Em 18-06-15 teve início a mais uma reunião regular do Projeto Foco de Luz e AMA-PM com a presença das seguintes pessoas: 1. Edinólia 2. Radha 3. Daniel 4. Damares 5. Cíntia 6. Maria das Graças 7. Paulo Henrique 8. Nivaldo 9. Silvana 10. Lucy 11. Elita 12. Ana Gomes 13. Miriam 14. Maria de Jesus 15. Nazareno 16. Luzimar 17. Davi 18. Naire 19. Netinha 20. Ezequiel 21. Francisca Gomes 22. Inácio Bernardo e 23. Damiana. Foi lido como preâmbulo da reunião uma oração escrita por Paulo Coelho. Logo em seguida foi feita a leitura da reunião anterior que foi aprovada na íntegra por unanimidade. Informes. Paulo diz que a direção do colégio autorizou a realização das aulas de jiu-jítsu e boxe nas suas dependências. Quanto à doação de bolas, troféus e bicicleta, terá uma resposta amanhã. O trabalho da comissão formada por Davi, Paulo e Ezequiel se concentrou na visita aos vereadores para o apoio na festa do São João. Davi informa que amanhã fará a divulgação do São João dentro da comunidade com os cartazes. Netinha diz que ainda não começou os preparativos da decoração. Clube de Mães. Foi colocado esse ponto de pauta porque está havendo uma boa frequência de mães na reunião e que a maioria fica apenas ouvindo a discussão, sem uma participação efetiva. A proposta da criação de um clube de mães ligado a AMA-PM foi bem aceita pelas presentes que se comprometeram a trazer mais mães na próxima semana para se criar uma diretoria provisória com o objetivo de efetivar um clube logo após a festa de São João. Festa de São João. Edinólia avisa que receberá na próxima quinta feira todos os carnes que foram para venda. A lista de doadores está com Cíntia. A Secretaria de Turismo e o secretário Ranieri prometeram cinco barracas e banheiros públicos. Confirmada a contratação do som por 600,00 reais. Paulo irá conseguir seis troféus para as quadrilhas. Francisco ficará encarregado da locução do evento. Damares sugere a formação de uma fogueira artificial, para evitar o risco de acidentes com crianças e manter o espírito junino. Damares apresenta o modelo de camisas que ira ser confeccionada e vendida por 15,00 reais para os trabalhadores da festa. Luzimar informa que no dia 05-07-15 haverá uma ação solidária adventista durante o dia na Rua do Motor. Graça informa que no período de 23 a 27-07-15 haverá a festa de Santana. No dia 23-07, quinta-feira, a AMA-PM fará a reunião dentro do evento da igreja e no dia 25-07, sexta-feira, haverá o jantar. Graça e Luzimar colocaram livros e CDs evangélicos para a comercialização com os interessados. Ao chegar as 20:30h todos ficamos de mãos dadas em círculo e Graça conduziu a oração do Pai Nosso. Encerramos com todos posando para a foto oficial.
Saulo de Tarso, quando jovem, considerava que o seu temperamento era um espinho na carne e que seria sempre assim. Ele procurava amar a Deus sobre todas as coisas, e chegava a odiar a humanidade por ser tão pecadora, promíscua. Seu pai certa vez, conversando com um rabi, amigo, colocava suas preocupações quanto ao futuro do filho: “Só sei que o próprio Deus disse que não é bom para o homem viver só, sem companheira. Ele criou Eva para Adão. Moisés tinha mulher. Os profetas também. Como meu filho ousa, então, dizer que não se casará, que dedicará a vida unicamente a Deus? Com essa decisão, não violou as verdadeiras Palavras de Deus? Um homem que serve a Deus também é humano e Deus não apenas proveu as suas necessidades, mas ordenou-as como um dever”.
O seu amigo rabino retrucou: “Há uns que só podem servir a Deus sem serem distraídos, mesmo por uma mulher e filhos encantadores. Não são muitos, mas os conhecemos e decidimos não denunciá-los. São mais fracos que nós? Ou mais fortes? Não sabemos. Nós, rabinos, casamos; nem por isso servimos menos a Deus, tendo mulher e filhos. Frequentemente, nossas mulheres nos encorajam, pois é um caminho solitário, sombrio, amargo e silencioso o que um homem trilha sem mulher. Uma boa mulher muitas vezes nos aproxima de Deus. Mas há outros cujas almas estão tão cheias de Deus que não há espaço para o amor humano. São raros. Mas também os conhecemos. Não ousamos recriminá-los.”
Eis o espinho na carne de Saulo, viver sozinho, sem a companhia de mulher e filhos, por se afastar delas tentando ao máximo se aproximar de Deus.
Posso considerar também na minha carne um espinho parecido, também vivo só sem a companhia constante de mulher e/ou filhos. Porém não é porque me afasto das mulheres tentando me aproximar de Deus, pelo contrário. A missão que Deus me deu foi a de me aproximar o máximo possível, de todas que Ele coloca no meu caminho, respeitando e obedecendo a Lei do Amor Incondicional. A consequência seria eu viver na companhia de várias mulheres, incluindo outros companheiros que elas tivessem interesse em conviver, junto com os filhos de todos, formando a família universal. No entanto, os instintos poderosos da animalidade, respaldados pelos sentimentos egoístas, trazem logo o ciúme para o contexto e assim a intolerância surge e a separação se torna inevitável.
Este é o espinho que devo tolerar na minha carne, a condição de viver sozinho sabendo do paraíso terrestre que um dia iremos construir quando conseguirmos formar a família universal. Este papel de bandeirante nas selvas do egoísmo para resgatar no fundo da alma de meus irmãos humanos, a centelha do amor que o Pai nos legou, tem como consequência a minha solidão, o meu espinho na carne. Somente o amor do Pai e a certeza de que estou tentando fazer a Sua vontade neste projeto, é que me dá forças para ir em frente sem olhar para trás
Parece que Deus foi mais ostensivo comigo hoje. Sempre estou preocupado com essa questão de ver em quase tudo que me acontece a mão de Deus, até mesmo a comunicação através dos mais diferentes meios. Pois hoje Ele enviou um pastor de igreja evangélica especialmente para falar comigo.
Estava sentado numa mesa para tomar um açaí com minhas duas companheiras quando ele surgiu distribuindo panfletos evangélicos. Foi à nossa mesa primeiro e ali ficou a conversar durante todo o tempo, sem visitar outras mesas, apesar dos pedidos insistentes da filha e esposa para irem embora.
O panfleto que ele entregou tinha o título “Deus não abandonou você” e citava um trecho de Isaías: “Mesmo que isso acontecesse, eu nunca esqueceria vocês... o seu nome está escrito nas minhas mãos (49, 15-16). E nos comentários havia a colocação de que “Deus jamais se esquecerá de você! Ele conhece você e traçou um plano maravilhoso para a sua vida. Você pode conhecer este caminho ao buscar Deus, deixando-O guiar os seus passos”.
Será que essa referência de abandono diz respeito ao tempo em que eu ainda procurava Deus e não conseguia percebê-Lo em minha consciência? Que apesar de eu não reconhecê-Lo, mesmo assim Ele jamais me abandonou? Mesmo que eu não soubesse ainda, eu estava trilhando o caminho que Ele preparou para mim. Então eu estava no caminho certo, estava buscando Deus até encontrá-Lo. Agora que sei da Sua existência e que Ele está sempre perto de mim a intuir e ensinar, principalmente através das lições que o Seu principal filho, Jesus, nos deixou, por que ainda fico levantando dúvidas na minha mente e tenho medo que eu esteja no caminho da loucura? Pois então Ele mandou esse pastor com esse objetivo. Informar que Ele tem diversos filhos que escutam a Sua voz e procuram seguir Suas lições e orientações.
O pastor falou das diversas formas como Deus se comunica consigo, com passagens da Bíblia, com vozes que soam dentro ou fora de sua cabeça, com pessoas que falam o que Deus sente que ele precisa ouvir... da mesma forma que ele está fazendo comigo e talvez nem tenha essa compreensão, de que está sendo instrumento de Deus para me passar essas informações. Será que as minhas companheiras tiveram a mesma percepção, de que isso também seria uma mensagem que servia para elas? Talvez outro trecho do panfleto poderia ser a mensagem do Pai para elas: “Talvez voce tenha passado ou esteja passando por um momento de solidão, de sentimento de abandono ou de dor profunda da alma. Parece que ninguém pode compreender a sua dor. É como se Deus tivesse abandonado você. Expectativas se frustraram e sonhos evaporaram. Parece não haver uma razão para continuar a viver”.
São essas circunstâncias, são esses fatos, que justifico como mensagens de Deus, que a maioria das pessoas creditam apenas ao acaso, a atividades simplesmente explicadas pelas motivações religiosas/espirituais ou monetárias/materiais, que não tem nada de um Deus onipotente e onipresente como autor. São essas pessoas materialistas, a maioria detentora do saber acadêmico, que se acham no direito de achar quem assim se desvia tanto da norma, ser um candidato a loucura.
Eu tenho duas opções: a primeira é de me submeter a opinião da maioria e deixar todas essas interpretações do divino em vida de lado e procurar crescer materialmente, tanto dentro da academia quanto dentro dos círculos políticos e financeiros, usando todas as armas que todos usam, procurando ser o mais competente possível, para deixar para meus descendentes um bom patrimônio que não posso levar para onde eu for. A segunda opção é a de manter a coragem de permanecer no caminho que Deus construiu e indicou para mim, aceitando de bom grado todas as informações que Ele envia através das diversas formas de expressar as Suas palavras, procurando ser o mais competente possível para criar uma fortuna de virtudes que eu possa levar quando for o momento da minha partida para a pátria espiritual.
Com essa compreensão, fica claro que eu decidirei pela segunda opção. Apesar do risco do mundo me chamar de louco, estarei bastante satisfeito ao lado do Pai e sendo obediente à Sua vontade, de acordo como Ele a coloca em minha consciência através de Suas palavras codificadas pelos mais diversos meios.
Juliano de Espira, ao escrever a biografia de Francisco de Assis (Fontes Franciscanas e Clareanas, cap. VII), citou o fato de ele ter enfrentado muitas e graves agressões e ofensas, antes de chegar ao próprio Sultão, na viagem que fez à Síria, época em que se travavam combates diários entre cristãos e infiéis. Com eloquência ele rebateu as palavras que ladravam contra a fé cristã. O sultão, porém, recebeu-o com a máxima honra e ofereceu-lhe muitos e preciosos presentes. O Santo de Deus, no entanto, considerava tudo aquilo um desprezível esterco. Por isso, o sultão ficou ainda mais admirado diante de um homem tão diferente dos outros e o ouviu com a maior atenção. Mas nem por isso o ditoso homem viu cumprido o seu desejo; por uma graça especial, o Senhor lhe reservou o privilégio de carregar, de forma admirável, os sinais das chagas.
Eis aqui o que me chamou a atenção, o que liga o meu nome a Francisco de Assis, por uma característica especial: as chagas. São Francisco procurava seguir com o maior rigor o exemplo do Cristo, na pobreza, no amor e até no padecimento; ansiava sofrer as mesmas chagas da crucificação, como um marco espiritual importante para a sua alma. Com esse propósito é que ele viajou para a Síria, em pleno cenário de guerra, para falar com o chefe do exército contrário, imaginando que poderia sofrer suplício em defesa do nome do Cristo.
Não tenho a ambição espiritual de Francisco de Assis, de ficar mais próximo de Deus através da mortificação do meu corpo de nenhuma maneira, a não ser com os jejuns que faço esporadicamente. Mesmo assim não é para castigá-lo por ele desejar o prazer da comida, e sim para disciplinar e não provocar doenças que sei que a obesidade provoca. Então não é uma mortificação corporal em busca da aproximação de Deus ou sofrer um pouco parecido com aquilo que Jesus sofreu. O meu objetivo com o jejum pode até também ter uma conotação espiritual, de manter saudável o templo de Deus, como pode ser considerado o corpo. Mas essas chagas corporais eu não procuro, e no entanto o meu nome tem essa sinalização. Com certeza existe um propósito, como tudo que Deus coloca em nossas vidas. Não fui eu que me batizei e escolhi o nome, mas as circunstâncias do meu nascimento assim favoreceu a colocação deste nome: Francisco das Chagas.
Ao fazer uma procura mental para justificar o nome, imagino o seguinte. Pode ser que não tenha nenhum significado, como tantas pessoas que têm este mesmo nome que tenho e não têm essas preocupações. Acontece que eu estou sempre sintonizado com aquilo que Deus está fazendo ou fez na minha vida, para explicar a minha conduta atual e os meus projetos e expectativas futuras. Se Ele proporcionou que o meu nome tivesse essa partícula de “Chagas”, que implica em sofrimento, relacionado a Francisco de Assis que assim procurava por ele para fazer a Sua vontade, como ele imaginava, será que não tenho também nesse caso um mesmo paralelismo? Eu procuro fazer a vontade do Pai seguindo as lições do Mestre Jesus, assim como Francisco de Assis. Agora, o meu foco é diferente. Enquanto Francisco elegeu a Pobreza como o foco principal e a mortificação dos desejos do corpo como um caminho a seguir, eu elegi o Amor Incondicional como o foco principal e o uso dos desejos corporais como alavanca ou motivação para essa realização; para tirar o corpo da ociosidade da preguiça ou do repouso, em busca da ação solidária, fraterna, mesmo que isso implique em relacionamentos íntimos. O caminho escolhido por Francisco de Assis incluía como consequência o surgimento das chagas corporais; o caminho que escolhi inclui como consequência o surgimento de chagas emocionais.
Assim pode se justificar o meu nome dentro dos projetos de Deus. Também tenho a preocupação de Francisco, de manter ocultas essas chagas. Para ele era mais difícil, pois eram chagas expostas no corpo. Para mim é mais fácil, pois são chagas expostas na alma, longe dos olhares curiosos, a não ser quando as lágrimas indiscretas denunciam o meu padecimento.
Na sexta feira, dia 12-06-15, durante a reunião no Centro Cruzada dos Militares Espíritas, surgiu uma temática que terminei envolvido profundamente. Uma jovem participante relatava o sofrimento que vivenciava ao sair com o seu namorado e este apenas lhe acusa nos seus defeitos. Ela não se sentia bem com essa atitude dele e sofria bastante quando estava ao seu lado. No entanto, quando ele a convidava para sair ela aceitava, pois tinha um amor por ele. Todos os presentes consideravam que esse tipo de amor era doentio, pois estava gerando sofrimento, ela não se sentia bem ao lado dele.
Foi nesse ponto que eu fiz uma reflexão íntima e disse que tinha um exemplo parecido com esse, comigo mesmo. Todos ficaram surpresos, principalmente a jovem, que me via como terapeuta acima dessas questões grosseiras de um afeto doentio.
Eu disse que tinha duas companheiras que sofriam por permanecer dentro de um relacionamento comigo, eu que tenho uma perspectiva do amor diferente da perspectiva que elas têm. Enquanto eu penso e pratico o amor inclusivo, onde podem permanecer duas ou mais pessoas num relacionamento íntimo comigo, elas pensam que o amor deve ser praticado de forma exclusiva, que somente um par deve se manter com extrema fidelidade. Quando qualquer uma delas está comigo, se sentem bem, são respeitadas, consideradas, seus defeitos não são colocados acima de suas virtudes. Quando estão longe de mim sofrem, por imaginar que eu esteja com outra proporcionando o mesmo bem estar que elas usufruíram, o que na maioria das vezes é verdade. Dessa forma, o tempo de bem estar comigo é sempre menor que o tempo de sofrimento que elas têm com a minha ausência.
Então, é nesse ponto que eu pergunto: esse amor que elas sentem por mim também é doentio? Sabendo que o tempo de sofrimento é sempre maior que o tempo de prazer? Vamos imaginar que o veredicto de todos nesta sala é de que sim, esse amor também é doentio. E da mesma forma que foi orientado para a jovem deixar o seu amor doentio, também seria orientado para essas pessoas que se relacionam comigo. Agora, diferente da jovem que está nesta sala, que já decidiu aceitar a sugestão dada e acabar o seu relacionamento e amor doentio, as minhas companheiras não estão dispostas a fazer isso. Então, seria justo eu tomar a iniciativa e acabar o relacionamento com todas e não voltar a me relacionar intimamente com mais ninguém, pois todas pensam de igual forma? Sabendo que ao fazer isso eu vou aumentar o sofrimento de cada uma delas? E esse sofrimento que minhas companheiras têm é da mesma natureza do sofrimento dessa jovem da sala? Será que o sofrimento dela é negativo e o sofrimento de minhas companheiras é positivo? A minha consciência tende a acatar essa possibilidade. O sofrimento dessa jovem que está na sala é negativo, pois é decorrente da baixa autoestima que alguém imprime sobre ela. O sofrimento das minhas companheiras é positivo, pois é decorrente dos impulsos egoístas, animais, que desejam a pessoa amada exclusivamente para si e se veem forçadas a acatar outras pessoas dentro do círculo íntimo da afetividade.
Os argumentos negativos que são levantados, que se sentem desprezadas e os filhos abandonados, pois eu estou com envolvimentos afetivos com outras pessoas, não se sustentam. Digo assim porque quando estou de plantão nos hospitais e passo dias fora de casa, essa argumentação não surge, pois sabem da importância desse trabalho para o abastecimento material da família. Então, quando eu passo dias fora de casa visando o meu abastecimento emocional que exige a participação de outras pessoas, eu não posso realizar porque minha companheira não permite? Mesmo sabendo que a mesma necessidade de abastecimento emocional com outra pessoa, se necessário, também a minha companheira é permitida?
Devido a isso permaneço mantendo a situação, pois considero o sofrimento de minhas companheiras como positivo, um sofrimento que leva à correção do egoísmo íntimo que cada uma possui. Quando esse egoísmo for vencido, com certeza o sofrimento desaparecerá, a harmonia tão procurada será encontrada e estaremos todos dando o primeiro passo para a construção do Reino do Pai.