ranger os gonzos da porta, seus irmãos dirigiram-lhe impropérios, acusando-o de mal filho, de vagabundo e traidor da lei. Bartolomeu, porém, recordou o Evangelho e sentiu que só ele tinha bastante para dar a seus irmãos. Em vez de reagir asperamente, como de outras vezes, sorriu-lhes com a bondade das explicações amigas. Seu velho pai o acusou, igualmente, escorraçando-o. O apóstolo, no entanto, achou natural. Seu pai não conhecia a Jesus e ele O conhecia. Não conseguindo esclarecê-los, guardou o bem do silêncio e achou-se na posse de uma alegria nova. Depois de repousar alguns momentos, tomou as suas redes velhas e demandou sua barca. Teve para todos os companheiros de serviço uma frase consoladora e amiga. O lago como que estava mais acolhedor e mais belo; seus camaradas de trabalho, mais delicados e acessíveis. De tarde, não questionou com os comerciantes, enchendo-lhes, aliás, o espírito de boas palavras e de atitudes cativantes e educativas.

            Bartolomeu havia convertido todos os desalentos num cântico de alegria, ao sopro regenerador dos ensinamentos do Cristo; todos o observaram com admiração, exceto Jesus, que conhecia, com júbilo, a nova atitude mental de seu discípulo.

            No sábado seguinte, o Mestre demandou às margens do lago, cercado de seus numerosos seguidores. Ali, aglomeravam-se homens e mulheres do povo, judeus e funcionários de Ântipas, a par de grande número de soldados romanos.

            Jesus começou a pregar a Boa Nova e, a certa altura, contou, conforme a narrativa de Mateus, que – “o reino dos céus é semelhante a um tesouro que, oculto num campo, foi achado e escondido por um homem que, movido de gozo, vendeu tudo o que possuía e comprou aquele campo”.

            Nesse instante, o olhar do Mestre pousou sobre Bartolomeu que o contemplava embevecido; a luz branda de seus olhos generosos penetrou fundo no íntimo do apóstolo, pela ternura que evidenciava, e o pescador humilde compreendeu a delicada alusão do ensinamento, experimentando a alma leve e satisfeita, depois de haver alijado todas as vaidades de que ainda não se desfizera, para adquirir o tesouro divino, no campo infinito da vida.

            Enviando a Jesus um olhar de amor e reconhecimento, Bartolomeu limpou uma lágrima. Era a primeira vez que chorava de alegria. O pescador de Dalmanuta aderira, para sempre, aos eternos júbilos do Evangelho do Reino.

            Excelente lição de aproveitamento do Evangelho. É um tesouro que temos nas mãos, que podem nos dar o passaporte para o Reino de Deus, a partir do momento que assim quisermos... depende de cada um de nós!

Publicado por Sióstio de Lapa
em 01/01/2018 às 01h02
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