No Pão Diário de 2012, existe um texto interessante no dia 21 de outubro. Diz que “uma esferográfica é feita de muitas partes. Todas juntas formam um todo muito útil. Existem esferográficas caras e baratas, mas todas tem uma coisa em comum: uma esfera na ponta. É muito pequena, mas sem ela nada funciona. Encaixada no todo, no lugar certo, ela é de grande utilidade. Afinal foi criada para isso. Imaginemos, porém, que num belo dia aquela esferinha reivindique a sua liberdade. Ela não quer mais viver na pontinha da esferográfica. Fora do seu devido lugar, ela se tornaria uma esferinha qualquer. Perderia a sua utilidade e facilmente rolaria para qualquer canto.
Então, dessa compreensão do papel da esfera no conjunto do lápis esferográfico, extrapolo para a compreensão do meu papel no conjunto da vida. Também estou colocado em determinada condição social, profissional, espiritual... aproveito a conjuntura de todos ao meu redor e exerço a minha função, que é somente minha, assim como cada um também tem sua função que é somente dele, e também usa o apoio do conjunto, conjunto ao qual eu posso me incluir. Assim, todos somos ao mesmo tempo corpo do lápis em um momento e simultaneamente, esfera que escreve uma determinada história que é somente dele e que pode também escrever estórias a partir dele.
Sei que estou escrevendo a minha história, que é rica de elementos filosóficos e que devem ser vistos e compartilhados pelo conjunto, pois pode servir para auxiliar na história de muitos que considerem meus posicionamentos úteis e melhores até do que aqueles que eram por eles defendidos. Sei também que a mão que conduz a minha história traçando as linhas no papel da vida, é a mão de Deus. eu simplesmente me submeto a sua vontade, minha esfera não se recusa a escrever o que Deus determina, sou até mesmo quem pede que assim seja, reconhecendo que a vontade do Pai deve ser atendida para que aconteça a evolução harmônica do universo no qual estou incluído, e no meu lápis, sou uma peça importante.
É uma escolha de um tempo já amadurecido. Quando mais jovem, essa escolha não fazia sentido para mim. Eu tinha contato com a frase, com a ideia que ela representava, mas era algo muito distante e sem impacto. Não atraia nem repudiava, era mais como uma curiosidade. Hoje quando me deparo com a frase que antes nada em mim provocava, sinto um peso enorme na decisão. Sei o que ela quer dizer agora. Ela se coloca como opção a outra dedicação, a outro serviço que eu prestava a outro senhor: a mim mesmo! Fui educado a trabalhar e desenvolver todo esforço de estudos para alcançar postos salariais melhores colocados, criar um patrimônio, uma família, tudo isso no campo material, em benefício do meu próprio Eu. Trabalho, família, patrimônio, etc. Quando encaro o Servir a Deus, vejo que a opção central é com o Criador. Deixo de servir a minha própria vontade, para servir a vontade de Deus. Isso implica em caminhos que podem ser tortuosos e dolorosos.
Mas, decidi! Servirei a Deus. Existe uma compreensão ampla na minha consciência a esse respeito. Fazer a minha vontade, implica em fazer a vontade da carne, do corpo biológico que Deus me deu para que o meu espírito tivesse condições de aprender o máximo possível, tanto no que diz respeito a natureza externa, quanto a natureza interna. Saber que possuo instintos e motivações ligados à matéria e que me trazem prazer carnal; que posso perseguir esses prazeres, mas que tudo isso se volatiza quando chega o tempo da matéria se degradar e voltar a natureza externa.
Fazer a vontade de Deus leva a um prazer indizível e a uma felicidade imediata. Adquiri a consciência de que a criação de Deus é composta de toda a Natureza na qual estou incluído; que a força maior que existe na evolução de todos os elementos da Natureza é o Amor, que permeia em minha mente e direciona minhas ações. Fico assim sintonizado com todos os aspectos da Natureza e que dentre eles o mais importante é o ser humano, pois é imagem e semelhança de Deus. Acredito que no aspecto do livre arbítrio, pois é o único aspecto que Deus não interfere, é onde se expressa nossa individualidade e portanto podemos ficar ao lado de Deus, mesmo sendo sua criatura.
Então, tomando essa decisão de Servir a Deus em detrimento da minha vontade, estou trocando prazeres efêmeros associados à ilusão da matéria, por prazeres eternos associados à mecânica do Criador.
Ao ler a folhinha do Coração de Jesus, como faço de forma regular, no verso do dia 1-11-12 havia a seguinte mensagem intitulada “Testemunhas do Coração de Jesus (III)”, da qual fui intuído para fazer um check-list de minha condição espiritual, da mesma forma que fazemos a revisão nos nossos carros:
“Testemunhar o Sagrado Coração de Jesus é acolher como Cristo acolheu a todos (Rm 15,7), buscar a paz e a edificação mútua (Rm 12,19), preocupar-se em fazer o bem a todos (Rm 12,17). Viver em harmonia (Rm 12,16), solidariedade e hospitalidade (Rm 12,13), dirigir o coração para o amor de Deus e a perseverança de Cristo (2Ts 3,5). É manter-se firme na fé e nas tribulações (2Ts 1,4), viver uma vida digna do Senhor (Cl 1,10), permanecer alicerçado e firme na fé (Cl 1,23), procurando as coisas do alto (Cl 3,1). É revestir-se de sentimentos de bondade, humildade e paciência (Cl 3,12), com o amor, que é o laço da perfeição (Cl 3,14), e em tudo ser agradecido a Deus (Cl 3,15).”
Minha consciência diz que eu passei nesse contexto. Não verifiquei nenhum dos itens que eu não esteja cumprindo. Posso até ser falho com um ou outro, dependendo do contexto em que me encontro e das disposições internas. Foi o que aconteceu no dia 2-11-12 quando esqueci uma importante tarefa espiritual e devo falhado naquele momento com item de “edificação mútua” e de “procurar as coisas do alto”. Mas foi uma falha, reconheço agora, sem características de catástrofe. O que mais importa é ter verificado que estou com as vestes próprias do soldado de Cristo, sou testemunha do seu coração, para usar a linguagem da folhinha.
Tenho uma missão espiritual e responsabilidades materiais. Ambas são importantes, mas a missão espiritual é o meu compromisso maior para com o mundo que em breve retornarei onde a vida se expressa com realidade e não iludida pela efemeridade das formas materiais. Tem um intervalo entre uma e outra que é o tempo tirado para o lazer, viagens, famílias, etc. Mesmo dentro dessa atividade de lazer ainda posso fazer um desvio de tempo e cumprir alguma responsabilidade material ou missão espiritual. O contexto da missão espiritual é muito amplo e posso estar cumprindo minha missão no simples acolher dos amigos, solidariedade com todos, paciência com os exageros, arroubos ou omissões de alguns... mas eu ainda pretendia mais no dia de ontem. Convidei uma amiga e sua filha para o nosso encontro no flat localizado na praia com intenção de comermos e brincarmos e também fazer uma reunião de cunho filosófico/espiritual. Era uma atividade que eu iria fazer pela primeira vez que se encaixaria muito bem no escopo da minha missão. Mas o que aconteceu? Brincamos, comemos, jogamos... e esqueci completamente da tal reunião, da “Reflexão Filosófica”.
Agora ao fazer este texto e lembrando dessa falha que aparentemente para ninguém aconteceu nada. Tudo correu dentro do melhor possível, todos saíram satisfeitos do encontro, não houve conflitos, somente muito riso e brincadeiras. Mas agora fazendo a minha reflexão, vejo o que considero uma falha enorme. Tenho a consciência que estou engajado nas hostes de Jesus, no compromisso que Ele tem de contribuir o mais rápido possível na espiritualização das pessoas. Não há tempo a perder e também da minha parte. Já tenho mais de 60 anos, com um tempo de seis anos para mostrar uma efetividade real nesse campo espiritual. Não posso me dar ao luxo de tamanha falha! Não posso me envolver nas brincadeiras como uma criança descompromissada e esquecer a tarefa que tenho nas mãos, na cabeça e no coração.
Peço perdão ao Mestre pela falha e digo que vou me esforçar para que Ele não use o limite de sua paciência comigo nos 70 x 7.
O planeta urge transformações. Nós, espíritos encarnados e desencarnados, urgimos por Reforma Íntima. O mestre Jesus, comandante supremo das almas estagiadas na terra, observando o atraso ético e moral que a humanidade apresenta apesar de toda evolução técnica e científica, resolve novamente se aproximar da crosta terrestre. Desta vez não mais encarnado, não é mais necessário para Ele esse escafandro biológico. Permanece na dimensão espiritual com sua vibração característica de Amor Incondicional o qual o qualifica como filho dileto de Deus. Escolheu como base física o território brasileiro, pois considera agora toda a humanidade como o povo de Deus e o Brasil, por suas características de novo mundo, de miscigenação, de religiosidade, sem os vícios seculares das nações poderosas, tem as melhores condições geográficas e étnicas ao seu propósito: arregimentar as almas para o conhecimento e aplicação dos valores espirituais nas duas dimensões da vida, material e espiritual.
Após as primeiras providências na organização de almas encarnadas e desencarnadas, entre elas seus primeiros auxiliares, alguns dos apóstolos na forma de médiuns e espíritos comunicantes, passou a fazer a convocatória de ordem geral a toda a humanidade, independente de credo religioso.
Quando tive conhecimento pela primeira vez dessa convocatória do Mestre, no livro NOVA ORDEM DE JESUS, reproduzido de forma filantrópica pela Gráfica Escola Professor Heitor Carrilho, conforme autorização do autor, reconheci de imediato a responsabilidade pairando sobre meus ombros. Reconheci a verdade da mensagem que ali era colocada, a coerência com os ensinamentos do Mestre, e de acordo com minhas mais profundas intenções no campo da espiritualidade, senti a convocação direta no meu coração. Como já comecei o prazo dos seis anos para trabalhar com objetividade os princípios ensinados por Jesus, entendi que essa convocação diretamente feita para mim nesse momento, ensina de forma prática como posso cumprir o meu desiderato e sob a influência direta do Mestre.