Ajustando os meus paradigmas para a vontade do que Deus deseja para mim, vejo que o projeto principal é a atuação espiritual dentro da comunidade da Praia do Meio, através da AMA-PM e Projeto Foco de Luz. Vejo que tenho dois roteiros a ser desenhados para a sua implementação ainda neste semestre. O primeiro é este que abordarei aqui neste dia com o título deste texto.
Prepararei um simples informativo sobre a atuação da AMA-PM, destacando a sua filosofia comunitária cristã, e o motivo de estar visitando toda a casa dessa rua. Irei com um representante da AMA-PM e um morador da rua, junto a quem mais possa se agregar. Tem o objetivo de conhecer os moradores de cada residência, suas necessidades e ofertas de trabalho. Será informado que os casos de doença serão transmitidos ao posto de saúde comunitária que é ligada ao Hospital Onofre Lopes. Os casos de dependência química serão comunicados à Unidade de Tratamento do Alcoolismo e outras Dependências (UTAD), além de serem monitorados pela própria AMA-PM, com minha supervisão. Os integrantes da casa serão convidados para participar dos trabalhos da AMA-PM ou se inscreverem nos diversos programas que já estão em andamento e que estão citados no convite. As casas que já prestam algum tipo de serviço serão fotografadas juntamente com seus responsáveis, para fins de divulgação no jornalzinho que será feito com esse objetivo exclusivo. Também será agendada uma reunião específica para os comerciantes da rua com o objetivo de apoio de crédito, a orientação pelo SEBRAE e possibilidade da construção de uma Cooperativa de comerciantes. Colocaremos também a sugestão de procurar uma instituição como a UNIMED ou Banco do Brasil, para patrocinar o financiamento da pintura da fachada das casas e recuperação de suas calçadas incluindo a jardinagem, sendo que cada residência escolheria um motivo espiritual (santo, anjo, Deus, igreja, religião, etc.) para ser destaque na pintura. Iremos a Câmara Municipal com a proposta de mudança do nome da rua para Rua do Motor Espiritual. Tem o sentido de deixar a Rua com a responsabilidade de mover dentro do bairro a prática dos princípios espirituais, e servir de exemplo para a cidade.
Nessa reunião específica será informada com mais detalhes o objetivo espiritual da AMA-PM, com distribuição das normas de conduta onde cada membro se comporta como um irmão do próximo. A possibilidade de ajuda solidária poderá ser implementada em todos os níveis de envolvimentos, com a classe mais abastada junto aquela mais necessitada. Existirá a possibilidade de adoção de famílias inteiras, de pais ou mães idosos e desamparados, de crianças carentes e mal orientadas, de jovens em trabalhos indignos ou equivocados, e no amparo das vítimas da violência.
Trabalharemos a possibilidade de um espaço mensal na mídia para a divulgação mais ampla deste trabalho dentro da comunidade natalense como um todo. Ficaremos sempre atentos a receber críticas, apoios e sugestões de todas as áreas, sem nenhum preconceito, uma forma de ouvidoria para o aperfeiçoamento deste trabalho.
Reunião realizada na Escola Olda Marinho, em 09-07-15, as 19h, com a presença das seguintes pessoas: 1. Radha 2. Adriana 3. Edinólia 4. Ruth (1ª vez – Profa. Escola Laura Maia) 5. Emilson (1ª vez – matemático) 6. Costa 7. Netinha 8. Marisa 9. Paulo Henrique 10. Francisco Rodrigues 11. Silvana 12. Nivaldo 13. Nazareno 14. Marlene 15. Davi 16. Osmar 17. Clarisse (1ª vez – mestranda em associativismo). Foi lido como preâmbulo da reunião um “Pensamento do apóstolo Paulo”. Em seguida foi lida a ata da reunião anterior que foi feita por Damares e aprovada sem alterações por unanimidade; a prestação de contas do mês de junho também foi lida e aprovada com duas correções nos termos: no quadro receitas onde se lê “balanço”, leia-se “balaio”; e no quadro despesas onde se lê “despesa pessoal, leia-se “despesa residual”. Durante o mês de junho devido a festa do São João, a receita ficou em 4.886,00 e a despesa em 2.511,27, ficando um saldo em dinheiro de 2.831,12 e que somado aos empréstimos, camisas e poupança soma o valor total de 5.016,93. Informes: Ruth, professora de dança, informa da possível transferência de alguns alunos da Escola Laura Maia para esta escola, devido reforma que está sendo realizada; Emilson informa que tem experiência em empreendedorismo e que pode colaborar com o projeto de hospedagem comunitária que foi sugerido por Rosário; Marlene informa que tem uma barraca na Praia do Meio, ao lado da imagem de Iemanjá, e que se coloca a disposição para entregar convites aos barraqueiros para uma breve reunião que a AMA-PM pretende realizar com todos; Clarisse apresenta a cópia de um documento que instrui sobre a forma de criação de Associações e se coloca à disposição para a efetivação legal da nossa. Osmar apresenta o seu projeto de escola de Karatê, diz que pode funcionar de 2ª a 4ª feira e que já está pronto para começar. Paulo Henrique ficou de ver junto com Zélia a possibilidade da implantação do projeto mais educação, junto aos nossos professores voluntários que já realizam o trabalho. Edinólia trouxe o lanche da semana, bolo, café e chá. Ficamos de fazer uma tabela sequencial de quem se responsabilizaria por esse lanche, mas o tema não foi colocado em discussão e continuará a ser realizado por algum voluntário no dia. Paulo conduziu a oração do Pai Nosso ao final da reunião as 20:30h e todos juntos fizemos as fotos oficiais.
Acordei hoje com um sonho vívido na minha mente. Por algum motivo um professor havia cancelado duas aulas, cada uma correspondendo a duas horas aulas, que não podia vir dar, e eu terminei assumindo essa responsabilidade sem dominar o assunto. A disciplina era de história, mas os alunos eram da turma de medicina, e logo eles perceberam minha dificuldade em cumprir essa tarefa. Mesmo assim fiquei matutando na melhor forma de fazer isso, e logo veio uma ideia. Eu diria a todos que a aula iria ser campal, que nós iríamos para o Campus e nos reuniríamos em frente à Cooperativa Cultural. Cada um lesse o assunto correspondente as duas aulas que nós iríamos dar em só um momento. Se cada aula corresponde a duas horas aulas, cada de 50 minutos, então teríamos a nossa disposição 200 horas aulas. Combinaria então com os alunos para nos encontrarmos as 9h e encerraríamos as 12:20h. Cada um devia ler previamente o assunto e quando nos encontrássemos as 9h cada um ou grupo de dois ou três, poderiam dizer o que iriam encenar, após acordo prévio com os colegas por celular.
Dessa forma eu garantiria que todos lessem com atenção o assunto e chegassem a decorar mesmo o trecho da sua performance nesse teatro improvisado. O desempenho de todos na performance dramática que necessariamente iria ser utilizada, serviria de mecanismo de fixação da aprendizagem adquirida. Poderia também ser usados os equipamentos comunitários adjacentes, como Reitoria, TV e Rádio Universitária como ambientação do cenário.
Estava fazendo essas elucubrações dentro do sonho quando acordei. Tudo estava vívido em minha mente, cenas, sentimentos e pensamentos, o que raramente acontece com os meus sonhos. Geralmente os esqueço, não lembro nem mesmo no momento imediato do acordar. Muito provavelmente é mais um recado de Deus para mim, mas ainda não consegui decifrar.
Sei que é uma improvisação que eu devo fazer para levar as pessoas ao aprendizagem e fixação de um assunto. Mesmo que eu não domine por completo esse assunto. Estou pensando agora... será relacionado com o meu trabalho comunitário cristão na Praia do Meio? Estou tentando aplicar um trabalho cristão sem a formação de um sacerdote cristão, ou mesmo um pastor evangélico. Sou simplesmente um acadêmico da área da saúde, um profissional da psiquiatria, como posso ensinar com tanta ênfase, profundidade e produtividade tal assunto? Mas é isso que o sonho quer passar. Eu não dominava o assunto de História ao qual fui incumbido, mas aceitei o encargo e logo estava colocando a criatividade para funcionar no melhor proveito da tarefa. Não será isso que Deus quer dizer? Que eu devo ensinar o Evangelho na prática, envolvendo alunos (associados), pessoas e instituições? Num trabalho que parece uma encenação, mas por trás tem todo um conteúdo prático e transformador?
Sim, acredito nisso! É essa a mensagem que o Pai me transmitiu neste sonho. Ele quer que eu prepare os associados da AMA-PM na condição de um professor, papel este que já desempenho. Tenho agora que preparar um roteiro onde cada um desempenhe o seu papel de evangelizador na prática e ao mesmo tempo recrutador de novos braços e corações para o trabalho a ser realizado. As instituições devem ser ocupadas, principalmente aquelas ligadas a mídia; os serviços públicos devem ser acionados no seu contexto democrático de servir a população, mas imbuído da responsabilidade de também servir ao Pai, com a compreensão de que Este é o gestor máximo de nossas vidas.
Vejo que o trabalho é enorme, as dificuldades são grandes, mas o cenário está posto, o Pai continua a enviar pessoas com o perfil de colaboradores dessa grande Seara. E o Pai confia em mim, por isso estou aqui e penso assim!
Procurando compreender o simbolismo que o Cristo nos ofertou durante a última ceia com seus apóstolos, quando disse que o pão era seu corpo e o vinho seu sangue, podemos fazer algumas considerações.
Como Jesus era um Mestre por excelência e defendia a existência do mundo espiritual e um Pai para todos nós, Ele dizia também que esse mundo espiritual era muitíssimo mais importante que esse frágil e passageiro mundo material. Ensinava que devíamos nos desapegar das posses materiais e tentações dos desejos carnais, pois isso de nada importava quando chegasse o momento da passagem do mundo material para o mundo espiritual.
Essa passagem do mundo material para o mundo espiritual que chamamos de morte, para as pessoas materialistas corresponde ao extinguir da vida, que tudo desaparece, que nada mais existe para quem morre. Porém Jesus ensina que isso não é verdade, pois o ensinamento que Ele traz mostra que a vida não se resume apenas na existência organizada e funcional de um corpo físico, e que depois que isso não é mais possível outra existência, a espiritual, será percebida com mais clareza. Por isso Ele dizia: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. Queria dizer assim que os ensinamentos que Ele trazia para o mundo era o Caminho por onde devíamos seguir, que nessa trilha estava a Verdade e que iríamos perceber que a Vida nunca deixará de existir, mesmo que ela esteja descolada do laço material com a carne e passe a ter consciência de um ser espiritual. Por isso Ele afirmava, “Quem crê em mim terá a vida eterna”, pois sabia que esse corpo material era apenas um detalhe passageiro, como Ele mesmo provou com a ressurreição de Sua consciência num poderoso corpo espiritual, capaz de ser tocado e de ascender aos céus.
O Mestre sabia que não estando presente entre nós de forma material, num corpo físico, as Suas lições espirituais terminariam por perder força com o tempo corrido pelas gerações no domínio da matéria. Portanto, foi com sabedoria que Ele associou o seu corpo ao pão e o vinho ao seu sangue, no último momento que estava com todos os apóstolos. Ele criou assim um simbolismo para quem viesse a ter notícias sobre Seus ensinamentos, pudesse incorporar ao seu corpo e pensamento as características do Mestre, bastava para isso acreditar nas Suas lições.
Por isso nós, da AMA-PM e Projeto Foco de Luz, que acreditamos no Cristo e estamos procurando aplicar Suas lições na prática nesta comunidade, como assim é a vontade de Deus para todo o mundo, vamos também usar o simbolismo que ele nos ofereceu, adequando-o a nossa realidade. Iremos oferecer a cada reunião o trigo, na forma de pão, bolos ou correlatos, como correspondentes do Seu corpo; e a uva, na forma de vinho, de sucos ou correlatos, correspondentes ao Seu sangue. Aplicaremos assim, com alegria e harmonia, numa espécie de sacralização, o simbolismo que ele nos ensinou, ingerindo os frutos da Natureza para alimentar o nosso corpo material, mas com a essência forte do Seu espírito para alimentar a nossa alma. E este é o nosso principal objetivo!
Jesus, durante a última ceia com os apóstolos, sacramenta o símbolo que oficializa a relação com a espiritualidade quando fala que o pão é a Sua carne e o vinho o Seu sangue.
Da Vinci escolheu esse momento como o cenário ideal para codificar seus conhecimentos simbólicos na pintura “A Santa Ceia”, o momento em que Cristo faz para todos a revelação – quase pagã – de que identifica seu corpo com o pão e o sangue com o vinho. O pão para o cristão tem o sentido de sacrifício, sacro-ofício, comer o pão se torna um ofício sagrado. Ou seja, reconhece-se o que há de espiritualidade no trigo em Sua mão. O sacro-ofício é isso, transformar o ato prosaico em um ritual de comunicação com o divino. Ao mesmo tempo, beber o vinho ganha o sentido da remissão e lavagem de pecados. O sangue simboliza aquele que passa por todos os órgãos. Se olharmos os doze signos como as diferentes partes do corpo humano – como faz a astrologia tradicional -, o sangue é aquele que percorre e alimenta indiscriminadamente e por igual os diferentes órgãos, distribui-se igualitariamente.
Cristo coloca o símbolo à disposição dos discípulos como um caminho para a realização espiritual, um vínculo que possibilite a “salvação”. Em João 6:54, Cristo fala: “Aquele que como e a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o levarei até o último dia.” Ele mostra para todos que acham que viver no corpo é estar preso ao corpo, que lidar com o sentido simbólico no relacionamento com o material é uma maneira de escapar das limitações deste universo material.
Ao apresentar a sacramentação de um ofício cotidiano simples como ritual de religação ao sagrado, Ele cria a possibilidade de uma missa pessoal. Judas Iscariotes entregou o corpo físico do Cristo para os romanos, e Jesus está entregando seu corpo e sangue espiritual aos apóstolos, discípulos e crentes. A partir desse dia Ele não estará mais presente e disponível no corpo, mas em qualquer cálice ou em qualquer pão para quem quiser vê-lo com sinceridade. Sua energia não estará mais limitada, mas dispersa por toda a existência e disponível a qualquer um no ritual diário do pão e do vinho. Deixou de ser privilégio de poucos discípulos escolhidos, mas de quem tiver sensibilidade. A Era de Peixes, a Era do Cristo, está sintonizada com o contato incorpóreo com a espiritualidade, dependendo totalmente da espiritualidade para esse contato.
O sangue e o vinho são dois símbolos do signo de Peixes, a Era que o Cristo veio inaugurar; e o pão e o trigo são símbolos de Virgem, o signo da Terra, da Natureza, dos druidas, das bruxas, o signo que tendia a ser esquecido nessa Era. Cristo nesse momento atenta para a importância da complementaridade entre os opostos.
No trabalho da pintura de “A Santa Ceia”, Da Vinci deixou um espaço entre os apóstolos e o Cristo, um vazio que tem que ser atravessado para se chegar à unidade que o Cristo representa. Qualquer que seja o apóstolo, qualquer que sejam suas particularidades, ele tem que atravessar o vazio para chegar ao centro, ao eixo, ao eixo do universo. É a manifestação última, é a consciência do vácuo a ser percorrido até o divino.
Talvez sem perceber, ou talvez esta seja mais uma forma de representar o conhecimento do que hoje a mecânica quântica nos mostra, quando informa que o elétron tem que passar pelo desconhecido de vazio para saltar de uma camada para outra, para chegar ao centro divino que está tão longe da materialização, mesmo que seja de um simples elétron.
São esses universos diferentes, material e espiritual, que estamos cada vez mais sendo capazes de introjetá-los em nossa consciência.