Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
26/12/2012 23h04
A LUZ DO CRISTO

            Quando consideramos a maioria da população, verificamos que o ser humano vive nos chiqueiros da imoralidade, da degradação, da corrupção. Talvez por isso, aquele que foi predestinado a ser o Salvador dessa humanidade por ordem do Pai, tivesse que nascer em uma estrebaria.

            Sem a luz do Cristo, ricos ou pobres, instruídos ou ignorantes, viveriam no aviltamento moral, presos à hipocrisia, à falsidade e aos seus impulsos egoístas de natureza animal, sem qualquer perspectiva de superação de suas motivações rasteiras.

            Mesmo com a luz do Cristo a iluminar muitas consciências, a fazê-las entender a necessidade de mudança do padrão animal para o padrão angelical, para a criação do Reino de Deus a partir de nossa mudança interna, e dos padrões de nossos relacionamentos, ainda sentimos muita dificuldade de colocar essa luz crística em nossa prática cotidiana.  

            Eu tive conhecimento dessa luz desde a tenra infância, com a primeira comunhão, missas, e outros eventos católicos onde minha prática espiritual era direcionada por minha avó. Apesar de estar na presença da luz, foi depois de muito tempo, já amadurecido, já formado, já com filhos, que percebi a essência dessa luz e da importância em minha vida. Hoje procuro a colocar em prática, colocar o candeeiro acima da minha cabeça para que todos também percebam a luz. Procuro retirar os entulhos egoístas do coração, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo. Apesar dessa firme determinação, ainda sinto que estou muito distante de uma perfeição. Uma simples oração, um ato de agradecimento, de comunicação com os entes espirituais que nos assistem constantemente, eu não consegue realizar com eficiência, com disciplina. Qualquer prazer ou desprazer consegue eu desviar do caminho da perfeição e entrar por desvios que não levam a nada de positivo. Felizmente eu me considero, sem falsa modéstia, que estou um pouquinho acima da média quando é considerada a capacidade de perceber a luz e a de integrar no comportamento. Sei de muita gente, a maioria, que mesmo seguindo na teoria o que preconiza a luz, na prática não conseguem se desvencilhar dos interesses materialistas e a luz do amor incondicional fica encoberta nas trevas da incompreensão, intolerância, preconceitos e tantos outros vícios e pecados.

            Rogo ao Pai que permita sempre a minha sintonia com a LUZ DO CRISTO e que eu seja um bom espelho na difusão com toda sua claridade ao meu redor, que seja capaz de iluminar a trilha de qualquer irmão que de mim se aproxime, sem qualquer forma de preconceito, sem qualquer tipo de ressentimento.

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em 26/12/2012 às 23h04
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25/12/2012 15h29
LOCAL IMPRÓPRIO

            Muita gente nasce em local impróprio. Mas por que Jesus teve que nascer numa estrebaria? Por que precisou ter por berço aquela manjedoura babada pelas vacas? Aquele ambiente cheirando a bode e outras coisas?

            Simbolicamente hoje é o dia que registra o nascimento de Jesus nessas condições. Mesmo que a Ciência coloque alguns reparos nessa história, o simbolismo do que ela representa não se alterará, sobreviverá até mesmo a recolocação dos registros dos dados. Permanecerá para sempre os paradigmas que Ele implantou e que começou pelo Seu nascimento em condições de aparência imprópria, pois tinha tudo a ver com o desenvolvimento de sua missão.

            Com essa percepção, também faço considerações sobre as condições de vida do meu nascimento e desenvolvimento até chegar ao ponto que me encontro, com plena consciência da minha missão. Como Jesus, também nasci em família humilde e nesse ponto já posso ver que as propriedades das condições de nascimento dEle servem como o modelo mais próximo para a maioria dos seres humanos.

            Os meus pais também eram trabalhadores assim como os pais dEle, com a diferença que os meus eram mais afetados pelos desejos da carne, principalmente meu pai que era dominado literalmente pelo desejo do sexo. Foi esse o principal fator que fez minha mãe ter separado dele e ter mudado para outra cidade. Levou-me consigo e por ter muitas dificuldades materiais, deixou-me aos cuidados de minha avó.

            Foi no ambiente de trabalho de minha avó que me desenvolvi. Era uma boate cujos lucros principais proviam da administração e exploração dos desejos do sexo, da carne. Ela hospedava prostitutas que se apresentavam aos clientes como peças de carne em exposição num açougue. Eram escolhidas pela vitalidade da carne, ausência de gorduras, de ossos, de áreas machucadas... depois de escolhida a garota entrava num quarto com o cliente para ser degustada, comida mesmo, como eles falavam. Minha avó tentava me isolar desse ambiente “comercial” e desviar minha atenção para o trabalho e o estudo. Devido a sua personalidade forte conseguiu ter um bom êxito, mas as custas dos efeitos colaterais em minha personalidade, a timidez exagerada. Eu não conseguia perceber aquele “comércio de carnes” que acontecia ao meu redor, mas percebia o sentimento das garotas, coisas que os clientes não percebiam. Eu percebia que elas também tinham mães e delas tinham saudades, que ganhavam o seu dinheiro mandavam para os pais ou filhos quando os tinham que também desenvolviam o amor e que esse se colocava altaneiro muito acima do comércio das carnes, que poderiam se deixar abater na cama dos famintos, mas seu coração permanecia puro ao lado de quem amavam.

            Naquela época eu não tinha condições de apreender tudo o que se passava ao meu redor, o abominável “comércio de carnes”, a nobreza do sentimento de amor. Depois de muito tempo, depois de ter saído daquele ambiente, depois de ter aprofundado meus estudos nas disciplinas acadêmicas, nas informações trazidas pela Ciência; depois de ter aprofundado meus estudos nos livros espirituais, nas informações trazidas pelos profetas, é que consegui resgatar o sentido histórico do passado em minha vida. Então eu pude ver a coerência e inteligência do que Jesus nos ensinou quanto a Lei do Amor e que meu próximo, seja ele quem for, e qualquer que seja o ambiente que o Pai o colocou para viver e evoluir, ele é meu irmão e semelhança de Deus.

            Descobri assim a propriedade das condições do meu nascimento e desenvolvimento. Eu estava escolhido pelo Pai para considerar e absorver a essência do Amor Incondicional ensinado por Jesus, para o aplicar sem qualquer influência de qualquer forma de amor distorcida por quaisquer interesses egoístas, sem qualquer preconceito de natureza mundana ou eclesiásticas.

            Assim como Jesus nasceu e se desenvolveu num ambiente de pobreza, violência e escravidão humana ao poder, para assim ser preparado para ensinar a Lei do Amor em contraponto à lei do revide, do olho-por-olho, dente-por-dente, seguindo com determinação a vontade do Pai, assim também nasci e me desenvolvi num ambiente de pobreza, indiferença e escravidão humana aos desejos da carne, para ser ensinado a colocar na prática a Lei do Amor Incondicional, da inclusão de todos os seres humanos, de tratar o próximo como o irmão que mesmo desconhecido é filho do mesmo Pai, e com a missão de seguir com determinação a vontade do Criador.   

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em 25/12/2012 às 15h29
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24/12/2012 20h44
É NATAL

            Hoje é o dia máximo da cristandade. Tudo envolto em forte simbolismo,amparado por alguns fatos reais. O nascimento de uma criança com toda a aureola de Messias, esperado como o salvador de toda uma raça que se mostrou em seguida o Salvador de toda a humanidade. Diversas correntes de pensamento passaram a interpretar de forma diferente o que Ele ensinou e daí o surgimento das diversas religiões cristãs. Todas consideram o Deus único, Pai do Messias e de todos nós. A principal lição que Ele nos deixou foi a de obedecer a Lei do Amor, representada na base pelo Amor Incondicional, e nos relacionamentos pelo comportamento de inclusão afetiva, evitando a exclusão egoísta. Infelizmente essas lições básicas do grande Mestre, ao qual tenho grande respeito e me considero seu discípulo, não são colocadas em prática. Podem até ser defendidas do alto dos púlpitos, dos palanques, mas quando chega a hora de a aplicar, somos inclinados a agir de acordo com o egoísmo que privilegia nossos parentes biológicos, nossos amigos e muitas vezes prejudicamos o próximo a quem não conhecemos.

            O simbolismo do Natal serve para que eu possa fazer uma profunda reflexão, relembrar as lições do Mestre, verificar o que eu entendi, o que consigo colocar em prática. Ter a humildade de aceitar as lições vindas de todas as fontes, já que a verdade não é apanágio de uma só pessoa. Devo respeitar o trabalho da Ciência na busca e interpretação dos fatos e assim mostrar uma verdade mais precisa. Devo evitar a prepotência de que sou o dono da verdade, ou os meus amigos, ou os meus parentes, ou meus concidadãos... a verdade pode estar na experiência de um simples analfabeto dentro de algum aspecto que o mesmo aprofundou suas atividades e interesse na vida.

            O simbolismo do Natal serve para reforçar o sentimento de humildade, de solidariedade, pois foi aquele menino nascido em uma manjedoura ao lado de animais e pastores, que influenciou tanto a humanidade que o tempo passou a ser contado a partir do seu nascimento, antes ou depois de Cristo. Suas lições, apesar de não serem praticadas pela maioria das pessoas,l, até mesmo pela maioria dos crentes, não deixam de ser defendidas em público.

            Aproveito o simbolismo desta data para reforçar os meus votos de discípulo, de estudar sua lição sobre a Lei do Amor e de procurar a colocar na prática, inclusive dentro da minha própria vida, nos meus relacionamentos. Mesmo que eu seja repudiado por causa disso, até mesmo por pessoas com muito amor, não posso tripudiar dos esforços do Mestre, de procurar aplicar suas lições.

            Sim, Mestre Jesus, podem tantos dizerem que não estás ao nosso lado, mas que um dia irás voltar... eu te vejo todo o dia na pele de um favelado, de um miserável, de um faminto, de um prisioneiro, de um hospitalizado... de um necessitado! Sei que estás ali à espera que eu aplique as lições que recebi. Sei que ainda não sou perfeito e que minhas notas não são as melhores, mas não sou um aluno displicente, Mestre, sei que devo me aplicar muito mais, e para isso peço ao Pai as forças necessárias.

            Mestre, não tenho mirra, ouro ou incenso para lhe presentear neste dia, mas lhe coloco aos seus pés a lembrança de uma velhinha que ajudei a atravessar a rua.

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em 24/12/2012 às 20h44
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23/12/2012 17h46
PONTUALIDADE E CARIDADE

            A pontualidade pode ser considerada uma das diversas formas de Caridade, do respeito que devemos ter por quem nos espera. Mas como tudo que envolve nossa vida depende das considerações e do contexto que possa existir em determinado momento, é importante que não nos sintamos obrigados a executar algo que está escrito, que consideramos correto e desconsiderar os apelos da consciência.

            Tenho um exemplo ocorrido ontem para justificar essa assertiva. Tinha um encontro marcado para visitar um amigo que prima pela pontualidade. Então, mesmo que assim não fosse, que ele não fosse tão pontual, seria a minha obrigação o ser. Acontece que na hora de sair de casa fui instado a dar uma carona inesperada a uma jovem que estava gestante, próxima de dar a luz, cerca de 15 dias. Mesmo assim ainda ia ao trabalho e teria que pegar 2 ônibus para chegar em casa, local próximo da casa do meu amigo. Foi nessa circunstância que minha amiga que estava indo comigo para a reunião ofereceu a carona, sabendo que eu não me oporia. Acontece que eu não iria lhe deixar no caminho de sua casa naquela circunstância. Desviei do caminho e entrei por estradas de difícil transito até chegar na sua humilde morada. Consequência, cheguei com bastante atraso na casa do meu amigo. Como ele é uma pessoa de profundos sentimentos cristãos, e nossa reunião tinha inclusive esse objetivo, de ver a melhor forma de servir ao Mestre Jesus, ele não teceu nenhum comentário sobre o atraso. Também não dei maiores justificativas, disse apenas de forma genérica que tinha entrado em ruas e mais rua se terminei por atrasar o nosso encontro.

            Acredito que tenha sido uma ocasião onde a pontualidade foi ofendida, mas caridade foi respeitada. E tudo no maior silêncio, como o Mestre nos ensinou a fazer, tanto o meu amigo por não falar nada sobre o meu atraso e do meu silêncio sobre a ação da carona imprevista.

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em 23/12/2012 às 17h46
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22/12/2012 01h19
GOVERNO

            O nascimento de Jesus foi cercado de uma auréola de poder, que estava nascendo um Rei, que seria instalado um novo reino. E na verdade foi isso que Ele passou a ensinar, que Ele era filho de Deus e que veio instalar um novo Reino na terra. Só que esse reinado não era baseado na força das armas, no poder político que o deveria lançar. Era isso que todos esperavam, mas Jesus passou a explicar que a revolução não aconteceria no exterior, na subjugação dos adversários externos; Jesus ensinava que a revolução deveria acontecer de dentro para fora, deveríamos primeiro subjugar nossos adversários internos, todos com raiz no egoísmo.

            A palavra profética de Deus anunciava que um menino iria nascer, que Ele iria ser o nosso governador, que seria o príncipe da paz. Esse governo do príncipe da Paz ainda não aconteceu. Porém várias etapas já foram cumpridas para o estabelecimento do Reino de Deus. Já houve o tempo da manjedoura, já houve o tempo da cruz, já houve o tempo do túmulo vazio. Há de chegar o tempo do Governo e com ele virá a paz, a solidariedade, o Amor Incondicional.

            Jamais esse Reino será constituído se não limparmos os nossos corações de qualquer resquício de egoísmo, seja qual fora sua forma. Do amor romântico com sua forte carga de exclusão; da inveja sutil ou declarada do próximo tentado o desacreditar frente os significantes; do ciúme perverso de alguém que pode estar usufruindo de algo que poderia ser seu; da raiva destrutiva com o potencial de lesar moral ou fisicamente o outro... Podíamos alongar muito essa lista de sentimentos negativos, todos com o DNA do egoísmo. Esta é a revolução que o Príncipe da Paz veio dar início e possibilitar assim o início do seu governo. Até agora não conseguimos alcançar uma massa crítica para isso ter início. Temos exemplos de pessoas muito valorosas que com empenho mostraram que é possível praticar as lições do Mestre, mas esses exemplos não chegam a motivar a maioria para sua aplicação prática honesta e coerente. Muitas vezes usadas essas informações espirituais para o reforço material de uns poucos em detrimentos da massa. Mas Jesus permanece no comando e com certeza terá estratégias para superar essas dificuldades. Da minha parte, me coloco como seu discípulo e se for declarada uma guerra espiritual, como parece já está acontecendo, me apresento como voluntário para ser mais um combatente nas forças do bem e lutar para o estabelecimento do Reino de Deus no nosso mundo material, a partir da transformação para o bem de meu coração, o limpando de qualquer “sujeira” egoísta que identifique dentro dele.

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em 22/12/2012 às 01h19
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