As lições de cunho espiritual são importantes para o direcionamento e avaliação dos rumos de nossas vidas. Os líderes espirituais, os avatares que surgem em cada civilização, são importantes como modelos do nosso comportamento. Aqui no ocidente prevalece a figura de Jesus Cristo como o nosso grande timoneiro. Jesus ensinava que Ele era a videira e que Deus, nosso Pai, seria o agricultor. Dizia que todo ramo que estivesse ligado a Ele e não dessem frutos, seria cortado. E que aqueles que dessem frutos seriam podados para que dessem mais frutos ainda.
Com essa imagem fica bem claro que todos que seguem seus ensinamentos devem dar bons frutos para caracterizar a bonança da videira. Mesmo produzindo bons frutos, o ramo não fica livre de pressões. Tem que passar pela poda, pelo sofrimento, para que seus frutos sejam multiplicados. O ramo tem que está em sintonia com a videira para permitir sem lamentações e com o sentido de crescimento e aprimoramento, a poda feita pelo agricultor. Hoje quando sinto na pele e na mente o sofrimento que se abate sobre mim, mesmo sabendo que procuro produzir bons frutos na natureza, sei que é a ação do Agricultor aperfeiçoando algo dentro de mim que ainda não sei bem o que é. Mas confirmo que sempre que saio do sufoco, meus frutos são mais fartos e saborosos.
Chegará o dia em que a seara do Senhor somente existirá videiras com ramos produtivos e saborosos, e não haverá necessidade de tantas podas, pois todos contribuem para suprir as necessidades de todos. Teremos formatado o Reino de Deus.
Acredito que as pessoas ficam confusas com relação ao amor porque não conhecem bem a sua natureza, o seu caráter, a característica. Daí, terminam por confundi-lo com outros sentimentos ou misturar com outros interesses incoerentes. O amor é o sentimento que motiva o bem estar de quem é o seu foco. O principal foco somos nós mesmos. Ninguém saberá amar quem quer que seja, se primeiro não aprender a amar a si mesmo. Tendo cumprido esse pré-requisito, então está apto a distribuir o amor ao seu redor, irradiar sempre essa energia do Criador em qualquer circunstância ou ocasião, sem esquecer, que onde focar sua consciência para direcionar o seu amor, o objetivo sempre será o bem estar da pessoa amada. Muita gente faz a inversão desse sentimento e assim comete um sério pecado. Pensa que por sentir amor por uma pessoa é obrigatório que essa pessoa sinta por si também, nas mesmas proporções, talvez maior. Chega a ficar contrariado e até desenvolver sentimento de hostilidade se tal fato não acontecer de acordo com suas perspectivas. Definitivamente, isso não é amor. Pode ser desejo, paixão, orgulho, vaidade, uma série de candidatos menos afamados, mas o amor, jamais! O amor deve estar sempre a serviço do ser amado, procurar o seu bem estar, sua felicidade,mesmo que não seja ao nosso lado e se pudermos colaborar para que isso aconteça, mesmo que o ser amado não partilhe sua felicidade conosco, isso sim, é que podemos considerar o amor. Verdade, se o nosso amor é correspondido à altura pelo outro, a sensação de felicidade é quase perfeita, mas sempre acontece algum desnível, e se o amor assumir o comando da situação, o tempo se encarregará de equilibrar os sentimentos, sempre à luz do amor. Como entender que uma pessoa que diz que nos ama, fica feliz quando sofremos? Quando somos atacados, ameaçados, agredidos? Que tipo de amor é esse? Só podemos justificar isso com um termo: ignorância dos sentimentos. O amor esta sendo usado para identificar outro sentimento. Qual é? Vou pensar nisso e postar na próxima vez.
Por mais que a batalha nos leve à exaustão, que a pressão teste a integridade dos nossos princípios, que sejam abertas feridas no ego, e sensação do dever cumprido é a principal recompensa que recebemos. A partir daí a consciência evolui com mais desenvoltura, distribuindo o amor à luz da verdade, com liberdade e sem preconceito se essa for sua missão. A vitória do amor deve ser a vitória de todos nós, da humanidade, do próprio Deus, pois Deus é amor. Tudo aquilo que faz obstáculo ao fluxo do amor, preconceitos, prepotência, dogmas, intolerância, egoísmo, ciúmes, etc. perdem força quando é percebido que, pois mais represado que seja, o amor se fortalece tal qual uma hidroelétrica e distribui sua energia com benefícios gerais ao redor. O dever cumprido na doação de amor dentro da adversidade é uma prova avançada da nossa evolução humana em direção à angelitude.
Quando assumimos um ideal de vida, uma missão à cumprir dentro de nossos relacionamentos, percebemos que nossa vida fica preenchida, que não há mais um vazio existencial. Pode ser um ideal simples, construir uma família, criar filhos, netos; fazer uma tese, construir um edifício, enfim existem muitas opções, todas dentro de uma certa cultura e assim flui sem conflitos, apenas com o esforço natural do trabalho de rotina. Quando esse ideal é mais complexo, pode se chocar com os critérios culturais, dos ritos e conceitos estabelecidos. Assim foi com Jesus Cristo que colocou sua Lei baseada no Amor Incondicional acima da Lei de Talião de Moisés. Conquistou discípulos e simpatizantes, pois reconheciam a verdade de seus propósitos e a força de seus argumentos. Mesmo assim os doutores da Lei, os que mais facilmente deveriam reconhecer as verdades que Jesus apresentava, foram os que mais os condenaram e influenciaram todo o poder de um império para perseguir quem adotasse a fé desse ideal. A história registra quantos morreram nos circos romanos como provação dessa fé.
Parece que essa situação está bem distante de nós, hoje existem muitas igrejas de diversas denominações, com uma boa quantidade de fiéis que aceitam a fé nos ideais do amor incondicional que Jesus Cristo ensinou e não são perseguidos, não tem que passar por uma provação. Mas tudo porque tentam se ajustar ao arranjo cultural que hoje incorporou os ideais cristãos. Quando o ideal, mesmo contendo os princípios cristãos com toda fidelidade, mas vai de encontro as normas culturais, passa a existir o mesmo tipo de intolerância que há dois mil anos. Chega momentos de verdadeira provação, quando somos obrigados a responder questões ao estilo da inquisição, com críticas e ameaças se o comportamento apregoado não for substituído por outro aceito culturamente.
Tive hoje que passar por essa provação, junto com minha companheira espiritual. Aceitamos o amor incondicional e o praticamos no contexto do amor não exclusivo. Os membros da sua família não aceitam a quebra do tradicional e nem ao menos tem condições de ouvir os argumentos que os justificam. Somos condenados a priori, e se existisse ainda condenação na fogueira seríamos fortes candidatos. Mas acredito que nos portamos à altura do que nossa missão exige. Já sabemos hoje com clareza com quem podemos contar no prosseguimento de nossa missão e o que devemos fazer para que não sejamos manipulados nem manietados por interesses estranhos aqueles que Deus colocou em nossas consciências. Apesar de todo o conflito e tumulto formado, agradecemos a Deus esse novo momento de nossas vidas, onde ficamos mais fortalecidos com a verdade, mesmo que mais fustigados pela intolerância.
Mesmo nós sendo seres gregários, que nascemos para vivermos em coletividades, na companhia uns dos outros, tem momentos que a solidão é importante. Serve para fazermos uma retrospectiva de nossa vida, ver como está sendo a nossa trajetória, onde devermos corrigir ou não o curso da vida, implementar os pensamentos e procurar a sintonia com a inteligência astral que sintoniza conosco. Lembro que nas primeiras vezes que essa possibilidade de ficar sozinho chegava a minha consciência, uma espécie de pavor se apoderava de mim. Fazia tudo para que a pessoa mais próxima de mim não me abandonasse, meu coração sangrava e me sentia perdido com reação ao futuro. Fui lentamente aprendendo que ficar sozinho comigo mesmo não era algo catastrófico, pelo contrário, era o momento de avaliação, de congraçamento comigo mesmo. Quando volto para a coletividade estou mais confiante e seguro dos relacionamentos que devo manter, dos projetos que devo implementar e se tiver que permanecer na solidão por qualquer tipo de necessidade, já sei que vou encontrar um grande amigo: eu mesmo! Que bom quando todos aprenderem que tem dentro de si esse grande amigo. Talvez a maior parte do sofrimento da terra deixe de existir: o medo da solidão.