Fui abordado de forma carinhosa por uma amiga muito querida e irmã espiritual. Conhecedora do meu comportamento, da minha forma de amar sem exclusividade, ela perguntava se isso não era egoísmo, se eu dizia amar a tantas e por outro lado deixava todas elas a sofrer devido meus pensamentos e comportamentos.
Também tenho essa compreensão de que faço sofrer as mulheres que se envolvem comigo de forma íntima e desejam uma relação exclusiva. Porém não engano ninguém para obter prazeres sexuais. Deixo bem claro, antes que o afeto se aprofunde, como é a minha forma de pensar e de agir, qual é o meu histórico. Não mostro nenhuma hostilidade com aquelas que não aceitam esse pensamento e esse comportamento, continuo sendo amigo/irmão da mesma forma. Aceito a forma dela pensar como gostaria que ela respeitasse a minha forma de pensar também. Se isso inviabiliza o aprofundamento íntimo, devemos aceitar com maturidade e fraternidade. Porém tem outra que aceitam essa condição e assim o amor atinge todos os níveis de profundidade conveniente para os dois, sem preocupações de ordem cultural ou preconceituosa. Mesmo assim, minhas parceiras/amantes/amigas/companheiras desenvolvem ciúme que gera sofrimento por quererem uma relação exclusiva. Mas já não foi resolvida essa questão na origem? Quando elas se envolvem com essa profundidade já não sabem das condições? Será que elas querem que eu me transforme para me adequar ao pensamento delas sem jamais eu ter sinalizado nesse sentido?
Assim minha amiga, mesmo eu sabendo de todo o sofrimento que é gerado por causa do meu comportamento, eu não sinto que estou sendo egoísta, e sim desenvolvendo o amor na dimensão que eu compreendo. Lembro que eu falei para você que tento pautar todo meu comportamento nas lições que o mestre Jesus deixou para nós, principalmente o aprendizado do Amor Incondicional; que as leituras que me chegam as mãos sempre me levam as interpretações de que estou no caminho correto. Pois veja só, no mesmo dia que conversamos sobre isso, quando chego em casa e vou dar sequencia a leitura que estou fazendo do livro “Um modo de entender uma nova forma de viver” ditado pelo espírito Hammed ao médium Francisco do Espírito Santo Neto, em seu segundo capítulo ele diz assim:
“Em verdade, o exercício da aprendizagem do amor inicia-se pelo amor a si mesmo e, consequentemente, pelo amor ao próximo, chegando ao final na plenitude do amor à Deus.
Esses elos de amor se prendem uns aos outros pelo sentimento de afeto desenvolvido e conquistado nas múltiplas experiências acumuladas no decorrer do tempo em que nossas almas estagiaram e aprenderam a conviver e melhorar.
Muitos de nós nos comportamos como se o amor não fosse um sentimento a ser aprendido e compreendido. Agimos como se ele estivesse inerte em nosso mundo íntimo, e passamos a viver na espera de alguém ou de alguma coisa que possa despertá-lo do dia para a noite.
Vale considerar que quanto mais soubermos amar, mais teremos para dar, quanto maior o discernimento no amor, maior será nossa habilidade para amar; quanto mais compartilhá-lo com os outros, mais ampliaremos nossa visão e compreensão a respeito dele.
Iniciamos a conquista do amor pleno pelos primeiros degraus da escada da evolução. No começo, nossas qualidades e valores íntimos se encontravam em estado embrionário e, ao longo das encarnações sucessivas, estruturaram-se entre as experiências do sentimento e as do raciocínio. Quando congelamos a concepção sobre o amor, passamos a enxergá-lo de forma romântica e simplista.
O amor a Deus e aos outros como a si mesmo é noção que se vai desenvolvendo pelas bênçãos do tempo. As belezas do Universo nos são reveladas à proporção que amamos; só assim nos tornamos capazes de percebê-las cada vez mais e em todos os lugares.
Disse Jesus que toda a lei e os profetas se acham contidos nestes dois mandamentos: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: amarás o teu próximo como a si mesmo.”
Apenas damos ou recebemos aquilo que temos. Quem ainda não aprendeu a amar a si próprio não pode amar aos outros. Não peçamos amor antes de dá-lo a nós mesmos, pois o amor que tenho é o que é o que dou e o que recebo.
A medida que aprendemos a nos amar, adquirimos uma lucidez que nos proporciona identificar nos conflitos um alerta de que estamos indo na direção contrária à nossa maneira de sentir e de pensar. Quanto mais aprendemos a nos amar, mais nos desvinculamos de coisas que não nos são saudáveis, a saber: pessoas, obrigações, crenças e tudo que possa nos invadir a individualidade e nos prostrar ou rebaixar. Muitos chamarão essa atitude de egoísmo, no entanto deveremos reconhecê-la como o ato de amar a si mesmo.
Quando nos colocamos a serviço do amor verdadeiro, a autoestima nascerá em nossa vida como valiosa aliada nas dificuldades existenciais.”
Assim, minha amiga, mais uma vez um texto com inspiração nas lições do mestre, fortalece meus pensamentos, acredito. Que achas?
Também gostaria de lhe agradecer do fundo do meu coração a sua preocupação com a saúde da minha alma e apontar possíveis enganos, talvez até fascinação. Procuro fazer as devidas considerações e rogo ao Pai para que mantenha o meu psiquismo íntegro e associado à Sua vontade, para que eu não entre em desvios da Lei.
Interessante como acontece coisas de cunho espiritual quando nos voltamos para esse mundo. Hoje eu acredito que a vida propriamente dita seja realizada nessa dimensão espiritual e que estou aqui na terra, encarnado num corpo material, para aprender muita coisa que ainda preciso, principalmente ligada à compreensão do que seja o verdadeiro amor, o Amor Incondicional, e a sua aplicação nos diversos relacionamentos que produzimos, principalmente os relacionamentos afetivos em toda complexidade dos seus níveis de profundidade. Dessa forma fico a receber de forma constante mensagens por vários meios de divulgação, ao mesmo tempo que recebo diversas intuições, muitas delas são perdidas, pois no momento que as recebo não estou em condições de as anotar. As mensagens mais consistentes vem na forma de livros e assim já tenho sob minha atenção diversos títulos e entre eles faço a leitura diária da Bíblia, do Baghavad Gita, da Bíblia o ano todo, Pão diário e Momento com Deus. Recebi também o livro “A história de Jesus escrita por ele mesmo” e “As cartas de Cristo”. Como considero Jesus como o meu principal mestre nesta caminhada em busca do Reino de Deus, a maioria das minhas fontes bibliográficas são de conteúdo cristão.
Tenho também o compromisso interno com os mentores espirituais que do outro plano me ajudam com essas indicações e intuições, de construir algo sólido em louvor do Senhor, assim como Salomão fez o templo. Por minha preparação acadêmica e comunitária, acredito que o Templo que deverei erguer em nome do Senhor e para Ele dedicado, seja algo relacionado com a organização comunitária, a evangelização e a possibilidade de cada pessoa integrante evoluir nos dois planos com toda a dignidade que o Amor proporciona. Foi formatada em minha consciência há cerca de 20 anos a semente desse tipo de organização que dei o nome de “Foco de Luz”.
Nesta semana, terça feira precisamente, (hoje é sexta feira) – uma amiga me apresentou o livro “A nova ordem de Jesus”, cuja capa é uma estrela que derrama luz sobre o planeta terra. Quando passei a ler os primeiros capítulos, senti a convocação do Mestre em difundir a sua mensagem e trazer mais felicidade à terra. Fiz então a conexão da capa, do conteúdo do livro, com o propósito existente em minha consciência. Vi então que ali estava o manual para implementar o meu projeto, que nada mais é do que a lição de Jesus na prática e que serve a formação do Reino de Deus, assim como é a vontade dEle. Então, sinto que estou agora mais capacitado e devidamente amparado para começar a construir esse Templo de relacionamentos.
Costumamos ler livros, conselhos, orientações... consideramos corretos, mas não conseguimos colocá-los em prática, às vezes nem tentamos! Eu procuro colocar em prática, as vezes esqueço, é verdade, mas quando lembro do que li e que aceitei como verdade e de utilidade prática, volto a me esforçar. Assim foi o que aconteceu quando li os dez conselhos práticos de Santo Antônio Maria Claret, santo do dia 24-10:
Dessa forma a leitura dos conselhos servem para fazer uma reflexão no quanto eu consigo praticá-los e ao mesmo tempo avaliar o esforço que tenho que fazer para aperfeiçoar o que considero correto.
Finalmente estava chegando ao final da leitura. O próximo passo foi:
9 – Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e mentirem, dizendo todo mal contra vós por minha causa.
Pode parecer estranho que no Evangelho haja ainda a nona bem-aventurança, que corresponderia a um novo passo iniciático. Aqui não é exatamente um novo passo, a afirmativa é diferente: “Bem-aventurado sois vós”. Isso mostra que não se trata de um novo passo. É uma bênção dirigida àqueles que, entendendo a mensagem de Jesus, compreenderam que o Cristo está dentro deles, e por este Cristo são perseguidos, injuriados e caluniados. Este é o caminho iniciático escolhido por aqueles que, pela dor e pelo sofrimento, optam por manifestar o Cristo interno no mundo. É este o caminho que estou disposto a trilhar, desenvolver na prática a principal lição do Mestre, o Amor incondicional. Mesmo que por causa dele eu venha a ser caluniado, expulso de casa, odiado, repudiado... sei que isso acontece porque os interesses materiais são muito fortes dentro dos corações, que se tornam endurecidos no sentido de se apossar daquilo que consideram importante e que não querem dividir com mais ninguém.
Depois do jantar voltamos para o salão de danças e na hora de cortar o bolo pedi para que a banda cantasse a oração de São Francisco que foi seguido por todos os presentes:
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz
Onde houver ódio, que eu leve o amor
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão
Onde houver discórdia que eu leve a união
Onde houver dúvida, que eu leve a fé
Onde houver erro, que eu leve a verdade
Onde houver desespero, que eu leve a esperança
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais
Consolar que ser consolado
Compreender que ser compreendido
Amar, que ser amado
Pois é dando que se recebe
É perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se vive
Para a vida eterna.
Depois desta bela canção, onde senti as vibrações do sentido de sua letra em meu coração, cantamos os parabéns, aliás, cantaram os parabéns. Foi o momento que recebi o eflúvios carinhosos de todos os presentes, senti o jorro de amor que partia do coração de cada um e que se refletia de volta no meu. Foi um momento mágico, como se aquelas vozes fossem um coro de anjos, como se o coração de cada um, por permissão expressa do Pai ficasse limpo de qualquer vestígio de sentimentos negativos. O amor fluía em sua pureza, o ar ficava perfurmado e até o calor que os ventiladores e aparelhos de ar condicionado não davam conta, naquele momento não incomodava. Agradeci com uma referência, primeiro ao Pai por tudo que Ele proporcionou e a todos os anjos que na forma de meus amigos batiam suas asas na forma de aplauso.
Foi o meu primeiro aniversário que tive com essa dimensão tão divina e fraterna. Sinto que jamais terei outro igual. Sinto que foi a permissão do Pai para que eu entrasse na senda dos passos iniciáticos das bem-aventuranças, para que eu me fortaleça no enfrentamento das dificuldades que irão surgir, mas que terei sempre ao meu lado, nos dois campos da vida, material e espiritual, um batalhão de amigos e de anjos que enxugarão minhas lágrimas e tratarão minhas feridas.
Assim terminou minha festa de 60 anos de vida, e a todos agradeço o comparecimento, foi o meu grande presente!
Continuei fazendo a leitura das boas aventuranças e a devida interpretação.
7 – Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. poderíamos supor que o Homem que está diante da face de Deus, que é uno com Ele, tivesse terminado sua peregrinação evolutiva. O Evangelho lhe reserva mais um passo. Este Homem que verdadeiramente amou o mundo, não poderia simplesmente partir liberto sozinho. Tem que levar consigo os seus amados. Não pode terminar sua peregrinação sem que todos seus amados sejam também libertos. Tem que trazer a Paz aos que ficaram para trás. “Bem-aventurados os pacificadores”. Este é o sétimo passo iniciático que é representado pela “Paixão de Cristo”. O Homem veio trazer a Paz a todos nós que ficamos: “Eu vos dou a minha Paz”, “Eu vos deixo a minha Paz”. Não é possível deixar de voltar para trazer a Paz àquele que verdadeiramente amou. A consequência deste passo é aqui expressa de uma maneira clara e cristalina. Eis o verdadeiro pacificador, que será chamado “Filho de Deus”! O filho de Deus está um passo adiante daquele que vê a face de Deus. além de ser uno em vontade é uno em essência: é filho!
8 – Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porue deles é o Reino dos Céus. Este é o passo de Jesus na cruz. Ali estava o filho de Deus perseguido por causa da justiça, sendo crucificado. É necessário que seja crucificado por causa deste justiça e que nesta crucificação o iniciado seja capaz de perdoar: “Pai perdoai-os porque não sabem o que fazem”. Para ser filho de Deus é necessário ser pacificador, mas para entrar no Reino é necessário este oitavo passo que decorre naturalmente de ser pacificador. O pacificador é perseguido por causa da justiça, e é crucificado porque não é mais deste reino terreno. É do Reino dos Céus! É bem-aventurado o que sofre esta perseguição. Esta perseguição ocorre exatamente do atraso evolutivo dos amados que ficaram. A grandeza do ato do iniciado fica expressa nesta perseguição, tanto maior quanto maior for o desnível evolutivo entre este Homem e seus amados. Esta oitava bem aventurança vem a ser também a afirmação de que todos nós que habitamos neste mundo seremos libertos e atingiremos o Reino dos Céus. Por bem ou por dor, cada um de nós será um dia Filho de Deus. Esta é uma consolação que o Evangelho nos traz, para que tenhamos ânimo na peregrinação terrena. Mesmo os que não mendigaram pelas coisas do espírito e dessa forma puseram o pé na Seara, mesmo estes terão o Reino, porque a justiça os persegue. Habita em cada um de nós o Deus vivo e, mesmo que não tenhamos qualquer consciência disso, far-se-á a justiça. É justo que todos sejamos libertos! Pela dor ou pelo amor trilharemos cada um de nós esses passos iniciáticos até que o Cristo se manifeste em nós.
Assim me preparava para concluir a leitura das boas aventuranças que deixarei para o próximo dia.